Fanfics Brasil - 15 Inalcanzable *Portiñon*-Finalizada

Fanfic: Inalcanzable *Portiñon*-Finalizada | Tema: Rebelde, Portiñon


Capítulo: 15

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Irei avisar a todas que esperam um final feliz que não irá existir, sinto muito =(, mas a ideia é realmente mostrar que nem tudo tem um final feliz, assim como o livro "A culpa é das estrelas" me mostrou isso e agora, me inspirando nesse livro, quero escrever um pouquinho apenas para vocês ;)


 


 


 



No dia seguinte eu acordei assustada e olhei ao redor do quarto de Dulce, tentando achar o que me acordara.


 


Dulce estava caída ao lado da cama, meio encolhida, o chão à sua volta cheio de vômito e urina. Me desconectei rapidamente do BiPAP e corri até o quarto de Christian, que ficava do outro lado do corredor, bati na porta e gritei seu nome algumas vezes. Voltei para o quarto de Dulce quando ouvi que ele estava correndo para a porta. Eu estava ofegante, meus pulmões não conseguiam puxar ar suficiente e meu coração estava correndo, mas eu não conseguia pensar em nada disso, conseguindo apenas ver Dulce, caída lá, impotente, desmaiada, parecendo minúscula.


 


Christian entrou correndo no quarto até Dulce, levantou-a com cuidado para ver seu rosto e tomou seu pulso. “Ainda está respirando.” Ele falou, se levantando com ela nos braços, segurando-a como se não pesasse mais do que dez quilos. Ele correu para fora do quarto e eu queria correr atrás dele e saber o que estava acontecendo. Mas não podia. Meus pulmões não deixariam eu ir para lugar algum.


 


Eu só senti alguém colocando as cânulas em mim e me segurando com braços firmes. Era Christian, que de algum jeito voltara para o quarto sem que eu percebesse. “Você está bem?” Perguntou.


 


Eu acenei com a cabeça e sussurrei, ainda sem fôlego. “Dulce...”


 


“Meu pai já está levando-a para o hospital. Venha, vou te levar no meu carro.” Ele disse e, dessa vez, consegui segui-o para fora do quarto. Christian me emprestou um casaco seu para que eu não fosse apenas com uma calça de moletom e uma blusa de pijama e me auxiliou a colocar um tênis de Dulce, que ficava grande em mim, mas o dele ficaria ainda maior.


 


Ele carregou meu carrinho com o cilindro de oxigênio até o carro e me ajudou a entrar, antes de correr para o lado do motorista e arrancar da garagem, deixando uma marca de pneu no chão. No caminho ele ligou para Christopher, Poncho e Peter. Maite estava com Poncho.


 


Logo que chegamos ao hospital, encontramos João na sala de espera, andando de um lado para outro, chorando.


 


“Pai, já teve noticias dela?” Christian perguntou assim que chegou até ele.


 


“Uma enfermeira me disse que ela deve ter caído quando tentou se levantar e tentar ir ao banheiro. A urina é por causa da sua vontade de ir ao banheiro e o vômito provavelmente pela tontura que sentiu e pela queda.” Ele respirou fundo, tentando controlar as lágrimas. “Estão fazendo alguns exames agora.”


 


Enquanto esperávamos, liguei para meus pais e avisei do ocorrido, mas disse que eles não precisavam ir ao hospital. Os amigos de Dulce chegaram logo depois, Christopher sem a sua noiva, que ficara dormindo. Eles pediam noticias, mas nós não tínhamos nada para falar.


 


Um longo silêncio se seguiu, onde ninguém podia achar nada para falar. João ainda chorava e Christian estava ao lado de seu pai, uma mão em suas costas, os dentes apertados juntos, enquanto controlava suas próprias lágrimas. Eu também estava fazendo aquilo, não tentando chorar.


 


Uma hora se passou até que o médico de Dulce apareceu e todos nos levantamos para ouvir o que ele tinha a dizer. “Ela não sofreu nenhum dano com a queda. Mas o tubo de alimentação se soltou e o vômito e a urina acabaram entrando em contato com seu corpo, ela contraiu uma infecção. Demos um remédio para curar a infecção e estamos administrando seus remédios para a quimioterapia. Creio que ela possa deixar o hospital em alguns dias.”


 


E três dias depois Dulce estava em casa de novo, com todos em volta dela, não deixando nem que ela pegasse um copo sozinha. Eu era a única que não a privava de fazer as coisas, pois eu bem sei como é horrível ter as pessoas fazendo tudo por você porque você está com câncer e eles estão com medo que a gente quebre se bater uma folha no nosso braço.


 


Dulce agora estava estritamente presa à cadeira de rodas, não conseguindo sustentar seu peso com sua perna e sua prótese. Seus braços ainda conseguiam levar sua cadeira de rodas de um lado para outro, mas os momentos que ela conseguia se locomover sozinha eram raros, já que todos corriam para empurrar sua cadeira quando ela fazia qualquer movimento para as rodas.


 


Os dias se tornavam piores, ela se tornava mais fraca, mais magra, mais pálida e seu cabelo começara a cair. Percebi isso um dia quando estava sentada no sofá, com a cabeça dela no meu colo e seu corpo espichado ocupando o resto do sofá, e eu passava a mão por seus cabelos suavemente, quando percebi que meus dedos estavam com o movimento limitado graças à algo preso a ele. Eu ergui minha mão e levei a outra para puxar o que quer que estivesse lá, mas então eu percebi que havia um tufo de cabelo na palma da minha mão, olhei para sua cabeça e lá estava a falha de onde os cabelos saíram.


 


Meia hora depois, Christian estava usando sua máquina de cortar cabelo para raspar o resto do cabelo de Dulce, que caia no chão como se nada fosse, e ela olhava fixamente para um ponto na parede. A partir daquele dia ela só tirava seu chapéu para tomar banho e dormir, usando praticamente toda sua coleção para não repeti-los.


 


Eu não me importava com seu cabelo, mas aquilo era mais um sinal de que o tratamento não estava funcionando e que eu iria perdê-la. Tentei dizer-lhe que não tinha motivo para usar seu chapéu o tempo inteiro, mas ela mudou de assunto. Foi a primeira vez que percebi que ela realmente se importava com seu cabelo mais do que demonstrava. Perguntei isso há ela e recebi a seguinte resposta:


 


Dulce: “Anahi Giovanna, como você espera ter uma namorada tão sexy se ela não se importa com a própria aparência?”


 


Não lhe respondi, apesar de ter a resposta na ponta da língua, apenas sorri e disse-lhe que seriam necessários mais chapéus. Ela concordou com a cabeça e uma hora depois estávamos no shopping com seu irmão escolhendo novos chapéus diversos para ela. Inclusive convenci-a a comprar um chapéu rosa para usar no Grupo de Apoio no dia seguinte. Ela prometeu usá-la se eu usasse uma de suas camisetas personalizadas, perguntei qual, e ela disse que iria pensar e me informar mais tarde. Quase tive um ataque cardíaco quando vi o que estava escrito na camiseta verde limão: “Minha namorada é mega gostosa!”. Se não bastasse a cor, ainda tinha aquela linda frase... Ela riu quando falei isso e disse que tinha comprado a camiseta algumas semanas depois que começamos a namorar e acrescentou que nunca usara na minha frente para eu não ficar com vergonha, mas que costumava usar regularmente quando saia com seus amigos sozinha. Fiquei imaginando quantas pessoas viram aquilo...


 


Mas eu cumpri com meu acordo, assim como ela cumpriu sua parte. Eu usei a camiseta escandalosa com uma calça jeans preta que eu encontrei bem no fundo do meu guarda roupa e Dulce usou seu chapéu rosa choque com uma camisa polo rosa claro e uma calça de moletom branca. Tenho quase certeza que a camisa era de seu irmão, mas não quis perguntar. Por falar nele, Christian ficou com a gente durante toda a reunião, estava com medo de deixar sua irmã sozinha, e Dulce conseguiu convencê-lo a usar uma camiseta do Bob Esponja para deixá-lo tão idiota quanto a gente. Sei que Christian só usou a camiseta para ver o belo sorriso de sua irmã e serei muito grata a ele eternamente. Christian pareceu entender o que eu quis dizer por um olhar quando ele apareceu na sala e Dulce começou a rir, porque sorriu para mim e deu de ombros.


 


Fazia tanto tempo que Dulce não ria daquele jeito tão alegre que, apesar da circunstância nada agradável para Christian, ele começou a rir também, se olhou no espelho e virou a casa atrás de um calção amarelo que ele tinha certeza que estava em algum lugar junto com suas roupas velhas. O calção ficava incrivelmente apertado, mas ele usou mesmo assim, apenas para ouvir mais o riso de sua irmã.


 


Eu não coloquei mais nada que me deixasse mais idiota para ajudar Dulce a rir com minha camiseta, até pensei nisso, mas eu não tinha uma calça verde e não tinha real coragem de usar um tênis de cada cor. Mas não foi preciso, porque Dulce não riu quando me viu, ela abriu o maior sorriso que tinha dado em meses e então disse uma de suas piadinhas: “Você tem mesmo muita sorte de ter uma pessoa tão gostosa quanto eu.”.


 


Eu respondi: “Estou começando a achar que a senhorita está convencida demais.”.


 


E Christian entrou na piada: “São poucas pessoas que tem tanta consciência da beleza própria como você, Dulce.”.


 


Ela riu e fingiu arrumar uma gravata imaginária, então nós saímos para o grupo.


 


O grupo foi a mesma chatice de sempre, mas dessa vez o homem das terças agora sem o saco ficou enchendo Dulce de perguntas sobre seu tratamento e como ela estava se sentindo. Acho que Dulce perdeu a calma com ele, porque ele não estava entendendo que ela não queria falar sobre o assunto, então ela respondeu: “Estou ótima, só estou morrendo de câncer, e você, como está vivendo sem suas bolas?”. Ele não ficou muito feliz, mas não a incomodou mais.


 


De noite, Dulce ficou observando enquanto comíamos uma pizza e esperávamos seu pai chegar em casa. Seu rosto estava tão frustrado por não poder comer que chegava a ser engraçado. Depois eu decidi deixá-la feliz de novo e me propus a jogar uma partida de futebol com ela no vídeo game. Como sempre, ela ganhou de muito a 0, mas eu não me importei, pois ver seu sorriso depois compensou todas as piadas que tive que ouvir. Depois assistimos a um filme horrível, sem graça e sem história alguma, mas Dulce não queria ir pro quarto e eu ainda tinha tempo pra ficar com ela, antes de ter que voltar pra casa.


 


Quando o filme acabou, Dulce colocou meu cilindro de oxigênio em seu colo e começou a rodar sua cadeira para o jardim, comigo seguindo-a por perto. Ela parou no nosso lugar de sempre e eu me sentei na grama, segurando uma de suas mãos e brincando com seus dedos. Ficamos lá por um tempo, apenas olhando para o céu estrelado ou brincando com as mãos uma da outra, até que ela sussurrou: “Eu te amo, só quero que saiba disso.”.


 


Imaginei por um segundo se ela já tinha desistido de lutar, mas então olhei em seus olhos e só pude pensar no que faria se ela se fosse. Eu ia perguntar se ela tinha dado a guerra para o câncer, mas ela sorriu e continuou: “Vou continuar lutando”, como se lesse meus pensamentos. E aquilo me acalmou instantaneamente.


 



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Autor(a): chavinonyportinon

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Apenas duas semanas depois eu recebi uma ligação às 4 da manhã e meu coração disparou, pesando que havia chego a hora e que jamais iria a ver de novo. Tirei o BiPAP, me conectei ao cilindro de oxigênio e atendi o celular. “Boa noite, Anahi Giovanna.” Veio sua voz suave e alegre. Eu dei um suspiro de alívio. ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 24



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  • Emily Fernandes Postado em 05/09/2017 - 21:00:38

    Meu Deus. Eu nunca chorei tanto com uma fanfic, como eu chorei aqui. Gente que coisa louca. Sério acho que preciso pensar duas vezes antes de voltar a ler essa fic. Ela é linda, não posso negar mas é muito triste e acaba com a gente. Meu Deus os detalhes dos sentimentos de ambas são intensos. Só posso dizer pra você escrever mais histórias. E me deixar chorando por horas. Acho que já é a terceira fic sua que me desmancho em choro.

  • giovannamaria Postado em 27/02/2016 - 19:31:46

    MADONA MIA! Desidratei, não quero mais ler essas novelas de câncer, é demais pra mim, mas parabéns, muito bem escrita e linda a web.

  • tammyuckermann Postado em 30/08/2015 - 03:34:28

    Omg nunca chorei tanto no final de uma fanfic, espero q continue escrevendo mtas historias boas. *-*

  • justin_rbd Postado em 11/05/2014 - 20:55:52

    ja tem um tempo que eu li sua fanfic ,mas agora me cadastrei no site e favoritei ela,é um pouco triste,mas amei e parabéns voce ja pensou em escrever um livro? eu tb leio sua fanfic RBD La fmília: Loucuras em Família portinon e herroni parabéns!!!!

  • cmilla Postado em 17/04/2014 - 11:48:29

    meu deus !! acabei de ler um crime perfeito e ela era perfeita, na verdade todas as suas fanfics são perfeitas !!!

  • mari.vondy2020 Postado em 09/04/2014 - 22:51:09

    Um tempo atrás eu favoritei "RBD La fmília: Loucuras em Família" ali estava o link dessa fic, e ontem a noite decidi ler e Uau... Que fic perfeita, aprendi muito com ela. Temos que viver um dia como se fosse o último. Agora estou aqui chorando muito, essa fic foi muito perfeita. Parabé, essa fic foi incrível...

  • maria_eleonora Postado em 29/09/2013 - 14:27:13

    caraca, acabei de ler essa madrugada.. ontem fui em uma livraria so para garantir o meu livro.. a historia é realmente emocionante.. Chorei pankas aqui.. minha irmã olhou para mim e perguntou 'Ta chorando por quê ?' eu so soube dizer 'porque a vida é injusta com as pessoas, o amor é lindo e o sofrimento infelizmente faz parte, mas as vezes passa dos limites.. espero que elas sejam felizes onde elas estiverem' e ela respondeu 'vou fingir que entendi'.. eu falei aquilo mais pra mim do que pra ela.. parabens sua web foi perfeita.. poucas web's me fazem chorar e se emocionar.. e as suas sempre fazem isso comigo.. parabens mas uma vez.. bjs

  • dannyk Postado em 27/09/2013 - 19:14:55

    ameeeei - choreeeei - me dreprimiiii - ~~apenas destruida~~ jesus, nunca chorei tanto numa fic antes -- PERFEITAAAA ♥

  • portinons2vondy Postado em 26/09/2013 - 23:47:04

    acho que nunca chorei tanto lendo algo como chorei com essa web ( é eu tento me controlar mais sou um caso perdido besta demais) amei sua web perfeita apesar de muito triste :(

  • Valesca Postado em 25/09/2013 - 23:13:56

    ei ansiedade causa infarto sabia posta mais por favor


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