Fanfic: Meu chefe é... Arrrrgh!!! Vondy | Tema: Quatro mãos

Dulce Maria - Inevitable

POV`s Dulce:

Corri através dos corredores escuros do prédio, que já estava vazio, com o material da apresentação quase caindo debaixo do braço, e olhei o relógio. Seis e vinte. O Sr. Uckermann ía me comer viva. Eu estava vinte minutos atrasada e, como aprendera naquela manhã, ele odiava atrasos. "Atraso" era uma palavra que não existia no Dicionário para cretinos de Christopher Uckermann. Também não havia "coração", "bondade", compaixão", pausa para o almoço" ou " obrigado".

Então, lá estava eu, apressada pelos corredores vazios, correndo com meus saltos gigantescos para encontrar o carrasco.

Respire Dulce Maria!!! Ele pode sentir o cheiro do medo.

Quando me aproximei da sala de conferência, tentei acalmar minha respiração e diminuí o passo até voltar a andar. Um rastro de luz brilhante debaixo da porta. Ucker definitivamente estava lá, esperando??? Com cuidado, tentei arrumar o cabelo e as roupas enquanto alinhava o maço nos meus braços. 

Respirando fundo, bati na porta.

-Entre - (ouvi a voz masculina)

Entrei no espaço bem iluminado. A sala de conferência era enorme. Ficava no 18º andar e uma das paredes era coberta por janelas que íam do chão ao teto, oferecendo uma visão espetacular de Chicago. O anoitecer escurecia lá fora, e arranha-céus pontuavam o horizonte com suas janelas iluminadas.

No centro da sala ficava uma grande e pesada mesa de madeira e, na ponta mais distante, encarando na minha direção, estava o Sr. Uckermann.

Estava sentado lá, com o casaco do terno pendurado no encosto da cadeira,  a gravata solta, as mangas branquíssimas da camisa social enroladas até o cotovelo, o queixo apoiado nas pontas dos dedos. Seus olhos pareciam penetrar os meus, mas ele permaneceu calado.

-Eu peço desculpas, Sr. Uckermann - (eu disse, minha voz ainda ondulada por causa da respiração entrecortada) - O xerox levou... - (parei de falar. Desculpas não iriam me ajudar nessa situação)

Além disso, eu não deixaria ele me culpar por algo que estava fora do meu controle. Ele podia ir para o inferno. Com minha coragem recém-descoberta, ergui o queixo e caminhei até onde ele estava.

-Posso começar? - (eu disse firme)

Ucker não respondeu, apenas ficou encarando minha postura, que tentava mostrar coragem. O que seria bem mais fácil se ele não fosse tão lindo. Em vez de dizer alguma coisa, ele fez um gesto em direção aos papéis, pedindo que eu continuasse.

Limpei a garganta e comecei a apresentação. Enquanto eu passava pelos diferentes aspectos da proposta, Ucker se manteve em silêncio, olhando fixamente para sua cópia do texto. Por que ele estava tão calmo??? Eu sabia lidar com seu mau humor, mas aquele silêncio ensurdecedor??? Aquilo estava me deixando nervosa.

Eu estava inclinada sobre a mesa, explicando um grupo de gráficos, quando o inesperado, o sem noção, o sem explicação...

ACONTECEU....