Fanfic: Entre Anjos E Demônios
Amélia estava em pé em frente à janela do escritório de Carlos, vestia seu vestido branco que mostrava perfeitamente o tamanho de sua barriga de oito meses de gestação.
Ela observava a chuva cair e molhar a grama do quintal que já estava submersa pela água, e fazendo varias poças de lama em outros lugares mais elevados. Ventava bastante naquele dia, fazendo com que as árvores quase se dobrassem ao meio por causa da velocidade com que o vento se chocava contras elas. Parecia que a qualquer momento, cairia uma por uma.
Amélia sentiu um arrepio subir pelo seu corpo e cruzou os braços e os esfregou. passou a mão pela sua barriga com um sorriso largo no rosto quando sentiu seu bebê chutar. Chovia desde a noite passada e tudo estava calmo, ninguém se atrevia sair de casa e encarar os pingos de água naquela pequena vila. mas essa calmaria dizia para Amélia ficar preocupada, com ela mesma, seu marido e seus filhos.
–Você não acha que tudo está muito calmo, Carlos? - Perguntou Amélia sem olhar para ele.
Carlos que estava sentado na mesa escrevendo em seu caderno que ele levava consigo pra cima e para baixo, parou de escrever e olhou para Amélia que estava de costas para ele.
–Não. - Respondeu dando de ombros. - Estou gostando desta paz. - Disse ele levantando-se e ficando atrás da esposa, e abraçando aquele corpo que ele queria sempre ter entre seus braços.
–Estou com um mau pressentimento de que alguma coisa muito ruim vai acontecer a qualquer momento. - Disse ela com a mão no peito. - Meu coração me diz para ficar preocupada com toda essa tranquilidade.
Carlos virou Amélia, para que ela o encarasse. Ele beijou o topo de sua testa e ela fechou os olhos ao sentir o toque dos lábios de seu marido em sua pele. Quando os abriu, ele a olhava profundamente.
–Não tem nada com o que se preocupar. - Carlos disse serio mais com a voz doce. - Se alguma acontecer... - Ele congelou ao ouvir que aquelas palavras saiam de sua boca. - Vou estar bem do seu lado para proteger você e aos nossos filhos. - Então a abraçou novamente, o que fez com que ela se sentisse segura nos braços do homem que amava. Ela o olhou novamente com um sorriso nos lábios.
–E se for menina? Você não vai ficar decepcionado? - Perguntou Amélia mudando o rumo da conversa. O que Carlos agradeceu mentalmente.
–Não vou mentir, quero que seja outro menino. Mas se for menina, vou amá-la do mesmo jeito. Ou até mais. - E sorriu para ela, a beijando de leve em seus lábios. - Agora vamos jantar, estou com fome e você não pode ficar sem se alimentar.
Eles sentaram-se em torno da mesa para o jantar. Estavam conversando animados sobre qual nome dariam ao seu segundo filho. Para menino, escolheram Enrique, e para uma menina... Camila. Mas a conversa foi interrompida quando alguém arrombou a porta da frente. Por causa do susto eles levantaram-se rapidamente e encostaram contra a parede.
Um homem entrou na casa com passos lentos e decididos, estava com a roupa ensopada pela chuva e vestia um sobretudo marrom com um chapéu preto. Ele era alto, a pele pálida, quase branca como neve e de cabelo preto, que combinava muito bem com sua pele branca.
Ele ergueu a cabeça e olhou para os dois que estavam encurralados contra a parede. Esperando que o estranho fizesse qualquer movimento perigoso.
–Tenho que dar meus parabéns, Carlos. - Disse o estranho. - Esse era o último lugar que pensaria que você fosse trazer sua querida ´´esposa`` grávida para se esconderem de mim. - Ele sorriu.
–Quem você é? - Perguntou Carlos recompondo-se do susto.
–Não se lembra mais de seu irmão? - Perguntou o estranho erguendo uma sobrancelha. - Magoou . - disse zombando com a mão sobre o peito esquerdo.
–Caio? - Carlos arregalou os olhos - O que faz aqui? - Perguntou Carlos surpreso e com medo.
–Passei muito tempo procurando por vocês. - Caio comentou sentando-se a mesa do jantar sem tirar os olhos dos dois. - Vim busca-la, e você não vai impedir.
–Você não vai levar ninguém. - Disse Carlos furioso.
–Maninho... - Caio tirou um pedaço de metal do seu bolso, que se transformou em um arco com uma flecha prateada em sua mão apontada para o peito de Carlos. - Você não pode me impedir. - Disse serio. - Venha comigo Amélia, e deixarei seu ´´marido`` viver. - Ele disse para Amélia que estava escondida atrás de Carlos.
–Não vou a lugar nenhum com você. - Amélia disse secamente para Caio.
–Vou dar só mais uma chance. - Caio disse indiferente. - Você vem comigo sem lutar e eu deixo Carlos viver, ou...- Ele olhou para Carlos sério. - Vai ser preciso que eu mate ele para decidir vir comigo?
Carlos olhou para Amélia, ela estava assustada, ela apertou a mão de Carlos que tremia ao segurar a mão dela.
–Ela não vai para lugar nenhum com você. - Carlos respondeu por Amélia. - É melhor você ir embora.
Os ombros de Carlos foram para trás e se arquearam e de suas costas saíram... Asas negras, elas era grandes e teria tomado quase todo o espaço da sala se ele não tivesse segurado junto a seu corpo. Elas eram lindas, suas asas brilhavam tanto. Caio vendo as asas de Carlos, também desenrolou suas asas que eram douradas como ouro e continha listras negras ao longo delas, diferente das de Carlos que eram negras como carvão. Caio atacou Carlos... Eles começaram a lutar, cada um tentava acertar socos e chutes para derrubar seu adversário. Carlos olhou para Amélia enquanto segurava Caio pela garganta e tentava enforca-lo.
–Vá Amélia. - Carlos gritou. - Fuja, eu encontro com você depois. Vá. - Ele ordenou para que ela fugisse. Ela hesitou. Não queria deixar seu marido para trás, mais agora, sua gravidez estava avantajada e só iria atrapalhar se ficasse. Com o coração sangrando, ela fugiu.
Amélia correu em direção à porta, quando conseguiu sair à chuva molhou seu corpo, seu coração pedia para que voltasse mais seu cérebro a mandava continuar. Amélia correu por entre as árvores do quintal, mais não foi muito longe. sem esperar, algo ou alguém a segurou pelo braço a impedindo que fugisse. ela tentou se soltar mais a mão que a prendia era mais forte, Amélia ficou decepcionada quando olhou para o rosto de quem a segurava e viu que era uma mulher ruiva também usando um sobretudo preto e um vestido da cor preta também por baixo. a chuva tinha molhado toda sua roupa e seu cabelo, o fazendo ficar na frente do rosto atrapalhando sua visão e de que fosse reconhecida. Mas aquela pessoa, Amélia reconheceria em qualquer lugar.
–Anna? - Amélia disse abismada - Como pôde nos trair? - Amélia perguntou triste por ter sido traída por alguém em que confiava. Mais no segundo seguinte, quis mata-la por esta ao lado de alguém que queria a morte de sua família.
–Eu só escolhi um lado diferente do seu, prima--Respondeu Anna sorrindo sobriamente para Amélia.
–Não pense que ele gosta de você. - Disse Amélia já cheia de ódio por Anna. - Ele só estar fingindo e quando conseguir o que quer, que é a mim como mulher dele. Ele irá largar você mais rápido do que foi para convence-la a entregar a nossa localização. - Disse Amélia amargurada e Anna lhe deu uma bofetada no lado direito do rosto de Amélia.
–Você estar muito enganada, querida prima. - Anna disse calmamente afastando o cabelos que ficaram sobre seus olhos. - Você não...
Um estrondo vindo de dentro da casa que interrompeu Anna. Amélia olhou para a porta preocupada com o barulho.
–Vamos ver o que estar acontecendo? - Anna disse sorrindo levando Amélia de volta para dentro.
Amélia sentiu seu coração encolher dentro do peito quando viu que Caio tinha dominado Carlos e agora apontava o arco para o peito de Carlos. ´´Daquela distancia, Caio não vai errar.`` Pensou Amélia.
–Foi mal maninho... - Caio fez uma pausa. - Não é nada pessoal. - Disse Caio puxando o gatilho.
–Não faça isso, Caio. - Amélia gritou. - Eu irei com vocês, mas não faça isso por favor.- Amélia implorou. - Eu o amo. Por favor, não atire... Eu vou com vocês. - Amélia continuou implorando aos prantos.
Caio olhou para ela por cima do ombro com um olhar triste e pesaroso.
–Tarde demais cunhada. - Disse Caio com um olhar assustador. – Eu avisei que só lhe daria essa oportunidade uma vez. - Caio disse.
–Eu amo você. Não esqueça disso. - Carlos falou encarando aqueles olhos que ele adorava ver se abrindo pela manhã todos os dias.
–Não... - Amélia gritou de olhos fechados ao ouvir o barulho do arco sendo disparado.
Ela olhou para Carlos com a flecha cravada em seu peito, ela queria ir cuidar dele, dizer que tudo ficaria bem. Mas sabia que era mentira. Ela olhou para o Caio que já havia recolhido suas asas, ele estava vindo em sua direção e a olhava com ódio, raiva, amargura e tristeza ao mesmo tempo. Vários sentimentos estavam misturados ali, e nenhum deles era bom. E parou na sua frente.
Ela olhou e viu o corpo de Carlos estendido no chão da sala e tentou se soltar das garras de Anna, mas estava fraca. Queria correr até Carlos e dizer que tudo ficaria bem e que iriam sair dessa juntos como sempre, mas seria tudo mentira.
–Eu avisei que lhe encontraria. - Caio disse não com um tom de voz ameaçador, mas sim com tristeza. Amélia deixou escapar um gemido quando caio esfaqueou sua barriga, ela olhou para baixo e viu seu sangue manchar seu vestido branco. - Sinto muito. - Caio disse para Amélia e retirou o punhal e enfiou-o novamente em sua barriga.
Anna soltou Amélia bruscamente e Caio a segurou antes que caísse e a deitou delicadamente no chão. Ele olhou uma ultima vez para ela e viu no seu olhar que ela o odiava com intensidade e retirou o punhal da barriga dela
–Eu o-odeio vo-você. - Foi a última coisa que Caio ouviu, antes de esfaqueá-la novamente, mais agora, em seu peito.
Amélia gemeu baixo por causa da dor, e aos poucos, seus olhos foram fechando e a imagem de Caio foi ficando embaçada. Até que a única coisa que ela via, era a escuridão ao seu redor.
Caio acariciou o rosto da mulher por quem foi e ainda é apaixonado, ele depositou um beijo nos lábios dela e a deixou ali no chão frio e foi embora, deixando os corpos de Amélia e Carlos para trás.
Autor(a): BiaRuz
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