Fanfic: Merdaa...O astronauta vermelho desceu! •1ª e 2ª Temporada•

—Aquela viagem para a Capital. —Ela sussurrou para si mesma, como se quisesse achar as respostas dentro de si.
—Nos encontramos por acaso, e... Decidimos “matar as saudades” —Sorri nervosa, mordendo o lábio inferior, esperando sua aprovação.
—Você quer dizer que dormiu com ele não porque estava tentando salvar o casamento, e sim para matar as “saudades”? —Ela parecia surpresa.
—Mãe, a senhora nunca ficou separada do papai por mais de um ano pra entender. Eu sei que é complicado, mas o meu casamento e do Chris não tem solução.
—Talvez. —Ela suspirou já mais compreensiva, segurando minhas mãos de forma carinhosa. —Mas uma criança faz milagres, querida. Quem sabe? —Mamãe disse piscando um olho para mim, como se eu tivesse uma quadra de As, na mão, em um jogo de pôquer.
—As coisas não são assim, mãe.
Ela suspirou vencida. Depois olhando para mim, com certa curiosidade disse:
—Mas, querida, você tentou engravidar durante anos e em uma única noite conseguiu. Não é estranho?
—Bem... —Eu sorri maliciosamente me lembrando da noite em questão. —é que naquela noite trabalhamos para o equivalente de três noites, mãe.
—Jesus! —Ela se levantou escondendo o rosto entre as mãos. —Você está me contando sobre suas...Suas...Suas...Suas.... —Ela não conseguiria falar de tanta vergonha, eu tinha certeza.
—Relações sexuais. —Conclui para ela.
—É...Você estava falando sobre isso comigo.
—Desculpa. —Sorri para ela.
Mais segundos de silêncio.
—E pro Christopher, Dul, quando você pensa em contar? —Me perguntou, enquanto limpava a meleca do chão.
—Bom... —Parei para pensar. Eu não iria contar por telefone, e muito menos seria capaz de ir para a Capital para contar, então a melhor solução é: —Vou ligar para ele dizer que aconteceram alguns problemas com a papelada do divorcio e que ele precisa vir para cá para resolver, pois estou “enferma”. —Recorde mundial. Criei uma mentira imensa em segundos.
—Não acho essa a melhor maneira de contar. Mentir nunca é a melhor solução. Mas, você é quem sabe.—Mamãe se levantou e foi lavar as mãos na pia. Quando as secou, veio em minha direção e falou: —Sei que você está cheia de preocupações, mas eu estou aqui para te ajudar seja lá no que for. —Sorriu docilmente, me fazendo retribuir o sorriso em uma maneira (a nossa maneira) de dizer “obrigada”.
Uau. Essa história de ser mãe até que não é tão mal assim. Será que todo mundo vai puxar meu saco?
—E, pra começar. Não quero que você se preocupe com seu pai. Dele cuido eu. —Dona Blanca, A Super Poderosa Contra Pais Bravos, informou. Porém, como era muito bom pra ser verdade, ela finalizou com um: —Eu te garanto que ele não vai brigar com você, mas eu vou obrigá-lo a ter uma séria conversa com você, mocinha. Dos sermões você não escapa. —Ela sorriu daquela forma maligna e triunfante.
Ela sabe ser chata quando quer.
Depois de terminar seus afazeres domésticos, minha mãe finalmente se lembrou que eu existo (sentiram o melodrama? Se acostumem, pois nisso minha gravidez conseguiu ser pior do que minha TPM. —Parabéns para minha gravidez ), e com um dos seus amorosos sorrisos, disse:
—Ainda não dei um beijo no meu neto, muito menos na mãe dele.
Sorrindo me levantei e a abracei. Era como se ela me dissesse que tudo acabaria bem, mas eu bem sabia que na minha vida nunca existe o “Feliz para sempre”, ou o “Sem problemas para sempre”.
Mas assim é a vida, não é?
Pelo menos é assim a minha vida.

Continua...