Fanfic: Nem sempre o amor pode está certo. 1º Temporada e 2º Temporada | Tema: web novela

Domingo de manhã levantei cedo pra ir pra casa dos meus pais. Eu já havia ligado pra minha mãe que estava super empolgada e disse que havia preparado um café da manhã pra mim. Tomei banho e pus uma roupa. Antes de sair esbarrei na Tati pelo corredor.

– já vai sair? – ela perguntou.

– vou lá nos meus pais – falei.

– não quer tomar café?

– não. Vou tomar com eles – falei dando um sorriso no final, mas ela não retribuiu – só volto à noite. Tchau – falei e ela deu um aceno com a mão.

Cheguei ao condomínio e logo mandei uma mensagem pra Mabi. Avisei que eu estava na casa dos meus pais e que ela me ligasse quando quisesse fazer o trabalho. Toquei a campainha e minha mãe me sufocou com um apertado abraço.

– meu bebê – ela disse no meu ouvido – como você está?

– Calma Paula – meu pai disse – deixa o menino respirar.

Ela me soltou emocionada.

– você está se alimentando bem?

– ah mãe, a comida do refeitório não é essas maravilhas, não. Mas dá de comer – falei sorrindo.

– to te achando tão magrinho – ela disse me olhando de cima a baixo.

– que nada mãe – dei de ombros – continuo gostoso – falei rindo e meu pai riu também.

– vamos logo tomar café – meu pai disse me puxando pelo braço e me salvando da minha mãe.

Tomamos café, conversamos bastante e depois eu fui pro meu antigo quarto. A primeira coisa que eu fiz foi matar as saudades. Abri as persianas e logo avistei a Mabi deitada de bruços na cama lendo. Provavelmente era a nossa apostila. Sentei–me na cama e fiquei observando–a. Na verdade ela estava gostosa com um short jeans bem curtinho. Não pude deixar de notar. Depois o Felipe entrou no quarto e sentou–se na cadeira do computador e ficaram conversando. Bateu–me uma saudade dele. Dos meninos. De jogar vídeo game. De ir ao clube. De jogar futebol. Deitei na cama e fiquei pensando nas coisas que fazíamos desde moleque. Uns minutos se passaram e meu celular tocou, era a Mabi.

– Bê, já desocupou? – ela perguntou.

– já sim Mabi. Minha mãe já me paparicou bastante – eu disse e ela riu.

– pode vir aqui em casa agora?

– to indo.

Desliguei o celular e corri até lá. Assim que cheguei, o Felipe abriu a porta.

– e aí – falei constrangido.

Ele ficou me olhando um tempo, sem falar nada.

– ta tudo bem? – perguntei.

Ele respirou fundo e acenou com a cabeça.

– Mabi está no quarto dela – ele disse.

– valeu – falei e sai andando rumo à escada.

– Bernardo – ele me chamou e eu virei.

– sentimos sua falta – ele disse brotando um sorriso no canto dos lábios.

– eu também sinto a falta de vocês – falei.

Ele se aproximou e me deu um abraço. Fiquei sem reação no inicio, mas depois retribuí.

– desculpa qualquer coisa – ele disse se afastando.

– eu que tenho que pedir desculpas a vocês – falei.

– deixa isso pra lá, é passado – ele falou sorrindo.

– obrigada – retribuí o sorriso.

Subi as escadas e encontrei a Mabi deitada com aquela mesma roupa. Sentei com o notebook dela no colo e começamos a fazer a resenha. Obvio que eu não era de ferro e fiquei secando o corpo dela o tempo todo. Ela vestia uma blusa baby look que mostrava um pouco a barriga. E lá tinha um piercing no umbigo que não existia. Era bem discreto

– legal o piercing novo – falei.

– como você sabe que é novo? – ela disse mostrando a língua.

– eu não esqueço nenhum centímetro do teu corpo – falei olhando direto pra barriga dela. Sim, eu parecia um cão no cio.

– aí Bernardo! – ela reclamou – deixa de ser sem vergonha – disse puxando a blusa pra cobrir o piercing – mas ficou bom? – ela perguntou preocupada.

– muito – sorri com malicia e aproveitei pra descer o olhar pras pernas dela.

Em seguida senti algo em cima de mim.

– o trabalho é aqui – ela disse jogando a apostila.

– foi mal. Eu me desconcentrei – falei sorrindo de lado.

– você não presta mesmo – ela disse balançando a cabeça negativamente.

– minha mãe não acha isso de mim – falei com cara de santo e ela riu.

– ok, concentra aqui, vai! – ela pôs a apostila na minha cara e sentou ao meu lado na cama.

Ficamos quase 3 horas fazendo aquela resenha. Quando terminei, já era uma hora da tarde. Minha mãe já tinha ligado umas quatro vezes e eu fui pra casa almoçar. Sentamos à mesa e começamos a comer.

– você vai ter férias, meu filho? – minha mãe perguntou.

– claro né mãe. 15 dias – respondi.

– e vai viajar? – ela perguntou desconfiada.

– Paula... – meu pai a advertiu.

– ah Luiz, to só querendo saber o que ele vai fazer – ela falou irritada.

– não se preocupa mãe... Vou passar os 15 dias aqui – falei sorrindo.

– sério meu filho? – ela arregalou os olhos e não escondeu a empolgação – você não poderia me deixar mais feliz. Eu achei que não fosse ficar com tantas saudades de você.

– saudades mãe? – perguntei franzindo a testa – a Sra. me liga quase todo dia.

– liga não Bernardo – meu pai disse virando os olhos.

Terminamos de almoçar e meu pai foi pra clínica. Ele recebeu uma ligação de lá. Eu fui pro meu quarto dormir um pouco, porque acordei muito cedo. Certa hora da tarde minha mãe foi lá. Bateu na porta.

– entra mãe – falei ainda deitado.

– meu filho, tem uns amigos seus aí – ela disse.

– amigos? – franzi a testa.

– eles estão na sala – ela disse antes de sair.

Levantei–me e desci do jeito que eu estava. Só com uma bermuda de dormir, sem camisa e o cabelo mais amassado do que minha cara de sono. Assim que cheguei ao pé da escada, ouvi uma voz bem conhecida. Cerrei os olhos me virando de frente ao sofá.

– porra Bernardo, depois de tanto tempo sem te ver, você poderia ter pelo menos desamassado essa cara, né?! – o Caio disse.

– o que vocês estão fazendo aqui? – perguntei ainda assustado.

– é bom te ver também – o Rapha falou irônico.

– 10 minutos pra você tomar um banho e por uma roupa – o Felipe disse sorrindo.

– hã? – pisquei os olhos algumas vezes – eu to dormindo ainda?

– porra Bernardo, vai logo! – o Lucas falou grosso – pessoal já está todo no campinho.

– ta... – concordei com a cabeça sem acreditar que eles estariam ali.

– ei – o Caio gritou.

– oi? – falei me virando de frente.

– nada não – ele deu de ombros – quando você estiver tomado banho, eu te dou um abraço – ele deu um sorriso no final e eu retribuí.

Corri pro banheiro, joguei uma água no corpo e rosto, pus uma roupa pra jogar futebol e minha chuteira. Desci rapidamente as escadas.

– pronto – falei.

– agora sim – o Caio riu – ta até gatinho.

Os meninos se levantaram e vieram me abraçar.

– fez falta – o Rapha disse sorrindo.

– acho que o Lucas não pode dizer o mesmo, né? – o Caio disse segurando o riso.

– e você continua abestalhado – falei dando um tapa no boné dele.

– sempre inconveniente – o Lucas falou sorrindo.

Descemos a rua em direção ao campinho e deixei que o Rapha, Caio e Felipe fossem na frente.

– Lucas, eu queria falar contigo – falei coçando a nuca, já com receio de conversar com ele.

– se for sobre sexta feira, já está tudo resolvido – ele disse imediatamente.

– certo, mas eu só queria te dizer que não rolou nada, ta? Adormecemos enquanto líamos a apostila e...

– tudo bem Bernardo – ele me interrompeu sorrindo – eu e a Mabi conversamos e eu acredito nela. Se eu não confiar na minha namorada, não tem porque namorarmos, né?

– é – falei sorrindo mais aliviado – só queria te falar que eu te respeito bastante. Jamais faria qualquer coisa pra acabar com o namoro de vocês – eu disse sincero.

– valeu.

– já entendi que minha vez passou – continuei a falar – ela é muito feliz com você. Respeito isso. Vocês merecem.

– obrigado – ele disse quando chegamos ao campinho.

Paramos na beirada da grama e os meninos estavam fazendo a divisão dos times. O Lucas estava ao meu lado em silêncio. Fiquei olhando o lugar e matando as saudades. Logo a Mabi se aproximou com a Karen.

– oi Bê – ela disse sorrindo.

– oi Mabi. Oi Karen – respondi.

– e aí Bernardo? – a Karen disse tímida.

– oi amor – a Mabi deu um selinho e um abraço no Lucas.

Logo o Rapha abraçou a Karen por trás e eu sobrei.

– vou sentar um pouco – falei e sai pra sentar em uns bancos que haviam por lá.

Um tempo depois a Mabi e a Karen foram ao meio do campinho com o Felipe e o Rapha que discutiam com o pessoal do outro time. O Lucas se aproximou e sentou–se ao meu lado.

– você ainda a ama, né? – ele perguntou sem me olhar.

– você quer que eu minta ou fale a verdade? – falei com um sorriso fraco, sem olhá-lo também.

– me responda como você achar melhor.

– ainda a amo – falei.

– a verdade é o que dói menos em você? – ele falava no mesmo tom. Sério.

– não.

– e o que é pior? – ele perguntou agora me olhando.

– pior é amar uma pessoa que não quer ficar com você – falei olhando pro chão.

– posso corrigir? – ele perguntou e eu olhei pra ele concordando – pior é amar uma pessoa que te ama e que não quer ficar com você.

– nada a ver Lucas – falei sorrindo torto.

– tenho plena consciência disso Bernardo – ele sorriu fraco – mas confio na Mabi.

– confie em mim também – eu disse.

Ele olhou pro campinho e viu a Mabi vindo em nossa direção. Rapidamente olhou pra mim e deu um sorriso irônico.

– nunca!

Eu olhei pra ele e ri também.

– eu também não confiaria em você se ela tivesse comigo – falei com sinceridade – a última vez você a roubou de mim, antes do baile.

– você também a roubou de mim antes daquele acampamento – ele disse rindo.

– mesmo assim te dou razão. Só quero que você saiba que eu mudei e não penso mais na Mabi do jeito que eu pensava antes.

– obrigada por me entender – ele disse sorrindo de verdade agora.

– amigos – estiquei a mão e ele apertou.

– e sem mulheres à parte – ele disse rindo e eu ri também.

A Mabi chegou sentou no colo do Lucas.

– e a Tati, Bê?

– o que tem? – perguntei.

– como ela está?

– liga pro celular dela e depois me diz, porque ela não fala comigo – falei com sarcasmo e ela riu.

– falei com ela sobre você – ela disse.

– ah não Mabi, você não fez isso! – falei quase em desespero.

– calma Bê – ela sorriu – ela está muito puta por causa da Suzana.

– ah Mabi. Eu já desisti da Tati. Ela não quer ficar comigo e quando eu fico com a Suzana, ela fica de cara amarrada – falei impaciente.

– ela gosta de ti, Bê – a Mabi disse com cara de dó.

– não Mabi – falei balançando a cabeça negativamente – até o Lucas deve gostar mais de mim do que ela – falei brincando e o Lucas me olhou intrigado – Cansei da Tatiana. Garota imatura!

– e vai fazer o que? – ela disse irritada também – ficar com a Suzana?

– você nem a conhece pra falar assim...

– a Tati já me disse como ela é – ela deu de ombros.

– você precisa conhecer Lucas... – falei com malicia, mas sem querer.

– opa – ele disse animado.

– que conhecer Suzana, o que Lucas? – a Mabi disse olhando pra ele – quer ficar solteiro é? – ela falava brava.

– não amor, falei por falar – ele dizia se desculpando.

– não apresente ela pro Lucas, ouviu Bernardo? – ela disse brava e saiu andando.

– eu, hein?! – o Lucas falou sem entender nada.

– perai – peguei meu celular e procurei uma foto da Suzana.

Achei uma do dia do clube. Ela estava de perfil e de biquíni.

– olha – mostrei pro Lucas.

Ele pegou o celular da minha mão e arqueou as sobrancelhas.

– boa – ele disse impressionado.

– ela é bem legal – falei.

Ele me olhou e gargalhou.

– conta outra Bernardo – disse irônico.

– to falando sério – eu disse rindo.

– olha bem pra minha cara – ele disse ainda rindo – você quer que eu acredite que você fica com essa garota porque ela é legal?

– e muito boa de cama – dei de ombros e ele riu.

– não esperaria menos de você – ele disse.

O Caio se aproximou pra avisar que o jogo iria começar.

– vamos donzelas – ele disse – o que é isso? – perguntou querendo ver o celular.

– nada – o Lucas falou me empurrando o aparelho – só estava vendo o aparelho. Vamos Bernardo?

– vamos – falei desconfiado.

Quando o Caio se afastou, puxei o Lucas.

– porque ele não podia ver? – perguntei.

– o Caio ta no cio. Melhor evitar que ele veja essas coisas – ele disse baixinho.

– no cio? – franzi a testa rindo.

– é... Ele e a Deb ainda não... – ele disse deixando o resto da frase no ar.

– ainda não? – perguntei surpreso.

– nada...

Dei uma risada e corri pro meio do campo. Jogamos nossa partida até o anoitecer. Quando terminou, os meninos queriam lanchar.  Escolhemos o local. Era uma lanchonete que abriu, diziam ter uma pizza muito boa. Fui em casa, tomei banho, pus uma roupa e já me despedi da minha mãe. Meu pai não havia voltado da clinica. Segui os meninos até lá. O Felipe saiu logo pra pegar a Débora e a Carol. Sentamos à mesa e pedimos pizzas. Enquanto estávamos esperando e conversando, percebi que o Lucas, o Rapha e Caio haviam ficado sérios. Olhei pra eles e olhei pra trás de mim. A Suzana estava lá parada, sorrindo.

– oi Bernardo – ela disse.

– oi Suzana – sorri também – senta aí – indiquei a cadeira ao meu lado.

Ela concordou e sentou–se. Olhei pros meninos, que babavam. E olha que ela vestia apenas calça jeans e uma blusinha colada. As meninas que não pareciam nada satisfeitas. A Mabi estava de cara fechada enquanto a Karen olhava desconfiada pra Suzana.

– ah gente, essa é a Suzana – falei.

– oi Suzana – o Caio apressou–se em dizer – sou Caio.

– prazer – ela disse sorrindo.

– todo – ele disse babando.

– então, deixa eu te apresentar. Mabi, Lucas, Raphael, Karen e o Caio – falei.

– oi pra todos – ela disse simpática.

Logo a Carol, Felipe e a Deb chegaram. A Carol deu uma olhada torta pra Suzana, depois que o Felipe deu uma olhada analisadora. A Deb já chegou e deu um beliscão no Caio. Ficamos a mesa conversando. Claro que as meninas não gostaram muito da Suzana pelo fato dos meninos terem gostado demais. Inúmeras vezes, eu vi a Mabi beliscando e chamando atenção do Lucas. A pizza chegou e fomos comer.

– quer comer não Suzana? – Felipe ofereceu.

– não Felipe, obrigada – ela disse sorrindo.

Olhei pra Carol e ela fazia cara de nojo.

– Bê, voltarei pra mesa do meu irmão – ela disse pra todos ouvirem – tchau gente. Adorei conhecer todos vocês.

– imagina. Nós que adoramos – o Caio disse sorridente e a Deb cutucou–o.

– quando você for embora, me avisa? – ela disse próximo a mim, sem ninguém mais escutar.

– aviso – falei sorrindo.

– queria um beijinho seu ainda hoje – ela disse manhosa em um tom diminuto.

– só beijinho? – perguntei com malicia em seu ouvido.

– você que sabe – ela piscou e me roubou um beijo rápido.

Levantou–se e voltou pra mesa que estava com o irmão dela. O caio não parou de secá–la um só momento. Até eu me incomodei. O Lucas tinha razão, ele estava no cio.

– ridícula Bernardo, ridícula! – Mabi sussurrou pra mim quando ela saiu.

– queria ganhar beijo também – Caio fez bico.

– aí Caio, qual o teu problema, hein?! – a Deb disse emburrada e deu–lhe um tapa no braço.

– ô amor, doeu – ele reclamou – ela é gostosa pra caralho. Onde você arrumou isso Bernardo? – ele sussurrou pra mim como se ninguém ouvisse.

– nossa! Você se superou Caio! – a Deb disse brava.

– calma Deb – a Mabi falou – o Caio estava só brincando.

– duvido! – ela resmungou.

– não é Caio? – Mabi perguntou olhando feio pra ele.

– não, eu falei de verd... Aí – ele gritou quando a Carol lhe deu um chute por debaixo da mesa – é brincadeira sim amor – ele sorriu e beijou–a.

– não queria que a Suzana causasse tanta confusão – falei com pesar.

– percebi porque a Tati não gosta dela – a Mabi falou com careta.

– eu não percebi – o Lucas disse distraído.

– nem eu – Caio concordou.

– dor de cotovelo, talvez – Felipe deu de ombros.

– olha, se vocês quiserem, nós saímos e vocês a chamam pra cá – a Carol disse séria.

– pois é, não queremos incomodá–los – a Karen sorriu cínica.

O Rapha estava na dele, parecia que nem acontecia nada.

– e você amor? O que diz? – a Karen perguntou a ele.

– a pizza de calabresa está uma delicia – ele sorriu cínico.

A Karen fez um olhar de tédio pra ele, que continuou sem falava nada, apenas comendo pizza. Talvez ele quisesse manter o namoro dele.

– gente, qual o problema? Ela não fez nada – eu falei defendendo a Suzana.

– não fez mesmo – o Caio deu de ombros – a coitada não tem culpa de ser gost...

– que merda Caio – a Deb disse brava – cansei já! Vai lá babar na oxigenada, vai – ela disse se levantando.

– ô amor, espera... – o Caio segurou em sua mão.

– Débora – eu a chamei – desculpa, eu...

– você não tem culpa Bê. No fundo, ela também não tem. A culpa é minha de ter um namorado idiota.