Fanfics Brasil - 6 Inalcanzable *Portiñon*-Finalizada

Fanfic: Inalcanzable *Portiñon*-Finalizada | Tema: Rebelde, Portiñon


Capítulo: 6

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Eu acordei pouco antes das 10:00h e, como prometido, peguei meu celular e liguei para Dulce. Ele tocou 4 vezes antes dela atender, com a voz cheia de sono.


“Me lembro de alguém ter falado para eu ligar quando acordasse.” Disse, rindo. “Mas não disse nada sobre ainda estar dormindo.”


“Estou acordada a algum tempo. Só estou deitada.” Ela me corrigiu e eu ouvi ela se espreguiçar um pouco. “Como se sente hoje?”


“Acordei agora, não tenho certeza ainda.” Respondi.


“Faça um teste.” Ela brincou.


Eu respirei fundo, na verdade, o mais fundo que meus pulmões defeituosos permitem, e soltei o ar rapidamente. “Não parece estar tão ruim.” Respondi por fim.


“Perfeito. O que acha de ir ao cinema?” Perguntou. Ouvi o barulho da cama e uma porta abrindo. Ela estava em pé.


“Vamos assistir o que?”


“Não tenho certeza, vamos decidir na hora.” Ela respondeu. “É crueldade dar a descarga pra água ficar gelada enquanto meu irmão toma banho?” Ela perguntou antes que eu pudesse dizer qualquer coisa.


“Depende. Você quer se vingar por algo?”


“Ele faz faculdade de educação física e eu mal posso andar, acho isso sacanagem.”


“Você anda muito bem, ao meu ver.” Falei, sorrindo.


“É que você não consegue ver defeitos em mim, eu sei.” Ela rebateu. Em seguida eu escutei o barulho da descarga, um grito masculinho, o riso de Dulce e ela falando “Você já está ai a meia hora!”, antes de ouvir o barulho da porta e silencio. “Então, vamos?”


“Ainda são 10:00h da manhã.”


“Tudo bem.” Ela suspirou. “Passo aí as duas.” Declarou, antes de desligar o celular.


Eu suspirei e sorri. Essa garota realmente é alguma coisa...


Eu levantei, me arrumei e fui pra cozinha, onde minha mãe picava algumas coisas pra adiantar o almoço. Meu pai fora trabalhar na empresa, já que devia ir lá pelo menos uma vez por semana, já que trabalhava em casa. Tomei um suco, disse à minha mãe que iria sair com Dulce e voltei para o quarto e comecei a ler, pretendia terminar o primeiro livro de Jogos Vorazes antes do almoço.


Depois do almoço, tomei banho, coloquei um vestido florido e uma sapatilha, amarrei meu cabelo e comecei a ler o segundo livro de Jogos Vorazes, chamado Em Chamas, enquanto esperava ansiosamente para às duas horas.


E era exatamente duas horas quando a campainha tocou. Eu fechei meu livro, colocando meu marca página amarelo com os olhos do Bob Esponja no meio (meio infantil, sei, mas era o único que tinha quando eu comprei o livro), passei um pouco de perfume e desci as escadas. Minha mãe conversava animadamente com Dulce, que estava, como sempre, usando um chapéu panamá azul marinho escuro, calça jeans escura, camiseta estampada com o desenho de uma gravata verde limão com bolinhas pretas, um colete preto xadrez e all star converse cinza escuro também xadrez. Além de uma coleção de chapéu ela também tinha uma coleção de all star pelo visto.


Ela abiu um largo sorriso quando me viu e minha mãe se virou para me ver terminando de descer as escadas. Ela olhou para Dulce de novo e sorriu, balançando a cabeça, antes de ir pra cozinha.


Eu me aproximei de Dulce e fiquei nas postas dos pés para lhe dar um selinho (8 segundos. Estamos progredindo, pelo jeito, mas ainda não estou contando.). Dulce sorriu quando me afastei e beijou minha testa.


“Pronta para ir?” Perguntou.


“Claro.” Disse, arrumando a minha bolsa no ombro. Era pequena, o suficiente para levar meu celular e dinheiro.


“Ótimo.”


Nós demos tchau para minha mãe e saímos, entrando no táxi onde Dulce viera. Acabamos vendo um filme de comédia que tinha lá, que era bem engraçado até. Depois Dulce comprou um milk shake grande pra gente dividir e umas batatas fritas, que comemos enquanto íamos olhando as lojas do shopping. Passamos em uma livraria, mas não entramos, já que ambas tínhamos livros o suficiente para algumas semanas (ela também havia comprado alguns que eu indiquei), mas entramos em uma loja de camisetas personalizadas, onde Dulce havia mandado fazer algumas para ela. Acabei descobrindo que Dulce comprava a maioria de suas camisetas sem estampa e depois levava lá para fazer uma estampa que ela quisesse.


Ela pegou algumas camisetas que havia mandado fazer. Uma delas era preta, com uma frase na frente: “Faça sexo com segurança” e uma palavra atrás: “SEGURANÇA!”. Eu quase ri quando eu vi essa, mas permaneci séria, como se nada tivesse acontecendo. Outra delas estava escrito: “Operação: faça da sua mãe minha sogra” e escrito em vermelho em baixo: “Eu apoio”. Ela explicou que havia mandado fazer as camisetas antes de me conhecer, dando de ombros. Eu realmente esperava que fosse verdade. E a última era vermelha com o símbolo dos salva-vidas na frente e em cima escrito: “Salva Lindas!”.


Depois nós andamos mais um pouco e eu comprei uma xícara muito fofa de ursinhos que eu achei e um travesseiro preto com um coração vermelho no meio. Quando terminamos de comer, nós decidimos ir embora, já que eu estava começando a me cansar e Dulce estava começando a mancar mais visivelmente. Pegamos um táxi e voltamos para minha casa, onde Dulce fez questão de carregar minhas compras até meu quarto. Assim que entrei, me joguei na cama.


“Está cansada?” Dulce perguntou, colocando as sacolas na mesinha do canto.


“Um pouco, logo passa.” Respondi, sentando na cama e me escorando na cabeceira. Ela acenou com a cabeça. “Sua perna está doendo?”


“Um pouco, logo passa.” Ela repetiu, sorrindo.


“Senta aqui.” Falei, batendo ao meu lado na cama. Eu vi quando seu sorriso aumentou e revirei os olhos. “Sem piadinhas sobre eu estar te levando pra minha cama já.”


Dulce riu. “Ok, me desculpa.” Ela se aproximou e deitou ao meu lado, colocando a cabeça na minha coxa. Ela fechou os olhos e suspirou.


Eu hesitei por um momento, antes de tirar seu chapéu, colocá-lo do meu outro lado, e começar a passar minha mão suavemente por seus cabelos ondulados. Eu vi as falhas, eram pequenas, como ela falou, e fáceis de esconder, mais próximas à nuca. O cabelo já estava crescendo de novo, mas ainda a deixava meio careca naquelas áreas. Ficamos assim por vários minutos, ela de olhos fechados, cabeça no meu colo e eu passando minha mão por seus cabelos, com a outra em cima de sua barriga. Percebi que era a primeira vez que a via sem chapéu e não podia me decidir em qual situação ela ficava mais linda. O chapéu era apenas seu estilo, fazia parte dela. E eu gostava dela exatamente daquele jeito mesmo.


O momento foi interrompido quando minha mãe apareceu na porta e sorriu quando viu nossa posição. “Querem comer alguma coisa? Posso fazer um sanduíche, se quiserem, ou um suco.”


Dulce balançou a cabeça negando, mas fui eu que respondi. “Não, obrigada, mãe.” Ela sorriu de novo e saiu. Eu suspirei e me abaixei para beijar a lateral da cabeça de Dulce, que sorriu e abriu um olho, me espiando. “O que?” Perguntei.


“Você é linda.” Ela falou rapidamente.


Eu corei um pouco e balancei a cabeça. “Você que é.”


“Eu sou mesmo.” Ela rebateu, dando de ombros e fechando o olho de novo.


Eu ri. “Você é mesmo convencida!” Exclamei.


“Foi você quem disse primeiro.” Ela sorriu. “Só estou confirmando o que todo mundo pode ver.”


“Você é sempre assim tão confiante e convencida?” Perguntei, voltando a fazer carinho em seus cabelos.


Dulce suspirou. “Nem sempre. Como ontem quando eu te pedi em namoro, eu juro que estava tremendo como uma vara verde! E eu podia imaginar trezentos cenários diferentes de você dizendo um sonoro não. Ou quando eu descobri que teria que fazer a minha primeira cirurgia, eu estava morrendo de medo. Ou quando iniciei meu tratamento com a quimioterapia. Ou quando meu irmão me disse que o Papai Noel ia comer meu rosto.”


Eu ri. “Você é a mais velha, como ele pode fazer piadas com o Papai Noel pra você?!”


“Ele nunca acreditou em Papai Noel, entretanto, eu só fui descobrir a verdade com sete anos.” Ela se defendeu. Eu balancei a cabeça, sorrindo. “Sabe porquê eu tento ser confiante e convencida?” Ela perguntou de repente.


“Por que?” Perguntei.


“Porque estou com câncer.” Ela deu de ombros. “Pode ser que eu não sobreviva, pode ser que eu morra amanhã. Eu estou aproveitando o máximo que posso. E isso implica fazer ou dizer as coisas que quero. Tento ser confiante para que meu pai não quebre de vez, para que ele aguente mais um pouco. Mas eu sou convencida porque eu sou linda mesmo.”


Revirei os olhos, mas acabei balançando a cabeça em acordo. “Então, se você está aproveitando ao máximo, por quê está aqui comigo, presa em um relacionamento, quando você poderia estar com uma garota diferente por dia, como você disse, aproveitando?”


“Porque eu não vejo isso como aproveitar a vida.” Ela abriu os olhos e olhou para mim, com um meio sorriso. “Isso é só sexo. Eu estou aproveitando minha vida com você aqui agora. Eu estou aproveitando assim. Eu te levei em um encontro cinco horas depois que te conheci e te pedi em namoro depois de quatro dias. Eu podia ter te levado em outros dez encontros antes de pedir. Mas pode ser que eu não tivesse o tempo de te levar em dez encontros, pode ser que você não tivesse esse tempo. Por isso faço as coisas que tenho vontade na hora que essa vontade me bate. Se deixar para mais tarde pode ser que eu não possa mais aproveitar.”


Eu podia concordar com ela, mas só fiquei lá, olhando seus lindos olhos que brilhavam. Eu não tenho certeza de quanto tempo se passou, poderiam ser segundos, minutos ou horas e eu não teria percebido. Mas depois de um longo silêncio confortável, ela falou novamente.


“Estou me apaixonando por você.” Sussurrou.


Fiquei em silêncio, sem saber o que dizer. Foram cinco dias! Cinco dias que nos conhecemos naquele Grupo de Apoio onde eu fui obrigada a ir. Cinco dias. Apenas cinco. Eu não podia dizer aquilo. Ela mesma falou que iríamos morrer em algum momento, amanhã ou daqui a alguns anos, mas íamos. Eu não podia dizer aquilo, para depois morrer e deixá-la chorando, lembrando-se de quando eu falei para ela aquelas palavras. Não podia dizer aquilo, sabendo que ela poderia morrer e eu ficaria chorando, lembrando-me de quando ela falou aquelas palavras para mim. Não podia dizer. Não podia.


Dulce pareceu entender, porque deu um sorriso triste e voltou a fechar os olhos, voltando para sua posição inicial. Eu fiquei alguns minutos com a mão em seus cabelos, completamente parada, sem saber como prosseguir. Depois de cinco longos minutos (eu ficava olhando os ponteiros do relógio andarem tão devagar), minha mão se mexeu de novo, retornando a acariciar seus cabelos.


Eu não podia dizer.


 


 


 


 


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Autor(a): chavinonyportinon

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k4k4ponny: que bom que está gostando, fico muito feliz =) dannyk: obrigada =) Capítulo dedicado à vocês ;)       Depois daquele dia, nós não nos vimos de novo, apenas falávamos por telefone antes de irmos dormir. Dulce estava ocupada com alguns shows de sua pequena banda em um barzinho perto de sua casa, on ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 24



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  • Emily Fernandes Postado em 05/09/2017 - 21:00:38

    Meu Deus. Eu nunca chorei tanto com uma fanfic, como eu chorei aqui. Gente que coisa louca. Sério acho que preciso pensar duas vezes antes de voltar a ler essa fic. Ela é linda, não posso negar mas é muito triste e acaba com a gente. Meu Deus os detalhes dos sentimentos de ambas são intensos. Só posso dizer pra você escrever mais histórias. E me deixar chorando por horas. Acho que já é a terceira fic sua que me desmancho em choro.

  • giovannamaria Postado em 27/02/2016 - 19:31:46

    MADONA MIA! Desidratei, não quero mais ler essas novelas de câncer, é demais pra mim, mas parabéns, muito bem escrita e linda a web.

  • tammyuckermann Postado em 30/08/2015 - 03:34:28

    Omg nunca chorei tanto no final de uma fanfic, espero q continue escrevendo mtas historias boas. *-*

  • justin_rbd Postado em 11/05/2014 - 20:55:52

    ja tem um tempo que eu li sua fanfic ,mas agora me cadastrei no site e favoritei ela,é um pouco triste,mas amei e parabéns voce ja pensou em escrever um livro? eu tb leio sua fanfic RBD La fmília: Loucuras em Família portinon e herroni parabéns!!!!

  • cmilla Postado em 17/04/2014 - 11:48:29

    meu deus !! acabei de ler um crime perfeito e ela era perfeita, na verdade todas as suas fanfics são perfeitas !!!

  • mari.vondy2020 Postado em 09/04/2014 - 22:51:09

    Um tempo atrás eu favoritei "RBD La fmília: Loucuras em Família" ali estava o link dessa fic, e ontem a noite decidi ler e Uau... Que fic perfeita, aprendi muito com ela. Temos que viver um dia como se fosse o último. Agora estou aqui chorando muito, essa fic foi muito perfeita. Parabé, essa fic foi incrível...

  • maria_eleonora Postado em 29/09/2013 - 14:27:13

    caraca, acabei de ler essa madrugada.. ontem fui em uma livraria so para garantir o meu livro.. a historia é realmente emocionante.. Chorei pankas aqui.. minha irmã olhou para mim e perguntou 'Ta chorando por quê ?' eu so soube dizer 'porque a vida é injusta com as pessoas, o amor é lindo e o sofrimento infelizmente faz parte, mas as vezes passa dos limites.. espero que elas sejam felizes onde elas estiverem' e ela respondeu 'vou fingir que entendi'.. eu falei aquilo mais pra mim do que pra ela.. parabens sua web foi perfeita.. poucas web's me fazem chorar e se emocionar.. e as suas sempre fazem isso comigo.. parabens mas uma vez.. bjs

  • dannyk Postado em 27/09/2013 - 19:14:55

    ameeeei - choreeeei - me dreprimiiii - ~~apenas destruida~~ jesus, nunca chorei tanto numa fic antes -- PERFEITAAAA ♥

  • portinons2vondy Postado em 26/09/2013 - 23:47:04

    acho que nunca chorei tanto lendo algo como chorei com essa web ( é eu tento me controlar mais sou um caso perdido besta demais) amei sua web perfeita apesar de muito triste :(

  • Valesca Postado em 25/09/2013 - 23:13:56

    ei ansiedade causa infarto sabia posta mais por favor


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