Fanfic: Nem sempre o amor pode está certo. 1º Temporada e 2º Temporada | Tema: web novela

Uma nova semana começou, as aulas começaram e novas perturbações também. A Tati e o Fred continuavam super amigos. Uma amizade que me dava nojo. Foi o final de semana todo assim. Ele pareceu não se importar nem um pouco com o nosso namoro. Pelo menos na minha frente. Se era jogo dele pra me deixar mais irritado. Ele tinha conseguido. Segunda–feira acordei super cedo e saí da cama da Tati de mansinho. Preparei suco com torrada e queijo. Não fiz café porque a minha cafeteira foi enviada da NASA. Ela fazia tudo, até lia pen drive, mas pra fazer café que é bom, eu não sabia usar. Fui surpreendido com a Tati na cozinha uns trinta minutos depois.

– bom dia – ela disse se espreguiçando.

– bom dia amor – a abracei e cheirei seu pescoço.

– que gostoso – ela disse ao me abraçar.

– o abraço ou eu? – perguntei em seu ouvido, já cheio de malicia.

– essa torrada com queijo – ela disse rindo e soltou de mim – to cheia de fome.

– se tivesse ido lanchar comigo e com os meninos ontem... –– dei de ombros ao me sentar a mesa.

– ah, é que a Li tinha tanta coisa pra contar – ela sorriu – conversamos bastante e comemos pipoca.

– o Fred apareceu depois? – perguntei desconfiado e ela me olhou de olhos cerrados.

– sim Bernardo – disse fria.

– é surpreendente como ele sempre ta por perto de ti – falei largando a torrada e cruzando os braços, emburrado.

– ele é meu amigo Bê – ela deu de ombros.

– sério? – ergui a sobrancelha cheio de ironia.

– ah Bernardo! Chega! – ela reclamou antes de dar um gole do suco – já assumimos que estamos juntos, felizes, sem brigas, mas mesmo assim você não para de falar do Fred.

– porque eu não engulo essa amizade de vocês – falei grosso.

– eu também não engulo aquela tal de Mel lá da casa dos teus pais – ela disse no mesmo tom.

– a Mel é um ex–rolo, não é minha amiga – retruquei.

– pior ainda – ela cruzou os braços e desviou o olhar.

– olha Tati – falei respirando fundo, fazendo–a me olhar nos olhos – eu não to pedindo pra você se afastar dele... – desviei o olhar dela e fiquei pensativo.

– no fundo é isso que você quer – ela disse com um sorriso torto.

– tenho ciúmes de você, tenho medo de te perder, medo de você me trocar por ele... – falei com sinceridade – não suportaria ver vocês dois juntos.

– eu sempre gostei de você – ela se ajeitou na cadeira e pousou as mãos sobre a mesa – demorei pra confiar em você, acreditar em você, aceitar que eu estava apaixonada... – ela deu um sorriso a ela pela declaração – porque agora eu te trocaria por ele?

Permaneci olhando–a sorri. Tão linda. Levantei–me e lhe dei um selinho.

– te amo, ta? – falei.

– eu também – ela me deu outro beijo – vamos pra facul?

– achei que rolaria sexo antes – eu disse puxando–a pela cintura.

– nem começa... – ela riu.

– droga! – resmunguei e sai andando pelo corredor – e um banho? – perguntei com malicia.

– cada um no seu banheiro – ela riu e pôs as mãos sobre meu peito, me empurrando para longe dela.

– egoísta! – resmunguei.

– eu? – ela se virou rindo, mas fingindo estar indignada.

– olha como deixou o bichinho sozinho – falei olhando para meu calção.

– à noite eu compenso – ela piscou e entrou rindo no quarto dela.

Entrei no meu chuveiro, sozinho e tive que me aliviar com água gelada. Era o jeito. Antes de eu terminar de me vestir, a campainha tocou. Abri a porta do meu quarto e percebi que a Tati não tinha saído do dela. Fui até a porta da sala e abri. Dei de cara com o Fred.

– bom dia – ele disse parecendo um pouco surpreso.

– bom dia Fred. O que foi? – perguntei me escorando na porta.

– nada não... Só fiquei surpreso por você ainda estar aqui – ele disse na maior cara de pau.

– surpreso? – ergui a sobrancelha – sinto muito lhe informar, mas eu moro aqui – dei um sorriso largo – com a minha NAMORADA – falei quase soletrando as letras.

– a Tati ta aí? – ele perguntou ignorando o que eu tinha respondido.

– se arrumando, por quê? – perguntei incomodado.

– vim buscá–la pra aula. Posso ir chamá–la? – ele deu um passo para entrar.

– claro que não – falei rindo – ela ta se trocando. Ouviu não?

– qual o problema Bernardo? – ele perguntou se irritando – só vou esperá–la pra irmos pra faculdade como fazíamos no semestre passado.

– o problema é que agora que estamos juntos, ela vai pra faculdade comigo – dei um sorriso cínico.

– ela me disse que iria comigo – ele retribuiu ao sorriso com um cinismo maior ainda.

– obvio que não Fred. Agora, pode me dar licença? – falei quase pra fechar a porta.

– Oi Fred – a Tati disse aparecendo na sala.

– oi Tati – ele sorriu e passou por mim, indo cumprimentá–la – vim te buscar. Vamos?

– você vai com ele ou comigo? – perguntei chocado.

– ah Bê, eu achei que você não iria acordar cedo porque você só tem aula às 10 h, né? – ela disse desconfiada.

– é Tatiana, eu só tenho aula às 10 h, mas acordei às 6:30 da manhã, preparei café pra você e vou mais cedo pra faculdade só pra poder te levar. É difícil de entender isso? – falei irritado, aumentando o tom de voz.

– nossa Bernardo! Desculpa – ela disse surpresa com meu tom de voz – não precisa falar comigo desse jeito.

– foi mal – falei suspirando – Fred, dá pra você sair daqui? – eu disse ao perceber que ele ainda estava ali, nos olhando.

– tudo bem... Se precisar de carona, é só ligar Tati – ele deu um beijo no rosto dela e um sorriso pra mim.

Assim que ele entrou no elevador, eu fechei a porta com força, fazendo um barulho violento.

– ESSE CARA ME TIRA DO SÉRIO! – falei soletrando todas as palavras – caramba Tatiana, até quando esse idiota vai continuar vindo aqui?

– ele vai vim quando eu convidar Bernardo – ela disse cruzando os braços e me olhando com raiva.

– ele não é mais bem vindo! – falei irritado.

– o apto não é só seu! – ela gritou.

– mas a namorada é! – gritei de volta por um impulso.

– eu não sou sua propriedade. Para com isso! – ela disse chocada – eu já te disse que não quero nada com ele. Dá pra confiar em mim?

– não dá Tatiana. Não dá pra confiar nele! – respondi furioso.

– ele não vai me agarrar à força Bê. Não viaja. Se quando eu estava solteira ele nunca fez isso, porque faria agora? – ela disse quase indignada.

– você não se dá conta que ele mentiu pra você? – perguntei erguendo uma sobrancelha.

– do que você está falando? – ela perguntou confusa.

– ele sabia dos nossos sentimentos e escondeu – falei como se fosse obvio.

– para Bernardo, para! – ela disse abaixando a cabeça e pondo a mão no rosto.

– tudo bem, se você quer continuar defendendo o Fred, vai nessa... – eu disse rindo ironicamente.

– não to defendendo o Fred – ela me olhou com um ar de tristeza – mas esse teu ciúme por ele já ta ficando chato.

– chato ta ficando essa amizade de vocês... – falei de imediato.

– na boa? Vocês estão me deixando confusa. Não agüento mais essas brigas.

Ela passou por mim e abriu a porta.

– deixa que eu te levo pra facul – falei segurando em seu braço.

– não. Eu quero ir andando. Pra pensar em tudo – ela disse sem me olhar.

– tudo bem – dei um suspiro – cuidado no caminho.

– ah Bernardo – ela me olhou – só pra constar, eu combinei de ir com Fred pra faculdade no sábado. Não sabia que você iria me levar, só soube hoje. Então não me culpe e nem a ele, porque não avisei. Tchau.

Ela fechou a porta e entrou no elevador. Ok, fui precipitado. Se fosse em outra situação eu até me desculparia, mas “não me culpe e nem a ele”? Poupe–me. Culpado... Era o que ele era. Culpado por tudo. Até pela morte do Bin Laden, se eu pudesse, eu o culparia nesse momento.

[...]