Fanfic: Meu chefe é... Arrrrgh!!! Vondy | Tema: Quatro mãos

GENTE: JÁ ESTAMOS COM NOVAS SINOPSES DE OUTRAS WEBS... E UMA DELAS É UM DRAMA/ROMANCE - SÃO DOIS ADOLESCENTES QUE SOFREM TRAUMAS DIFERENTES, ESSES TRAUMAS SÃO O LANCE DO DRAMA...SÃO FORTES...MAS ELES PRECISAM SE ENXERGAR COMO PESSOAS....NÓS ESTAMOS DELIRANDO COM ESSA NOVA PROPOSTA...MAS ENFIM VAMOS DEIXAR AMADURECER...BJS QUENTES NA NUCA...

Simple Plan Feat Natasha Bedingfield - Jet Lag

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(UMA DAS MÚSICAS OFICIAIS DA WEB)

"que horas são???"

"onde você está???"

"eu sinto sua falta mais do que qualquer coisa"

"esperando que o telefone toque"

POV`s Dulce Maria:

Minha mente estava em outro lugar. Eu tinha algumas coisas para mostrar ao Sr. Uckermann antes de ir embora para casa, precisava pegar alguns documentos para serem assinados, mas sentia como se estivesse andando em areia movediça, a conversa com meu pai ecoava incessantemente em meus pensamentos. 

Quando entrei na sala do Sr. Uckermann, observei os papéis nos meus braços pensando em todas as coisas que eu ainda precisava organizar, passagens de avião, alguém para pegar minha correspondência, talvez até uma secretária temporária para o tempo que eu ficasse fora. E quanto tempo seria mesmo???

Percebi que o Sr. Uckermann estava dizendo alguma coisa, bem alto, na minha direção. O que seria??? Ele entrou em foco na minha frente e ouvi o final de sua ladainha.

-... mal está prestando atenção. Meu Deus, Srta. Saviñón, eu preciso anotar isso pra você - (ele gritou sério)

-Pudemos pular essa parte hoje? - (eu pedi, cansada de tudo)

-O... o que? - (ele perguntou confuso)

-Esse showzinho de chefe cafageste - (eu disse amargurada)

Os olhos dele se arregalaram e as sobrancelhas se juntaram.

-Como é? - (ele perguntou surpreso)

-Eu entendo que você gosta de ser um grande cafageste comigo, e admito que às vezes até acho isso sexy, mas estou tendo um dia terrível e gostaria muito se você simplesmente não falasse comigo - (eu estava à beira das lágrimas, meu peito apertado dolorosamente) - Por favor

Ele parecia surpreso, piscando rapidamente enquanto me encarava. Finalmente balbuciou:

-O que foi que aconteceu? - (ele perguntou)

Eu engoli em seco, arrependida do meu desabafo. As coisas eram sempre melhores com ele quando eu me controlava.

-Eu passei dos limites porque você gritou comigo. Desculpe - (eu disse)

Ele se levantou e começou a andar em minha direção, mas no último instante parou, sentou no canto da mesa e começou a mecher em um peso de papel.

-Não quer dizer, por que seu dia está sendo tão ruim? O que está acontecendo? - (eu nunca ouvi sua voz tão suave fora de uma transa)

Mas desta vez ele estava falando em voz baixa não para manter um segredo, mas porque parecia genuinamente preocupado.

Eu não queria conversar com ele sobre aquilo porque parte de mim achava que ele iria tirar sarro. Mas uma parte ainda maior estava começando a suspeitar que isso não aconteceria.

-Meu pai precisou fazer uns exames. Ele está tendo dificuldades pra comer - (eu falei finalmente)

-Comer? Ele tem uma úlcera? - (ele perguntou)

Expliquei o que sabia, que aquilo tinha começado de repente e que um exame anterior mostrou um pequeno tumor em seu esôfago.

-Vocè pode ir pra casa? - (ele perguntou)

Encarei seu rosto.

-Não sei. Posso? - (eu o desafiei)

Ele me encarou e piscou.

-Você acha que eu sou um babaca tão grande assim? - (ele questionou)

-Às vezes - (eu imediatamente me arrependi de dizer isso, porque não, ele nunca fizera nada que me levasse a pensar que não me deixaria ir para casa com meu pai doente)

Ele assentiu e engoliu em seco enquanto encarava a janela do escritório.

-Você pode tomar o tempo que precisar, é claro - (ele disse, respirando fundo)

-Obrigado! - (eu respondi)

Fiquei olhando para o chão, esperando que ele continuasse com a lista de tarefas do dia. Mas, em vez disso, o silêncio preencheu a sala. Pude ver pelo canto do olho que ele se virou e agora estava olhando para mim.

-Você está bem? - (ele disse, com a voz tão baixa que eu não tinha certeza se ouvira direito)

Considerei mentir e terminar essa conversa constrangendora. Mas não fiz isso.

-Não, na verdade não estou - (eu falei mordendo o lábio)

Ele ergueu a mão e passou nos cabelos.

-Feche a porta - (ele disse)

Eu assenti, estranhamente desapontada por ele pedir para eu sair da sala.

-Depois eu te trago as anotações nos documentos pra... - (eu falei)

-Eu quis dizer pra fechar a porta, mas pra você ficar aqui - (ele disse)

Oh!

Oh!

Eu me virei e andei pelo chão acarpetado em pleno silêncio. A porta da sala fechou com um som alto.

-Tranque - (ele pediu)

Girei a tranca e senti ele se aproximar até que sua respiração quente chegou ao meu pescoço.

-Deixe eu tocar em você... - (ele sussurrou no meu ouvido)

Ele entendia. Ele sabia o que poderia me dar, distração, alívio, prazer diante de um pânico crescente. Não respondi, pois não era preciso. Afinal, eu tinha fechado e trancado a porta.