Fanfic: Meu chefe é... Arrrrgh!!! Vondy | Tema: Quatro mãos

Simple Plan Feat Natasha Bendingfield - Jet Lag

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"que horas são onde aí você está???"

"daqui a cinco dias eu estarei em casa"

"eu tenho uma foto sua no meu carro"

"odeio pensar que você esta sozinha"

POV`s Dulce Maria:

Ele parou na minha frente, com uma expressão um pouco mais tensa do que antes, enquanto nós dois esperávamos o outro dizer alguma coisa.

-Oi - (eu disse sem jeito, tentando aliviar um pouco da tensão)

Cada parte de mim queria arrastá-lo para o banheiro das mulheres, mas eu duvidava que essa seria uma maneira apropriada de receber seu chefe. Não que isso tivesse importado antes.

-Hum...oi - (ele respondeu, com as sobrancelhas levemente franzidas)

Vamos lá, acorda, Dulce!!!

Começamos a andar até a esteira de bagagens, e senti um arrepio se espalhar em mim só por estar ao lado dele.

-Como foi o seu voo? - (eu perguntei, sabendo que ele odiava voar em linhas comerciais, mesmo que fosse de primeira classe)

Isso era tão ridículo. Eu queria que ele simplesmente dissesse alguma coisa estúpida, para eu poder voltar a gritar com ele.

Ele pensou um pouco antes de responder.

-Foi tudo bem, depois que decolamos. Eu não gosto de como os aviões ficam cheios - (ele disse. Nós paramos e esperamos, cercados de pessoas agitadas, mas a única coisa que eu notava era a tensão aumentando entre nós e cada centímetro de espaço entre nossos corpos) - E como está a saúde do seu pai? - (ele perguntou após um momento)

Eu assenti.

-É benigno. Obrigado por perguntar - (eu respondi dando um meio sorriso)

-Imagina - (ele disse me olhando)

Minutos se passaram em um silêncio desconfortável e fiquei mais que aliviada quando vi sua bagagem aparecer na esteira. Nós tentamos pegá-la ao mesmo tempo e nossas mãos se tocaram brevemente. Afastando-me, olhei para cima e vi que ele estava me olhando.

Meu estômago se tornou um buraco negro quando vi aquele olhar faminto em seus olhos. Murmuramos desculpas e eu desviei o olhar, mas não antes de notar um sorriso no canto de sua boca. Felizmente, era a hora de retirar o carro alugado, e nos dirigimos para o estacionamento.

Ele pareceu satisfeito quando nos aproximamos do carro, um luxuoso Mercedes-Benz SLS AMG. Ele adorava dirigir. Bom, adorava correr com o carro, e eu sempre fazia questão de alugar algo divertido quando ele precisava.

-Muito bem, Srta. Saviñón - (ele disse, passando a mão pelo capô) - Depois me lembre de pensar em te dar um aumento

Senti o desejo familiar de socá-lo se espalhar pelo meu corpo e isso me acalmou. Tudo ficava muito mais claro quando ele se comportava como um babaca.

Pressionando o botão para abrir o porta-malas, eu lha lancei um olhar de reprovação e me afastei um pouco para que ele guardasse suas coisas. Ele tirou o casaco e me entregou. Eu o joguei no porta-malas.

-Cuidado! - (ele advertiu)

-Eu não sou o carregador de malas do aeroporto. Guarde o seu maldito casaco você mesmo - (eu disse ríspida)

Ele riu e se abaixou para pegar a mala.

-Deus, eu só queria que você segurasse um pouco - (ele disse negando com a cabeça)

-Ah... -  (com meu rosto ficando vermelho, eu peguei o casaco dele e o alisei no meu braço) - Desculpa

-Por que você sempre acha que eu estou sendo um idiota? - (ele perguntou)

-Porque geralmente você é - (eu respondi rápido)

Com outra risada, ele ergueu outra mala.

-Você deve ter sentido muito a minha falta - (ele ironizou)

Eu ía começar a responder, mas acabei distraída observando os músculos de suas costas esticarem a camisa quando ele colocou sua mala ao lado da outra. De perto, vi que sua camisa tinha um sutil acabamento cinza e que fora feita sob medida para seus ombros e cintura, de forma que não ficava sobrando tecido em nenhum lugar. A calça era cinza escuro e estava perfeitamente passada.

Eu tinha certeza de que ele nunca cuidava das próprias roupas, e quem poderia culpá-lo, quando aquelas roupas sob medida o deixavam tão sexy???

Pare. Pare! PARE!!!

Ele fechou o porta- malas, arrancando-me daquele transe pervertido. E eu coloquei as chaves em sua mão estendida. Ele andou até o lado do passageiro, abriu a porta para mim e esperou eu sentar antes de fechá-la. Claro, você é realmente um grande cavalheiro, pensei, revirando os olhos.

Viajamos em silêncio, o único som vindo do motor e do GPS que dava as direções para chegar ao hotel. Eu me ocupei revendo nossa agenda e tentando ignorar o homem ao meu lado.