Fanfic: SumemerTime Adaptada / Vondy | Tema: Vondy

- Amigos com benefícios? – Christian riu – Isso não colaria se eu usasse com uma garota, mas com a Dulce dizendo, aposto que ficou bem fácil de acreditar...
- Tudo o que ela diz fica muito fácil de acreditar – Chris dizia olhando para a piscina, vendo Dul conversando com o irmão – Eu não sei o que acontece.
- Acontece que você tá virando um gay, você tá gostando dela! – Christian gargalhou um pouco alto e Chris fez careta.
- Eu não to gostando de ninguém, fica na sua.
- É claro que está, e é da Dul! – Rodrigo chegou e Christian não conseguiu conter o espanto em seu rosto. Christopher sorriu amarelo.
- Se mata, dude. – Chris respondeu sem graça e quando Rodrigo ia abrir a boca pra falar, Mai veio correndo até eles.
- Meninos, prestem atenção: Sábado nós vamos dar uma festa na mansão! O Poncho concordou por vocês, só um detalhe... – Ela riu.
- Concordou por nós? – Rodrigo fingiu indignação – Tudo bem, pra festa eu deixo! – Ele riu.
- Vamos chamar o pessoal aqui da região e fazer uma festa inesquecível! Muita bebida, gatinhos – Mai parou no meio da frase e se corrigiu – Francesas também, né Christopher?
Christopher tossiu e Christian segurou o riso.
- Adoro francesas. – Disse ainda abalado e Rodrigo desatou a rir.
- Eita, o que deu nele? – Mai franziu a testa sem entender.
- Nada, ele é retardado! – Uckermann disse rapidamente – Vou pra água.
Christopher se jogou na água e mergulhou até o outro lado da piscina. Voltou à superfície apoiando as mãos na borda, quando percebeu que aquilo não era borda alguma. Chacoalhou a cabeça e passou uma das mãos nos olhos, para enxergar melhor. Estava com as mãos apoiadas nas coxas de Dulce. Poncho encarava abismado e Chris ficou sem reação. Dul sorriu discretamente e bateu um pé na água, dando um caldo em Christopher.
- Uckermann! Tá maluco? Tira a mão daí, seu idiota! – Berrou enquanto Chris tentava limpar os olhos com cloro. – Ai meu deus, machuquei você? – Disse ainda alto e de repente todos da piscina pararam pra olhar.
- Eu não acredito que eu ouvi isso! – Poncho repetiu boquiaberto e Christian encarou Dul, apreensivo.
- Ah, mas se tiver machucado, fo.da-se também! Ninguém mandou por a mão onde não devia! – Repetiu alto e Uckermann a encarou, sem dizer nada. – Vou pegar algo pra beber.
Duldisse por fim e passou ao lado de Christian, fazendo sinal com a cabeça pra que ele a acompanhasse.
- Vou ao banheiro! – Christian disse alto e entrou na casa logo em seguida. – Se controla, a Dulce que a gente conhece não ficaria preocupada em ferir o Christopher  que a gente conhece! – Ele disse rolando os olhos e a garota assentiu.
- Eu sei, não sei o que houve comigo! – Disse sincera – Faz o Chris entrar pra eu ver o olho dele!
- Só foi um pouco de cloro, Dul... – Christian riu e parou – Ops! Já entendi o que você quer ver! – Christian gargalhou e Dul mostrou o dedo, mas também ria. – Tô indo!
- Hey, Suede!
- O que foi?
- Obrigada. Você é um fofo. – Disse sincera e ele sorriu.
- Não tem de quê.
Christian foi em direção a piscina e viu Christopher deitado numa cadeira ao lado de Maite. Fez uma careta estranha, mas seguiu mesmo assim.
- Christopher, você precisa lavar teu olho... – Disse rapidamente e Aguiar arqueou a sobrancelha.
- Eu to bem dude.
- Não tá não, vai arder, você tem que lavar seu olho.- Christian disse impaciente e Maite riu.
- Que bonitinho. Preocupado com o amigo, own. – Disse olhando para o nada e os olhos de Christian arregalaram.
- Tá falando comigo?
- Não, com as minhas unhas... – Mai rolou os olhos teatralmente e riu. – Chris, vai lavar logo seu olho antes que o Christian faça isso por você.
- É, meu olho! – Chrisum tapa na testa entendendo a mensagem e entrando em casa. – Dul? – Sussurrou entrando na cozinha, sem ver ninguém.
- Aqui. – Ouviu a voz da garota vindo do banheiro e sorriu. – Ah, desculpe, você está bem? – Ela disse preocupada e Chris riu.
- Foi só um pouco de cloro, Dul. Não é como se eu fosse ficar cego ou coisa do tipo. Mas já que você está preocupada... Eu deixo você cuidar de mim. – Ucker sorriu maroto e a garota riu.
- Não estou mais preocupada, você está bem, vou pra piscina.
- Ai, ai meu olho! Ai meu Deus, vou ficar cego! – Chris disse segurando o olho e Dul virou de frente, arqueando uma sobrancelha. – Cuida de mim? – Perguntou com a carinha fofa e ela não resistiu, riu baixo e passou as mãos ao redor do pescoço de Christopher, roçando o nariz no dele.
- Você não presta.
- E você adora.
- De certa forma... – Ela sorriu e Christopher gargalhou, antes de beijá-la.

- Ok, nós temos dois dias pra fazer essa festa bombar, por onde começamos? – Amanda perguntou em frente ao notebook e Dul entrou correndo no quarto.
- Achei vocês! – Ela sorriu.
- Aonde você tava, louca? Procurei-te pela casa toda! – Ane disse e Dulce sorriu amarelo.
- Tava conversando lá fora... Mas okay, foco não é meninas? Temos uma festa pra organizar! – Disse e Amandinha fez careta, mas obedeceu. Não adiantaria perguntar.
Aos poucos as idéias foram surgindo, tanto para a decoração, quanto para o buffet e não foi muito complicado encontrar um Dj. Os garotos não fizeram muita coisa, o que já era de se esperar, mas as meninas também não reclamaram. Organizar festas era um dos hobbies favoritos de Dulce,Amanda, Anahí e Maite.
- Tivemos sorte de achar uma gráfica que imprime os convites pra gente hoje, não? Precisamos entregar isso para pessoas bonitas o quanto antes! – Ane disse rindo e as meninas concordaram.
- Certo, então vamos chamar os meninos pra agilizar o processo! – Amanda disse – É claro que temos que supervisionar tudo o que eles fizerem.
- Ei, eu ouvi isso! – Alfonso exclamou e as quatro riram.
- Era pra ouvir mesmo, Alfonso! – Amandinha completou – Precisamos buscar os convites na gráfica, comprar as coisas da decoração, comprar as bebidas e coisinhas pra comer e fechar com o Dj. Estamos em oito, vamos em quatro duplas. – Ela olhou ao redor da sala – A Dul tem que falar com o Dj, porque foi ela quem fechou com ele pelo telefone, a Mai entende melhor de decoração, eu entendo bem de bebidas, então a Ane pega os convites.
- Tá, mas eu posso fazer isso sozinha, não preciso que ninguém venha comigo e... – Ane ia dizendo quando Dul interrompeu.
- Todo mundo tem que participar, fica na sua Anahí! – Ela disse e a amiga fez careta.
- Isso, a Dul tá certa! – Amanda sorriu de um jeito estranho, que Dulce não conseguiu decifrar – Christopher, você vem comigo? Perguntou olhando especificamente para Dul, que deixou o queixo cair levemente. Não precisava de mais nada, aquilo era melhor do que se Dulce formalmente tivesse dito alguma coisa.
- Eu? Comprar as bebidas? – Chris fez careta.
- É, vamos? – Amandinha sorriu e Rodrigo arqueou uma sobrancelha.
- Tudo bem. – Chris disse baixo e desanimado.
- Eu vou com a Dul. – Marques disse e Dulce ainda estava abalada com o surto da amiga. Então ela realmente sabia, o tempo todo. Deu de ombros ao ver que Rodrigo se aproximava.
- Eu não entendo nada de decoração, posso ir com você pra gráfica Ane? – Poncho perguntou com as bochechas vermelhas e a garota sorriu.
- Claro.
- Como é? – Christian disse alto e Dul riu. – Ah esquece, eu desisto de entender vocês. vamos Maite, vamos decorar as coisas... – Ele disse engraçadamente e todos da sala riram, antes de irem para seus afazeres.

- uckermann, terra chamando por favor! – Amandinha disse pela quinta vez, já estava rindo da cara de nada com que Chris encarava as prateleiras lotadas de bebidas diferentes.
- Desculpa, tava viajando...
- Aonde, exatamente? – Ela perguntou pegando algumas garrafas de vodka.
- Como assim? – Chris franziu a testa e a garota gargalhou.
- Bom dia Chris, como vai? – Ela disse e ele riu alto – Perguntei no que você tava pensando.
- Em nada, só tô com sono... – Chris desconversou e Amandinha segurou o riso.
- E aquela francesa, Uckermann? Ainda está com ela? – Perguntou aleatoriamente e Arthur mordeu o lábio.
- De vez em quando. – Disse rindo. Amanda era estranha, estava começando a ter medo dela – Por quê?
- Por nada. Acho que ela te faz feliz. – Amandinha sorriu de um jeito encantador e Chris sorriu junto. – Você está diferente sabe? Ela anda te fazendo bem, quem quer que seja... Aliás, ela vem pra festa?
- Não sei, eu vou chamar.
- Isso! Chama mesmo, eu quero conhecê-la! Acho que vou gostar dela!
- Provavelmente... – Chris riu. Então Amandinha tacou um engradado de cervejas no carrinho e bufou.
- Cara.lho Christopher, quando você vai deixar escapar que a francesa na verdade é inglesa e se chama Dulce Maria? – Ela quase berrou e Christopher arregalou os olhos, completamente assustado.
- Que?
- Isso mesmo, vocês pensam que eu não sei, mas eu sei de tudo! Vocês estão ficando, não estão? E outra coisa, o Christian sabe, o Marques desconfia e...
- Amanda, respira! – Chris estendeu as mãos e a garota parou. – Eu não sei do que você está falando.
- Sabe sim Chris! Até quando vocês vão esconder isso?
- Amanda eu não...
- Ah, cala a boca Christopher! Se for pra ficar mentindo, não precisa nem falar... Pega mais dois engradados disso e me encontra na seção de frios!
- Amanda, volta aqui!
- Ah, e outra coisa... – A garota voltou e aproximou-se de Uckermann – Não que ela mereça, porque não devia esconder isso de mim... Mas se você magoar a minha amiga, você vai se ver comigo, Uckermann!

- Dul, se você continuar falando francês com esse cara eu te peço em casamento em dois minutos! – Rodrigo sussurrou e Dulce segurou o riso, enquanto assinava um contrato com o Dj.
- Você é um idiota, Rodrigo Marques. – Ela riu - Merci, jusqu`à demain.
- O que você falou pra ele?
- Que ele é uma delícia e que eu quero ir pra cama com ele essa noite. – Dulgargalhou. – Eu só agradeci, seu retardado!
- Ah sim, acho bom mesmo! Até porque eu conheço alguém que não ia gostar nada de saber que você anda de gracinha pro lado do Dj... – Rodrigo disse e assoviou, olhando para o teto. Dul chacoalhou a cabeça e riu.
- Você nunca vai desistir.
- Nunca.
- Hum, tá calor, quero um sorvete! – Dul riu e Rodrigo rolou os olhos.
- Não adianta fugir, eu sei exatamente o que está acontecendo... – Rodrigo disse indo em direção ao vendedor de sorvetes – Vai querer o que?
- Flocos. – Dul sorriu – E eu sei que você sabe.
- Um de flocos e um de chocolate, por favor. – Rodrigo disse distraído – É claro que eu sei e... Espera o que você acabou de dizer? – Ele arregalou os olhos e a garota riu.
- Que eu sei que você sabe, ué! – Dul disse pegando o sorvete e andando até um banquinho.
- E você acabou de assumir isso!
- Exatamente. Pronto, Rodrigo, agora você oficialmente sabe. Está feliz? – Ela gargalhou e Marques fez careta.
- Claro que não! Agora vem a melhor parte... A parte que você me explica COMO ESSA LOUCURA VEIO A ACONTECER! – Rodrigo berrou e Dulce desatou a rir, lambendo o sorvete.
- Credo, você e o Christian são muito dramáticos...
Disse e começou a contar a história, que ela mesma mal sabia explicar, sob o olhar atento e as perguntas constantes de Rodrigo, que parecia não acreditar no que estava ouvindo. De fato, imaginar Christopher e Dulce juntos não era a coisa mais fácil do mundo para ninguém.

- Hey dude! – Rodrigo entrou no quarto de Christopher, que procurava uma camiseta no armário.
- Hey! Fecharam com o Dj? – Chris perguntou despreocupado, vestindo uma camiseta verde.
- Fechamos. Cara, agora entendo o porque do francesa... A Dul realmente fica muito sexy imitando uma. – Rodrigo disse rindo e Chris arqueou uma sobrancelha, virando-se de frente. – Eu já sei de tudo.
- Ah, tá bom então... – Chris riu.
- Não tá acreditando? Eu posso ser mais claro se você quiser, meu caro Uckermann! – Marques arqueou uma sobrancelha de um jeito desafiador e riu – Vocês ficaram pela primeira vez naquele dia da boate. Ela te pediu motivos pra alguma coisa que eu não lembro... Depois continuaram ficando escondidos pelos cantos da casa, com desculpas esfarrapadas para nós e... – Rodrigo parou e gargalhou da cara de espanto de Chris – Eu disse que sabia.
- Ela te contou isso? – Chris franziu a testa e Marques balançou a cabeça afirmativamente – Eu achei que não podia dizer pra Amanda, ela quase me matou hoje a tarde... – Chris riu – Mas tudo bem, deixa quieto.
- Dude, eu nunca imaginei um negócio desses!
- Eu menos ainda. – Uckermann riu – Aliás, tem hora que eu ainda nem acredito!
- Seu gay! – Rodrigo gargalhou – Ela gosta de você. – Marques disse sorrindo e Chris virou de frente, paralisando.
- O que você disse? O que ela disse?
- Ela não disse com todas as palavras, mas eu conheço a Dul... O jeito que ela fala de você é estranho, tenho certeza que ela gosta de você!
Rodrigo disse e Chris respirou fundo. Sentiu seus lábios se curvarem num sorriso tímido, mas ainda assim estava descrente na informação. Dulce Maria  gostando de alguém? E esse alguém era ele?
- Não acho que seja verdade... – Chris chacoalhou a cabeça e riu – Afinal, somos apenas amigos com benefícios, nada mais.
- É na amizade que se começa, dude! – Rodrigo riu – E eu sei que você gosta dela, o que é estranho. Eu nunca vi você tão afim de alguém...
- Ei, nem vem, eu tô normal! – Chris levantou as mãos e Marques gargalhou.
- Esse não é seu normal! Ah, que orgulho, meu garoto cresceu... Em breve vai dispensar as gostosonas pra ficar em casa vendo filmes mela-cueca abraçado com a namorada! – Rodrigo sacaneou, apertando as bochechas de Ucker.
- Sai pra lá, dude! – Chriso empurrou, segurando o riso – Eu nunca serei esse cara! Parece que não me conhece! Christopher Uckermann não é de uma só, e nunca será! – Disse firme e Rodrigo arqueou a sobrancelha.
- Melhor você se cuidar então, dude... Porque esse lance com a Dulce vai ficar perigoso. Se você não for o melhor cara pra ela, já sabe das conseqüências...
- Tá me ameaçando?
- Eu não. Mas o Poncho vai ficar bem pu.to. – Rodrigo fez careta – Agora vou nessa, pegador... Tô com fome, e hoje temos que entregar convites por aí, não esquece!
- Não vou esquecer. – Chris disse realmente baixo, e assim que viu o amigo sair do quarto, se jogou pra trás na cama. O que ele estava fazendo? Quem era aquele Christopher Uckermann da última semana?

- Nossa você quer matar quem do coração com esse vestidinho vermelho dona Dulce? – Ane assoviou e a garota riu, tacando uma almofada na amiga.
- Ninguém específico, só tenho que estar bem convincente pra que os franceses aceitem vir pra nossa festa, sabe? – Dul respondeu rindo e Mai concordou.
- Os garotos estão lindos e perfumados, acabei de vir do quarto do Rodrigo! Sério, isso vai bombar amanhã! – Disse animada e as três riram, indo para o quarto de Amanda.
As garotas desceram as escadas da mansão e Chris sentiu o queixo cair quando olhou para Dulce. Chhristian não pode deixar de rir, ainda que discretamente, enquanto olhava todas aquelas pernas e decotes passeando em sua frente.
- Pra que chamar mais gente, voto em festa particular! – Christian disse e Dul estapeou o garoto, que riu alto.
- Pervertido!
- Vocês que me levam pro mau caminho, tá? – Ele disse com carinha de bebê e as meninas riram – Vou chamar a donzela do Poncho pra gente ir!
- Eu vou pegar uma cerveja! – Chris disse rapidamente e passou entre Mai e Amanda, que não disseram nada.
Aproveitando que as amigas conversavam distraídas, Dul caminhou devagar até a cozinha, mas logo percebeu que Ane estava em seu encalço e desanimou. Viu Chris e Rodrigo conversando e parou do lado de Christopher.
- Oi, tentação. – Sussurrou vendo o garoto arrumado com sua camisa branca e seu jeans surrado. Ele riu baixo.
- Que pernas. – Ele murmurou e a garota riu um pouco mais alto.
- Dul, acabou a Sprite, serve Fanta Uva? – Ane disse e Dulce chacoalhou a cabeça, voltando para o foco.
- Pode ser, vai... – Disse sem humor algum.
- Cheguei, vamos nessa? – Poncho disse entrando na cozinha e parou para olhar para Anahí e seu vestido azul royal curtinho. Suspirou alto. – Erm, bonito vestido! – Disse desconcertado e Dul riu. – Ei, aonde você pensa que vai com esse pedaço de pano?
- Vá a merda, Alfonso! – Ela gargalhou.
- Eu vou ter que te proteger no caminho! Mas que diabos, odeio ter uma irmã gostosa! – Ele disse e Chris gargalhou, saindo da cozinha.

Os oito passaram em alguns barzinhos pela orla da Riveira e pararam em uma boate que parecia estar mais badalada. Como estavam andando em um grande grupo, Chris e Dulce não conseguiram ter nenhuma aproximação. Christopher ainda estava confuso devido a conversa que teve com Rodrigo, não queria ser um daqueles geeks que ficam bobos e apaixonados, queria ser o Christopher Uckermann de sempre, que beija quatro garotas numa mesma noite e depois escolhe duas pra levar pra cama. Mas porque diabos todas as garotas daquele lugar não pareciam boas o suficiente comparadas a ela? Viu Dul conversando com Mai e Poncho perto do bar e percebeu os olhares furtivos do barman sobre ela. Talvez ele não fosse o único que achasse ela a criatura mais sexy naquele lugar, e de certa forma aquilo estava se tornando bem irritante. Resolveu ir até lá, porque já estava há mais de oito horas sem tê-la por perto de verdade, e aquilo sim era o que podia ser considerado tortura. Começou a forçar passagem entre algumas pessoas – O local estava realmente lotado – E quando finalmente saiu do outro lado, viu que Poncho e Maite não estavam ali, apenas Dulce conversava animadamente com o barman. Ele estava tocando a mão dela com a sua.Christopher sentiu um ódio estranho o consumir rapidamente, e respirou fundo.
- Amigos com benefícios, amigos com benefícios. – Repetiu para si mesmo e olhou para o lado, encarando uma morena que realmente tinha lhe chamado atenção – A amizade continua. – Riu, dando um gole gigantesco em seu drink e indo até a garota. O verdadeiro Christopher Uckermann estava de volta.

- Dul, vamos ao banheiro? – Ane perguntou e a garota sorriu, assentindo – Preciso retocar a maquiagem, estou parecendo uma louca!
- Que louca o que sua perua, você sabe que tá linda! – Dulce disse e Ane riu, puxando a amiga pela mão.
- Aonde vocês vão? – Amandinha gritou do lado de Christian.
- Ao banheiro retocar a maquiagem! – Dul respondeu e Amanda sorriu.
- Também vou!
- Tá, onde é o banheiro aqui? – Ane disse perdida e Dul gargalhou.
- Você tava me levando sem rumo pela balada?
- Ah, eu ia procurar, né... – Ane olhou pras unhas e Amanda riu.
- Eu sei onde é, venham comigo! – Disse puxando a mão de Dulce, que fez o mesmo com Anahí.
Amanda andou devagar por entre as pessoas e de repente sentiu que Dul não estava mais andando atrás dela. Virou para trás e viu que a amiga mantinha o olhar perdido em algum lugar, e tentou descobrir qual lugar era esse. Viu Chris abraçado com uma morena em um sofá enquanto conversava animadamente com uma loira. Engoliu seco.
- Merda. – Repetiu baixo, e apertou a mão da amiga.
- Dul, anda! – Ane disse sem entender e Dulce chacoalhou a cabeça.
- Amigos com benefícios. – Sussurrou e sentiu os olhos arderem – Vamos para o banheiro.

Dul não conseguia fazer a bebida descer pela garganta. Não tinha mais procurado por Chris, e nem queria procurar. Ele era de fato um idiota, isso estava claro. Percebera que Amanda tentou falar com ela sobre o assunto diversas vezes, mas sempre tinha alguém inocente demais da história por perto. Chacoalhou a cabeça, sentindo uma sensação estranha e enervante e foi para o meio da pista, sem se preocupar com os amigos que ficavam para trás. Ficou exatamente embaixo do globo de luz e começou a mexer os braços no ritmo da música, jogando o cabelo pra lá e para cá, de olhos fechados. Queria se livrar daquele sentimento ruim, o que quer que fosse aquilo, dançando mais rápido conforme a batida. Sentiu que alguém envolveu sua cintura e abriu os olhos rapidamente, como quem saía de um transe. Piscou os olhos diversas vezes. Era ele mesmo.
- O que diabos você tá fazendo? – Gritou, tanto pela raiva quanto pela música alta. Chris sorriu.
- Não tem ninguém aqui.
- E daí? – Disse, tirando as mãos do garoto da sua cintura – Eu não tô afim.
- Eu só estava dançando... – Ele arqueou a sobrancelha e Dul sentiu seu hálito altamente alcoólico bater em seu rosto. Bufou.
- Então dance sozinho. – Respondeu virando de costas e Chris a puxou de volta. Seus corpos colaram involuntariamente, e a garota teve que respirar fundo pra que seus joelhos não cedessem.
- O que eu te fiz? – Uckermann perguntou talvez em um momento mais sóbrio. Dul riu sarcástica. Ele realmente era muito cara de pau.
- Você existe. Isso basta. – Respondeu próximo ao ouvido do garoto e saiu, sem olhar para trás.

- Ai caral.ho, apaga a por.ra dessa luz, merda!
Chris berrou tampando os olhos e tentando esconder a cabeça embaixo do travesseiro. Não ouviu nenhum barulho, só sentiu alguém puxando seu edredon e xingou até a quinta geração daquele ser dos infernos. Coçou os olhos e deu de cara com Rodrigo.
- O que você quer, Marques? – Disse alto e sentiu a cabeça zunir ao ouvir sua própria voz. Devia lembrar-se de beber menos das próximas vezes.
- Você tá fu.dido. – Rodrigo respondeu baixo – Falo sério.
Ao ouvir o tom de voz do amigo, ficou rapidamente desesperado. Não lembrava do que tinha feito de tão errado assim, mas certamente coisa boa não era.
- O que eu fiz? – Perguntou mais baixo enquanto segurava a cabeça. Rodrigo fez careta.
- Você acaba de perder a Dulce.
- QUE? – Uckermann gritou novamente e quase xingou a si mesmo por isso. O que tinha bebido pra dar tanta dor de cabeça? Álcool Zulu com Tang?
- Cara, ela tá muito p.ta com você. Não que ela tenha me dito... Na verdade ela disse pro Christian.
- Disse o que? – Chris estava subitamente desesperado e achando-se ridículo por aquilo. Mas a situação pedia, como ele podia ter perdido aquela garota?
- Bom, ela te xingou de todos os nomes possíveis depois de ontem... Das três garotas que você pegou na frente dela, e por você ainda achar que poderia ficar com ela depois disso. Sério, man, aquilo foi bem ridículo.
- Eu o que?
Chris não conseguia acreditar. Ainda que lembrasse vagamente de ter ficado com outras garotas, não lembrava ter feito isso na frente de Dulce e muito menos de tentar ficar com ela depois disso. Lembrava-se apenas dela ter dito algo que o irritou profundamente no meio da pista de dança, e depois disso ele acabou pegando mais uma das amigas da morena com quem tinha ficado antes. Ouviu Rodrigo explicar o que tinha acontecido, e sentiu-se um perfeito idiota. Ele e sua belíssima capacidade de estragar tudo! Resolveu levantar, tomar um banho e um remédio pra ressaca e tentar resolver o problema com Dulce. Se é que ela iria o escutar.

Chris foi até a piscina e viu que Mai, Amandinha e Christian conversavam animados sobre alguma coisa na água. Amanda o olhou de uma forma matadora assim que o viu, se os olhos de Amanda Lyra tivessem lasers, ele estaria morto naquele momento.
- Cadê todo mundo? – Perguntou olhando especificamente pra Christian, que fez uma careta de pena.
- Todo mundo tá na praia. – Christian respondeu de um jeito engraçado, que fez Maite rir.
- Nem todo mundo, o Poncho foi comprar alguma coisa no mercado... – Disse ingenuamente e Christian quase riu.
- Verdade, tinha esquecido disso.
- Tá, valeu! – Chris disse correndo até o portão, deixando Mai com cara de nada, mas Amanda logo retomou um assunto.
Chris discou para o celular de Dul inúmeras vezes, mas sabia que ela não ia atender. Foi até o quiosque que costumavam ficar, e viu que ela não estava lá. Quando ia voltar para casa, viu a bolsa de praia e as coisas de Dulce em uma mesa. Sabia que ela estava lá, devia e estar nadando ou algo do tipo, então resolveu esperar. Pediu uma água com gás e sentou-se na sombra. Viu ao longe a garota saindo da água junto com um cara, e os dois conversavam animadamente. Forçou o olhar contra o sol e assim que estavam mais perto, pode perceber que ele era o barman da boate. Apertou a garrafa de água com um pouco mais de força do que o normal e respirou fundo, indo até onde os dois estavam.
- Oi. – Disse e Dul o encarou, secando o cabelo despreocupadamente.
- Oi, Uckermann. Esse daqui é o Richard. Richard, esse é o Christopher. – Ela disse formalmente e o barman, visivelmente mais alto e mais sarado que Uckermann estendeu a mão para cumprimentá-lo, mas Chris não repetiu o gesto. Dul bufou.
- Eu vou buscar sua bebida, linda! – Richard disse e Dul sorriu.
- Eu vou com você!
- Não, você fica! – Chris segurou o braço da garota, que rolou os olhos – Eu preciso falar com você.
- Mas eu não preciso.
- Você vai me ouvir! – Chris disse ainda segurando o braço de Dul, que fez uma careta.
- Esse cara tá te incomodando, Dul? – Richard perguntou com a expressão fechada e Dulce sorriu amarelo. Também não queria que Uckermann morresse, ainda que ele merecesse.
- Está tudo bem, Richard. Te encontro no bar em dois minutos.
- Qualquer coisa me chama. – Ele disse e Chris bufou.
- Não vai ser preciso. – Respondeu, fazendo Dul se perguntar o quanto ele prezava pela própria vida.
- Fala logo, Christopher. – Dulce disse ao ver Richard se distanciar e Chris soltou seu braço.
- Eu vim aqui falar com você, eu sei que eu aprontei alguma noite passada, mas pelo que eu vejo isso realmente não está te preocupando, não? –Chris riu sarcástico – Acho que você já arrumou mais um amiguinho...
- Do que você está falando, Christopherr? Eu não posso ir à praia com um amigo, agora? – Dulrolou os olhos, estupefata. Garoto abusado, aquele!
- Aposto que essa amizade tem benefícios... – Chris riu debochado e Dul segurou os pulsos junto ao corpo para não estragar o rostinho perfeito daquela criatura.
- E se tiver, algum problema? – Respondeu e Chris ia dizer alguma coisa, mas ela continuou – Você tem outras amiguinhas com benefícios também, docinho... Não reclame. – Disse por fim e quando foi sair, Chris a puxou novamente.
- Você está com ciúme?
- Você está?
- Cala a boca! – Os dois disseram juntos, e Dul segurou pra não rir – Vou voltar pro meu outro amigo, te vejo mais tarde...
- Ou não. Eu posso estar com minhas outras amigas, docinho.
- Como preferir.

A casa estava completamente lotada, parecia que todas as pessoas – Bonitas, diga-se de passagem – Que tinham sido convidadas para estarem lá, compareceram. A decoração era simples, mas bem colorida, o Dj tocava músicas animadas e a bebida rolava solta, exatamente da maneira que as meninas gostavam. Nunca tinham dado uma festa miada na vida, mas aquela tinha tudo pra ser a melhor dos últimos tempos. Dul desceu as escadas devagar, vestindo um jeans escuro, um scarpan vermelho e uma blusa preta que deixava um ombro à mostra. Viu que alguns garotos a encaravam, o que era bom sinal. Procurou uma certa pessoa antes de chegar ao térreo, sentindo-se bem idiota por isso. Mas ele não estragaria essa noite, não essa. Sorriu ao ver o irmão e Mai mais adiante e correu até onde eles estavam, empolgada.

Depois de vários tipos de bebidas diferentes, as garotas dançavam empolgadas na pista. Dul já tinha visto Chris algumas vezes, mas não foi falar com ele. Tinha coisas mais interessantes pra fazer do que se martirizar por um idiota. Percebeu que um garoto realmente bonito estava chegando cada vez mais perto, e sorriu.
- Bela festa! – Ele disse, abrindo um sorriso encantador – Não tão bela quanto você.
Dul riu alto.
- Obrigada! Não lembro de ter te entregue o convite pessoalmente, mas vou agradecer a quem fez isso! – Disse encarando o garoto nos olhos, e fazendo-o rir.
- Agradeça aquela sua amiga de vestido rosa, então!
- Amanda! Obrigada! – Ela gritou e Amandinha não entendeu nada, mas riu. – Qual seu nome?
- Peter. E o seu?
- Dulce.
- Posso te oferecer uma bebida na sua própria festa? – Peter riu e Dulce fez o mesmo.
- Quantas quiser.

Arthur fechou os olhos sentindo os beijos de uma garota em seu pescoço. Deu um longo gole em sua cerveja e abriu os olhos, e seus olhos só ganharam foco nela, que estava nos braços de outro cara. Ela, que estava no meio da pista beijando outro. Num impulso, empurrou a garota da qual não fazia idéia do nome para trás, jogou a garrafa da cerveja na primeira mesa que viu e passou como um furacão no meio da pista. Segurou o braço de Dulce, que agora ria de alguma besteira que o garoto dizia, e ela virou olhando assustada.
- Vem aqui.
- Chris, eu tô ocupada, não sei se você reparou! – Respondeu rindo, mas ele deu de ombros, puxando-a pro lado de fora – Ei, o que você está fazendo?
- O que você tá fazendo? – Christopher disse um pouco mais alto, já do lado de fora, e um casal parou de se beijar, olhando para os dois – Quem é aquele cara?
- Quem? O Peter? – Dul riu da cena e Christopher respirou fundo. – Só um amigo.
- Você não pode ficar com ele!
- HÁ-HÁ-HÁ! O que aconteceu, Uckermann, pensei que você teria três ou mais garotas pra se preocupar essa noite, então larga do meu pé! – Dul respondeu sarcástica e Chris rolou os olhos, rindo debochado.
- Eu tenho. Só não quero que você saia pegando todos os garotos da festa pra me fazer ciúme, porque não vai funcionar, docinho... – Ele riu – Ainda que você não queira assumir o que a gente tem... Ou teve, pra ninguém, temos amigos que sabem, e vai ficar meio feio pra sua imagem...
- Você é ridículo! Talvez nos seus sonhos eu estivesse beijando aquele cara pra te fazer ciúme, não é meu bem? – Ela riu – E em momento algum eu disse que não queria assumir nada pros nossos amigos! Aliás, porque estamos tendo mesmo essa conversa?
- Não sei! – Chris disse alto.
- Você me prometeu que ia ser diferente, mas adivinhe? Já me saiu um perfeito idiota! Novidades pra você, Uckermannr: Figurinha repetida não completa o álbum. Volte para suas biscates, porque o Peter está me esperando! Passar bem.

Dul respirou fundo e segurou as lágrimas que se formavam. Não iria chorar, aquilo era ridículo. Procurou Peter e inventou qualquer desculpa para ele, que acreditou prontamente. O garoto não demorou muito na festa, teve algum problema que Dulce não conseguiu prestar atenção. Viu Chris circulando com pelo menos quatro garotas diferentes naquela noite, e tudo o que queria era gritar. O que estava acontecendo com ela? Começou a beber um pouco mais do que o recomendável, enquanto ria com pessoas desconhecidas e tomava uma ou outra bronca das amigas pelo excesso, assistindo algumas partidas de sinuca. Viu que Chris estava sem garota alguma, ao lado de Poncho e os dois conversavam sobre algo que não parecia interessar para Uckermann. Em seguida uma garota ruiva chegou por trás dele e o abraçou. Ele não se movimentou, continuou conversando com seu irmão do mesmo jeito. Dul rolou os olhos e pensou em sair dali, quando ouviu a introdução de Hot’n’Cold, da Katy Perry. Sorriu furtivamente e caminhou até a mesa de bilhar, pegando o taco da mão de um garoto e rindo abobalhada.
- Agora que a festa vai começar! – Disse mais para si mesma do que para as outras pessoas.
- Tem uma garota na mesa de bilhar! – A ruiva disse e Chris virou de costas, assim como Poncho.
- Ah não! – Ponchomurmurou, chacoalhando a cabeça.

Dulce segurou o taco como um microfone enquanto dançava enlouquecida. Olhou para Christopher e começou a cantar junto com a música.

You change your mind, (Você muda de idéia)
Like a girl changes clothes. (Como uma garota muda de roupas)
Yeah you, PMS, (Sim, você tem TPM)
Like a bitch, I would know. (Como uma vadia, eu deveria saber)

And you, over think (Você sempre pensa)
Always speak, Critticaly (Sempre fala, corretamente)
I should know, (Eu deveria saber)
That you’re no good for me. (Que você não era bom para mim)

- Ela não está fazendo isso! – Amanda disse aproximando-se da mesa e Christopher deu dois passos adiante.
Dulce descia e subia cantando empolgada enquanto várias pessoas rodeavam a mesa. Ela havia se tornado a atração principal da noite. Jogou os cabelos e sorriu, continuando a cantar:

Cause you`re hot then you`re cold (Porque você é quente e logo esfria)
You`re yes then you`re no (Você quer e depois não quer)
You`re in and you`re out (Você está dentro, depois está fora)
You`re up and you`re down (Você está feliz, depois está triste)
You`re wrong when it`s right (Você está errado quando está certo)
It’s black and It’s white (É preto e é branco)
We fight, we break up (Nós brigamos, nós terminamos)
We kiss, we make up. (Nós nos beijamos e voltamos)

You, You don’t really want to stay, no (Você realmente não quer ficar, não)
You, but you don’t really want to go, (Você, mas você também não quer ir)
You`re hot then you`re cold (Você é quente e logo esfria)
You`re yes then you`re no (Você quer e depois não quer)
You`re in and you`re out (Você está dentro e depois está fora)
You`re up and you`re down (Você está feliz e depois está triste)

- Faz alguma coisa, Christopher! – Rodrigo disse chegando ao lado do amigo, que estava paralisado, enquanto a garota cantava olhando em seus olhos. Viu vários caras gritando empolgados enquanto ela rebolava e chegou perto da mesa rapidamente.
- Dul, desce daí! – Disse alto, mas seu grito fora abafado pelos das pessoas. Ela riu.
- Vê se me erra, docinho.

We used to be, just like twins (Nós costumávamos ser, como gêmeos)
So in sync (Tão em sincronia)
The same energy, now’s a dead, battery (Com a mesma energia, agora a bateria acabou)
Used to laugh bout nothing (Costumávamos rir, sobre nada)
Now your plain boring (Agora você está entediante)
I should know, that you’re not gonna change. (Eu deveria saber que você não iria mudar.)

Dulce frisou bem o you’re not gonna change, e Chris alisou os cabelos sem saber o que fazer. Ouviu a voz de Ane logo atrás de si.
- Amiga, desce daí!
- Sobe aqui, Ane! – Dul gritou rindo.
A garota dançava de um jeito que enloqueceria qualquer um ali, mas Uckermann era especial. Não conseguia se conter, o jeito que ela cantava e dançava o fazia sentir culpado e feliz ao mesmo tempo. Com raiva e animado. Quente e frio, riu de si mesmo. Mas ele não queria que todas aquelas pessoas olhassem daquela forma pra ela. Ela era dele, era difícil entender?
- É impressão minha ou a minha irmã tá cantando pro Chris? – Poncho perguntou abismado e Amandinha sorriu amarelo.
- Claro que não, Poncho!
Chris respirou fundo e puxou Dul pela mão.
- Desce daí. – Pediu baixo, mas ela apenas riu, soltando a mão da dele.
- Pra quê? Pra você me decepcionar de novo? – Riu alto – Estou bem, obrigada!
Disse e continuou cantando.

Someone call the doctor (Alguém chame um médico)
Got a case of a love bipolar (Tenho um caso de amor bipolar)
Stuck on a rollercoaster (Presa em uma montanha russa)
Can’t get off this ride (Da qual eu não consigo descer)

Dul ajoelhou na mesa em um lugar que a deixou de frente para onde Chris estava. Cara a cara, a poucos centímetros. Repetiu baixo, sentindo uma lágrima escorrer solitária em seu rosto.

- You change your mind, like a girl changes clothes.

- Chega. – Chris disse e a puxou de cima da mesa, colocando-a nos ombros. Várias pessoas começaram a vaiar, e Dul se debatia e xingava.
- ME LARGA, SEU IDIOTA! – Ela gritava, mas Chris não dava ouvidos. – Christopher, me põe no chão AGORA!
- Fica quieta!
Ele a segurava com mais força e as pessoas abriam espaço para que passassem. A música continuava e todos cantavam e dançavam, mas paravam para olhar a garota que se debatia e esmurrava as costas dele. Christopher abriu a porta do banheiro da sala de estar com o pé e respirou aliviado por não ter ninguém ali. Largou Dulce rapidamente na bancada gélida da pia e ouviu o barulho de algo se quebrando atrás dela, enquanto trancava a porta.
- O que você está fa... – Dul ia dizendo quando Chris a puxou pelo pescoço e colou suas bocas. Parecia que o mundo ia acabar ali, parecia que era última coisa que ele precisava fazer antes de tudo explodisse. A garota conseguiu puxar o mínimo necessário de ar dos pulmões quando sentiu que ele a apertava com cada vez mais força contra si mesmo e entrelaçava os dedos em seu cabelo. Sentiu seu corpo literalmente ceder e reagir rapidamente ao de Christopher, espalmando seu peitoral largo e apertando com um pouco mais de força do que o necessário um de seus ombros. Chris separou o beijo, sentindo seu lábio formigar e vendo a boca de Dul completamente vermelha. A garota respirava fundo, de olhos fechados, e ele ainda mantinha as mãos nas costas e coxa da garota, enquanto ela não moveu as mãos ao redor de seu pescoço.
- Eu quero você, só você. – Chris respirou fundo e Dul encostou a testa na dele, abrindo os olhos – Eu posso beijar três, quatro, quarenta. Eu posso ir pra cama com todas as francesas da Riviera. E nenhuma delas vai chegar aos pés do que você consegue fazer comigo só com um olhar.
- Chris, eu...
- Cala a boca. – ele disse e mordeu o lábio inferior de Dul, que riu baixo e sentiu o corpo estremecer – Chega de amigos com benefícios. Eu não agüento mais me esconder. Eu disse que você ia ser minha, e é isso que eu quero.
- Chris... Eu sou sua. – Dul respondeu e o garoto sorriu de canto, sentindo o coração acelerar muito mais do que o normal.
- Mas eu não quero que seja assim... Eu já aceitei suas regras, seu jogo... Agora se você me quiser, nós vamos ficar na frente de todo mundo.
- Como é? – Dul arregalou os olhos.
- Exatamente isso. – Chris suspirou alto e a beijou com mais delicadeza do que a primeira vez, mas Dul ainda sentiu que seu coração ia sair pela boca – Pode pensar no que você quer. Apareça no meu quarto, se você concordar com o que eu te disse... – Chris sorriu pervertido e beijou demoradamente o pescoço da garota. – Confio em você, docinho.
Disse, destrancando o banheiro e subindo as escadas. Passou despercebido pela festa e fechou a porta atrás de si, em seu quarto, respirando com dificuldade. Era ela que ele queria, e achava que era correspondido. Só faltava ela aparecer.

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