Fanfic: Nem sempre o amor pode está certo. 1º Temporada e 2º Temporada | Tema: web novela

– Bernardo, você ta no bloco II? – era a voz da Liane.

– to Li, por quê?

– vem aqui no banheiro feminino, por favor.

– o que foi?

– a Raquel ta mal aqui por causa do JP. Você está com a Tati?

– não, mas já vou pra aí.

– hã, gente, preciso ir ali. Tem uma das meninas do prédio não está muito bem.

– tudo bem Bê. Tchau – a Mabi disse.

Sai andando apressadamente pro banheiro feminino daquele bloco. Peguei meu celular e liguei pro Fred. A Tati não me atenderia.

– alô – ele atendeu.

– Fred, ta com a Tatiana? – perguntei.

– to, por quê?

– fala pra ela ir pro banheiro feminino do bloco II. Parece que a Raquel ta mal.

– tudo bem. Vamos pra lá.

Corri até a porta do banheiro e fiquei com receio de entrar porque poderia ter mulheres dentro. Pelo horário, as aulas já tinham começado. Mandei uma mensagem pra Liane que foi lá na porta.

– entra Bê. Não tem ninguém.

– ta. A Tati ta vindo com o Fred.

Ela assentiu com a cabeça e entramos. A Raquel estava sentada no chão, encostada a parede, chorando bastante. Seus olhos já estavam vermelhos, assim como seu nariz.

– o que aconteceu Raquel? – perguntei a ela que apenas chorava mais.

– ela não fala nada. Só diz que odeia o JP – Liane respondeu.

– ele te fez algo? – perguntei.

– ele é um idiota. Não quero mais saber dele – ela disse chorando.

Logo a Tati entrou. Sozinha.

– oi amiga, o que foi? – ela abraçou a Raquel e depois limpou suas lagrimas.

– idiota! – ela dizia cerrando os dentes.

– calma Raquel – a Tati a segurou no rosto – estamos querendo te ajudar. Fala.

– ele... Ele... – algumas lágrimas caíram e ela fez uma pausa – nós ficamos.

Todos nós olhamos um pouco surpresos pra ela e depois nós entreolhamos.

– Raquel, quando... – Liane ia perguntar quando fora interrompida.

– oi... – o JP disse entrando no banheiro – encontrei o Fred aqui na frente e ele disse que Raquel estava passando mal – falou nos olhando sem entender o que acontecia.

A Raquel olhou pra ele, limpou rapidamente as lágrimas e virou o rosto para o lado. Talvez não quisesse que ele a visse naquele estado.

– o que ta acontecendo, gente? – ele perguntou.

– hã... É isso que estamos tentando descobrir – eu disse confuso.

– você ta bem Raquel? – ele perguntou olhando pra ela.

– o que você acha João Paulo? – ela perguntou com sarcasmo.

– não estou entendendo... – ele disse.

– fingido! – ela resmungou.

– Raquel ou JP, dá pra um dos dois explicar o que está acontecendo porque eu estou perdendo aula – a Tati disse de forma grosseira.

– eu não sei o que ta acontecendo – ele disse.

– ah não JP – ela disse irritada – sábado não significou nada pra você, né?

– hã... Raquel – ele coçou a nuca, constrangido – eu te disse que era... – ele nós olhou e depois a olhou – sem compromisso.

– engraçado que eu não me lembro de ouvir isso... – ela disse e as lágrimas retornaram.

– vocês... – Liane começou a dizer e se calou.

– nós ficamos – JP explicou – hã, na boate.

– ficamos só não – Raquel completou – como você fez isso comigo?

– eu não fiz nada Raquel – ele dizia parecendo inconformado.

– claro que não fez – ela disse com sarcasmo.

– Raquel diz logo o que ele fez, porque eu também to perdendo aula – falei impaciente.

– primeiro nós ficamos na boate. Depois quando voltamos pro prédio, ele foi até meu apto atrás de mim... – Raquel começou a explicar.

– por isso que você sumiu no meio da noite? – Liane perguntou surpresa e ela assentiu com a cabeça.

– Raquel para – JP pediu. Ele parecia chateado – não foi nada.

– não foi nada JP? – ela perguntou indignada e levantou–se do chão, ficando cara a cara com ele – você foi até o meu apto, pediu pra ficar comigo de novo, me levou pra sua cama e depois de transar comigo, você vem me dizer que não foi nada? – ela falava alto.

Nesse momento o Fred entrou no banheiro também.

– galera dá pra parar de gritar? Lá de fora dá pra escutar – ele disse.

Ninguém prestava muita atenção nele. Todos estavam chocados com o que acabaram de ouvir. O JP parecia mais constrangido ainda. Ele estava inquieto e mexia constantemente no cabelo.

– JP você fez isso? – Tati perguntou boquiaberta.

– e melhor sabe o que foi? – a Raquel disse agora rindo com ironia – ele ficou com a Ane, aquela idiota da minha sala e na frente de todo mundo na praçinha em frente ao nosso bloco.

– qual o problema Raquel? Nós não temos nada! – o JP disse incomodado.

– não to acreditando que você fez isso – a Liane disse chocada.

– mas eu... – ele iria se defender, mas ela não deixou.

– eu quero falar com você a sós agora! – ela gritou e saiu puxando–o pelo braço, banheiro a fora – Fred você pode levar a Raquel pra casa? – ela perguntou e ele assentiu com a cabeça.

– vem cá Raquel – eu disse segurando–a pela mão e a abracei. Ela passou a chorar mais ainda e eu afaguei seus cabelos.

– eu achei que tivesse sido algo pra ele. Não fui eu quem pediu pra ficar, ele foi atrás de mim – ela dizia chorando.

– liga não amiga. Homens são idiotas mesmo – a Tati disse me olhando nos olhos.

– vamos Raquel? – Fred perguntou e ela assentiu com a cabeça, saindo com ele do banheiro.

– Tati, eu posso falar contigo? – eu perguntei a ela.

– Bernardo, pode ser depois, porque estou perdendo aula – ela disse já saindo do banheiro.

– tudo bem – eu sorri amarelo – sempre fica pra depois – murmurei e ela se quer ouviu.

Sai do banheiro e vi a Liane e o JP discutindo um pouco mais a frente. fui até lá.

– que merda João! – Liane dizia irritada – você disse que não gostava dela, que não queria nada sério com ninguém e faz isso por quê?

– mas eu não quero nada sério Li. Entenda!

– eu entendo, mas a Raquel não. Ela é apaixonada por você.

– e você disse que não teria nada com ela, pra ela não se iludir – eu completei quando me aproximei.

– eu sei Bernardo – ele disse fazendo uma careta como se pedisse desculpas por aquilo.

– mas... – eu disse esperando que ele continuasse.

– mas é que ela chegou a mim na boate se insinuando e... – ele coçou a nuca e respirou fundo.

– fala JP – a Liane pediu sem paciência.

– e ela estava muito gostosa pow – ele disse impaciente.

– não to ouvindo isso... – Liane disse rindo com ironia.

– continua Mané – eu disse dando um empurrão de leve no ombro dele.

– aí pow – ele resmungou.

– fala logo JP. Você não viu a Raquel no estado que nós vimos. Ela tava mal pra caralho – eu disse bravo.

– então, ela estava muito gostosa, veio me abraçando, acho que ela tinha bebido um pouco – ele disse olhando pra Liane que concordou com a cabeça – e eu não resistir – ele pôs as mãos no rosto – acabamos ficando até o final da noite.

– aí percebeu que a burrada não estava completa e foi atrás dela em casa? – Liane falava irritada. Ela andava de um lado pro outro.

– não é isso Li. Só que... – ele hesitou um pouco em falar – que eu gostei – no momento que ele disse, nós olhamos surpresos pra ele.

– como gostou? – falei franzindo a testa.

– eu gostei Bernardo. Foi bom, foi gostoso, eu queria mais...

– espera aí. Não to entendendo – eu falei rindo – você queria mais o que? Sexo? Porra JP, você teria sexo com qualquer menina daquela boate... Mas logo ela.

– eu não queria sexo – ele disse me interrompendo – sexo foi uma conseqüência. Não me consegui me controlar. Ela me deixou doido. Mas eu só queria “ela”. Ficar com ela, beijá–la, sentir o cheiro, o gosto dela, o abraço... – ele falou acanhado.

– você está a fim dela JP? – a Liane perguntou de imediato.

Ele deu uma risada.

– não inventa coisa Liane.

– também to achando – eu disse sorrindo.

– me erram, os dois – disse mal humorado – ta pra nascer mulher que vai fazer eu me apaixonar – ele ficou negando com a cabeça.

– já nasceu e ta bem crescidinha – falei sorrindo cínico.

– se fode Bernardo – ele disse e saiu andando.

Eu e a Liane ficamos olhando e rimos.

– que mau humor, hein?! – comentei – e a Raquel?

– vai me escutar e muito hoje – Liane disse brava e foi pra sala.

Voltei pra sala, e entrei de fininho, pois já estava atrasado quase 1 hora. A Mabi me olhou como se me perguntasse o que aconteceu.

– ela estava passando mal – falei ao me sentar ao seu lado – e aí Diego?! – falei.

– fala Bernardo. Quanto tempo – ele retribuiu sorrindo.

– a professora passou uma resenha de um livro. Ta disponível lá na Xerox – Mabi me avisou.

– não acredito – eu disse respirando fundo – detesto resenhas.

– é em dupla – o Diego disse.

– afff – bufei – não tinha como ficar pior? – falei com ironia – não conheço ninguém da sala.

– você pode fazer comigo – a Mabi deu de ombros – o Diego vai fazer com o garoto que ele fez o outro trabalho.

– hã – eu sorri – claro.

– então tudo bem. É pra entregar na próxima segunda.

A aula seguiu de forma normal. Depois que terminou, fui pra casa. Cheguei morto de cansado. Tomei meu banho e fui comer. A Tati estava na cozinha.

– sacanagem o que aconteceu entre a Raquel e o JP, né?! – eu disse.

– hurum – ela se limitou a dizer.

– você acha que ele ta errado?

– acho – ela disse – e ela também.

– por quê? – perguntei surpreso – a Raquel não é tua amiga?

– e só porque ela é minha amiga, eu tenho que achá–la certa, mesmo ela estando errada? – ela disse com certo mau humor.

– eu podia ter dormido sem essa – eu disse sorrindo, me lembrando dos cortes que a Mabi me dava quando ela voltou pro condomínio.

– desculpa, não quis ser grossa – ela disse séria – mas ela sabia onde estava se metendo. Beijou porque quis, saiu com ele depois porque quis, transou com ele porque quis. O JP não presta e todos, inclusive ela, sabe muito bem disso – ela falava furiosa.

– ele também estava errado... Não deveria ter caído na dela. Ele sabe que ela dava em cima dele pesado.

– agora a merda já foi feita e só ela que vai sofrer. Feito uma trouxa – a Tati disse e se levantou da mesa – por isso que eu prefiro ficar sozinha – murmurou ela.

– isso é uma indireta pra mim Tatiana? – perguntei franzindo a testa.

– não Bernardo. Isso é uma DIRETA – ela frisou bem – pra mim. Essas coisas são boas pra gente acordar pra vida.

– mas você não deixa de estar se referindo a mim – falei indignado.

Levantei–me e fiquei na frente dela, impedindo–a de sair da cozinha.

– também – ela disse dando de ombros.

– você está insinuando que se ficar comigo eu vou fazer isso com você? – perguntei um tanto surpreso, pois não tinha noção que ela pensava isso de mim.

– você já fez. Não me surpreenderia se fizesse pior – ela disse de forma natural.

– eu nunca te iludir Tati. Nunca brinquei contigo.

– nunca Bernardo? – ela perguntou irônica.

– não Tati. Não teria coragem de te magoar assim.

– ficar com a Suzana é o que? – ela perguntou erguendo as sobrancelhas.

– não rola nada demais entre eu e ela.

– tanto faz... Só que sexo casual comigo não rola.

– comigo, né?! – eu disse rindo – porque você dormiu com não sei quem um dia desses.

– eu não dormi com ele – ela disse irritada.

– não? – ergui a sobrancelha.

– não – ela riu – só fomos comer pizza.

 – e passou a noite onde? Em um hotel? – perguntei com ironia.

– não, na casa das meninas. Eu não queria vim pra cá pra não brigar com você – ela disse triste.

– ta falando sério Tati? – perguntei amolecendo o corpo.

– claro Bernardo – ela disse sorrindo falso – não sou como a Suzana.

– eu... Eu... – fiquei tentava achar as palavras e não conseguia. Sentia–me culpado – eu só deixei a Suzana vim aquele dia pra cá porque fiquei com raiva de você – desabafei.

– não precisa dizer nada – ela disse com a voz fraca – agora tanto faz.

– eu gosto de ti – falei de supetão e ela riu.

– e a Suzana? – ela perguntou surpresa.

– não temos nada – dei de ombros.

– semana passada ela estava aqui e disse que vocês eram quase namorados – ela disse entortando a cabeça.

– quase namorados? – falei surpreso e ri – nossa! Não sei se onde ela tirou isso.

– de verdade? – ela perguntou surpresa.

– com toda certeza. Desde aquele dia que eu não a vejo, nem falo com ela – falei sorrindo por ela parecer acreditar em mim – não temos mais contato – falei de verdade.

– hum... Bom pra você – ela disse e se esquivou passando por mim em direção ao corredor.

Imediatamente puxei–a pelo braço e seu corpo veio de encontro ao meu. Quando nossos corpos se encostaram, suas mãos já foram em meus peitos, empurrando–me de leve.

– nem começa Bernardo – ela disse séria.

– quando você vai parar de fugir de mim? – perguntei olhando em seus olhos.

– não to fugindo.

– ah não? – ergui as sobrancelhas – e porque está me empurrando? – falei olhando para suas mãos em meu peitoral.

– porque não quero isso... – ela disse amolecendo o corpo.

– tudo bem – suspirei e larguei seu braço – não vou fazer nada a força. Não sou capaz disso – sorri de lado.

– tudo bem – ela disse ainda com o corpo próximo a mim.

– tudo bem – dei de ombro e continuei olhando em seus olhos.

– vou pro quarto.

– pode ir – desviei meus olhos dos seus e passei a fitar seus lábios.

– então tchau – ela disse também olhando pros meus lábios.

Continuamos parados, de frente ao outro. Eu não queria sair dali, e ela parecia também não querer. Passei meus braços em volta de sua cintura e ela não se afastou.

– Bernardo... – ela sussurrou.

Aproximei mais meus lábios dos dela e os esfreguei de leve. Senti um arrepio no meu corpo, que eu nunca havia sentido. Continuei a passar meus lábios nos dela, depois em suas bochechas, orelha e pescoço. Ela fechou os olhos e sua respiração ficou ofegante. Vi seu corpo todo arrepiar. Aproveitei que sua boca estava fechada e mordi os lábios inferiores, puxando–os e soltando depois. Ela não negou e nem se afastou.

– só paro se você pedir – falei e ela abriu os olhos – pede – falei de novo e ela negou com a cabeça – se quiser pedir pra eu não fazer isso, eu não faço. Mas não me pede pra parar depois que começar.