Fanfic: Gamers vs Zombies | Tema: Zumbis

Sou Victor, tenho 19 anos, faço faculdade de games e moro no mesmo dormitório dos meus 3 amigos, Bruno, Gustavo e Nicolas, que também tem 19. Qualquer pessoa que nos olhar, vai achar que somos nerds, mas não, apenas gostamos de séries e sagas como Percy Jackson, Harry Potter e The Walking Dead. Mas o que mais gostávamos de fazer juntos era jogar video-games, ler revistas em quadrinhos e agora preferimos matar zumbis, mais por sobrevivência.

Matar zumbis? Sim, tudo começou quando nós estávamos jogando Call of Duty, e Bruno estava mexendo em seu notebook quando viu o site de notícias, pra saber se já tinha lançado o jogo mais comentado da cidade, The Last Of Us, mas uma coisa chamou a atenção dele, - até porque estava destacado, em cima das outras notícias.

Bruno clicou na notícia, arregalou os olhos e ficou sem falar por alguns minutos, e estranhei isso, porque ele fala muito.

— Bruno? O que aconteceu? — perguntei pra ele — Alguém morreu? — ZUMBIS — Bruno gritou — ZUMBIS, FINALMENTE, ZUMBIS.

Ele dizer isso chamou atenção de todos.

— O que tem os zumbis? Estão se espalhando pelo mundo? — perguntou Gustavo ironicamente.

Todos riram, menos Bruno.

— Sim, coloca na Globo — Bruno Respondeu

Nicolas e Gustavo reclamaram porque estavam jogando a campanha e Bruno desligou antes de deixá-los salvar, logo trocou de canal e ligou na Globo.

Eram 20h30, então estava passando Jornal Nacional, que nunca assistíamos, mas era o único noticiário que conhecíamos neste horário.

Tudo estava normal, Patrícia Poeta contava sobre um terremoto causado no Japão, mas depois de alguns minutos, os produtores das matérias, que apareciam ao fundo gritavam, corriam e todos tinham expressões de tristeza e desespero, então William Bonner a interrompeu e disse desesperado:

— NOTÍCIA URGENTE DE ÚLTIMA HORA, químicos de uma filial brasileira de uma empresa americana estava estudando sobre reanimação de células mortas, mas houve uma briga entre dois cientistas, e um deles, chamado Fábio jogou um líquido desses experimentos em Maicon. Maicon caiu e teve uma convulsão, cerca de dois minutos depois, Maicon avançou nos cientistas que estavam no laboratório, mordendo-os. Nós sabemos que existem muitos filmes de zumbis, e sempre achamos impossível um ataque desses, mas agora virou realidade e vamos passar algumas dicas para sobreviver este ataque: Acerte a cabeça, destruindo o cérebro; Proteja as portas de sua casa; Não deixe de revistar pessoas desconhecidas para o caso de ter alguma mordida; Só atire se for realmente preciso, porque o barulho os atrai, e a dica mais importante é...

E de repente a câmera cai no chão, e o câmera-man aparece caído ao lado, com uma mordida no ombro e nesse momento, um zumbi com uma roupa de uma mulher da produção ataca, a imagem da programação é cortada mas o áudio continua, e ouvimos gritos, que provavelmente seria William Bonner, mordido durante uma transmissão ao vivo, com muitas pessoas assistindo e provavelmente, fugindo de suas casas, procurando um lugar seguro para sobreviver, mas provavelmente em algumas horas, a maioria vai ser comida de zumbi.

Nós quatro nos olhamos por alguns instantes, depois sorrimos, e começamos a gritar coisas como “finalmente”, “esse era meu sonho”, e ficamos comemorando durante muito tempo, até que Nicolas, o mais inteligente interrompeu.

—Espera um pouco, vocês não perceberam?

Todos olharam para ele com dúvida.

— Agora nós estamos animados, porque é uma coisa que sempre vimos em filmes do Greg Nicotero, George Romero, The Walking Dead, mas... e agora? Nós conhecemos o perigo que ele pode causar. Levar uma mordida pode ser o fim das nossas vidas, ou pior, imagina se a energia acaba, como vai ficar nossa vida sem os nossos jogos? Como vou poder ver o Blu Ray de Os Vingadores de novo se a energia acabar? Nossa vida vai ser horrível sem eletrônicos, então vamos fazer dos nossos games, um guia de sobrevivência, usar técnicas de como matar um zumbi, sobreviver quase sem comida...

—Acho que você tem razão, vamos acabar com esses zumbis, eles vão ter tanto medo de nós que quem vai fugir são eles. — disse Gustavo, confiante.

— Ok, não exagera — disse Bruno.

Eu esperava calado, pensando no que poderíamos fazer, até lembrar:

         —E agora? Nossas famílias estão muito longe de nós, como vamos até lá?

         —Acho que o vírus não chegou no interior, estamos aqui em São Paulo,  é mais evoluído — respondeu Gustavo.

         Eu nunca ouvi tanta idiotice em uma frase só, tipo, só cidades evoluídas teriam zumbis, e as outras não teriam, como se zumbis fossem uma nova tecnologia? É claro que existe o fato de ter mais pessoas aqui, e assim ter mais zumbis, mas com certeza lá deve ter também.

         —Ok, vamos nos preparar e achar tudo que possa matar um zumbi. — sugeriu Nicolas.

         Nicolas e Bruno começaram a procurar objetos e montar armas com eles, mas eu fui pra parte de comida, já que nenhum pensou nisso, Gustavo pareceu não ter aceitado viver sem eletrônicos, então jogou todos os jogos que tínhamos comprado até hoje só para ter o prazer de jogar por mais um dia.

Isso é estranho pra qualquer outra pessoa, mas não para nós, compreendemos que todos merecem uma última vez, mas o Gustavo talvez merecesse mais, porque todos os campeonatos que ele disputava, era vitória na certa, ele pagava a faculdade com esse dinheiro, ou seja, em poucos minutos, a carreira dele estaria acabada e nunca mais jogaria nada eletrônico na vida.

— Já que estamos em um apocalipse zumbi, podemos fazer da nossa história, um game — eu disse tentando animar o Gustavo —, estamos tão acostumados com essa coisa de matar zumbi em jogos, que acabamos tendo mais chances contra esses mortos. Sabemos que uma mordida no braço ou na perna, o veneno pode ser removido amputando, por exemplo, outras pessoas não devem saber disso.

— Mas temos que definir algumas regras — disse Nicolas

— Qual, por exemplo? — perguntou Bruno, em dúvida.

— E se encontrarmos um grupo de sobreviventes, devemos confiar neles ou ficar longe deles?

Tudo estava tão bagunçado na minha mente, que não prestei muita atenção nessa conversa, só ouvi poucas coisas, como eles discutindo sobre se em um grupo, ter uma menina muito linda, o que fariam. O Bruno disse que daria um jeito de trazer só ela para o grupo deles, o Nicolas sugeriu de nosso grupo ser sempre o mesmo, sem adições, tive que concordar. Uma menina interessada em nós, é porque quer alguma coisa a mais, imagina então em um apocalipse zumbi, vão querer nossas armas.

Gustavo, que só jogava resolveu falar.

— Se vamos agir como se fosse um game, teremos que ter roupas de personagens de games. — sugeriu ele.

Entre todas as ideias, não tenho dúvidas que essa foi a mais idiota, mais engraçada e que mais aceitamos, não deu um minuto e já estávamos todos procurando roupas.

Gustavo apareceu com o uniforme do Iron Man — com enchimento para ter a aparência de um abdômen definido —, capa do Batman e um Chapéu Seletor, de Harry Potter. Algumas vezes me pergunto por que ando com ele.

Nicolas veio com um cabelo verde, terno roxo e sorriso feito de tinta vermelha, tentou fazer um cosplay de Coringa, mas acho que não deu certo. Não sei porquê, mas colocou um boné dos Yankees, que Annabeth usava em Percy Jackson, ele provavelmente queria ficar invisível.

Eu fui me trocar, mas quis ser mais simples, peguei minha camiseta com a estampa de Os Vingadores, raspei meu cabelo e deixei a barba do mesmo jeito que o Walter de Breaking Bad, mas me arrependi logo depois, quando fui ver no espelho como ficou.

Quando cheguei na sala, estavam Gustavo, Nicolas e um... Power Ranger vermelho — que com certeza era Bruno — montando mais armas.

Nunca vi armas tão toscas como: Faca grande de cozinha presa em um cabo de vassoura, chaves de fenda presas com cano de ferros e uma pá.

— Eu tive uma ideia, mas vamos usar essas armas pra limpar a faculdade, que provavelmente está cheia de zumbis — sugeri —, teremos que limpar aqui, procurar outras armas e alimentos e provavelmente um carro.

— As ruas devem estar todas movimentadas, com um monte de pessoas sem noção do que vão fazer, morrendo e se matando. Se esperarmos aqui em casa por um dia, o clima pode acalmar — Nicolas disse —.

— Sim, vamos dormir mais algum dia aqui e amanhã nós...

— NÃO ACREDITO — murmurou Gustavo —, não tá acontecendo isso, falem que não está.

— O que aconteceu? — perguntou Bruno — Calma.

— Acabou a energia, acabou tudo. Meu Call Of Duty, meus jogos, tudo. Acabou.

— Acho melhor você descansar, quem sabe você possa melhorar amanhã.

— É, dorme agora, à partir de amanhã nós seremos o novo jogo, nós seremos os sobreviventes — eu disse — , agora vai ser Gamers Vs Zombies.

— Ok, vamos ver como vamos nos sair nesse novo nível —respondeu Gustavo, um pouco mais animado—.

•••

Não foi muito fácil dormir, admito, mas acordar, foi tão rápido que não parecia ser tão tarde já, hoje tudo ia mudar, paramos de matar um zumbi com um controle, agora nossa vida está em risco. Tenho que proteger meu grupo, não apenas me proteger, mas acaba sendo mais vantajoso, sabendo que vivi minha infância toda com esses três. Agora é a hora de jogar os eletrônicos e destruir a cabeça desses zumbis e salvar nossas vidas.