Fanfic: Nem sempre o amor pode está certo. 1º Temporada e 2º Temporada | Tema: web novela

Já era 10 horas da manhã de domingo quando acordei. Achei estranho o fato de a Tati não ter ido me acordar até àquela hora. Levantei–me e fui ao seu quarto. Ela ainda dormia. Fui para a cozinha e tinha um bilhetinho da minha mãe na geladeira “fui fazer compras com a Marta e seu pai está na clinica, qualquer coisa, me ligue bebê.” Ri do recado da minha mãe. Preparei um café, torrei pão e pus queijo. Levei em uma bandeja pro quarto da Tati. Deitei na cama e a acordei com beijinhos. Ela sorriu sem mesmo abrir os olhos.

– bom dia amor – falei sorrindo.

– bom dia – ela disse se espreguiçando – café na cama é? – sorriu e me olhou.

– meu amor merece muito mais que isso – eu disse dando–lhe vários selinhos.

Ela sorriu e se sentou na cama. Comemos tudo e depois, pra variar, ela foi lavar a louça.

– Bê, você sabe como a Mabi ta? – ela perguntou a mim que estava na sala.

– não. O Lucas não fala comigo desde antes de ontem.

– acho que vou lá com ela.

– vou ligar pros meninos. Vamos pro clube hoje? – perguntei indo até a cozinha com ela.

– pode ser – ela deu de ombros – vou pedir da Mabi chamar as meninas.

Aproximei–me dela e a abracei por trás. Pus meu rosto em seu pescoço e ela sorriu.

– Tati, eu gosto tanto de ti. Tanto, tanto – falei apertando mais o abraço – você não deve ter noção de quanto.

– eu não tenho mesmo – ela disse ao se virar de frente pra mim – até hoje eu não consigo acreditar que você foi gostar de mim.

– por quê? – franzi a testa.

– sei lá. Eu sou toda tímida, nerd, magrela, sem graça... – ela falava fazendo careta – pior de tudo que sou toda na minha – revirou os olhos.

– você não é isso... Você é linda... – comecei falar lhe dando beijinhos no pescoço – cheirosa, gostosa, inteligente, esforçada... – parei de beijá–la e a olhei nos olhos – e o melhor de tudo é que você é toda minha.

Ela abriu um sorriso e me abraçou bem forte. Em poucos minutos senti ela fungando.

– ta chorando Tati? – perguntei me afastando para olhá–la.

– desculpa... – ela sorria, chorava e enxugava as lagrimas.

– falei alguma coisa errada? – franzi a testa, preocupado.

– não – ela balançou a cabeça – você fez.

– o que eu fiz de errado? – perguntei preocupado.

– de errado nada, você apenas se apaixonou por mim – ela deu de ombros sorrindo – e eu nunca mais achei que fosse capaz de amar um garoto.

Abri um sorriso maior do que eu abri quando ganhei meu primeiro vídeo game.

– e você me ama, é? – perguntei empolgado.

– hurum – ela balançou a cabeça sorrindo.

– eu também te amo – falei me aproximando dela e a beijei.

Suas mãos acariciavam meus cabelos enquanto eu lhe abraçava forte pela cintura.

– ô de casa! – alguém gritou da sala.

A Tati se assustou e se afastou de mim. Olhei pra trás já sabendo quem era. Bufei e puxei a Tati pela mão.

– ô Caio, antes você tocava a campainha – reclamei quando o vi junto com o Rapha sentado no meu sofá.

– a porta tava aberta – ele disse na cara de pau – põe no Sportv aí Rapha – ele disse se virando pro Rapha, que riu.

– eu falei pra ele apertar a campainha, mas ele não quis – o Rapha deu de ombros.

– quase me ralei no muro e você ainda briga comigo – ele fez cara de coitado pra mim.

– se tocasse o interfone em vez de pular meu muro, isso não acontecia – falei irritado.

– oi Tati – o Rapha disse pra ela que estava atrás de mim.

– oi meninos – ela sorriu – a Karen ta em casa Rapha?

– ta sim.

– vou lá na Mabi, ta? – ela me deu um selinho e subiu.

Sentei no sofá ao lado dos dois e ficamos vendo Sportv. Comentando sobre os jogos da semana.

Tati subiu, tomou banho e pôs um vestido levinho. Pegou o celular e desceu. Foi dá um selinho em Bernardo, mas que logo virou um beijão.

– ei – Caio gritou – não se tem mais privacidade não é? – disse cerrando os olhos.

– era só o que faltava – Bernardo disse rindo – demora não amor.

Chegou à casa de Mabi e foi atendida por Felipe.

– cadê o inútil do teu macho? – ele perguntou rindo.

– em casa com o Caio e o Rapha.

– vou já lá. A Mabi ta no quarto – Felipe disse.

– valeu.

Ela subiu, bateu na porta do quarto e logo escutou a Mabi gritando pra entrar.

– oi – Tati disse sorrindo.

– oi Tati – Mabi se levantou da cama e pôs o livro na mesinha do PC.

Abraçaram-se e sentaram na cama.

– vim ver como você estava – Tati disse olhando para um machucado em sua testa – o que foi isso?

– bati o carro – disse fazendo careta.

– bateu Mabi? Como? Onde? Você nem avisa nada – Tati disse preocupada.

– nem quis preocupar ninguém – Mabi deu de ombros.

– e o Lucas, ele já viu? Conversaram?

– ah Tati – ela disse triste e abaixou o olhar – eu enfim decidi acreditar no Lucas.

– que bom Mabi – ela sorriu.

– mas ele que não quer falar comigo agora.

– como assim? – Tati perguntou surpresa.

Mabi lhe contou tudo o que aconteceu. Do acidente, do hospital e de quando chegou em casa com o André.

– e ele ficou puto – Mabi disse no fim – não me atende e nem fala comigo.

– ah amiga. Foi lá na casa dele?

– não – Mabi deu de ombros – ele não vai querer me ver mesmo.

– o Bê ta querendo ir pro clube hoje. Acho que os meninos vão com ele – Tati falou.

Logo as duas ouviram vozes vindas do corredor.

– acho que é o Lucas – Mabi disse arregalando os olhos.

– vai lá – Tati disse incentivando–a.

Ela se levantou empolgada e abriu a porta do quarto. Lucas e Felipe estavam no quarto da frente.

– borá logo Felipe – Lucas disse irritado.

– calma porra. Tenho que avisar a Carol que vamos sair, né?! Quero ficar sem namorada não – Felipe reclamou enquanto estava com o celular em mão.

– liga do caminho, vamos andando mesmo – Lucas deu de ombros.

– espera um pouco, falô? – Felipe gritou – parece que ta fugindo de alguém.

– é de mim? – Mabi cruzou os braços e encostou–se à porta do quarto de Felipe.

– porque eu fugiria de você? – Lucas perguntou virando–se para olhá–la.

– me responda você – ela disse.

– tanto faz você estar aí ou não Mabi – ele disse frio – vou te esperar lá no Bernardo – disse pro Felipe, que olhava sem entender nada.

– antes eu quero falar com você – Mabi disse se pondo na frente dele.

– não tenho nada pra falar com você. Ficamos quites – ele passou por ela bufando de raiva.

– droga Lucas – ela gritou – fala comigo.

– falar o que Mabi? Não temos nada pra conversar – ele disse após respirar fundo.

– eu acreditei em você sem você me provar nada. E mesmo depois de toda aquela cena que eu presenciei no banheiro daquele barzinho – ela disse se aproximando dele.

– acreditou depois de uma semana eu me humilhando por você – ele respondeu sem olhá–la.

– é isso que você quer, é? – ela perguntou incrédula – que eu me humilhe pra você acreditar em mim?

– não Mabi. Só quero que você vá ser feliz com o André e me esqueça – ele disse com a voz triste e desceu as escadas quase correndo.

– LUCAS – ela gritou, mas ele não voltou.

Quando a porta da sala bateu, se fechando, Mabi começou a chorar. Logo Felipe apareceu e a abraçou.

– até quando nós vamos ficar brigando fê? – ela perguntou abraçando o meio irmão.

– vocês precisam se resolver de uma vez Mabi – ele disse afagando seus cabelos – vocês brigam demais.

– e aí Mabi? – Tati apareceu fazendo uma careta.

– desisto Tati – ela disse triste e passou para ir pro seu quarto.

– não to entendo mais nada. Você faz idéia do motivo da briga? – Felipe perguntou à Tati.

– pelo André – Tati disse e foi atrás de Mabi.

 Felipe pegou suas coisas e foi para a casa de Bernardo. Em seguida desceram para o clube. Sentaram–se nas mesinhas, compraram refrigerantes e salgadinhos e ficaram comendo enquanto conversavam.

– o que foi aquilo lá em casa, Lucas? – Felipe perguntou.

– tua irmã – Lucas respondeu mau humorado.

– ainda o negócio da Suzana? – perguntei.

– não... Dizendo ela que acredita em mim – Lucas fez uma careta – mas parece que só decidiu isso depois de me trair com o André.

– o André? – Rapha perguntou surpreso – ta falando sério?

– to. Naquele dia que bebemos lá na calçada, eu dormir na casa dela pra esperá–la chegar. E ela só chegou de manhã, com o André. E a roupa dela tava com cara de ter acabado de ser vestida – Lucas disse pensativo.

– o que ela disse? – perguntei surpreso.

– não sei. Nem quis ouvir – ele deu de ombros.

– e você está fazendo com ela a mesma coisa que ela fez contigo? – o Felipe perguntou desconfiado.

– eu não a traí. Vocês sabem disso – ele disse sério – se realmente tivesse acontecido alguma coisa eu falaria. Tanto pra vocês, quanto pra ela.

– e vai ignorá–la até quando? – Rapha perguntou.

– não vai adiantar você ficar de birra com ela, Lucas – falei.

– não sei se quero mais... – ele sussurrou olhando para todos.

– ta falando sério? – o Caio perguntou. Todos nós ficamos surpresos.

– to – ele abaixou a cabeça enquanto nos olhávamos, sem saber o que falar – isso nunca vai dá certo. Somos muito diferentes.

– Lucas, sinceramente eu não consigo acreditar que ela tenha dormido com o André – o Felipe falou – depois que você saiu lá de casa, ela chorou muito comigo e a Tati.

– eu também não acredito nisso – falei – pode ter acontecido alguma coisa – dei de ombros.

– o que você acha Caio? – o Lucas perguntou olhando diretamente pra ele.

– eu? – ele o olhou – hã...

– é que você costuma ser o mais sincero possível – Lucas disse sorrindo fraco.

– sincero até de mais – o Rapha sussurrou tossindo.

– to falando sério. Diz aí Caio – o Lucas insistiu.

– ah Lucas... – o Caio nos olhou desconfiado – pra falar a verdade, eu acredito na Mabi sabe? Ela não seria capaz de fazer isso. Não por você. Por ela mesma. Ela te ama muito e precisa de ti.

– ok – Lucas disse seco.

– vai conversar com ela? – perguntei.

– não – ele respondeu da mesma forma – ela se quiser que venha me procurar. Cansei – ele bufou e abaixou o olhar.

Alguns minutos depois apareceu a Karen e a Tati. Sentaram conosco.

– oi amor – falei dando um selinho nela quando ela se sentou no meu colo.

– oi gente – a Karen disse sorrindo.

– a Mabi ta onde? – Felipe perguntou.

As duas se olharam e olharam para o Lucas que não esboçava nenhuma expressão.

– já ela aparece aqui – Karen disse dando de ombros.

– ô ela ali – o Caio indicou a Mabi descendo a rampa.

Ela veio até a nossa mesa e parou ao lado do Lucas.

– por favor? – ela pediu olhando pra ele com os olhos vermelhos de quem havia chorado.

– Mabi, não to a fim de brigar – ele disse sem nem olhá–la, enquanto todos olhavam pra ela.

– tudo bem Lucas. Se é isso que você quer, muito bem – ela disse suspirando.

Pegou dois papéis que estavam em suas mãos e abriu.

– já que você não quer acreditar em, acredita pelo menos nisso antes de sair dizendo que nós terminamos porque eu te traí – Mabi disse com as lágrimas escorrendo pelo rosto.

Pôs os dois documentos sobre a mesa, na frente de Lucas. Ele pegou com as mãos e olhou com atenção. Enquanto lia, Tati sussurrava pra Mabi. Queria saber se ela estava bem.

– Felipe, depois você leva pra casa, ta? – disse se referindo aos papéis.

Ela limpou as lágrimas e se virou pra sair.

– Mabi – Lucas se levantou e a chamou, fazendo–a parar, mas sem olhá–lo – o que aconteceu?

– agora você quer saber, né? – ela riu irônica e se virou de frente a ele.

– você também não me escutou quando eu quis – ele falou sério, olhando–a.

– são situações completamente diferentes Lucas.

– o que tem de diferente Mabi? – ele perguntou inconformado – você desconfiou de mim do mesmo jeito que eu fiz com você.

– mas você não me encontrou seminua no banheiro com o André – ela disse irônica, se aproximando dele e da mesa.

– mas passou a noite com ele – Lucas disse rude.

– eu não passei a noite com ele – Mabi respondeu rindo – para com isso!

– você chegou de manhã em casa, com ele e a roupa toda amarrotada – Lucas falou alterando o tom de voz – só falta dizer que dormiu no sofá da casa dele sem querer, como fez com o Bernardo daquela vez.

– ah não Lucas, vai voltar a falar disso? – o chamei chateado, fazendo que ele me olhasse – eu já te expliquei o que aconteceu. A Tati ta de prova aqui.

– pode ter certeza que se tivesse acontecido algo, o Bernardo não estaria vivo pra contar a historia – Tati disse confirmando.

– gente – o Caio virou para os dois – o Lucas não ficou com a Suzana e a Mabi não ficou com o André. Dá pra vocês dois pararem de drama?

Há essa altura, a Mabi já estava com os olhos molhados de lágrimas e as mesmas escorriam em sua face.

– não é bem assim Caio – Mabi falou – pra ele não é tão fácil assim. Confiar em mim é muito difícil, sabe? – ela disse irônica, fazendo Lucas olhá–la surpresa.

– não é isso amor – ele disse se aproximando dela – só que eu não gosto de você com aquele André.

– e você acha que eu gostei de ver você babando naquela loira vagabunda? – Mabi perguntou indignada.

– gente, o pessoal ta olhando – a Karen disse olhando pra umas pessoas que chegavam ao clube.

– vão pra casa, vão – o Felipe disse – conversem lá.

– não to com cabeça pra isso – Mabi disse enxugando as lágrimas – Felipe me empresta teu carro? – ela pediu olhando para ele.

– tudo bem – ele deu de ombros.

– valeu – ela sorriu fraco e se virou pra sair.

– aonde você vai? – Lucas perguntou desconfiado, parado no mesmo lugar ainda.

– não se preocupe que eu não vou sair com o André – ela respondeu virando–se de frente a ele.

– não é isso Mabi – ele se aproximou dela – só que eu to preocupado por você dirigir nesse estado.

– preciso ir a policia saber sobre meu carro – ela explicou.

– posso ir com você? – ele pediu.

– tanto faz – Mabi respondeu indiferente e saiu andando.

Lucas ficou parado, imóvel. Virou–se pra trás, olhando–nos. Eu, Caio, Rapha e o Felipe já estávamos fazendo sinal pra ele ir atrás dela. Quando ele se tocou, saiu correndo até alcançá–la.

– esses dois não têm jeito mesmo – Rapha disse rindo.

– se não brigarem, não são eles dois – Felipe disse – logo eles se acertam e ela ta dormindo na casa dele.

– e o pai dela deixa? – Tati perguntou surpresa.

– não, mas você acha que ela liga pra isso? Ela sai depois que o pai dela dorme e volta antes que ele acorde – ele olhou sorrindo pra Tati, que caiu na risada – e minha mãe ainda é cúmplice dessa sem-vergonhice toda.

– é igual a Deb – Caio disse sem entrar em detalhes.

– a mãe dela não sabe que ela dorme na tua casa? – Karen perguntou franzindo a testa.

– não – ele deu de ombros.

– e onde ela fala que dorme? – o Rapha perguntou.

– na casa da Karen – ele disse normalmente, fazendo todos rirem.

– que bom que vocês me avisaram disso antes, viu?! – Karen disse irônica.

– ainda bem que não temos esse problema, né amor?! – perguntei enquanto abraçava a Tati.

– eu durmo no quarto que eu quero, sem ter que dá satisfação – ela disse sorrindo – só quando durmo fora de casa – ela piscou pros meninos que riram enquanto eu a cutuquei na cintura.

– eu também não tenho problema – Felipe respondeu – a Carol sempre vai dormir na casa da Mabi mesmo, que coincidente é a mesma que a minha – ele disse cínico – mas eu não durmo lá. Ela também não faz questão. O pai dela me mataria.

– sorte de vocês – Caio disse dando língua para o Felipe e pra mim.

– sorte é pouco – Rapha disse em um tom de decepção, jogando a cabeça pra trás – quem dera eu...

– ué Rapha, qual o problema? – Karen perguntou se virando pra ele.

– ah Kaka, nada, mas pra você ficar lá em casa ou eu na sua casa é uma novela, né?! – ele disse suspirando – teus pais pegam no pé direto e ainda tem os horários. É chato.

– nossa Raphael, não sabia que isso era um problema – ela disse incrédula.

– não é nada disso Karen, é só que... – ele iria começar a falar quando ela se levantou do seu colo e ficou de frente a ele.

– é só que é um problema sim. Pra você, né? Porque não sei se você lembra, eu só tenho 15 anos – ela disse chateada – eu ainda to na escola, enquanto vocês todos tem mais de 18 anos, já dirigem, não tem horários e nem precisam dar satisfação pra ninguém... – ela deu um sorriso irônico – não sabia que nosso namoro era chato assim – virou de costa e saiu andando.

– que merda! – Rapha bufou.

– eita que hoje a que bruxa ta solta – Caio disse fazendo careta.

– cara, eu não quis dizer que nosso namoro é chato, só que se eu to na casa dela, não podemos namorar e se estamos na minha casa, a mãe dela fica ligando pra regular o horário, é foda! – ele disse chateado. Tirou dinheiro da carteira e se levantou – alguém paga meu sanduíche lá no lanche, ta? Falô aí – ele pôs o dinheiro na mesa e foi atrás da Karen.

– melhor irmos pra casa, né Bernardo? – Tati disse.

– é amor, vamos – falei levantando e cumprimentando os meninos.

– vamos também amor? Não quero ficar aqui e brigar com você – Caio disse fazendo carinho no braço do Felipe.

– ih Caio, vem com essa não – Felipe disse rindo.

Nós quatro saímos andando do clube e fomos pra casa.

Na casa de Lucas, Mabi e ele ainda discutiam. Ele não havia deixado–a pegar o carro do Felipe, disse que ele a levaria pra saber sobre o carro, esperando que ela explicasse pra ele o que aconteceu na noite com o André.

– Mabi, eu só não consigo entender porque você chegou de manhã em casa e agora vem com esse papel de um hospital. Não to entendendo.

– você não me deixa explicar Lucas – ela disse nervosa.

– certo, fale – ele pediu com cara de pouco caso.

– não acredito nisso... – ela riu da feição dele.

– fala Mabi – ele pediu de novo.

– foi porque eu passei a noite no hospital! – ela quase gritou já sem paciência, mas depois respirou fundo se acalmando – bateram no meu carro e me levaram pro hospital. Eu passei a noite em observação. Só fui pra casa depois que me deram alta.

– então... Você e o... Vocês... Hã... – Lucas falava desnorteado enquanto Mabi balançava a cabeça negativamente.

– não Lucas. O André dormiu na sala de espera do hospital. Eu estava fazendo alguns exames e não pude telefonar, mas ele ligou pro celular do papai, da Marta e do Felipe. Nenhum atendeu – ela explicou ainda nervosa.

– e porque ele não me ligou? – ele perguntou indignado.

– você atenderia? – ela ergueu a sobrancelha e ele não respondeu – é, eu imaginava – ela sorriu amarelo – então é isso. Meu carro foi pra pericia, não sei se você percebeu que eu estou a pé. Eu levei quatro pontos na testa – ela disse mostrando o machucado cujo cabelo cobria o curativo – e você achando que eu estava te traindo com o André – ela riu.

Lucas ficou calado, não sabia o que responder.

– eu pelo menos acreditei em você. Confiei na sua palavra – ela disse triste – levei uns dias pra pensar, mas eu não precisei de provas pra isso.

– Mabi me desculpa, eu realmente... – Lucas disse de cabeça baixa.

– Lucas, eu nunca te traí. Depois que nós começamos a namorar eu só fui sua, de mais ninguém. Eu errei ficando com o Bernardo aquela vez, mas nós não estávamos namorando... – ela falava atrapalhada enquanto Lucas parecia ainda desnorteado – você precisa parar com esse ciúme chato – ela disse por fim.

– vocês dois precisam crescer – a mãe do Lucas disse aparecendo na porta do quarto e assustando os dois – vocês não cansam de brigar não? – ela ergueu uma sobrancelha.

– dá licença mãe, por favor – ele disse bravo quando a viu.

– concordo tia – Mabi disse segurando as lágrimas – vou pra casa – ela disse olhando pra ele – preciso pegar meu carro.

– não quer almoçar Mabi? – ela perguntou.

– não tia, obrigada – ela sorriu torto e pegou sua bolsa sobre a cama de Lucas.

– Mabi, você não sai daqui enquanto não nos resolvemos – ele se pôs na frente da porta do quarto – mãe, por favor – ele olhou pra ela que deu de ombros e saiu da porta indo para a cozinha.

– deixa de ser infantil Lucas – Mabi disse irritada.

– infantil ta sendo você Mabi.

– eu Lucas? – ela perguntou indignada.

– quem foi que não quis me ouvir no barzinho? Quem foi que tirou conclusões precipitadas? Quem que me escondeu que estava treinando com o André? – ele falava sem parar.

– é assim que você quer fazer as pazes? – ela perguntou surpresa – jogando na minha cara essas coisas?

– não amor – ele amoleceu a voz – só quero te mostrar que nem eu e nem você estamos errados – ele se aproximou dela, ficando cara a cara – se eu te devo desculpas, você também me deve.

– Lucas... – Mabi abaixou a cabeça e ficou mexendo em seus próprios dedos – me desculpa então.

– não sei se posso te desculpar – ele disse sério e Mabi o olhou, espantada.

– mas... – ela ficou inerte – eu... Hã... – os seus olhos voltaram a se encher de lágrimas.

– calma, to brincando – ele sorriu – me desculpa também. Eu te amo, ta? – ele segurou em sua face e lhe deu um selinho.

– seu besta! – ela riu – eu também te amo – disse enxugando as lágrimas.

Logo os dois se abraçaram.

– agora para de chorar e vamos ver teu carro – ele falou em seu ouvido enquanto a abraçava.

– antes eu quero ir em casa tomar um banho – ela disse sorrindo – almoça lá?

– porque você não toma banho aí. Tem roupa sua no meu guarda roupa – ele disse – depois almoçamos com a chata da minha mãe – ele revirou os olhos.

– ele nem é chata – Mabi disse rindo e indo em direção ao banheiro – ela sempre tem razão.

– ela tem razão até demais – Lucas reclamou.

Minutos depois, Lucas voltou da cozinha, onde avisou para sua mãe deixar a comida no microondas que ele e Mabi comeriam depois. Mabi ainda estava no chuveiro. Ele deu duas batidas na porta e depois entrou.

– ta demorando amor – ele comentou.

– ta tão gostoso aqui, nessa água quentinha – ela respondeu.

– mais gostoso que eu – ele perguntou com malicia e ela riu alto – posso entrar?

– não Lu. Tua mãe ta aí – ela disse.

– mas a porta tem chave – ele disse já tirando a blusa e o short.

– se ela entrar aqui e a porta tiver trancada, lógico que ela vai se tocar, né?! – Mabi respondeu antes de pôr a cabeça debaixo d’água.

– só falta você dizer que ela não sabe que fazemos sexo – ele disse dentro do box.

– e você já ta aqui, é? – ela virou a cabeça pra trás e sorriu.

– perdemos tempo demais esses dias – ele respondeu abraçando–a por trás.

– também acho – ela sorriu e pôs as mãos sobre as dele que pousavam em sua barriga.

Lucas passou a distribuir beijos pelo pescoço, enquanto acaricia os seios dela. Mabi fechou os olhos e suspirou. Ele desceu as mãos acarinhando todo o corpo dela e passou a masturbá–la. Ela já podia sentir a excitação de Lucas atrás de si. Pôs a mão por trás do corpo e também o masturbou. Após um tempo, ela virou–se de frente a ele e pôs as mãos em sua nuca, o beijando com desejo. Sem perder muito tempo, Lucas a empurrou contra a parede do box, segurando em seu bumbum e erguendo seu corpo. Ela prendeu as pernas em volta de sua cintura e encaixando seus sexos. Os movimentos aconteciam de forma compassada enquanto ela gemia abafado entre os beijos. Vez ou outra Mabi passava as unhas pelas suas costas, arranhando–as e Lucas apertava seu bumbum com mais vontade a cada minuto próximo ao orgasmo. A sua mãe já havia batido na porta inúmeras vezes, mas nenhum dos dois ouvirá. A água do chuveiro caia sobre seus corpos que já estavam molhados de suor quando Mabi apertou mais suas pernas em volta de Lucas, atingindo o orgasmo. Aos poucos ela fora soltando e amoleceu o corpo depois que ele também tivera o seu.

– saudades disso – ele disse sorrindo e beijando–a.                   

– só disso? – ela fez bico – e de mim?

– também – ele falou com careta e ela riu.

Terminaram o banho e foram se vestir. Ao chegar a cozinha, Dona Lourdes, a mãe de Lucas, sorria para os dois.

– vai trabalhar hoje não mãe? – ele perguntou.

– não... Eu ia de carona com teu pai, mas ele já saiu – ela explicou.

– ah sim. Cadê o almoço? – Lucas perguntou fuçando o microondas.

– é esse? – Mabi perguntou sentando–se a mesa.

– ah, nem reparei – ele riu e se sentou também.

– fico feliz que tenham feito as pazes – a mãe dele disse sorrindo.

– obrigada tia – Mabi disse sorrindo – espero não brigar mais com esse cabeça dura – ela fez uma careta pro Lucas, que lhe deu um selinho.

– e espero que vocês estejam se prevenindo – a mãe dele disse sorrindo ainda – não quero neto agora, sou muito nova – ela se gabou enquanto Mabi e Lucas se entreolhavam sem jeito.

– mãe! – ele reclamou.

– o que foi Lucas? – ela perguntou como se não tivesse falado nada demais – vocês estão se prevenindo, né?

– claro mãe – ele disse antes de dar uma garfada na comida.

Mabi o olhou de lado e ele a cutucou.

– ah sim, tia. Sempre – Mabi deu um sorriso torto.

– que bom – ela sorriu – espero que vocês também não tenham molhado o banheiro todo –– ela disse naturalmente, fazendo Mabi abaixar a cabeça de vergonha –– agora, vou dormir um pouco. Beijos.

Mabi esperou que ela saísse da cozinha e deu um tapa em Lucas.

– aí, o que foi? – ele reclamou.

– eu te disse que ela ia saber.

– ué, ela já deveria saber, né amor? Quantas vezes você não já veio dormir aqui? – ele disse despreocupado.

– e você ainda mente pra ela – ela resmungou.

– não menti – ele deu de ombros – só omiti.

– dá no mesmo – ela revirou os olhos – me recuso a transar com você sem camisinha de novo.

– hã? – ele a olhou assustado – poxa amor...

– é. E se você fizer a mesma coisa que o Bê fez, problema seu.

– como assim o que o Bernardo fez? – ele perguntou já se irritando.

– a Tati me disse que ele ficou emburradinho no que dia que aconteceu isso de esquecer a camisinha – explicou.

– ah sim – ele sorriu – e o anti?

– anti não é 100% seguro – ela deu de ombros.

– como não? – Lucas arregalou os olhos.

– sei lá, é o que dizem – Mabi respondeu e levantou–se para lavar a louça, deixando Lucas preocupado à toa.

[...]