Fanfics Brasil - Capítulo 4 – A oferta indispensável. Ascensão das Sombras.

Fanfic: Ascensão das Sombras. | Tema: Original


Capítulo: Capítulo 4 – A oferta indispensável.

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     Os dias que se seguiram foram perturbadores, minha cabeça era um mar de perguntas, que tinha medo de nunca descobrir a resposta: O que houve com Krios? Por que os representantes não contaram a todos o ocorrido no castelo? Por que não havia outro representante da mente? Será que Eky fora realmente destruído?


     Por mais que revirasse a Biblioteca não conseguia encontrar algum cristal como aquele, e minha vida caiu na monotonia novamente. Um dia atrás do outro se seguia e eu já desistia de encontrar outros cristais esféricos. Até que inesperadamente, uma carta me foi enviada, ela continha o selo real e uma estrela brilhante lacrando o envelope.


    A primeira reação que tive foi medo. Será que descobriram que li o cristal secreto? Iriam me executar? Tremendo e com as mãos suando, peguei o envelope, o abri e comecei a ler:


         Caro Larios, devido aos anos de contribuição prestados ao reino por você, seu excelente trabalho e indicações partidas de estrangeiros; decidimos promovê-lo à assistente de faxina do castelo real. Se dirija a capital e apresente esta carta na entrada do castelo aos guardas. Seu prazo é de dois dias para preparar seus pertences e partir em direção à cidade


                                                                                               Ass. Óreon.


P.S: recusar não é uma opção.


      


       Minha primeira reação foi alívio. Não descobriram sobre minha secreta leitura. Depois fiquei muito animado: eu finalmente conheceria o castelo e a capital. Só depois me dei conta que seria eu a limpar os mais de cem cômodos daquela monumental construção.


     Como dito na carta, eu não poderia recusar e em dois dias já deveria estar no castelo, então fui preparar meus pertences, não eram muitos: algumas túnicas, capas, vestimentas comuns e alguns cristais de memória que comprei ao longo dos anos. Saí do quarto e fui me despedir das poucas pessoas que conheci aqui: Jeal, meu amigo e de senhora Krin, responsável por cuidar da direção da Biblioteca e de alguns estrangeiros, que praticamente viviam no lugar.


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     Após um dia de caminhada cheguei aos portões da cidade, e esta, toda cercada por um muro com apenas uma entrada e saída. Em frente à entrada me deparei com dois guardas corpulentos vestindo armaduras prateadas, cada qual segurando uma lança para barrar a passagem. Ambos tinham feições pouco amistosas e muito parecidas. Seriam parentes? Talvez irmãos. Um deles, ao perceber minha presença, falou enfurecido:


    -- O que você quer garoto?


    -- Err... eu recebi uma carta dizendo para me dirigir ao castelo.


    -- É necessária uma autorização para passar pelo portão. Tem alguma? – perguntou-me o mais alto. Foi quando me lembrei que deveria apresentar a carta para minha passagem ser permitida.


    -- Disseram-me para mostrar-lhes a carta. – Dizendo isso, peguei a carta em minha mochila e mostrei aos guardas.


    -- Tudo em ordem. Como é uma carta de Óreon temos que acompanhá-lo até o castelo.


     Ufa... achei que seria barrado, mas tudo correu bem. Eles abriram o portão e antes de entrar, olhei uma última vez para o caminho que percorri. Talvez nunca voltasse para casa, ou visse qualquer pessoa que conheci novamente.


    -- Vamos logo rapaz, temos que chegar em menos de uma hora ou vamos perder o horário de almoço. – berrou um deles. Então me voltei para a capital e passei pelo portão, indo logo atrás dos guardas.


    -- Rone, não seja duro com o garoto! – disse o mais baixo


    -- Não me diga o que fazer Rune, só porque é o mais velho não significa que pode mandar em mim! – respondeu o outro.


     Essa discussão prolongou-se por todo o percurso. Às vezes eles brigavam a ponto de socarem e chutarem um ao outro e depois ficavam em silêncio, e então recomeçavam tudo de novo.


     Desliguei-me um pouco dos irmãos e comecei a observar as ruas da cidade. As casas não eram muito grandes, mas o lugar estava cheio de gente indo de um lado a outro, quase me perdi de Rone e Rune na multidão. Mas o que mais me impressionava era a quantidade de lojas, que vendiam de tudo que se podia imaginar, desde suvenires até armas de diversos tipos.


     Depois de alguns minutos chegamos à frente do portão do castelo (quantos portões numa cidade só. Para que isso?). Assim que paramos em frente, ele se abriu e uma jovem caminhou em nossa direção.


    -- Ei garoto, seu nome é Larios?


    -- Sim, por quê?


    -- Olá, meu nome é Carin, o mestre Óreon me enviou para buscá-lo e mostrar as tarefas que irá desempenhar no castelo. – ela respondeu. E se virando para os guardas disse. – Guardas vocês estão dispensados, podem aproveitar seu horário de almoço. – ela lançou-lhes um sorriso e ambos largaram as armas e saíram correndo. Provavelmente para o refeitório.


     Carin se virou e eu a segui em direção ao castelo. Ela era uma garota diferente, seus cabelos não eram em tons de cinza ou branco como a maioria dos cidadãos, eles eram negros com mexas azuis, eu nunca havia visto essa tonalidade em alguém antes. E sua voz era doce e calma, quase como tranquilizadora, pois até os irmãos irritados e brigões haviam sossegado ao escutar sua fala, ou talvez fosse apenas impressão minha.


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     Finalmente chagamos nas proximidades do castelo, este era cercado por grades de ferro e no espaço externo existia um lindo jardim, com árvores frutíferas, grama aparada, fontes e caminhos de ladrilhos; ainda havia vários guardas com lanças perambulando pelo local e mais dois guardando a porta do castelo. Carin disse que tanto estrangeiros quanto cidadãos estavam proibidos de entrar sem um convite real, o descumprimento da lei era penalizado com o envio do indivíduo às prisões periféricas.


    Quando cruzamos o jardim, os dois guardas que vigiavam a entrada apontaram suas lanças e nos barraram.


    -- Convite, por favor?


     Carin retirou de sua túnica um pergaminho, desenrolou-o e mostrou aos guardas que a deixaram passar.


    -- Você aí atrás, onde está o seu convite?


     Antes que eu pudesse se quer responder, Carin já se manifestara:


    -- Ele está comigo a pedido do mestre Óreon.


    -- Bem, desta vez permitiremos, mas trate de arrumar um convite. Caso contrário, não poderemos deixá-lo passar se andar pelo jardim sozinho. – reforçou um deles. Apenas acenei e voltei a seguir Carin.


     Ao contemplar o interior do castelo fiquei deslumbrado, ele era magnífico. Apenas o hall de entrada já era enorme e tinha grandes estátuas por todos os lados. E bem no centro do chão havia um sol dourado com escritos (o mesmo que havia visto na visão do cristal). As paredes eram enfeitadas por quadro dos representantes e fatos históricos.


     Logo a frente havia uma bifurcação: um lado levava às escadas em espiral que levavam ao andar superior; e o outro lado levava a um corredor principal ligado a vários outros.


     E como se já não bastasse, ainda percorriam empregados por todo o lado, entre eles: mordomos, faxineiras e cozinheiros. Só fui acordado de meu choque quando Carin me chamou. (devia estar de queixo caído).


    -- Larios, mostrarei seus aposentos e em seguida onde trabalhará. Siga-me.


     Carin foi até a escada e começou a descê-la, o que revelou que além dos muitos cômodos acima de nós, haviam outros mais no subsolo. Descemos a escada, e no subsolo existia apenas um longo corredor com portas de ambos os lados, cada qual com um número na frente. Andamos até parar em frente ao quarto 0641, quando Carin retirou dos bolsos uma chave e me entregou.


    -- Aqui está a chave do seu quarto, entre e deixe suas coisas que vou lhe mostrar onde trabalhará.


     Abri o quarto e me deparei com um pouco maior do que onde eu costumava dormir, haviam dois criados e duas camas, o que era estanho, mas não me importei. Estava ansioso para saber onde iria trabalhar.


     Subimos cerca de três andares até que Carin abriu duas imensas portas que revelaram uma grandiosa sala com inúmeras estantes lotadas de cristais de memória. Era um local bem iluminado graças à grande quantidade de janelas que possuía.


    -- Larios você trabalhará na limpeza dos cristais, soube que já fez isso na Biblioteca, então não será muito difícil para você se adaptar. À noite e no horário do sol nascente esta sala recebe a visita de alguns nobres e estrangeiros, então não demonstre moleza nesses horários. Óreon permitiu que você lesse os cristais durante sua folga. O café da manhã é servido às 6 horas, seu turno começa às 7 horas, há uma pausa para o almoço de 12 às 13 horas e depois você segue até as 19, horário que encerra seu expediente. As refeições são feitas na cozinha. Boa sorte em seu trabalho Larios. Agora preciso ir.


     Dizendo isso ela simplesmente foi embora. Duas coisas: a primeira: como alguém consegue falar tantas orientações sem parar para respirar ou ver se o outro está entendendo? ; segunda: ela me deixou sozinho sem me dizer como voltar para meu quarto ou onde fica o material de limpeza... bem, teria de procurar eu mesmo.


     Assim iniciei minha “perigosa” jornada à procura de um espanador e panos que deviam estar em algum lugar naquele labirinto de salas. Consegui retornar ao salão principal que se encontrava em intenso movimento, então comecei uma série de perguntas sobre onde poderia estar o material de limpeza:


    -- Ei você ai...


    -- Pode me informar onde...


    -- Sou novo aqui, e eu...


    -- Por favor, você pode...


     Já estava por desistir e tentar achar meu quarto até que um sujeito finalmente me ajudou:


    -- Opa mano, tu parece meio perdido, descolô o trampo agora?


    -- Não entendi o que disse. Pode repetir?


    -- É novato nessa parada?


    -- Ah, sim, sou novato. Você pode ajudar-me a encontrar o material de limpeza?


    -- Olha, tu faz o seguinte: vai praquele canto esquerdo, abre a porta que dá pra cozinha, atravessa o lugar todinho e no fundo vai ter uma porta com vassoura, esfregão, panos, e outros.


    -- Obrigado. – quando ia me virar para seguir o caminho descrito ele disse:


    -- Já ia me esquecendo, meu nome é Grondirin, mas se quiser pode me chamar de Gron igual ao resto da galera.


    -- Prazer, sou Larios.


    -- Prazer, sou Gron. – ele estendeu a mão e me cumprimentou com esta toda melada, sabe-se deus lá de que. E percebendo minha reação ele se desculpou:


    -- Foi mau cara, é que não dormi direito essa noite, tive muita dor de barriga, esses cozinheiros devem ser uns porcos. Aí, quando não durmo direito, no outro dia meu nariz fica entupido. Bem... agora vou terminar de preparar a janta, já são 17 horas. Até mais amigo.


     E do mesmo jeito que chegou foi embora, aquele sujeito era realmente estranho e... nojento. Segui suas instruções e peguei o material de limpeza. Trabalhei por duas horas: primeiro fiz uma ronda do local para dar uma olhada nos cristais, nada muito diferente dos da Biblioteca, apenas alguns sobre a história de nosso povo que não tinham no meu antigo local de trabalho. Com certeza esses anos seriam beeeem longos.


     Às 19 horas o jantar foi servido e logo depois procurei meu quarto naquele labirinto enorme, finalmente achei o n° 0641, mas quando abri a porta, desejei trocar de quarto...


    --E aí cara, o que que tu tá fazendo aqui?


     Eu ia dividir meu quarto com o caipira...


(quem estiver lendo deixe um comentário.)



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Autor(a): larizg

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