Fanfic: SumemerTime Adaptada / Vondy | Tema: Vondy

- Dul, você quase furou meu ursinho de pelúcia, sua louca! – Ane reclamava pela milésima vez enquanto Mai ria alto.
- Antes o teu ursinho do que a tua mão, garota! – Dul disse rapidamente e riu sozinha, lembrando do que Chris havia dito poucas horas antes. – Luvas de boxe realmente seriam uma ótima opção. – Ela disse e Ane a encarou, totalmente confusa.
- Que? – Disse e a garota chacoalhou a cabeça, levemente corada.
- Nada, tava pensando alto aqui. – Dul respondeu rindo baixo e seguiu andando em direção ao táxi.

Ao descerem do carro, as quatro amigas encararam a mansão boquiabertas. Depois de quase cinco minutos de sorrisos nos rostos e silêncio,Amandinha começou a dar pulinhos animados e todas gargalharam.
- Não acredito, é aqui mesmo Dul? – Mai perguntou e Dul assentiu, sorrindo mais do que o próprio rosto.
- Ok, quem acha que essas serão as melhores férias das nossas vidas? – Amanda perguntou e gritinhos animados responderam rapidamente sua pergunta.
As garotas entraram na mansão e todo o cansaço do dia no aeroporto foi literalmente pelos ares. A piscina gigantesca, a sala enorme com sofás mais do que confortáveis e tudo devidamente arrumado. Correram até o andar de cima e encararam as onze portas dos quartos e riram felizes. Apenas o que pertencia à sua tia estava trancado.
- Dul, por favor, me diga que a sua tia está afim de adotar uma adolescente? – Amanda perguntou e Dul gargalhou – Eu nem vou ocupar muito espaço, ah! Tia Janice me adote! – Ela continuou e as quatro caíram na risada.

Depois de escolherem seus quartos e comerem alguma coisa, a última coisa que queriam era dormir, mesmo com todo o cansaço. Colocaram seus biquínis e foram em direção à praia que tinha logo em frente ao portão. Dul estava maravilhada, não tinha idéia de que a Riviera Francesa poderia ser tão encantadora assim. Mas ainda faltava alguma coisa, e ela sabia muito bem do que se tratava. Um meio sorriso se formou em seu rosto, eDul  preferiu não lutar contra isso. Ele estava chegando, e por mais incrível que isso parecesse, ela estava adorando.

- Meu deus, aquele surfista era simplesmente UMA DELÍCIA! – Ane disse e as amigas riram, ao entrarem na sala da mansão.
- Sou obrigada a concordar amiga, ele realmente era um mau caminho inteiro! –Ane disse e as duas jogaram beijo no ar.
- Gatas, chegamos! – Poncho apareceu rindo alto e seus olhos brilhavam. Dul riu do irmão, mas ainda assim sentiu o estômago revirar com pensamentos malucos de novo. Aquela aproximação com Chris não tinha feito bem para sua sanidade mental.
- É, nada pode ser perfeito, não? – ane disse e Poncho fez careta.
- Não fala assim com o meu chuchu, Ane! –Dul se jogou no colo do irmão, que riu e a rodou no ar. – Poncho , pára com isso! – Ela gritava e o estapeava, enquanto as amigas riam. E em meio a uma dessas voltas, viu Chris parado na porta da sala de jantar, com um sorriso fofo no rosto, apenas observando a cena. Sorriu involuntariamente, e Ponchol a devolveu para o chão. – BABACA! – Ela segurou a cabeça e ele riu.
- Hey, meninas! – Chris aproximou-se tímido e Dul sorriu. Amanda logo reparou e reprimiu um riso. Ele cumprimentou cada uma delas com um beijo no rosto, e Mai estava achando aquilo absurdamente estranho. – Hey!
Ele disse baixinho e cumprimentou Dul da mesma maneira que fez com as outras. A garota mal pode responder, ainda estava tonta com a brincadeira do irmão e despencou numa poltrona que estava atrás dela, arrancando gargalhadas de todos os presentes, e de Christian, que chegara ali.
- Nossa Chris, meus parabéns! Olha o que você fez com a garota! – Christian disse fazendo Poncho rir alto, e Dul levantou o dedo do meio para o garoto.
- Cala a boca! Nem que ele quisesse! – dul respondeu rapidamente e o sorriso de Chris logo sumiu, mas ele não disse nada. A garota levantou no mesmo instante quando viu Rodrigo e deu um abraço caloroso no amigo, que sorria abobalhado. E tudo o que Chris conseguia pensar era que queria estar no lugar de Marques. Chacoalhou a cabeça pra evitar mais pensamentos idiotas e foi até a cozinha, seguido por Poncho.

- Aonde vocês vão? – Dul perguntou jogada em um dos sofás e Rodrigo sorriu.
- Pra praia, precisamos fazer um social, sabe? – Marques arqueou a sobrancelha e riu maroto, fazendo a amiga gargalhar. Amanda, que falava sem parar, apenas observava o garoto sem dizer nada.
- Safadão, mal chegou e já quer arrumar uma francesa? Quer dizer que já vai esquecer de mim? – dul disse com uma voz afetada e Rodrigo se jogou em cima dela no sofá, rindo alto.
- Claro que não, você é a titular, mas eu preciso povoar meu banco de reservas! – Ele piscou e a garota desatou a rir.
- Você não presta! – Ela disse e Chrisapareceu na sala junto com Christian.
- Estamos indo, Rodrigo. – Chris disse simplesmente e Rodrigo riu, beijando a testa de dul e seguindo os dois.
- Arrasa gostoso! – Dul gritou e Cristian a encarou, confuso. – Eu tô falando com o Rodrigo, hein! – Ela disse e Marques gargalhou da cara que o amigo fez. Chris foi o último a sair da sala, sem olhar para onde Dul e Amandinha estavam, e de uma sensação estranha percorreu o corpo de Dul por alguns segundos, até Amanda começar a falar de novo.
- Dul, você JURA que se eu te perguntar uma coisa, você não vai ficar brava? – Amanda disse e Dul a encarou, com o coração batendo forte. O que diabos ela queria perguntar? Sua amiga era observadora, e isso lhe dava medo.
- Claro que não vou, Amandinha. Pode perguntar. – Respondeu tentando manter a indiferença e Amandinha se ajeitou na poltrona.
- Você já ficou com o Rodrigo?
- QUE? – Dul arregalou os olhos que começou a gargalhar sem parar. Estava vermelha, roxa, mal podia respirar. Aquela pergunta era realmente absurda. Amanda a encarava, também rindo, mas curiosa. Aos poucos a respiração de Dul voltou ao normal e ela encarou a amiga, um tanto aliviada da pergunta não ter sido sobre Chris.
- Tá maluca? Seria como beijar o Poncho, Amanda! Eu nunca fiquei e nem ficaria com o Rodrigo, sua maluca! – Ela respondeu e a amiga sabia que era verdade. Sorriu. – Tá sorrindo porque, baranga? – Dul perguntou e Amanda corou, o que era muito difícil de acontecer.
- Por nada, ué. – A garota disparou e Dul arqueou a sobrancelha, olhando maliciosa.
- Amanda... – Disse com a voz autoritária e a amiga riu.
- Ah Dulce! – A garota reclamou e olhou pro teto, envergonhada. – Por nada. Juro. É que...
- Que?
- Caramba, eu nunca tinha reparado que ele é tão sexy! Ele fica andando sem camisa por aí e MEU DEUS, Rodrigo Marques me surpreendeu! –Amanda disse eDul riu alto.
- Quer pegar?
- Pegar quem? – Mai chegou na sala e as duas gelaram. Amandinha soltou um olhar piedoso para dul.
- O surfista gostoso! Eu disse que posso cedê-lo pra Amanda, se ela quiser! –Dul respondeu prontamente e Mai riu, acreditando. As duas ficaram felizes de Mai não ser extremamente desconfiada e nem muito esperta, porque se não estariam ferradas.

- Eu quero voltar pra praia, preciso descobrir se o gostosão voltou ou não! – Sop disse e as amigas sorriram, concordando.
- Ótimo, estou morrendo por um sex on the beach! – Dul disse normalmente e Mai começou a rir escandalosamente.
- Oh pai do céu, eu só tenho amiga doida! –Dul disse rindo. – O que foi, Maite?
- A Dul tá afim de um sexo na praia, olha só que tarada! – Mai respondeu e as amigas gargalharam. Amandinha deu um tapa na testa deMelzinha.
- Você é muito boba, amor! – Ela disse e as quatro atravessaram a rua até o quiosque onde haviam ficado pela manhã.
Dul tirou o vestido preto e ficou apenas com seu biquíni listrado e seus óculos escuros. Pediu sua bebida no quiosque e ficou olhando em volta, tentando convencer a si mesma que procurava o irmão, quando sabia que não era isso.
- AH, GOSTOSA! – Ane apertou a cintura da amiga, que deu um pulo e xingou alto, fazendo a garota gargalhar.
- Tá louca,Ane? Me mata do coração assim! –Dul disse e a menina ainda ria.
- Vamos dar uma volta por aí? As dondocas querem tomar sol, e eu quero ver o que tem de bom nesse lugar... – Ane sorriu marota e Dul balançou a cabeça, rindo baixo.
- Okay, vamos desvendar a Riviera, baby! – Dul respondeu rapidamente e saiu com Ane para mais perto da água.
As duas estavam andando e chamando um pouco de atenção, e como toda mulher, estavam adorando. Mas Dul ainda procurava insistentemente por Chris, e aquilo estava ficando irritante. Avistou Christian e Poncho bebendo na areia e sorriu de canto.
- Olha lá, meu irmão e o Christian! Vamos falar com eles, Ane! – Ela disse puxando a amiga, que tentava a puxar para o outro lado, sem sucesso.
- Cacete Dul, a gente vê eles todo dia, porque temos que... – Sophia ia dizendo quando dul a interrompeu.
- Eu só tô com sede, vou pegar um gole da cerveja do meu irmão, amor. –Dul disse com a voz doce e Ane sorriu, derrotada. – Fala branquelo! –Dul disse e poncho riu.
- Falou a from geto, hein? – Poncho disse eDulgargalhou, assim como Ane. Ela geralmente não gostava de rir do que Poncho dizia, por pura implicância. Mas não conseguiu se conter.
- Me dá um gole disso, mané! – Dul pegou a cerveja do irmão, e sorriu. – Cadê o... – Ela parou ao ver que Christian a encarava. – Rodrigo?
Christian riu.
- Acho que ele foi no quiosque pegar mais cerveja. – Christian disse indiferente e Dul bateu os dedos na garrafa, inquieta. Não sabia como perguntar.
- Que cara é essa, Dul? – Ane perguntou e Dul a xingou mentalmente.
- Nada! – Dul respondeu rapidamente devolvendo a garrafa para Poncho .
Então ela olhou rapidamente em volta e seus olhos pararam no mar. Olhou mais fixamente e viu que uma garota sorria abobalhada, e mais a frente, viu Chris. Ele também sorria e suas mãos tocavam a cintura da menina.
- dul? – Poncho a chamou para a realidade. A garota ainda encarava o mar, boquiaberta.
- É o... Chris? – Perguntou com a voz baixa e Christian riu ruidosamente.
- Meu garoto não perde tempo! –Christian respondeu e Dul não sabia o porquê, mas seu estômago parecia dar cambalhotas dentro dela. Respirou fundo e viu Rodrigo chegando.
- Gatas! – Ele disse e Ane fez careta Ane realmente não se dava bem com nenhum dos garotos.
- Oi. – Dul respondeu baixo. – Vamos procurar aquele cara, Ane? – Ela perguntou e Rodrigo olhou para o mar, e voltou o olhar para amiga de um jeito piedoso. Talvez Marques fosse o único que estava captando tudo.
- Claro! – Ane respondeu aliviada e puxou a amiga pela mão.
-Dul! – Rodrigo a chamou e ela virou.
- O que foi?
Rodrigo encarou o mar e olhou para a amiga. Poncho, Ane e Christian encaravam os dois sem nenhum disfarce, e Marques desistiu.
- Nada, esquece! A gente se vê mais tarde! – Ele disse e Dul fez careta, mas não falou nada. Apenas seguiu Ane e sumiu dali.

Dul estava em uma das cadeiras na borda da piscina, com Mai ao seu lado. Amanda e Ane estavam na água, e todas conversavam animadamente naquele fim de tarde. Dul olhava para o céu e tentava entender porque estava com tanta raiva. Sim, ela estava nervosa, mas conseguia muito bem disfarçar, isso já tinha virado normal para ela. Sorrir para quem não a conhece, disfarçar sentimentos, segurar o choro... Tudo isso era básico, simples. Nenhum esforço anormal. Ouviu um barulho no portão e risadas altas. Respirou fundo e continuou imóvel.
- Ué, pensei que ainda estariam na praia! – Christian disse e Amanda sorriu.
- Estamos experimentando de tudo um pouco, querido! – Ela respondeu e ele sorriu. Ao contrário de Ane, Amanda não tinha nenhum ódio fenomenal por nenhum dos garotos.
- Droga, pensei que a piscina seria nossa! –Poncho reclamou e Dul riu, virando-se de lado. Seu olhar encontrou o de Chris e ele sorriu brevemente. Ela desviou rapidamente e levantou. Chris encarou boquiaberto o corpo perfeito de Dul. Era indiscutível que ela era linda, mas vê-la ali de biquíni, tão próxima dele, era no mínimo tentador.
- Nós não iremos matar vocês, podem usar a piscina, Poncho! – Ela disse e o irmão riu. Chris voltou à realidade e olhou para onde os dois estavam. – Vou pegar uma Coca! –Dul disse por fim.
- Me dá uma carona? – Ane brincou e Dul riu. – Vou ao banheiro.
As duas saíram e Rodrigo deitou na cadeira onde Ane estava. Dul seguiu sozinha para a cozinha gigantesca. Ficou encarando a parede, tentando pensar numa forma de agir normalmente, mas depois dos últimos dias, não sabia mais o que era normal para ela.Ane chegou e ela sorriu.
- Ainda tá aqui? Vim pegar uma também! – A garota disse simplesmente e abriu a geladeira, pegando uma Coca. – Você tá quieta, amor!
- Não tô não. – Dul respondeu rápido e Sop sorriu.
- Eu te conheço, garota! O que houve?
- Nada.
- Desde aquela hora da praia... Que a gente tava com os meninos e você viu o... Espera! – Sop parou e encarou a amiga com os olhos esbugalhados. Dul engoliu seco e a olhou, tentando parecer o mais normal possível. – Você não gostou de ver o Christopher com outra menina? O Christopher? O Christopher? O garoto que você odeia e... – Sop disparou e Dul a beliscou, fazendo-a parar. – OUTCH!
- Cala a boca, Ane! Não é nada disso! –Dul a encarou apreensiva, e tentava manter a voz calma, mas seu coração estava a mil e suas mãos gelavam.
- Então é o que? É claro que é isso! – Ane disse ainda alto e Dul fez sinal pra que ficasse quieta.
- Não, é que eu não tava me sentindo bem. Você bebeu, Anahí? Eu, justo EU? Dulce Mariasempre odiará Christopher Uckermann. Essa é a lei da vida! –Dul respondeu e seu peito doía. Não gostava de mentir para as amigas, e também não sabia por que estava agindo daquela maneira.
- Mas Dul...
- Não tem nada de “mas”! Eu tô falando sério, eu não gosto do Chris, e nada mudou em relação a isso. NADA. – Dul respondeu firme e Sophia assentiu com a cabeça, ainda desconfiada.

- Ué Chris, cadê minha cerveja? – Poncho perguntou olhando para frente e Chris deu de ombros.
- Esqueci de pegar. – Respondeu simplesmente, deitando na grama. Mel abaixou a haste dos óculos escuros e encarou a expressão séria, talvez de dor que Chris tinha no rosto. Ficou imediatamente preocupada.
- Você tá bem, Christopher ? – Mai perguntou e Chris continuou olhando pra cima.
- Não me enche o saco, Mai! – Ele respondeu seco e talvez um pouco alto demais. Mai encarou Rodrigo, que tinha uma expressão confusa no rosto.
- Deixa ele... – Marques disse baixo e Mai deitou na cadeira, contrariada.
“Ela me odeia. ELA ME ODEIA. Porque eu fui acreditar? Então nada mudou!”
Chris pensava e sentia que o peito ia explodir. Tinha escutado a conversa minutos antes e estava se sentindo um completo idiota. Ouviu a risada de Dul e viu que ela chegava com Ane. Levantou rapidamente e saiu em passos duros em direção a porta, esbarrando com força em Sophia.
- Eita, o que deu nele? – Ane perguntou e Rodrigo encarou Dulce, que olhava para a porta com um olhar preocupado.
- Não faço idéia. – Marques respondeu, e entrou na casa atrás do amigo.

- Dude, o que foi isso? – Rodrigo perguntou entrando no quarto e Chris se xingou mentalmente por não ter trancado a porta.
- Nada. – Respondeu simplesmente, forçando um sorriso. – Eu tô bem.
- Ah claro, primeiro você grita com a coitada da Mel, sinceramente eu nunca vi você fazendo isso com ela... – Marques disse e Aguiar mordeu o lábio, lembrando da cena. Mai realmente não merecia. – E depois sai daquele jeito quase quebrando a Anahí no meio!
- Não exagera, eu mal encostei nela! – Christopher respondeu e Rodrigo gargalhou.
- Tá forte então hein? Ela quase caiu.
- Ah Rodrigo, não enche vai! Eu tô bem, vamos descer que eu quero falar com a Mai! – Chris disse saindo do quarto e Rodrigo chacoalhou a cabeça, o seguindo.

Os oito estavam sentados no chão da sala com várias pizzas apoiadas na mesa de centro. Ninguém estava afim de cozinhar e não tinham a mínima idéia de como fariam isso. Estavam comendo antes de saírem, em grupos separados, para conhecer a noite da Riviera.Dul estava sentada longe de Chris, e de vez em quando se via encarando o garoto, que parecia fazer questão de olhar pra qualquer pessoa que não fosse ela.
- Christopher... - Dul disse e todos a encararam, inclusive ele.
- Hum... –Chris respondeu com a boca cheia e fingindo indiferença. Dul rolou os olhos.
- Me dá um copo? – Ela perguntou apontando para a pilha de copos descartáveis que estava ao lado do garoto.
Chris encarou os copos, olhou para o rosto de cada um dos amigos e voltou seu olhar pra Dul, engolindo seco.
- Porque eu faria isso? –ele  respondeu e Dul arregalou os olhos, sem entender.
- Porque os copos estão do teu lado, talvez? – Ela disse com a voz confusa e Chris riu baixo. Todos olhavam pra ele.
- Você quer? Então você vem pegar, docinho. – Ele disse simplesmente com um tom debochado e voltou a comer seu pedaço de pizza como se nada tivesse acontecido. Dul sentiu o rosto queimar de raiva. Não sabia por que Chris estava agindo daquela maneira, mas realmente tinha conseguido a irritar. Odiava aquelas respostas. Odiava aquele apelidinho maldito. Mai estendeu a mão para o copo, mas Dul a encarou com um olhar bravo e ela parou onde estava. Christopher ainda parecia estar mais interessado na pizza do que em qualquer outra coisa. Dul engatinhou calmamente até onde os copos estavam, e Chris olhou discretamente. A garota ajoelhou e pegou uma garrafa de refrigerante ao lado de Poncho, colocando calmamente no copo enquanto Chris sorria maliciosamente. Então ela o encarou e começou a entornar o refrigerante na bermuda que ele estava vestindo, rindo alto.
- CARALHO, VOCÊ TÁ MALUCA? – Chris gritou e Dul riu escandalosamente.
- Talvez se você tivesse sido gentil uma vez na sua vida, isso não teria acontecido! – Dulkdisse com um sorriso encantador e voltou para onde estava, vendo que as amigas riam e que os garotos a encaravam amedrontados, mas que queriam rir. Chris rolou os olhos e levantou, saindo dali rapidamente, sem dizer nenhuma palavra.

Luinha estava sentada sozinha no enorme sofá da sala de TV. Estava arrumada e esperava que Melzinha e Amandinha ficassem prontas. Ane estava com ela até minutos antes, mas fora apressar as garotas.Chris entrou na sala e Dul percebeu isso, mas não tirou os olhos da televisão. Ele se jogou no sofá de uma maneira rude e pegou o controle remoto, mudando de canal como se ninguém estivesse ali. Dul resmungou alto e virou para ele.
- Chris, eu estava assistindo, me dá essa porcaria de controle!
- Ah, nem vi que você estava aqui, docinho! – Chris respondeu e a garota bateu com a mão fechada no sofá, fazendo-o rir alto.
- Pára de rir seu idiota, me dá esse controle!
- Nossa, quanta revolta! Fica quieta aí e assiste futebol que é melhor... – Chris disse calmamente e Dul levantou, xingando baixo.
Quando estava prestes a sair da sala, Christiane Rodrigo chegaram.Dul parou no meio do caminho e voltou até onde Christopher estava sentado. Apoiou suas mãos nos joelhos do garoto, e aproximou seu rosto do dele, tão perto que podia sentir a respiração deChristopherfalhar e ele desviar o olhar. Levou uma das mãos até seu rosto delicadamente e levantou seu queixo, fazendo com que olhasse em seus olhos.
- Sabe, Chris... Você já foi muito melhor nisso! – Ela dizia com a voz doce, e Chris respirava com dificuldade – Nossas brigas já foram tão mais... Adultas, sabe? Ah, você perdeu o jeito! Negar pegar um copo pra mim? Mudar o canal da TV enquanto eu assisto? – ela parou e riu alto. – Quantos anos você tem, nove? Se for pra ser assim, eu prefiro não brigar, tá? Ignorar você me parece bem mais sensato, e sabe do que mais? – Ela perguntou acariciando o rosto do garoto, com um olhar malicioso – É isso que eu vou fazer! Volte a ser homem e depois venha falar comigo,docinho...
Dul deu um tapinha leve no rosto de Christopher, e saiu rebolando da sala, ignorando os olhares de Rodrigo e Christian. Assim que saiu pelo corredor, ouviu os dois gargalharem lá dentro e riu sozinha. Se Chris queria voltar a agir como um idiota, problema dele. Ela sempre seria melhor.

- Já vão? – Rodrigo perguntou vendo as quatro garotas arrumadíssimas passarem ao lado da piscina em direção ao portão.
- Já, queremos sair cedo e voltar cedo... – Dul disse e ele a encarou – Tipo umas sete da manhã, sabe? Cedo! – Ela completou e o amigo gargalhou.
Christopher apareceu do lado de fora e encarou a garota que ria enquanto conversava com Marques. Ela estava com uma saia jeans curta, uma baby-look preta com uns desenhos e um scarpin. Extremamente e irritantemente linda. Sentiu raiva ao lembrar do que acontecera momentos antes, e do quanto tinha sido zoado por aquilo. Os outros garotos apareceram atrás dele, também prontos pra sair.
- Vamos à caça? – Christian passou o braço nos ombros de Christopher, que riu.
- Com toda certeza, dude! – Ele respondeu e viu as meninas já saírem, seguindo com os amigos para o lado oposto de onde iam.

Depois de darem voltas pela Riviera, os garotos acabaram no mesmo lugar onde as meninas estavam.Poncho as avistou de longe e acenou, pegando uma mesa com os amigos. Chris viu Dul rindo com um garoto, e fez careta. A raiva ainda não tinha passado, e ele queria se vingar. A cada centímetro que o garoto se aproximava, ele ficava mais apreensivo, dando goles gigantescos em sua cerveja. Os garotos mal perceberam as reações do amigo, estavam mais interessados em vigiar um grupo de garotas que estava na mesa ao lado. Christopher olhou para o lado e viu as quatro garotas bonitas chegarem perto, cumprimentando-os e sentando junto com eles. Chacoalhou a cabeça e fixou o olhar no decote de uma ruiva, por mais que isso incrivelmente lhe parecesse bem menos interessante do que ficar se torturando ao assistir Dul e o outro cara.
- Vou pegar mais cerveja, quer alguma coisa? – Chris perguntou alto, devido a música, e a garota da qual ele não lembrava o nome sorriu, assentindo.
- Traz uma pra mim também! – Ela disse e ele sorriu, já um pouco alterado pela bebida.
Seguiu até o bar e pediu duas cervejas para a garçonete. O pub estava cheio e ele estava tendo dificuldade para conseguir voltar para onde estava sentado. No meio da multidão, avistou Dulce e Amandinha.
- O que você disse dulce? – Amanda gritou e Luinha riu.
- Eu vou pra casa buscar a máquina! – Dulce gritou e Amanda fez careta.
- AGORA? Deixa pra depois, a gente tira foto amanhã! – Amandinha disse alto e Dul negou. Christopher ainda tentava passar, mas de alguma forma queria ficar preso ali.
- Não, eu quero registrar nossa primeira noite na França! – Dul respondeu e a amiga riu. – Temos quatro câmeras e esquecemos todas, lerdas!
- É A EMPOLGAÇÃO DA FRANÇA, UHUL! – Amanda gritou eDulce riu alto, saindo por entre as pessoas.
Chriostopher olhou a garota e teve um estalo. Riu sozinho e abriu caminho para passar, com um sorriso malicioso nos lábios.

Dulce abriu o portão da mansão e entrou calmamente. O pub em que ela estava com as amigas ficava apenas dez minutos dali, talvez menos, mas ela pegou um táxi mesmo assim. Subiu as escadas devagar, e seus ouvidos estavam zunindo, ainda desacostumados com o silêncio repentino. Entrou em seu quarto e encarou as malas, desanimada. Não tinha a menor idéia de onde havia guardado a câmera e aquilo poderia demorar mais do que ela esperava. Fez uma careta pensando nisso, quando lembrou que ela e as garotas tinham tirado fotos no avião com a câmera de Mai, e foi para o quarto da amiga, diretamente até a bolsa da garota. Pegou a pequena câmera rosa e sorriu, virando-se para ir embora.
- AAAAAAAH! –Dul gritou alto e Chjris desatou a rir. – Christopher? Porra, quer me matar de susto? – Dul ainda berrava e segurava o peito, ficando irritada ao ouvir a risada de Chris. – O que diabos você tá fazendo aqui?
- Ué, eu também estou hospedado aqui, esqueceu? –Chris respondeu indiferente, encostando na parede.
- Ah é, quase esqueci desse pequeno detalhe. – Dul respondeu debochada e Christopher rolou os olhos. – Vou nessa, até depois Christopher!
Dul disse quase passando pela porta quando Chris a segurou pelo braço, a puxando para dentro novamente. Chris a puxou com força e seus corpos involuntariamente se colaram. Ele respirou fundo e a encostou na parede, prendendo-a entre seus braços. Dulce sentia sua respiração falhar a medida que seu coração acelerava.
- O que... O que você tá fazendo? – Ela conseguiu dizer com a voz fraca, e Christopher sorriu malicioso, a apertando novamente contra a parede. Ele encostou o nariz no pescoço da menina e pode perceber que ela se arrepiou com o toque. Sorriu, aproximando sua boca da orelha dela.
- Repete o que você disse. – Christopher disse com a voz baixa, e Dulce suspirou alto.
- Do que você tá falando, garoto? – Dul respondeu quase sussurrando, enquanto Christopher brincava com seu pescoço e ela sentia sua pele arrepiar.
- Que eu não sou homem. – Ele disse simplesmente, mordendo o lóbulo da orelha da garota, que num reflexo, apertou sua cintura.
- Você tá maluco? Pára com isso, Chris... – Luinha tentava parecer autoritária, mas sua voz saía fraca, suas pernas estavam moles.
- Repete. – Chris insistiu, ainda sussurrando, enquanto entrelaçava as mãos no cabelo de Dulce, próximo a nuca, e ela fechou os olhos, respirando fundo.
- Chris, já te disse pra me largar! – Ela respondeu, em um tom de ameaça muito baixo. O garoto riu próximo ao seu ouvido.
- Engraçado. Você diz uma coisa, mas age de outro jeito... – Ele parou de falar e encostou a testa na dela. A única luz vinha da varanda, e ele suspirou alto ao encará-la tão de perto. – Se você quer tanto que eu pare, porque está apertando minha cintura com tanta força, docinho? – Ele continuou malicioso e ela bufou, sentindo seu rosto queimar.
- Christopher Uckermann, é melhor você me largar...
- Pede por favor... –Ele respondeu malicioso e a garota riu sarcástica.
- Me erra, Christopher!
- Pede! –Christopher apertou a cintura da garota com força, roçando o nariz no da garota.
- Por favor... Por favor! – Dul respondeu baixo e o garoto riu.
- Tudo bem, se é isso o que você quer... – Chris soltou os braços que prendiam Dul e riu. A garota respirou fundo e abriu os olhos, estava irritada, mas mais do que isso, estava tentada a fazer algo que sabia que iria se arrepender depois. Christopher sorriu ao olhar a garota totalmente desnorteada e saiu do quarto, fechando a porta. Dulce escorregou na parede com a respiração completamente falha, não sabia o que fazer. Respirou fundo novamente e levantou, girando a maçaneta. Mas a porta não abriu. Girou mais algumas vezes e nada aconteceu. Deu um soco na porta, com a raiva já consumindo seu corpo.
- Christopher! – Ela gritou, mas ninguém respondeu. – Put.a que pari.u!
Dulce correu até a varanda e viu Chris rindo, sentado na grama.
- O QUE DIABOS VOCÊ TÁ FAZENDO? – Ela berrou, e ele se contorcia de rir. – Me tira daqui, Uckermann! – Ela continuou gritando.
- Engraçado, não é Dul? – Ele levantou, andando de um lado para o outro – Achei que você fosse boa nisso, mas vejo que não! Só foi eu encostar em você – Ele riu presunçoso – Que a mulher decidida foi pelos ares, né? – Chris riu e Dul gritou descontrolada, fazendo com que ele gargalhasse ainda mais alto. – Novidade pra você: Sinto informar, mas você não é tão boa nisso quanto pensa, docinho. Tenha uma ótima noite presa no quarto!
Chris riu alto e jogou um beijo no ar, caminhando em direção ao portão. Dul gritava descontroladamente. Ele parou e olhou para trás.
- Tá gritando porque, maluca? – Ele disse e a garota bufou.
- Christopher, me tira daqui AGORA! – Dulce gritou autoritária.
- Ah, tá afim de sair? – Ele sorriu. – Pula! É baixinho! – Christopher disse cheio de si, mesmo sabendo que aquilo tinha sido uma tremenda maldade. Ele sabia que ela nunca pularia.
- Christopher, você sabe que eu tenho medo! – Ela disse com a voz chorosa e o garoto respirou fundo. Tinha prometido a si mesmo que não daria para trás.
- Bom, isso já não é problema meu! – Respondeu com a voz meio baixa e saiu dali, sem olhar pra trás, porque sabia que mudaria de idéia.

Chris voltou andando devagar até o pub onde estavam. Por mais que aquilo fosse uma grande lição para Dulce, estava se sentindo mal por tê-lo feito. As imagens da garota frágil entre seus braços, quase cedendo a suas carícias, faziam seu coração acelerar. Não conseguia entender o como tinha sido forte o suficiente pra levar o plano até o final, e por mais que se sentisse orgulhoso disso, aquela sensação ruim não o abandonava. Avistou Rodrigo com Mai e Amanda do lado de fora do pub e foi até eles.
- Onde você tava, dude? – Marques rapidamente perguntou e Chris colocou as mãos nos bolsos, nervoso.
- Por aí. – Respondeu simplesmente.
- Meu, eu tô preocupada com a dul, tô falando sério! – Amanda dizia apreensiva, andando de um lado pro outro – Eu não agüento mais esperar, já era pra ela ter chegado, Rodrigo! Eu vou atrás dela!
- Eu também vou! – Mai disse rapidamente e Chris sentiu as mãos gelarem.
- Não! – Ele disse rapidamente e as duas o encararam, confusas.
- Como não, Chris? A minha amiga pode estar em perigo! – Amandinha disse e ele forçou um sorriso.
- A Dul tá bem, eu estive com ela agora a pouco. – Respondeu contra a vontade e Rodrigo arregalou os olhos.
- Você tava com a Dul? – Marques perguntou e Uckermann assentiu.
- E onde ela tá? – Mai perguntou.
- Ela foi buscar a câmera pra tirar fotos com vocês, mas conheceu um cara no meio do caminho e ficou conversando com ele. – Christopher respondeu do nada e Amanda o encarou, sem acreditar nenhum pouco.
- Fala a verdade, Christopher. – Ela disse e o garoto sentiu o rosto queimar.
- Eu tô falando, Amandinha. Foi isso mesmo. Eu juro pra vocês que a amiga de vocês tá bem segura. – Christopher disse – Até demais. – Sussurrou mais para si mesmo, sentindo-se um completo idiota. Mel encarou Amanda.
- Tá, Christopher. Se algo acontecer com a minha amiga, a culpa é total sua! – Amanda disse autoritária. – Vem Melzinha, vamos entrar. – A garota puxou Mai pela mão de volta para o pub. Antes que Rodrigo perguntasse alguma coisa, Chris começou a falar.
- É verdade, Marques. Agora eu preciso fazer uma coisa. – Chris disse rapidamente e saiu dali, ignorando o amigo e tudo o que ele pudesse lhe dizer.

Christopher pegou um táxi e chegou rapidamente na mansão. Sabia que Dulce iria tentar o matar, e estava preparado pra isso. Tinha pegado pesado demais dessa vez. Subiu as escadas quase correndo e respirou fundo antes de virar a chave na maçaneta. Acendeu a luz do quarto e não viu ninguém.
- Dul? – Perguntou, com a voz fraca. Ninguém respondeu e Christopher tremeu. Abriu a porta do banheiro, mas também não havia ninguém lá dentro. – Merda. – Sussurrou, indo até a varanda.
Ao chegar à varanda, Chris olhou para o lado e viu Dulce sentada no parapeito que interligava as varandas de Mai e Poncho. Ela estava sentada, de olhos fechados e com o rosto vermelho.
- Dulce, o que você tá fazendo? – Chris perguntou com os olhos arregalados e a garota abriu os olhos, olhando para o lado. Christopher pode perceber que seus olhos estavam vermelhos e sentiu o peito apertar por isso.
- O que você acha, idiota? – Ela respondeu secamente, tentando enxugar as lágrimas.
- É perigoso, você não pode, você tem medo, você... – Chris começou a gaguejar e a se sentir péssimo. Nunca havia se sentido daquela maneira antes.
- Cala a boca! Eu vou chegar do outro lado, sai daqui! – Dulce respondeu se movimentando muito devagar, ainda sentada e de olhos fechados.
- Dul, deixa eu te ajudar... – Chris disse colocando uma perna no parapeito, mas sendo interrompido por um grito.
- Fica aonde você está, Eu não quero e eu não preciso da sua ajuda. – Ela respondeu ainda sentada, e Chris podia ver que ela tremia. – Eu não quero nada que venha de você.
Christopher sentiu o estômago revirar quando ela disse isso. Respirou fundo, mas não estava se sentindo nada bem daquela forma. Não tinha imaginado que aquilo pudesse acontecer, sabia que tinha colocado tudo a perder. Colocou a perna pra dentro novamente, e encarou a garota, que mantinha os olhos fechados.
- Desculpa, Dul. Eu não queria ter feito isso, eu...
- Eu disse pra você calar a boca.
Chris sentiu os olhos queimarem e colocou as mãos nos bolsos, virando de costas.
- NÃO! – Dul gritou e ele virou para trás rapidamente, assustado.
- O que foi? – Ele perguntou, a voz falha e tensa.
- Não vai, me ajuda! – Ela disse chorando e Chris ficou em silêncio, subindo no parapeito sem questionar. Andou devagar e estendeu a mão para a garota.
- Vem, me dá sua mão. – Ele disse baixo e Dul abriu os olhos, olhando pra cima.
- Eu vou cair. – Respondeu baixo e Chris sorriu.
- Confia em mim.
- Tá meio difícil, ultimamente... – Dul disse baixo e Chris sentiu o coração apertar de novo, mas não disse nada, porque sabia que era verdade.
Dul segurou a mão de Chris e ele a puxou para cima. A garota envolveu sua cintura rapidamente e fechou os olhos. Chris sorriu.
- Ei... – Ele disse baixo e a Dul o olhou nos olhos – Tá na hora de vencer seu medo. Vem, anda. – Chris disse a puxando pela mão, mas a garota continuou parada e ele riu baixo. – Dulce, vem.
- Eu te mato, eu te mato! – Ela murmurava andando pé ante pé até a varanda.
- Não olha pra baixo. – Ele disse com a voz doce e a menina sorriu, mesmo sem querer, olhando nos olhos dele, que andava de costas. – Só mais um pouco, continua olhando pra mim, só pra mim – Ele disse e pulou pra dentro, ajudando-a a voltar pra varanda.
Dul respirou fundo e sorriu.
- Não foi tão difícil. – Ela disse e Chris sorriu largamente, vendo a garota tremer.
- Eu disse que era fácil. – Christopher sorriu. – Você está tremendo! – Ele disse aproximando-se de Dul e apertando seus braços ao redor da menina. Ela respirou fundo, tentando organizar os pensamentos. Rapidamente lembrou de tudo o que acontecera minutos antes, e soltou o abraço, irritada.
- Me larga, Christopher. Sai de perto de mim! – Dul disse áspera e entrou para o quarto, pisando firme. Chris passou as mãos nos cabelos, respirando fundo. Doce ilusão a dele. Nada era fácil com Dulce Maria.
Chris entrou em seguida de Dul, andando um pouco mais rápido para alcançá-la.
- Dul, deixa eu falar com você... Eu te pedi desculpas, eu... – Ele dizia quando fora interrompido.
- Não é suficiente, Chris. Você pegou pesado dessa vez! – Dul disse alto e virou-se de frente para o garoto, que ficou em silêncio.
- Eu sei, mas o que você quer que eu faça? – Christopher respondeu com a voz baixa e Dul bufou, rolando os olhos.
- Faça o que você quiser. Nada vai mudar. – Disse rapidamente e continuou andando.
- Eu sei que não. Eu ouvi o que você disse. – ele falou e a garota parou de andar, em frente a porta de seu quarto.
- Eu não sei do que você tá falando, lindinho. – Dul respondeu sarcástica e Chris rolou os olhos.
- Então deixa eu refrescar sua memória, meu bem... – ele disse com a voz já alterada e chegando perto novamente. Era impressionante como aquela garota o tirava do sério. – Você disse pra Anahí que me odeia.
Dul arregalou os olhos e não conseguiu esconder o espanto e a vergonha que sentiu. Ele não podia ter ouvido aquilo, não podia.
- Chris, eu... – A garota ia se desculpando, quando parou de falar. – Espera aí! Você anda ouvindo minhas conversas atrás da porta? Ah, só o que faltava! – Dulce reclamou e Chris riu debochado.
- Vocês estavam berrando, quem passasse a quilômetros daquela cozinha ouviria o que diziam. E do que adianta? Não muda de assunto, Lua. Você me odeia e eu ouvi isso.
- Eu não te odeio, Chris. – ela disse com a voz baixa e olhando para os pés, e Chris sorriu de canto ao perceber que tinha a deixado desconsertada.
- Então porque você disse que...
- Não sei. Sinceramente eu não sei.
Dul disse o encarando nos olhos e Christopher sorriu. Deu um passo adiante e puxou a garota, apertando-a com força contra seu corpo. Dul sorriu largamente e envolveu a cintura de Chris, sentindo o cheirinho bom que o garoto tinha, e sentindo-se incrivelmente bem enquanto ele acariciava seus cabelos devagar. Os dois passaram incontáveis minutos assim, e Chris deu um longo beijo na bochecha de Dulce, e sem largar sua cintura, encostou a testa na dela.
- Eu sei. – Ele disse baixinho e Dul arqueou a sobrancelha, sem entender absolutamente nada.
- Sabe o que, criatura? – Dul disse engraçadamente e Chris riu alto, fazendo com que ela risse junto. Era inevitável.
- Porque você disse que me odeia. Eu tenho uma teoria. – Christopher disse e quando percebeu que a menina ia se manifestar, silenciou seus lábios com um toque suave de seu dedo, fazendo com que ela sentisse a nuca arrepiar sem querer.
- Fala. – Ela disse com os lábios quase colados e Chris riu de novo.
- Porque, pelo menos pra mim, é muito mais fácil odiar você, do que... – Chris parou e sorriu, tímido. – Do que gostar de você.
Dul sorriu largamente e sentiu borboletas fazerem festa em seu estômago. Aquilo não estava acontecendo, era tão impossível, tão surreal, tão maravilhoso. Ao ver o lindo sorriso de Chris se formar em seu rosto, tocou o rosto do garoto devagar e levantou nas pontas dos pés, roçando o nariz no dele e o olhando de uma distância tão minúscula que parecia deixá-lo perfeito. Perfeito. Aquele momento era exatamente isso.
- Você tem razão. – Luinha disse baixo, sentindo Christopher levantá-la um pouco pela cintura até que estivessem da mesma altura. – Parece que você leu minha mente. Era exatamente isso que eu queria dizer.
Chris a puxou pra tão perto que Dulce sentiu que a respiração ia falhar. Respirou fundo e sorriu, mordendo a bochecha do garoto.
- Não. – Ela disse, percebendo o que ele iria fazer. – Não agora.
- Por quê? – Chris perguntou com um olhar fofo e um tanto decepcionado e a garota quase acabou ela mesma com tudo aquilo.
- Muito fácil pra você. – Ela disse e riu da cara confusa de Christopher. – Brigue por mim. Me conquiste. Mostre que você não é como nenhum outro. Eu estou cansada de me dar mal com os garotos. – Dul sorriu de um jeito encantador. – Se você realmente quer, você vai achar um jeito de me fazer acreditar.
Chris sorriu malicioso e Dulce riu alto. Por mais que quisesse terminar com aquilo agora, aquele desafio lhe parecia mais tentador do que qualquer outro. Dul estalou um beijo perto da boca de Chris, que sorriu derrotado ao vê-la saindo em direção as escadas.
- Ei! – Chris disse e Dul virou para trás, olhando em seus olhos.
- O que foi?
- Eu aceito o desafio. Sabe de uma coisa? – Chris disse encostado na parede e Dul negou, mas sorria – Você vai ser minha, docinho. Pode esperar.