Fanfic: Nem sempre o amor pode está certo. 1º Temporada e 2º Temporada | Tema: web novela

– BERNARDO NARRANDO –

Assim que o PV foi embora, os meninos me chamaram pra entrar em casa. Fomos pro meu quarto.
– ai caralho, limpa devagar – eu disse enquanto o Lucas limpava o sangue da minha cara e fazia curativo.
– manézão, otário, eu até ia com a cara dele, mas agora... – disse o Caio e o Rapha concordou.

– eu nunca gostei dele, muito arrogante, depois que eu conheci a Mabi que vi a relação dos dois, passei a não gostar mais ainda – o Lucas disse.
– você ta a fim dela Lucas? – o Caio perguntou.
– ela é uma menina maravilhosa, o PV não a merece. Depois daquelas coisas que ele disse dela hoje, eu queria acertá–lo na cara – o Lucas disse fugindo da pergunta.
– até eu queria, que otário – o Rapha disse.
– vocês estão sério ou é só pega? – o Caio perguntou.
– você pergunta demais Caio – o Lucas disse rindo.

Todos ficaram calados esperando uma resposta.
– nós somos amigos, não tem nada sério e nem é só pegação, nos beijamos e fazemos outras coisas.
– tipo sexo? – o Caio falou curioso.
– ah Caio, dá um tempo!
– porra dá um tempo vocês três aí, já se tocaram que estão falando da minha ex fazendo sexo com um amigo meu na minha frente? – eu disse com raiva.

Nós nos calamos.
– você gosta dela, né?! – eu perguntei pro Lucas.
– você também – ele respondeu.

Eles terminaram, percebi que o Lucas não queria falar sobre aquilo, nos despedimos e eles foram embora. Eu fui dormir.

No dia seguinte eu não me levantei da cama, meus pais não podia me ver assim, eu tava com um olho roxo, um corte no canto da boca e um na sobrancelha. Pouco, comparado a como eu deixei a cara do PV.
Tomei banho e fiquei pensando no que tinha acontecido.
– antes tivesse dormido mesmo com ela – eu falei sozinho.

No instante me veio à lembrança da Mel. Precisava falar com ela, mas eu não
tinha pressa, precisava esperar acalmar as coisas se não eu nem sei o que seria capaz de fazer.

– MABI NARRANDO –

Acordei com a Carol do meu lado, me levantei, tomei banho e desci pra tomar café, eu estava sozinha à mesa quando o Felipe apareceu.
– ta melhor maninha? – ele disse enquanto me beijava na testa.
– sim... Obrigada por tudo ontem.
– da nada, faria mais 300 vezes se fosse necessário – ele sorriu.

Nisso chega a Clotilde com o telefone lá de casa.

– Mabi, teu namorado no telefone.

Eu e o Felipe nos olhamos assustados.

– Início da ligação –

– alô – eu disse.
– Mabi...

– Fim da ligação –

Nem o deixei falar, desliguei logo.
– como ele tem o número... – o Fê falou e o interrompi.
– ele deve ter ligado pra minha mãe.
– esse cara não vai te dar paz.
– é sempre assim, mas dessa vez não tem volta.

A Carol desceu, continuamos o café da manhã conversando sobre a volta às aulas. À tarde jogamos banco imobiliário e o jogo da vida. Coisa de criança, mas nós três nos divertimos bastante. Meu celular não parava de tocar, devia ter umas 50 chamadas do Pedro. Quando anoiteceu o Felipe desceu pra calçada, a Carol foi junto porque eu disse que queria ficar sozinha. Fiquei na janela olhando pra eles e vi o Lucas lá sorrindo pra mim de longe. Resolvi descer. Peguei o boné dele que estava comigo e fui. Ao chegar lá os meninos me olharam surpresos.
– boa noite – eu disse sorrindo de lado e todos responderam.
– boa noite princesa – o Caio disse rindo.
– gente, eu queria me desculpar com vocês por ontem... – o Rapha me interrompeu.
– você não deve nenhuma desculpa pra gente. Você não teve culpa...
– teve sim – o Caio o interrompeu.
– Caio! – todos gritaram pra ele, eu ri.
– calma gente. Deixem-me falar, só ia dizer que você teve culpa em namorar um traste daquele – ele concluiu e todos rimos.
– somos todos amigos, estamos juntos em todas, precisando pode contar com cada um de nós – o Lucas disse sorrindo pra mim.

Ai aquele sorriso, era encantador, tanto quanto os olhos do Bernardo, eu me perdia nos dois. Fui andando até o banco e parei ao lado do Lucas.
– e tu continua gostosa hein?! – o Caio disse.
– e como – o Rapha concordou.

Todos rimos.
– é só pra não perder o costume – o Caio disse brincando – e se você continuar aqui Carol a gente pode se acostumar a falar isso pra você também.

A Carol riu e jogou uma pedrinha no Caio. Eu sentei ao lado do Lucas.

– vim trazer teu boné.
– não precisava se incomodar, eu ia buscar lá outro dia.
– então eu levo de novo só pra você ir buscar – eu disse sorrindo e fiquei com o boné.

O Bernardo me olhava torto.
– ta doendo muito Bê? – eu perguntei.
– nada, já me acostumei a sair na porrada com o PV.

Todos rimos. Nesse momento o PV chegou de carro e parou perto de onde estávamos. Eu olhei assustada, me levantei e a Carol veio atrás de mim.
– gente melhor eu entrar, não quero mais confusão pra vocês – eu disse saindo.

Fui andando em direção à minha casa com a Carol do meu lado.
– amor... – Pedro disse descendo do carro e me segurando no braço.

Eu apenas me soltei e entrei em casa.
– deixe–a Pedro. Entende que acabou – a Carol disse.
– acabou como Carol? Essa menina é minha vida.
– achei que tua vida fosse os amigos e as farras – ela disse com sarcasmo.
– não é assim Carol, eu amo demais a Mabi, entende isso.
– ama? Como? Traindo–a? Não, não entendo PV.
– mas ela também me traiu.
– mas ela não te ama mais.
– claro que ela me ama.
– não ama não, essas tuas atitudes a fez perder o amor por ti.
– que atitudes? Você ta falando que agora porque ela descobriu que eu a trai algumas vezes, o amor dela acabou de repente?
– acabou há muito tempo. Ela não sente mais isso por você a um bom tempo. E ela não descobriu as traições agora, ela já sabia.
– mas nós dois erramos, ela deveria levar isso em consideração.
– olha PV, eu não posso explicar pra você o que se passa no coração da Mabi, só te peço que a deixe em paz, ela ta mal, ta longe da mãe dela, ta se adaptando a uma nova vida. Deixe–a viver, quando ela se sentir preparada ela te procura e vocês conversam, ok?
– ok... É o jeito, mas diz pra ela que eu a amo muito.

A Carol entrou e eu estava escondida atrás do muro ouvindo. Ela me abraçou e nos subimos. Ficamos no computador, depois ela ligou pra mãe dela, explicou que eu tava mal por conta do fim do namoro e pediu da tia pra só voltar domingo à tarde, a tia deixou. Dei a chaves do carro dele que estava comigo pra Carol entregar pro Felipe e que ele devolvesse. Ela desceu, falou com ele e depois subimos pra dormir.

No sábado não tínhamos pretensão de sair, pra não dá de cara com o Pedro por aí. Ficamos um pouco na calçada do Bê resolvendo o que fazer.
– to com fome – eu disse.
– milagre, essa daí reclamando de fome, quase não come. Lá em casa a gente tem que obrigá–la comer – o Fê disse.
– ahh só não como quando eu to triste.
– e você ta feliz Mabi? – o Bê me perguntou desconfiado.
– apenas estou melhor do que antes – eu sorri.
– pizza? – o Caio sugeriu.
– pizzas, muitas pizzas – a Carol completou.
– vamos ver filme lá em casa? Ou se quiserem a gente pode ficar na piscina, tem bebida lá também – o Rapha sugeriu.

Todos ficaram se olhando, a gente não sabia o que escolher. Começamos a rir da situação.
– a gente come pizza vendo um filme e depois cai na piscina bebendo – o Felipe sugeriu.

Todos concordaram.
– vamos Mabi, vamos por um biquíni – a Carol disse me puxando.
– boa Carol, isso mesmo – o Rapha disse sorrindo.
– boa, muito boa a Carol – o Caio zoou.

A Carol deu língua pra ele.
– cuidado, se eu pego essa língua não solto mais hein?! – o Caio disse brincando.

Subimos e fomos pro meu quarto.
– põe aquele biquíni que eu te dei – a Carol disse brava.
– ah não Carol, a parte de baixo é pequena demais, não sou acostumada com fio dental.
– nem é fio dental, ele só é um pouco menor do que teus outros biquínis. Põe logo.

Eu nem falei mais nada, apenas o vesti. Coloquei um short e uma regata por cima e a Carol um vestidinho. O celular dela tocou, achamos que fosse a mãe dela, mas era a Débora, colocamos no viva voz.

– Inicio da ligação –

– em que festas vocês estão?
– festa? Como assim festa? Estamos na minha casa – ela perguntou.
– ah ta, que milagre vocês não saírem hoje.
– pois é, quinta o PV esteve aqui, caiu na porrada com o Bernardo, brigou com a Mabi, eles terminaram, ela contou que traia ele e ele se entregou também, maior show amiga, ai hoje resolvemos ficar aqui pelo condomínio mesmo – a Carol disse toda afobada.
– calmaaaaaaaaaaaaaaaaaaa quanta informação junta. Vocês iam me contar isso tudo quando suas vacas?
– segunda, na escola né bobinha.
– affe! Depois de tanto tempo. E a Mabi como ta?
– to bem Deb – eu disse.
– oi amiga, não sabia que tava aí.
– ta no viva voz. Você vai sair hoje? – eu perguntei.
– sem vocês não né. Vou vê TV até dormir – ela falou com voz de tédio.
– a gente pode te pegar aí? Vamos vê filme, comer pizza, beber e tomar banho de piscina na casa do Rapha.
– já é, me peguem em 30 minutos.

– Fim da ligação –

Descemos até a casa do Rapha, os meninos já estavam lá escolhendo os filmes.
– podíamos ver um pornô né? – Caio perguntou.
– dãããããã! Tinha que ser o Caio – eu entrei zoando.
– ah cara, vocês são muito paradas.
– esse negócio de ver não é comigo, prefiro fazer, né Mabi? – a Carol piscou pra mim.
– com certeza! – eu disse.
– vocês duas já... – o Caio nem terminou a frase.

Todos os meninos nos olharam com uma cara, exigindo respostas.
– claro que não seus bestas. – a Carol disse irritada – vou a cozinha fazer pipoca.
– e eu buscar as pizzas que pedimos – o Felipe falou – vamos comigo Caio?
– ué, não entregam em casa? – o Caio questionou.
– até chegar aqui, chega fria, bora logo.

Eles foram saindo.
– gente eu to indo buscar a Débora em casa, alguém me acompanha? – eu perguntei.
– eu posso ir – o Lucas disse.
– claro né, comigo que ela não iria – o Bê sorriu torto.

– melhor não arriscar Bernardo, vai que o PV ta por ai ou te vê no carro com a Mabi, quer mais confusão? Espera a poeira abaixar pelo menos... Deixa a Mabi se recuperar daquela briga toda – o Lucas disse irritado.
– podia ter ficado sem essa, Bernardo – o Rapha riu.
– só pra não perde o costume – o Bê disse sorrindo.

Eu sai e o Lucas veio atrás de mim, o Bê ficou lá parado nos olhando.
Fomos conversando sobre filmes e pizzas, no meio do caminho ele se calou.
– obrigada de novo – eu agradeci.
– pelo o que? Você me agradece tanto que eu nem sei pelo o que é – ele disse sem jeito.
– pela lição de moral no Bê?! Nem eu pensei nesse lance do Pedro nos ver. Isso realmente pode piorar a situação.
– ah não agradeça por isso.

Chegamos ao prédio que a Débora mora, eu o chamei pra descer. Entramos no elevador, olhei pra ver se não tinha câmeras e não tinha. O puxei pela camisa e o beijei. Ele ficou surpreso, mas retribuiu imediatamente. No andar da Débora eu pedi pra ele esperar lá e fui sozinha chamar a Deb. Toquei a campainha.
– oi tia, a Deb ta aí?!
– ta sim. Débora a beatriz ta aqui – ela gritou.

A Débora apareceu correndo, com uma bolsa grande nas mãos.
– vou dormir na Mabi, ta mãe?!
– só fala na hora de sair, né? Vão fazer o que lá? – a tia disse brava.
– filmes, pipoca, pizzas, piscina... Coisas de meninas tia, a Carol ta lá nos esperando. Vamos amiga.

Saímos de lá correndo, entramos no elevador e a Deb se assustou com o Lucas lá.
– ér... Oi Lucas.
– oi Débora.
– amiga fecha os olhos até chegar lá em baixo – eu disse tapando os olhos delas.
– pra que?
– não pergunta, anda logo.

Ela fechou os olhos. Eu apertei o botão do elevador e pus meus braços no pescoço do Lucas e o beijei. A Débora abriu os olhos e ficou boquiaberta.
– seus sem vergonhas.

Apenas rimos e fomos indo até o carro. No caminho pro condomínio ela comentou sobre o Pedro.

– enfim amiga... Nem eu agüentava mais esse namoro.
– é, me sinto bem melhor agora.
– então isso quer dizer que podemos descer até o chão dançando nas baladas e beijar todos os gatinhos disponíveis?
– obvio, eu já tinha pensado nisso – eu ri.
– pelo visto você pensou e já até fez né?! – ela disse se referindo ao meu beijo no Lucas.

Nós dois rimos.
– vocês estão...
– não! Amizade colorida – o Lucas a interrompeu e sorriu pra mim.
– e quem resiste a esse sorriso? – eu disse sorrindo mais ainda.
– nem me fale – a Deb disse distraída.

Eu olhei feio pra ela de brincadeira.
– ah amiga, me desculpe, mas ele é lindo e tem um sorriso encantador – ela disse tímida.

O Lucas ficou com muita vergonha, tanto que ele não disse mais nenhuma palavra até em casa. Chegamos a minha casa, subimos pra ela deixar as coisas. Fomos pra casa do Rapha e o Caio estava lá fora conversando com a Karen e ela chorava. Entramos e fomos logo pra sala de TV. A casa do Rapha era parecida com a minha, as casas no condomínio eram padrão, tinha uma sala de TV grande, uma sala de jantar, cozinha, banheiros, escritório, lá em cima tinha os quartos e mais banheiros e atrás tinha uma área, na casa do Rapha tinha piscina e uma churrasqueira.
– o que ta acontecendo lá fora? – eu já entrei perguntando.
– não sei, ela ligou pra ele chorando e estão conversando – o Felipe disse – oi Deb.

Todos a cumprimentaram. Sentamos, cada um pegou um pedaço de pizza e fomos ver o filme. Na metade do filme o Caio entrou com a Karen, sentaram no chão conosco e ficaram assistindo o filme. Assistimos dois filmes e depois arrumamos a sala. Fomos pra piscina. Os meninos sentaram na cozinha e ficaram bebendo e falando de mulher e futebol. Eu e as meninas estávamos sentadas na beira da piscina e o Caio chegou pedindo pra falar conosco.
– gente, vocês se importariam de ficar com a Karen?

Nós nos olhamos e concordamos. A Karen sentou perto da gente.
– oi – dissemos.
– oi – ela disse tímida – certeza que vocês não se importam comigo aqui?

– não – a Carol sorriu – vamos nadar?

Todas nós tiramos as roupas e ficamos de biquíni, menos a Karen. Primeiro ela disse que estava com frio, depois disse que não queria entrar na água, e a última era porque não tinha biquíni. No fim ela entrou de short e blusinha na piscina. Saímos e fomos atrás dos meninos pra pegar bebida. Eles estavam na cozinha, quando entramos, eles se calaram.
– ihhh colé? – disse a Carol.
– estamos atrapalhando? – eu perguntei.
– não, é que... – o Caio disse perdido.
– o que vocês estavam conversando hein?! – a Débora zoou.

Os meninos ficaram calados e nós começamos a rir. Eu peguei mais um pedaço de pizza e sentei em uma cadeira.
– Nossa eu não consigo parar de comer – eu disse mordendo a pizza.
– é mesmo, desde ontem que tu ta comendo que nem uma porquinha – o Felipe disse e os meninos riram.
– daqui a pouco eu to até com barriguinha – eu disse passando a mão na minha barriga.
– você é linda de qualquer jeito – o Lucas disse.
– obrigada Lu – eu disse morrendo de vergonha.
– hummmmmmmmmmmmm – os meninos zombaram.
– e o casalzinho vai assumir o romance quando? – o Rapha disse.
– oxi, o que eu falei demais? Só a elogiei – o Lucas se defendeu.
– ta elogiando agora, duvido se eu tivesse gordinha você iria elogiar.
– do mesmo jeito – o Lucas respondeu.
– ta bom Lucas, agora eu que duvido se a Mabi fosse gordinha e não gostosa assim se você iria olhar – o Felipe disse com sarcasmo.
– claro que sim Felipe, eu primeiro conheço a menina antes de olhar pra bunda dela.

Todos ficaram zoando a resposta dele e a Karen se levantou e saiu da cozinha correndo. O Caio foi atrás dela.
– o que aconteceu? – Rapha perguntou.
– não sei – o Fê respondeu.
– você sabe Bernardo? – eu perguntei.
– não – ele disse seco.

Eu fiquei olhando pra ele enquanto ele fuzilava o Lucas com os olhos. Decidi mudar de assunto pro clima não ficar tenso. Depois de um tempo pegamos uma garrafa de vodka e uma de tequila, saímos de fininho. A Karen estava sentada na sala com o Caio.

– eles estão juntos desde que chegamos, né?! – a Débora disse enfezada.
– ihh ta com ciúmes amiga? – a Carol zombou.
– não. Foi só uma observação.
– você quer ficar ele de novo Débora? – eu perguntei.
– ah, eu gostei de ficar com ele, mas não sei se ele iria querer – ela disse triste.
– dizem que a Karen é a fim dele e ele nem tchum pra ela.

Ela deu de ombros. Fomos até eles e chamamos a Karen, fomos lá pra piscina, tiramos a roupa de novo e entramos na água. Começamos a beber vodka com refrigerante e depois a garrafa de tequila com sal e limão, logo estávamos todas bêbadas. Riamos de tudo, falamos coisas que nunca teríamos coragem de falar sóbrias. Estávamos brincando de eu duvido.
– amiga duvido tu tirar o biquíni – a Deb disse pra Carol.

Ela tirou a parte de baixo rápido e colocou, começamos a rir alto. Os meninos escutaram e foram lá conosco.
– amiga duvido tu beijar o Lucas agora – a Carol disse pra mim.
– ahhh isso é fácil, ela vive se pegando com ele agora – a Deb me zoou.

Eles foram pra perto da piscina, sai da água e fui lá com o Lucas.
– vem cá – eu disse puxando ele pelo braço.
– calma Mabi, o que foi?

Eu o segurei pela mão, pulei na piscina e o puxei comigo. As meninas só riam e os meninos não entendiam nada.
– pra que isso Mabi? – ele disse passando a mão no cabelo molhado.
– ah vem cá vem – eu o puxei pro canto da piscina e comecei a beijá–lo.

Todos ficaram bagunçando. O Bernardo saiu de perto e foi embora sem falar nada.
– por acaso vocês estão bêbadas, Carol? – o Felipe perguntou.
– é claro né – Rapha disse – olha aqui – ele mostrou as garrafas de vodka e tequila vazias.
– gente eu quero beber mais – a Karen disse pra surpresa de todos.
– opa, trás mais bebida pra essas meninas Rapha – o Caio disse gritando.

Ele e o Felipe pularam na piscina. O Felipe foi logo puxando a Carol e beijando–a. o Caio ficou sem graça olhando pra Débora e a Karen.
O Rapha voltou, deixou uma garrafa de tequila na mesa e pulou na água.

– Caio, preciso falar contigo – a Deb disse puxando–o pelo braço.
– é sobrou nós dois – o Rapha disse pra Karen.
– é – ela disse tímida.
– quer beber?
– daqui a pouco.
– hum... Quer sair da água?
– ah, não, quer dizer, não sei, você que sabe.

Eles se olhavam e olhavam os outros se beijando. Até que o Rapha chegou perto dela e a beijou. Ela ficou surpresa, mas logo retribuiu ao beijo. O Caio não sabia se beijava a Deb ou olhava pro Rapha com a Karen. Eu estava na maior pegação com o Lucas ainda.
– Mabi, o que te deu? – ele disse ao terminarmos um beijo.
– nada, só queria um beijo – eu disse muito chapada – não gostou do beijo que eu te dei?
– Gostei é claro.
– ah ta, porque se não tivesse gostado eu ia ter que pegar de volta – eu disse maliciosamente.
– então pega – ele sorriu.

Eu o beijei novamente. O beijo calmo e carinhoso estava ficando intenso, ele apertava seu corpo no meu, as mãos que estavam nas minhas costas foram descendo até meu bumbum e ele apertava com mais vontade, eu fui ficando excitada, coloquei as minhas pernas em volta da cintura dele e o abracei mais forte enquanto ele pressionava meu corpo contra a borda da piscina.
– ei ei, vocês podem fazer isso em um quarto, por favor? – o Rapha gritou.
– que quarto o que, deixa minha irmã aí seu safado – o Felipe disse fingindo estar bravo.

Nós paramos o beijo e rimos.
– Gente vamos sair? Eu to ficando com frio – disse a Débora e a Karen concordou.

Saímos da piscina, eu coloquei só meu short e fomos pra cozinha. Bebemos tequila e conversamos mais um pouco, não falávamos coisa com coisa.
– cadê o Bernardo, hein? – a Carol perguntou totalmente bêbada.
– boa pergunta Carol – o Felipe disse.
– ah, ele deve ter ido embora gente – eu disse.
– ficou sem par e vazou, deve ter sido isso – o Caio comentou rindo.

– ficou sem par não, eu fiquei com o par dele – o Lucas disse baixinho.

Eu olhei brava pro Lucas e ele se tocou, mas preferi não brigar com ele, ainda mais pelo Bernardo.

Domingo acordamos de ressaca só pra variar. Passamos o dia no quarto brincando, zoando, relembrando a noite anterior.

À noite eu sair pra deixar a Carol e Débora em casa e como não queria voltar sozinha chamei o Fê pra voltar comigo.

Na segunda cedo da manhã o Felipe estava me pentelhando.
– acorda baby – ele disse se jogando por cima de mim.
– ai Fê não me acorda assim não, vai que um dia você me pega só de calcinha aqui, e ai?
– e ai que eu não resisto delicia... Você não precisa mais de despertador, pode deixar que eu venho todos os dias aqui.

Nós rimos e eu levantei. Tomamos banho, café, farda e escola. Assim que chegamos todos me olhavam, era estranho ser “aluna nova”, ainda mais no meio do ano. Encontramos o pessoal no pátio, ficamos de papo até o sinal. Eu, a Carol e Deb entramos na sala juntas, dei de cara com a Mel e a Natasha, que infelizmente estudavam conosco. A Karen era do 2º ano. Os meninos eram da outra turma de 3º, só tinha o Caio na minha sala. As aulas passaram até que rápido, os professores eram rígidos, nem dava pra bater papo na sala, mas não era problema pra mim, eu adorava estudar. O intervalo bateu e quando eu saia da sala o Pedro me parou. As meninas me olharam e eu fiz sim com a cabeça, elas saíram pra cantina.
– posso...
– não – o interrompi seca.
– mas nem terminei de falar Mabi.
– então não perca seu tempo, pra você todas as respostas são não.

Sai andando sozinha até que avistei o pessoal.
– o que o traste queria? – a Carol perguntou.
– não sei.
– ué, ele te parou pra que?
– não sei.

Eles ficaram me olhando.
– não o deixei falar, então não sei o que ele queria gente – eu disse com cara de óbvio.

Ficamos papeando, lanchamos e o sinal tocou pra entrar. O Bê não tinha aparecido lá conosco, mas eu também não quis perguntar dele pros meninos.

Fui indo pra sala com o Lucas e a Carol, quando ele entrou na sala, olhei e não vi professor, então puxei o boné da cabeça dele.
– eiiii meu boné – ele se assustou.
– agora é meu – corri pelo corredor.

Ele foi atrás de mim e eu esbarrei no Pedro. O Lucas parou onde estava e ficou só olhando.
– desculpa – eu disse com raiva.
– acho que é o destino você esbarrar justo em mim.

Nem dei confiança, me virei e fui lá com o Lucas.
– você já tem um boné meu, quer outro pra que?
– é porque ai todos os dia da semana você vai lá em casa pra pegar um de volta.
– porque você não vai lá em casa e eu te empresto um todo dia – ele sorriu.
– hum... Não faz essa cara de safado.
– safado? Eu? Sou um santo – ele disse rindo.
– santo até demais – eu pisquei e fui pra sala com o boné dele, ele ficou parado sem entender nada.

As aulas terminaram uns 20 minutos antes, fomos pro pátio, ficamos conversando e o Felipe não aparecia, os meninos já tinham saído da sala e estavam indo embora, eu liguei pro celular do Fê e ele não atendia, dispensei a carona dos meninos e eu resolvi ir procurá–lo. O encontrei em um corredor no maior beijo com uma guria.
– Felipeeee vamos – disse manhosa.
– ah Mabi, dá pra esperar um pouco – ele disse bravo.
– to com fome, você fica com ela amanhã.

A guria me olhou com uma cara que eu resolvi ir embora.
– afff precisa cara feia não, vou sozinha.

Fui andando e eles estavam se beijando de novo, sai andando olhando pra trás, até que esbarrei em alguém e cai no chão.
– ai desculpa, não acredito que isso aconteceu de novo... – fui interrompida.
– da nada não – o Bê disse me ajudando a levantar.
– ah, oi Bê, eu estava olhando ali e me distraí – eu disse apontando pro Fê.
– hum, você é aluna nova?
– mais ou menos né – eu ri.
– se quiser eu te mostro a escola.
– preciso não, eu já conheço... Ou conhecia né – eu disse saindo.
– tudo bem Lucas, se precisar...
– Lucas? – eu parei perguntando.

Ele apontou pro boné que eu usava, tinha bordado Lucas. Eu sorri sem graça e sai. Não encontrei ninguém na frente da escola e fui andando, xingando o Fê de tudo que era nome. Então escutei uma buzina.
– quer carona novata?

Era o Bê parando o carro no acostamento. Atravessei a rua e entrei.
– eu não...
– você não me incomoda – ele me interrompeu.
– como você sabia...
– você sempre pede desculpas, por tudo – ele me interrompeu novamente.
– você também – eu disse.
– acho que erramos demais – ele sorriu.

Ele me deixou em casa e apenas agradeci. Tomei banho, almocei e fui estudar, ai ai primeiro dia de aula e já tinha exercício pra fazer. À noite entrei na internet e o Bê havia me adicionado no Orkut, eu aceitei e desliguei o notebook. Olhei pela janela e não tinha ninguém lá fora, o Fê já estava dormindo então fui dormir.

Terça, quarta, quinta e sexta passaram normal, fomos pra aula, no intervalo ficamos rindo das presepadas do Caio, entramos pra sala e eu roubei o boné do Lucas mais uma vez, mas devolvi no final das aulas. Vimos a Mel e a Natasha sentadas em uma rodinha de meninas, mas nem sinal da Karen. Nesses três dias o Bê voltou a andar conosco e toda hora ele tentava puxar papo comigo, estávamos tento uma amizade legal. Apesar de ter que ficar vendo o Pedro me encarando na escola todos os dias, até que estava sendo legal voltar pra lá. Depois do jantar o Felipe passava no meu quarto, jogávamos papo fora, outras vezes PS2 no quarto dele.

No sábado de manhã, assim que acordamos, papai nos chamou na sala e disse que iríamos passar o final de semana no sitio de um amigo dele.
– poxa pai... Final de semana – eu disse chateada.
– vocês têm a vida toda pra sair, passar um final de semana comigo e com a Marta não vai matar ninguém – ele falou rindo.
– Tudo bem né... Fazer o que.

Subimos, colocamos o essencial em uma mochila e fomos, mandei mensagem pra Carol e pro Lucas e pedi que eles avisassem aos outros que não estaríamos em casa. O sitio foi um porre, não tinha piscina, só um lago com bichos, nem dava de nadar, mas aproveitei pra pegar um bronze, fiquei os 2 dias no sol. E só tinha amigos do papai e da Marta, nenhum adolescente, mas jogávamos baralho, vôlei e futebol, comemos churrasco. E pra piorar nós ficamos no mesmo quarto do papai, tínhamos que dormir cedo e nem dava conversar direito.

Voltamos domingo à noite enfadados, caímos na cama e só nos levantamos segunda pra ir à escola, mas eu nem fui, acordei toda ardida do sol. O Felipe só mangava de mim. À noite a Carol e o Lucas me ligaram pra saber por que não fui à aula, expliquei e eles riram de mim.

Na terça ainda estava ardida e nem sai de casa eu saia, eu parecia um pimentão.

Fui pra aula só na sexta-feira e eu estava empolgada, até que fim final de semana, sem o sitio claro. Na hora de eu me vesti pra ir à escola, fui fechar as persianas do meu quarto e vi um papel na janela do Bê “EI NOVATA, TA SUMIDA HEIN?! ME PASSA TEU MSN, NÃO TE VEJO MAIS NA ESCOLA” eu ri e coloquei “NÃO PASSO PRA QUEM NÃO CONHEÇO”.
Vesti-me, desci pro café e na hora de sair fui pegar minha mochila, olhei na janela só pra saber o que ele tinha colocado e só tinha uma carinha =(. Chegamos atrasados e fomos direto pra sala.
– dormiu demais pimentãozinho? – a Carol me mandou um bilhetinho.
– não enche Carol! E nem me fale em dormir, amanhã não acordo antes da 1 da tarde – respondi o bilhete.

As aulas passaram, era química, apesar de amar cálculos, eu não gostava de química. A Carol me passou outro papel.
– detesto química.
– eu também, a única química que eu gosto é a minha com o Lucas.

Ela leu e riu, o Caio puxou o papel da mão dela, leu e se virou pra mim rindo, eu corei. A professora brigou conosco e ele pôs o papel no bolso. No intervalo fomos pra cantina. O Bê não tinha ido pra aula. Encontrei o Lucas e ele me deu aquele sorriso lindo dele, que saudades.

– olha o que essas meninas falam na sala – o Caio disse tirando o papel do bolso.
– não – eu gritei e tentei tirar o papel das mãos dele.

Fui perto do Lucas e falei no ouvido dele.
– tem coisas sobre você ali, pega lá, por favor.

Ele se levantou e pegou o papel, leu e riu também, depois ele me entregou e eu rasguei e joguei fora. Todos ficaram curiosos, mas fiquei calada.
– olha ali Mabi – a Deb disse me mostrando o PV agarrando uma menina.
– desprezível – a Carol disse.

Ele beijava a menina de olhos abertos, me olhando.
– nojo – eu falei fazendo careta.
– quer fazer o mesmo Mabi? – o Caio veio chegando perto de mim.

Eu ri e ele me agarrou pela cintura, me deitou, pôs a mão tampando minha boca e fingiu me beijar, todos ficaram rindo e o PV parou de beijar a menina e foi lá comigo. Puxou-me pelo braço e nos afastou um pouco de onde os meninos estavam sentados, mas perto o suficiente pra eles escutarem, eu tirei a mão dele do meu braço.
– sai!
– já ta assim, ficando com outros na frente de todos na escola?
– eu não devo satisfações pra você.
– claro que deve, você é minha namorada.
– ex.
– mas ainda vamos voltar, sempre voltamos – ele disse cheio de si.
– não dessa vez.
– você não consegue ficar longe de mim Mabi.
– tanto consigo que to até indo pra sala pra não precisar olhar pra tua cara o intervalo todo.

Eu me virei pra ir embora e ele segurou meu braço e não quis me largar. O Felipe e o Lucas se levantaram e foram até onde estávamos, o Felipe puxou o PV e o Lucas saiu comigo pra sala, as meninas vieram atrás. Eles me acalmaram e o sinal tocou, era educação física, então fomos pra quadra e o Lucas pra sala.

– FELIPE NARRANDO –

Eu puxei o PV pra longe da Mabi.
– PV dá um tempo.
– tempo pra que Felipe? Pra Mabi arrumar outro?
– se ela arrumar é porque ela não quer voltar contigo, concorda?
– não acredito até agora que ela deixou pra trás 3 anos de namoro, Mabi é muito burra, eu queria casar com ela Felipe.
– mas talvez ela não quisesse.
– como assim? Você ta sabendo de alguma coisa? Ela já tem outro?
– só sei o que você já sabe, ela não te amava mais.
– mas vai voltar a amar, você vai ver.

Ele disse e saiu. Eu voltei pra sala, sentei ao lado do Rapha e ficamos conversando, o professor estava fazendo a chamada e o Lucas entrou atrasado.
– licença professor, eu estava no banheiro.
– tudo bem Lucas, senta logo que já começo a aula.
– tava com a Mabi? Como ela ta? – eu perguntei enquanto ele sentava ao meu lado.
– chateada, mas ta bem...
– você é o novo namoradinho da Mabi? – o PV interrompeu sentando ao lado dele.
– e se eu fosse, qual o problema?
– sei... Mas não confia nela não, viu?! Conselho de amigo.
– porque não confiaria?
– porque ela ta ficando mais rodada do que corrimão de escada, onde todo mundo passa a mão.
– imbecil, não fala assim dela– o Lucas falou bravo.
– sai daqui PV, antes que eu faça besteira – eu disse irritado.
– ok, mas cuidado viu Lucas?
– com o que? Com você?
– cuidado pra não se tornar o mais novo corninho do colégio – ele disse com sarcasmo.
– não se preocupe, ninguém te desbanca.

Eu e o Rapha rimos e o PV foi pra cima do Lucas, os dois saíram na porrada no meio da sala, nós tentamos separar e a sala virou uma gritaria, o professor se meteu e a coisa foi ficando mais feia, chegou aluno de outras turmas uma vez que o barulho dava pra escutar de longe. Só pararam quando o diretor chegou. Foram pra diretoria.