Fanfic: Mulheres Assassinas - The List | Tema: Sexo

Cortei caminho por ruas alternativas, pra chegar mais rápido à delegacia. Peguei as chaves que Ablon me dera à algum tempo, rezando pra que ainda pudesse usar seu carro reserva (é, não faz o mínimo sentido, mas ele mantinha um carro reserva no lugar, pra que eu pudesse usá-lo)... Tive sorte, pois ainda estava lá. Samuel se sentou ao meu lado no carona, calado.
Recebi uma mensagem de número desconhecido, parada no semáforo.
"Cheguem logo na delegacia.
Andrew."
Ignorei sua mensagem e contatei um colega advogado, que se dispôs à ir até a delegacia.
Coloquei o celular junto com as moedas e continuei dirigindo, mexendo no cabelo, preocupada com Rubi.
- Você ta com cheiro de vodka.
- Obrigada pelo elogio. Andrew jogou em mim.
- Ah, então ele realmente estava com você... Rubi ficou estressada com isso, então.
Fiquei calada, e quando chegamos à delegacia encontrei Riccardo Fiori me ligando. Dei um sorriso e o abracei;
- E aí, Ric?
- Nossa Giulia, você tá uma deusa. - Dei um sorriso e olhei Samuel desesperado. Indiquei com a cabeça pra que ele entrasse, e ele me agradeceu pela carona, entrando na delegacia. Andrew se dirigiu até a porta e me olhou nos olhos. Virei para Riccardo, observando seu sorriso largo, a pele bronzeada e os cabelos escuros.
- Que saudade! - Abracei ele e expliquei rapidamente o caso pra ele. Ele entrou na delegacia, na mesma sala onde Andrew indicou que ela estava, assumindo uma postura controladora, que me fez achar aquele homem lindo.
Andrew ficou me encarando, e eu fiquei mexendo no celular.
- Você não respondeu minha mensagem.
- Não vi necessidade.
- Ah, obrigado. Valeu mesmo.
- Disponha.
Ele franziu as sobrancelhas, irritado e foi pro lado de fora.
Depois de uma hora lá dentro, decidi tomar algo quente, pra esquentar o peito, como minha avó dizia. Andrew estava do lado de fora, sem jaqueta, olhando o horizonte.
- Toma algo quente comigo. Vamos precisar, pra essa noite. - Ele virou, e esboçou um leve sorriso, olhando meus olhos. Chegou perto de mim e falou baixo.
- Seus olhos são muito bonitos. - Olhei pra baixo, e dei um sorriso pequeno.
- Vem, vamos tomar algo.

 
Estava tomando meu cappuccino no carro, sentada ao lado de Andrew. Tinha entregado um sanduíche e um cappuccino pra Samuel lá dentro, e ficamos no carro, esperando Rubi... Aquilo ia durar bastante tempo.
- Então, Andrew... Você tem que me explicar como sorri com os olhos.
- E você tem que me explicar se é sempre tão fácil.
- O que? - Ele se aproximou, beijou meus lábios de leve, estavam macios e aquecidos pelo cappuccino... E deliciosos. Ele se afastou um pouco, olhou pra mim e sussurrou baixo:
- Ficar encantado com você. - Ele se afastou, cedo demais, e eu olhei pra baixo, avermelhada.
- E como você sorri com os olhos?
- Acabei de explicar.
- Ah... Não, você tá bêbado.
- Acredite no que quiser...
- Tô preocupada com Rubi.
- Eu também.
Rolou um silêncio que pareceu eterno, enquanto eu ficava pensando no que ele me disse.
- Andrew, essas coisas não estão certas. - Ele me olhou, mas só olhou. Nada disse, como se não concordasse. - Eu e você, a gente não pode... - Ele se encostou no banco e ficou calado. Já fazia umas três ou quatro horas que eu estava ali... Cansada, querendo minha cama.
Vi Rubi sair da delegacia, arrogante ao lado de Samuel, e Riccardo logo atrás, cheio de papéis. Eles entraram no banco de trás do carro, enquanto eu o liguei e desci o vidro pra falar com Riccardo.
- Giulia, eu quero conversar com você amanhã, pode ser? Ta tarde.
- Sim Ric, por favor. - Ele se abaixou e beijou minha bochecha, saindo logo depois. Olhei para o reflexo de Rubi no banco de trás, e ela me encarou, parecia estar intimidada. - E aí, Rubi?
- Eles queriam me deixar presa... Esse advogado resolveu tudo, mas foi difícil. - Passei as mãos no cabelo, nervosa e olhei Andrew ao meu lado.
- Vocês dois tem que ter mais responsabilidade. Agora é a principal suspeita, Rubi. Quer perder tudo o que não tem? - Ela me olhou irritada.
Eles ficaram calados até chegar ao reformatório, onde desceram, e eu saí pra levar Andrew em casa. Quando cheguei em seu prédio, Andrew me deu um beijo no curativo, e desceu, calado. Voltei pro reformatório, cansada... Chegando, olhei Rubi sentada do lado de fora, e subi as escadas junto com ela. Por todo o caminho, desde o estacionamento até o quarto em silêncio. Não conseguia decifrar seu olhar perdido, e muito menos entender o porque dá irritação dela. Mas preferi não dizer nada.
Entrei no quarto e senti que ela estava parada na porta me olhando.
- O que foi? - Perguntei, seca.
- Nada. - Ela me respondeu com seu olhar frio. - Acha mesmo que eu matei Dave? - Ela decidiu perguntar. Respirei fundo e me virei para ela
- Isso não importa agora.Não sou eu que tem que acreditar ou não. - Ela baixou o olhar e sorriu de canto.
- Deve estar certa. - Apenas acenei com a cabeça e depois não notei mais sua presença.
Tirei minha roupa e coloquei um pijama. A noite tinha sido muito longa e a complexidade de Rubi me deixava exausta.
Deitei na cama e fechei os olhos. Não demorou muito até que eu adormecer em um sono profundo.