Fanfics Brasil - Temos Nosso Próprio Tempo Impacto De Sangue

Fanfic: Impacto De Sangue | Tema: Original, Darkfic, Dearth fic, Misticismo, Sobrenatural


Capítulo: Temos Nosso Próprio Tempo

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Acordei mais calma, minha mãe estava ao meu lado me fazendo cafuné. Já estava de noite, eu olhei minha mão que além do gesso estava com os dedos enfaixados. Veio aquele vazio dentro de mim... Eu não sabia mas, eu o amava e não pude disser nada pra ele.
Minha mãe: Tá mais calma querida?- Disse com uma voz doce.
Eu: Mãe eu não me conformo, como ninguém falou isso pra mim. Estávamos juntos, eu tinha que saber.
Minha mãe: Íamos contar querida.- Entrou a mesma enfermeira com uma bandeja de comida.
Eu: Pode voltar sua fingida!
Minha mãe: Georgia!- Me repreendendo.
Eu: Ela sabia que ele tava mal, e nem me contou.
Enfermeira: Me entenda. Eu não estava autorizada a falar, E também não sabíamos como você iria agir.
Eu: Mais eu queria vê-lo. Eu nem ao menos sei o nome dele, e...- Comecei a chorar.
Minha mãe: Vamos você precisa comer.
Eu: Eu não quero.- Enxugando as lágrimas.
Enfermeira: Você tem que comer, não quer sair daqui?
“Por mim pode até me enterrar viva”-Pensei, mais preferi ficar quieta.
Enfermeira: Vamos, se você comer.... Eu te falo o nome do garoto.- Com um sorriso triunfante.
Eu: Chantagista!- E comecei a comer. Tive que comer tudo, e o pior que essas comidas de hospital são ruins, sem sal, sem gordura, sem gosto.- Pronto terminei.
Enfermeira: Ótimo. – Pegando a bandeja e se virando.
Eu: Ei! Você não vai me dizer nada?
Enfermeira: Claro.- Se virando pra mim.- O nome dele é Arthur.- E depois saiu.
Arthur, foi isso que ele tentou falar pra mim antes de subir na moto. Como só tinha me ralado, e o maior dos meus machucados foi apenas um braço engessado, tive alta no dia seguinte, mal conseguia andar de tanta dor. Muito gentilmente os pais do Arthur, ou Artie como eu comecei a chama-lo, me convidaram para o velório. Só fui mesmo no enterro, preferi ter na memoria a imagem de quando nos conhecemos. Estava um dia razoavelmente bonito, não tinha sol, mais também não chovia, só estava nublado mesmo, e ventava muito por que estávamos no alto.
Doeu muito o som da terra batendo na madeira do caixão, que era abafado com uma musica do Legião Urbana, sabe aquela  “Tempo Perdido”


Todos os dias quando acordo
Não tenho mais
O tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo



Mesmo com uma blusa de frio, sentia o vento gelado me cortando, principalmente no rosto que, estava molhado. Depois de acabar a cerimonia, todos um por um saíram do cemitério, mas eu queria ficar, não me deixaram. Meu pai me abraçou e me conduziu até o carro, mas no final, eu sabia que uma parte minha estava lá enterrada também com ele.



Então me abraça forte
E diz mais uma vez
Que já estamos
Distantes de tudo



Chegamos em casa, minha mãe fez um lanche rápido pra gente, mais não tinha fome. Tentei assistir televisão, mais meus pensamentos voavam para outros lugares. “Será que ele esta bem? Onde ele esta?” Eu tinha um pensamento, uma coisa que me dizia que, o Artie não estava morto, não tinha acabado. Ele estava em algum lugar, fazendo alguma coisa. “A morte é só o principio”



Não tenho medo do escuro
Mas deixe as luzes
Acesas agora



O dia aquele dia, se arrastou a passos de tartaruga, ou Internet Explorer. Fique largada o dia todo no sofá, meu pai tentou me animar e comprou uma pizza, bem eu não resisti adoro pizza. Mais tarde resolvi tomar um banho, aquele banho quente que queria tanto. Por sorte tenho um banheiro no meu quarto, que ainda por cima tem uma banheira razoavelmente grande. Coloquei a água mais quente que conseguia suportar, e mergulhei tomando cuidado para não molhar o gesso.



Somos tão jovens
Tão Jovens! Tão Jovens!



Fiquei... Pra falar a verdade nem sei por quanto tempo fiquei ali, meditando, vendo o tempo passar, chorei muito, abafei alguns gritos na água e espuma. Só quando a água começou a esfriar, resolvi sair. Pequei minha toalha do Tom e Jerry (sim, eu sou muito fã do Tom, principalmente do Jerry), e me sequei enquanto via a água descendo pelo ralo.
Me enrolei na toalha e antes de sair do banheiro, que mais parecia uma sauna, fui olhar no espelho ver como eu estava. Passei a mão no espelho pra desembaçar e ver melhor. Quando me vi tomei um susto, meus olhos estavam tão roxos e inchados, e eu estava tão pálida e abatida. Suspirei fundo vendo a minha imagem, até parecia um fantasma, e de certa forma eu era. Minha vida começou e acabou em apenas um dia, só ia ver o Arthur no meu pensamento. Foi ai que me virei para sair do banheiro.




E por hj é só. Até mais Beijo



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Autor(a): Lucy_Blackbird

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