Fanfic: Meu chefe é... Arrrrgh!!! Vondy | Tema: Quatro mãos

Kelly Clarkson - Already Gone

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"lembra-se de tudo o que queríamos???"

"agora todas as nossas memórias estão assombradas"

"nós fomos feitos para sempre dizer adeus"

"mesmo sem punho levantados"

"nós nunca fomos feitos para dar certo ou para morrer..."

"não importa..."

"eu já fui embora"

POV`s Dulce Maria:

Na manhã seguinte, na aula de ioga do condomínio, considerei confessar tudo para a Júlia. Antes eu me sentia razoavelmente segura de que poderia lidar com toda essa loucura sozinha, mas após uma noite inteira encarando o teto e ficando completamente maluca, percebi que precisava conversar com alguém.

Podia ser com a Anne, e mais do que ninguém ela entederia a tentação que era meu chefe bonitão. Mas ela também trabalha com o Christian e eu não queria colocá-la numa posição constrangedora lhe pedindo um segredo desses.

Eu sabia que a Maite ficaria contente em ajudar, mas o fato de ela fazer parte da família Uckermann, além das coisas que ela poderia ter ouvido, me deixava totalmente desconfortável.

Era em situações assim que eu realmente desejava que minha mãe estivesse viva. Apenas pensar sobre ela já causava uma dor terrível em meu peito e lágrimas em meus olhos. Mudar para esta cidade para passar com ela os últimos anos de sua vida foi a melhor decisão que eu já tomei.

Viver tão longe de meu pai e de meus amigos às vezes era difícil, mas eu sabia que tudo acontece por uma razão. Eu só queria que essa razão surgisse logo e se revelasse.

Será que eu poderia contar para a Júlia??? Tenho de admitir que estava morrendo de medo do que ela pensaria de mim. Porém, mais do que isso, eu estava morrendo de medo de dizer as palavras em voz alta para alguém.

-Certo, por que você está me encarando assim? - (Júlia perguntou) - Ou você tem alguma coisa pra dizer ou eu estou suada de um jeito horrível e embaraçoso

Tentei dizer que não era nada, que ela estava vendo coisas. Mas não consegui. O peso e a pressão das últimas semanas me esmagaram de tal forma que, antes que eu pudesse me controlar, meu queixo começou a tremer e eu comecei a chorar. Como há muito tempo não fazia.

-Foi o que eu pensei. Vem - (Júlia ofereceu a mão e me ajudou a levantar, pegando nossas coisas e me levando para fora da sala)

Uma hora depois, quatro batidas de champanhe e várias crises nervosas, eu fiquei observando a expressão chocada da Júlia em nosso restaurante preferido.

Contei tudo: as calcinhas resgadas, eu gostar das calcinhas rasgadas, os vários lugares, as sessões de beijos-eu-te-odeio, a Maite nos pegando em flagrante, minha culpa por sentir que estava traíndo Victor e Alexandra, o Eddy, as "declarações" trogloditas do Sr. Uckermann, o linguajar rude e, finalmente, meu medo de estar no meio de uma relação disfuncional, que eu nem sabia como nomear, sem ter qualquer controle sobre isso.

Quando levantei a cabeça para encontrar o olhar da Júlia, eu estremeci. Ela parecia ter acabado de assistir um acidente de carro.

-Certo, deixa ver se eu entendi - (Júlia disse, respirando fundo)

Eu assenti e esperei ela continuar.

-Você está dormindo com seu chefe - (Júlia disse)

Eu me encolhi ligeiramente, e fiz uma careta.

-Bom, tecnicamente... - (eu disse)

Júlia levantou a mão, me impedindo de continuar.

-Sim, sim. Isso eu entendi. E esse é o mesmo chefe que você chama tão amavelmente de "cafageste gostoso"?

Eu respirei fundo e assenti novamente.