Fanfic: Merdaa...O astronauta vermelho desceu! •1ª e 2ª Temporada•

Os dias foram passando, as semanas, e até mesmo o mês. E minha barriga a cada dia aumentando. Ela já estava imensa —embora o Christopher afirme que não está tão grande assim, e que eu exagero, mas experimenta estar no meu lugar e olhar pra baixo e não ver os seus pés. Aí sim vocês saberão se eu estou exagerando, ou não. Afinal três meses de gravidez não é pouca coisa e ninguém compreende que eu estou carente e preciso de carinho e atenção, além de pessoas que me ajudem a exagerar no tamanho da minha barriga, sem ficar me incriminando e dizendo que eu ando vendo coisas demais.

Mas tudo bem. Eu supero, ou pelo menos é isso que eu estou tentando, vendo Bob Esponja e chorando ao pensar em como esse desenho é fofinho, e como milhares de crianças pobres—Pobrezinhas!— não possuem nem uma televisão para ver, enquanto meu filho terá tudo isso à sua disposição.

O mundo realmente é cruel.

—Dul? —Ouvi a voz da vovó, vindo da sala.

—Estou no quarto da Anny, assistindo tevê! —Gritei para que ela me ouvisse, secando minhas lágrimas.

Depois de milhares de segundos ela (Finalmente!) chegou ao quarto.

—Hoje à noite, querida, vá jantar lá em casa. —Vovó sentou-se na beirada da cama. —E você? Como está?

—Bem. —Murmurei, ainda deitada na cama, sentindo dores nos olhos por chorar mais de duas horas seguidas, assistindo a maratona de Bob Esponja.

—E o meu bisneto? —Ela aproximou-se e acariciou minha barriga.

—Crescendo saudável. —Sorri ao me lembrar da consulta em que ouvi as batidas do seu coração.

—Dulce, tenho uma novidade maravilhosa para te contar! —Vovó sorriu de orelha a orelha, e a sua pele já enrugada ficou pior do que um maracujá.

—Qual? —Perguntei, me movimentando na cama, procurando uma posição que não amassasse meus seios tão doloridos.

—O Christopher e a Fernanda discutiram feio ontem.

—Hummmm. —Murmurei sem me interessar pelo assunto.

—Eu te conto uma das melhores noticias dos últimos tempos e você só faz “humm”? —Ela arqueou sua sobrancelha branca como a neve, franzindo o cenho. —Não vá me dizer que... —Ela pôs a mão na boca, surpresa. — Ah, meu Deus! Não vá me dizer que você perdeu o interesse no Christopher.

—Tenho coisas mais importantes para pensar do que no Christopher, vovó. —Passei a mão em minha barriga para demonstrar o que era mais importante no momento. —E os dois brigarem implica na infelicidade da minha prima, e não gosto de sorrir pela tristeza dos meus familiares.

—É por isso que te admiro. —Hã? Eu digo pra ela que estou desinteressada no neto dela e ela diz que me admira por isso? —Pensar na família antes de nós mesmos é uma virtude! E com certeza aquela vac... Sua prima não tem.

Porque tudo que eu falo ela põe em um pedestal e faz parecer com que eu seja a mais nobre de todas as mulheres?

E também verdade seja dita: eu não estou me importando pela Fernanda, estou nem aí, porque como Anny me disse ontem, eu não posso ficar rastejando pelo Christopher durante a minha vida toda, e dois anos o fazendo já está de bom tamanho (principalmente se considerarmos que eu não saí com homem nenhum durante esse período).

—E para com essa idiotice! —Ela havia gritado, quando me viu olhando para uma foto minha e do Christopher com nostalgia. — Você fica pensando nele, enquanto ele não te vê mais do que uma barriga que carrega o filho dele. Deixa de ser idio*ta, Dulce!

—Não é assim, Anny. Ele se preocupa comigo. —O defendi.

—Nem você acredita nisso. E será que pelo amor de Deus te custaria muito sair com o amigo do Poncho? Arrancará pedaços? —Ela gritava descontrolada comigo.

—Dá pra explicar o por quê você está tão estressada? —Perguntei, me levantando do sofá para mirá-la melhor.

—Porque eu ouvi uma conversa do Christopher sem querer e ele disse para Fernanda que a única coisa que ele se importava era com esse filho, não com você! Sua tonta!

Lembro-me que voltei a me sentar, tentando fingir que eu não estava nem um pouco abalada. Mas querem saber o que eu senti? Senti raiva e uma vontade louca de voltar para a casa dos meus pais e fingir que ele não existia.

Ele não sentir nada comigo, tudo bem, mas me tratar como um nada, e simplesmente aquela que carregava o filho dele já era demais. Mais do que eu estava disposta a aceitar. E se ele pensa que eu sou uma idio*ta que aceita qualquer coisa e se arrasta por ele, está muito enganado. Posso até ser bem idi*ota (até demais), mas tenho meu orgulho e orgulho de Dulce Maria ferido é pior do que um ano de TPM. Ele que me aguarde!

TO BE CONTINUE...