Fanfic: Merdaa...O astronauta vermelho desceu! •1ª e 2ª Temporada•

Respira, Dulce. Respira. Esse exame não é seu. Esse “POSITIVO” não é pra você. Porque você não pode, e nem está grávida do seu ex-marido.
O que acontece é que uma outra Dulce Maria Espinoza Saviñon, que não é você, fez o mesmo exame e, devido aos nomes idênticos, a recepcionista trocou os envelopes, resultando nessa história totalmente absurda de que você está grávida.
O fato da sua menstruação não ter dado “as caras” há um bom tempo, e você estar vomitando tudo que come, não a torna grávida. Fora que você não “brinca” de fazer filho há muito tempo, quer dizer, exceto naquela noite em que você e o Chris tiveram uma pequena (e duradoura) recaída. Mas foi só uma única noite, e todo mundo sabe que seria quase impossível engravidar.
Ah, droga! Agora eu me lembrei: Ele não usou preservativo.
Aquele idiota!
Não acredito nisso. Estou grávida! E pior ainda, grávida do meu ex-marido.
—Jumenta! Burra! Anta! —Eu não parava de me xingar. —Como isso foi acontecer comigo, meu Deus? — Eu não conseguia acreditar que eu fui ser tão azarada assim — Se pelo menos eu tivesse engravidado quando ele e eu sonhávamos ser pais. Quando éramos CASADOS.
Eu bem que ficaria feliz de receber essa noticia (a da gravidez) há, pelo menos, uns dois anos atrás, quando eu era casada e estava tentando salvar o meu casamento. Casamento este, que ao completar cinco anos começou a dar passos para trás, assumo que grande parte desses passos foram culpa minha. Culpa dos meus ciúmes, culpa da minha falta de paciência, culpa do meu estresse.
Mas esperaí. Não me crucifiquem antes que eu me explique. Acho —tenho quase certeza — que grande parte das mulheres desse planeta irão me entender.
Ser casada é difícil, mas ser casada com um cara lindo é problema na certa. E o pior era que meu marido não era apenas lindo, ele era lindão. Lindo de verdade. O que não é fácil, se vocês querem saber. Pois sempre que saíamos para qualquer lugar apareciam milhões de mulheres oferecidas cantando ele, sem dar a mínima que eu estava do lado, o que me deixava louca. E sabe o que ele fazia?
Nada. Sim, isso mesmo. Ele não fazia nada para afastá-las. Às vezes até parecia que ele gostava de todo esse “assedio”. O que me dava mais motivos para chutar o pau da barraca em casa.
Mas a história não acabava por aí.
Pra quê eu, um símbolo do fracasso, fui me casar justo com um homem que em tudo é bem sucedido?
Para me sentir inferior, é claro. E é obvio que eu tive que dar um jeito nessa história. Comecei a ler uns livros de mulheres bem sucedidas, que enfrentam o mundo de cabeça erguida, batem no peito e dizem “Eu sou muito melhor do que meu marido. Se eu quiser troco ele assim, ó —Estalam os dedos — Por um bem melhor”. Não preciso nem falar que comigo essa história não saiu justamente assim. Preciso?
Bom, acho que já deu pra entender porque meu casamento não foi para a vida inteira, como eu planejava.
E como se não bastasse —Sim, podem aplaudir, pois agora sim eu estou metida em confusão. —Estou grávida do meu ex-marido.
Sou um gênio. Um gênio naum é mesmo!Parabéns para mim!
Como eu pude ter dormido com o Cristopher? Eu já tinha quase esquecido dele. Tá bom, tá bom. Eu não tinha me esquecido dele coisa nenhuma (mesmo mais de um ano depois de termos assinado os papéis e deixado bem claro que não éramos mais nada um do outro). E sabe o que é pior de tudo? O pior de tudo é que ainda morro de amores por ele.
Creio que tenha sido devido a isso que quando eu voltei para a capital para resolver uns probleminhas, e me dei de cara com ele, não pensei duas vezes em aceitar o seu convite e ir matar as saudades com ele, na cama do hotel onde eu estava.
Sou uma jumenta mesmo naum!
Se eu não tivesse aceitado eu não estaria agora passando por todos esses apuros.
E agora, o que eu vou fazer? Voltar a morar na capital?
Não, claro que não. Pois eu me mudei para tentar esquecê-lo —Assim que o divorcio saiu, eu estava tão sem rumo que decidir ir para o único lugar onde eu sempre tenho lugar: o colo da minha mãe. E como esse colo estava em uma cidade minúscula, lá onde Judas perdeu as botas, resolvi fazer minha trouxa e ir morar com ela. E não “arredo o pé daqui” por nada nesse mundo—Como mamãe afirmou no dia em que cheguei.
Meu Deus! Eu tinha me esquecido dela!
Como eu vou explicar para minha mãe que eu estou grávida do Cristopher? Grávida do meu EX-MARIDO?
Ah, meu Deus! Eu estou ferrada. Ferradíssima.

Continua...