Fanfic: Nem sempre o amor pode está certo. 1º Temporada e 2º Temporada | Tema: web novela

Pedimos um prato e comemos assim que chegou. Ela parecia faminta. Acho que era por causa do treinamento. Ficamos jogando conversa fora até terminarmos o almoço. Quando pedimos a sobremesa, ela puxou o assunto que eu estava constrangido de falar.

– e a Tati? – ela perguntou.

– ah... Então – cocei a nuca de nervosismo – estamos mal.

– o que você fez agora? – ela perguntou rindo.

– ou, porque eu tenho que ter feito alguma coisa? – eu perguntei indignado.

– ah... Você parece estar se sentindo culpado – ela deu de ombros.

– realmente... Fiz uma merda mesmo – falei abaixando o olhar – eu a beijei, me empolguei demais, tentei ir além – abaixei a cabeça e fiz uma pausa – ela ficou chateada comigo.

– ela ficou chateada porque você a beijou? – ela perguntou parecendo surpresa.

– não. Foi por outra coisa que ela está sem falar comigo. No dia seguinte eu decidi me declarar pra ela, mas ela viu uma mensagem da Suzana...

– Suzana? – Mabi o interrompeu.

– a garota que eu estou ficando – eu expliquei – então à noite a Tati saiu com um Mané aí e disse que não iria dormir em casa. Fiquei puto com ela.

– ai foi e ligou pra Suzana – ela disse fazendo careta.

– na verdade, ela que me ligou e tentei dá um corte nela, mas uns minutos depois ela pareceu lá em casa, tirou a roupa e eu não sou o Lucas que rejeita mulher – falei tudo de uma vez.

– ai Bernardo! – ela exclamou – o Lucas que está certo. Vocês são muitos sem vergonhas!

– sou homem pow!

– e o Lucas também. Muito – ela disse sorrindo.

– poupe–me desses detalhes Mabi! – eu disse irritado.

– então, continua – ela pediu.

– pois então, a Suzana acabou dormindo lá em casa e a Tati a encontrou na cozinha de manhã... Imagina a confusão – falei fazendo careta.

– putz! Você também, hein?! Já não gosto dessa Suzana – Mabi disse irritada – que garota idiota!

– ah Mabi, eu não devia ter deixando–a dormir lá.

– para de se culpar e a culpe também. Pelo o que você disse, ela foi bem oferecida, hein?!

– ela é uma garota de atitude – ele deu de ombros.

– vou nem te responder o que ela é – ela disse irritada – e você gosta dela?

– talvez... – disse desconfiado e ela me olhou feio – talvez não.

– e o que está fazendo com ela? – Mabi perguntou indignada.

– ela me faz bem – disse com tranqüilidade.

– sexo. Deve ser isso que ela faz bem, né Bernardo?! – ela disse franzindo a testa, irritada.

– uôu! Calma Mabi – eu ri – não precisa ficar brava comigo. Eu sou homem e preciso de sexo – eu disse de forma natural.

– você é machista e precisa tomar vergonha nessa cara – ela disse revirando os olhos.

– posso tomar com vodka? – perguntei só pra descontrair.

– aí Bernardo. Você está brincando com a minha paciência, né?!

– calma Mabi. Foi só pra descontrair.

– foi mal – ela relaxou o corpo – mas é que eu penso o que a Tati está passando com esse teu rolo com a Suzana – ela disse cabisbaixa.

– a Tati não ta nem aí – dei de ombros – ela vivi fugindo de mim, não entendo isso – eu disse indignado.

– mas eu entendo – ela falou pensativa – eu sofria muito quando te via com a Mel. Do mesmo jeito que a Tati deve sofrer te vendo com a “Suzana” – ela disse o último nome com voz enjoada.

– como assim você sofria? – perguntei confuso.

– ah Bernardo, não se faz de cínico não, ta? – ela disse rindo com sarcasmo.

– cínico? Eu? – perguntei inconformado com a acusação – não sei do que você está falando.

– ah não... Imagine – ela cerrou os olhos e fez um bico – quando você me propôs aquilo de ficar com você e com o Lucas, você não fazia nem idéia que eu ainda gostava de você, né?!

– ah, sei lá. Joguei verde – eu disse a verdade – mas você ainda gostava de mim? – perguntei surpreso.

– digamos que 3 anos não era tempo suficiente pra esquecer uma pessoa – ela disse com ironia.

– muito pouco tempo – eu concordei rindo – acho que eu nunca esqueci – falei sem nem perceber e notei que ela ficou incomodada – mas de verdade, achei que você só queria usar meu corpinho, por isso ficou comigo – falei sério.

– ah claro! – ela riu alto – gostosão!

– todas dizem – dei de ombros me gabando.

– então deixaremos esse assunto de lado. É passado, né?! – ela disse sem graça.

– infelizmente – murmurei.

– Bernardo, nós viemos aqui pra falar sobre a Tati ou pra você ficar dando em cima de mim? – ela perguntou na cara de pau.

– não pode ser os dois? – falei mordendo o lábio inferior.

– meu deus! – ela jogou a cabeça pra trás enquanto eu ria – mas você não deixa de ser safado.

– minha maior qualidade – falei ainda rindo – mas diga aí.

– então, como eu estava falando... A Tati gosta de você. Eu percebo isso – disse ela.

– ô se gosta! Se ela gosta assim como você diz, porque ela me trata tão mal?

– medo de se apaixonar, talvez – ela disse imediatamente – medo por você ser um safado, ou medo de você brincar com ela.

– eu? – perguntei pondo a mão no peito – não sei de onde você tirou isso – falei negando com a cabeça.

– de quando você me jurava amor, dava em cima de mim, tentava me beijar e 10 minutos depois, estava em outro canto da festa pegando a Mel! – ela disse tudo pausadamente.

– isso é injustiça! – falei – não mistura as coisas – eu ri – com você foi diferente.

– diferente por quê? – ela perguntou erguendo as sobrancelhas – só porque a Tati não cede aos teus encantos? – ela disse rindo e eu fiquei sério.

– meus sentimentos por ela é diferente dos por você – eu expliquei.

– qual a diferença?

– o amor – eu disse olhando–a nos olhos.

– Bernardo... – ela parou de rir e também ficou séria.

– contrário da Tati. Não a amo – completei desviando o olhar do dela – acho que gosto dela apenas. To apaixonado.

– se você me amava tanto assim... – ela fez uma pausa – porque me magoou tanto? – ela falava como quem sentisse dor.

– eu fiz muita merda por você. Pra existir o nós e depois pra manter – falei com um sorriso amarelo nos lábios – aceitei muita coisa pra ficar ao teu lado, pra ter um pouco do teu carinho, alguns minutos dos teus beijos... Eu sei que essas coisas não justificam toda aquela burrada, mas se você amasse alguém do jeito que eu te amo... – fiz uma pausa quando percebi que usei a palavra “amo” – amei – corrigi e pensei mais um pouco – amo – falei novamente e ela deu um sorriso – você entenderia porque eu fiz tudo aquilo.

– você me magoou bastante, desde aquela primeira vez que eu te vi com a Mel – ela fez uma careta – depois daquele dia, meu amor por ti, deixou de ser dessa forma que você descreveu. Eu vou te contar uma coisa Bernardo, mas ela não pode sair daqui – ela disse olhando para as suas mãos que mexiam inquietamente.

– prometo – eu disse encarando–a.

– eu ainda te amo – ela falou ainda sem me olhar – mas amo o suficiente pra saber que não dá mais pra ficarmos juntos. Eu não confio em ti, você não confia em mim. E só o amor não iria segurar nossa relação. Você não deve imaginar que pra mim é difícil ter tanto contato contigo. Essa relação de amizade entre a gente ainda mexe comigo, mas eu tenho discernimento das coisas. Então acho que ta na hora de você partir pra outra como eu fiz. Eu amo muito o Lucas. Não trocaria ele por ninguém. E você deveria fazer o mesmo e acho que essa outra pessoa pra você, é a Tati – ela me olhou e uma lágrima escorria na sua face.

– Mabi, eu... Hã... – eu tentava falar, mas estava chocado – não esperava você dizer essas coisas. Não sabia dessas coisas também – eu sorri de nervoso.

– Bê, quando eu te pedir pra não sair daqui, é porque eu e o Lucas estamos um pouco brigados e se ele souber disso, sei lá, pode interpretar errado.

– eu entendo, mas o que aconteceu entre vocês? – perguntei.

– ele voltou a ter aquelas crises de ciúmes. Semana passada ele ficou implicando porque o André havia me mandando uma mensagem e hoje ele descobriu que eu voltei a treinar com o André. Está puto comigo.

– dou razão a ele – falei de verdade – esse André não é flor que se cheire não.

– hum? – ela me olhou assustada – você mal conhece o André.

– não preciso de muito pra saber que aquele cara é perigoso – eu disse emburrado – se eu fosse o Lucas, não dava brecha mesmo não. O cara é tudo que vocês querem.

Ela riu alto.

– nossa... Só porque ele é bonito, malhado, independente, maduro, fofo...

– aff – fiz uma careta – já ta me dando nojo dele.

– homens – ela revirou os olhos – vamos?

– vamos – eu disse ainda de cara feia.

Paguei a conta e fomos pra universidade no meu carro.

– você acha que eu devo falar com a Tati? – perguntei.

– claro.

– mas ela não fala comigo, me ignora total. O que eu faço?

– dá um tempo pra ela. Quando a raiva passar, tenta conversar.

– eu to pra desistir – bufei impaciente – ela é muito complicada.

– se você gosta mesmo dela tenha paciência.

– sei não... Não vou ficar que nem cachorro correndo atrás do meu próprio rabo.

– não entendi – ela disse confusa.

– não vou dar uma de otário. Ficar atrás de uma garota que nem me quer – falei balançando os ombros.

– aí Bernardo... Você quer o caminho mais fácil, que é a Suzana. Se é putaria que você quer, não precisa ir atrás da Tati não. Ela é gente boa demais pra sofrer pelas tua cachorradas – ela disse irritada e eu resolvi me calar.

Chegamos à faculdade e eu pus o carro no estacionamento. Assim que descemos eu a chamei e abracei–a.

– obrigada, viu? – eu disse em seu ouvido – fiquei bem melhor depois desse nosso papo.

– não precisa agradecer – ela sorriu se afastando de mim – eu também me senti mais aliviada.

Pus as mãos no rosto dela e a olhei.

– gosto muito de você – eu disse de forma carinhosa.

– eu também – ela sorriu e eu a beijei na testa.

– alguém gosta de mim aí ou eu sobrei?

Olhamos pro lado e a feição dela já tinha mudado. Sabíamos que iria ter confusão.

– bobo – ela disse sorrindo pra ele.

– e aí Lucas – eu o cumprimentei e ele correspondeu apenas com um aceno de cabeça.

– então... Alguém me explica as declarações de amor, porque eu to por fora – ele disse cruzando os braços – passei pra te buscar e você não estava em casa. O Felipe ficou enrolando um tempão e por fim disse que te deixou em um restaurante.

– acho que esqueci de te avisar – ela disse fazendo careta.

– to achando que você está esquecendo-se de me contar muitas coisas, não é?

– não é isso Lu. Não começa com ciúmes – ela disse impaciente.

– você ainda não quer que eu tenha ciúmes? – ele disse irônico.

– nós fomos almoçar – ela disse e ele ergueu as sobrancelhas – o Bê estava mal por conta da Tati – ela me olhou como se pedisse aprovação pra contar e eu confirmei.

– se você puder não comentar nada perto dela – falei pro Lucas – digamos que estamos entre tapas e beijos.

– hum... Então, hã, você e ela tem alguma coisa? – ele perguntou.

– se ela quisesse – eu ri – ficamos algumas vezes, mas ela parece me querer mais longe do que perto.

– ah sim – ele exclamou – ela estava almoçando com o aquele outro menino, dos olhos verdes.

– o Fred? – perguntei.

– acho que sim.

– eu acho que o Fred é a fim dela – eu disse.

– será Bê? – a Mabi perguntou espantada.

– ele nega, mas eu não acredito nele...

Continuamos conversando enquanto andávamos até as salas. No caminho o meu celular tocou.