Fanfic: Nem sempre o amor pode está certo. 1º Temporada e 2º Temporada | Tema: web novela
Entrei na sala de aula que tinha indicado na minha fila eletrônica. A maior parte das cadeiras já estava preenchida. A maior parte de homens, apenas uma menina sentada no meio da classe. Ela lançou um olhar pra mim e eu a encarei. Após uns segundos ela deu um sorriso. Bem bonito, confesso. Dispersei meu pensamento e olhar dela e sai em busca de um lugar vago, mas para minha sorte, duas cadeiras depois da dela estava o Diego. Ele acenou e eu sentei ao lado dele e quase ao dela.
– ah sumido! – eu o cumprimentei.
– nem fale cara. Quase levo bomba semestre passado – ele riu.
– o que aconteceu? Correndo muito? – perguntei me referindo aos rachas.
– mais ou menos – ele fez uma careta – mas não comenta isso com a Mabi, ta? – concordei com a cabeça – na verdade eu tava sem tempo porque me mudei.
– percebi... Passei as férias na casa dos meus pais e não te vi nenhum dia pelo condomínio.
– pois é. To morando sozinho agora. A procura pelo apto e depois a mudança me deixou bem atordoado – ele respondeu.
– ah sim... E cadê a Mabi? Ela pegou disciplina com você? – perguntei olhando disfarçadamente para a garota ao lado. Ela exalava um cheiro muito bom.
– pegou, só não lembro qual... – ele disse pensativo.
Conversamos mais um pouco sobre outras besteiras, até o professor entrar na sala. Encostei o queixo em minha mão e apoiei o cotovelo na cadeira. A aula estava um tédio e só tinha começado há 5 minutos. De repente o Diego me cutucou. Virei pra ele e ergui as sobrancelhas.
– gostosa, hein?! – disse sobre a menina ao meu lado.
– ô se é – falei dando uma risadinha com malicia.
– puxa assunto aí... – ele disse rindo – pergunta o nome dela e se ela quer sair comigo.
– folgado – falei rindo.
– Mabi me disse que você está encoleirado, então não pode – ele piscou e riu.
– to mais pra cão de rua do que pra cão encoleirado – resmunguei e ele riu.
– brigaram? – perguntou Diego.
A garota ao lado se mexeu na cadeira e eu olhei de canto de olho. Ela vestia roupas comportadas, mas realmente tinha um corpo bonito. O Diego inclinou o corpo sobre o meu para olhá–la e eu aproveitei e fiz o mesmo, virando a cabeça para direção dela. Ela tirou os olhos do livro e nos olhou. Demos um sorriso sem graça e ela retribuiu com um sorriso caloroso.
– oi – ela disse.
– Diego, prazer – ele disse esticando a mão.
– Carla – ela disse encantadoramente – e você? – perguntou me olhando.
– Bernardo – falei em um tom sério e depois me virei pra frente.
Diego se arrumou na cadeira e olhou pra mim.
– resolveu mesmo levar a sério essa parada de relacionamento, né garotão?! – ele disse rindo.
– to tentando Diego... To tentando – falei suspirando.
Segundos após meu celular vibrou no bolso. Tirei e olhei. Era mensagem da Tati. “Desculpa por hoje Bê, mas fiquei chateada por você gritar comigo. Te amo.” Fiquei segurando o aparelho por alguns minutos, imóvel. Não sei o que me deu, mas eu ainda estava puto com ela. Não queria chegar ao ponto de ter que falar: Ou ele ou eu! Mas comecei seriamente a pensar nisso se continuasse assim. O Diego olhou pra mim e depois pro aparelho. Virei de frente a ele, que leu a mensagem.
– mulher sente essas coisas, só pode – ele disse rindo.
– sente o que? – perguntei confuso.
– cheiro de ameaça – ele ergueu as sobrancelhas e olhou para a tal Carla.
– você que ficou a fim e eu que levo a culpa? – perguntei surpreso.
– aprende uma coisa – ele desviou o olhar dela e me olhou – não adianta eu estar a fim dela sem ela ta a fim de mim – ele me olhou como se o que tivesse dito fazia sentido.
– e? – franzi a testa.
– olha agora – ele disse me olhando com a mesma cara.
Virei o rosto rapidamente e a garota me olhava. Ela deu um sorriso mostrando os dentes e depois abaixou a cabeça, fixou o olhar no seu livro, mas ainda sorrindo.
– acho que ela gostou de você – ele disse sorrindo.
– e eu gosto da Tati – retruquei imediatamente, fazendo–o balançar a cabeça negativamente – o que foi? – perguntei indignado – resolvi ser fiel, oras – dei de ombros.
A conversa foi encerrada com um “com licença professor”. Reconheci a voz e olhei pra porta. Era Mabi. Linda como sempre, com as roupas sedutoras de sempre, mas mais gostosa do que nunca. Ela sorriu pra gente e veio andando até nós.
– o boxe faz muito bem pra Mabi – falei observando–a em um micro vestido.
– e o Lucas também – ele disse com malicia.
– obrigado por me fazer imaginar a cena deles juntos – fiz cara de tédio e ele riu.
– oi amores! – ela disse nos beijando no rosto e se sentou entre eu e Carla.
– não sabia que você tava nessa turma – comentei – até perguntei pro Diego se você estava, porque costuma chegar cedo.
– furou pneu do meu carro – ela fez bico – o fê que veio me deixar. O carro ficou lá em casa.
– depois eu vou lá e troco – o Diego disse e deu uma piscada pra ela.
– quem é essa? – ela perguntou baixinho pra mim a respeito da menina ao lado.
– acho que é novata. Carla – falei.
– e você já sabe o nome dela, é? – Mabi ergueu a sobrancelha e me encarou séria.
– o Diego perguntou – eu disse rindo e mostrei a língua pra ela.
– Tati vai ficar sabendo disso – ela resmungou.
– ela não vai te ouvir – falei emburrado – vai estar mais ocupado com o melhor amigo dela por ai.
– hum... – ela me olhou – brigaram?
– é – respondi seco – to cansando Mabi. E muito.
Ela não disse mais nada. Assistimos a aula que terminou ao meio dia. A Mabi saiu logo com o Diego pra arrumar o carro e eu fiquei mandando uma mensagem pro JP. Não queria almoçar sozinho.
Tatiana saiu de sua sala e despediu–se rápido de todos. Nem procurou por Fred no refeitório, como fariam antes. Ela saiu andando pelos corredores do prédio de curso de exatas e encontrou Diego e Mabi andando apressadamente.
– Mabi – ela chamou, fazendo a garota olhá–la e parar para esperar que ela se aproximasse.
– oi Tati – Mabi disse cumprimentando–a com dois beijos.
– oi – ela sorriu ofegante – oi Diego – também o cumprimentou com dois beijos – to procurando o Bernardo. vocês estavam com ele?
– sim. Pagamos algumas disciplinas juntos – Diego respondeu.
– que bom, eu tava cansada de procurá–lo já – ela sorriu aliviada – esse prédio é imenso.
– vai lá que ele não saiu da sala ainda – Mabi disse – é na 416.
– ta. Vou lá. Beijos gente – Tati disse andando apressada.
Ela correu até a sala. A porta estava aberta, significando que não havia professor. Tati pôs a cabeça pra dentro, procurando Bernardo. Avistou–o sentado conversando com uma garota. Linda demais. Sentiu uma pontada de ciúmes. Seu corpo estremeceu de raiva. Ela ficou parada ali, perplexa.
A Carla puxou assunto comigo enquanto eu guardava meu material na mochila e esperava a mensagem do JP.
– onde fica o refeitório? – ela perguntou.
– hã? – falei distraído.
– onde se come por aqui – ela disse levantando as sobrancelhas.
– no refeitório – franzi a testa.
– dã, eu imaginei – ela riu.
– e porque perguntou? – continuei de testa franzida.
– porque eu perguntei onde era e você não me respondeu.
– ah, desculpa – falei fazendo uma careta – eu tava distraído.
– então? – ela perguntou sorrindo.
– ah, não sei explicar – dei de ombros – tipo, você pega o corredor à direita e...
– oi – Tati disse parando na fileira em que estávamos sentados.
– oi Tati – sorri fraco pra ela.
– oi – Carla disse com um sorriso simpático, mas Tati apenas a olhou, não respondeu.
– viu a mensagem? – ela perguntou desviando o olhar de Carla e me olhando, séria.
– sim – me limitei a dizer.
Logo meu celular apitou, era msg do JP. “to no refeitório com o Fred e o Théo”.
– ótimo! – pensei alto.
– quem era? – Tati me olhou curiosa
– hã... Nada demais – balancei a cabeça negativamente.
– hum... – ela entortou os lábios e olhou Carla mais uma vez – vamos almoçar Bê?
– vou almoçar com o JP – respondi me pondo de pé – cadê o Fred? – perguntei irônico enquanto colocava a mochila nas costas.
– para, ta? – Tati disse arregalando os olhos, como se estivesse chocada com a brincadeira.
Dei um sorriso de lado pra Tati e sai andando. Passei por Carla que apenas nos olhava. Parecia curiosa. Antes de descer os lances de escadas que tinham até minha fileira, parei e olhei pra ela.
– quer ir almoçar conosco? – perguntei, fazendo Tati me olhar surpresa.
– obrigada Bernardo. Achei que eu fosse passar fome até encontrar esse lugar – ela riu e se levantou.
Percebi que a Tati deu uma olhada por completo na garota. Carla desceu alguns degraus e parou em minha frente.
– ah, essa é a Carla – falei pra Tatiana – ela é nova na turma.
– na turma, na faculdade e na cidade – Carla disse rindo e eu acabei por rir também.
– oi – Tati disse séria.
– e ela é a Tati – falei agora olhando para a garota.
Tati me olhou como se esperasse que eu complementasse a apresentação, mas eu não fiz. Naquele momento eu não tava nem um pouco a fim de explicar quem era a Tatiana pra mim.
– vamos comer? – perguntei.
As duas apenas sorriram e saíram da sala comigo. O sorriso da Tati era falso. Aposto que até a Carla percebeu isso. Fomos pelo corredor conversando. Eu ia no meio das duas. Tati logo tratou de entrelaçar os dedos nos meus e percebi que Carla olhou nossas mãos dadas.
– então, veio transferida? – perguntei olhando pra Carla.
– ah, sim – ela sorriu e olhou pra mim – sou gaucha, mas vim fazer faculdade aqui. Morava em outra cidade, só que não gostei do curso lá e pedi transferência.
– fez quanto semestre na outra faculdade?
– dois – ela sorriu – já paguei uma boa parte dessas disciplinas, outras preferi fazer novamente, como essa da ultima aula, porque não entendi muito o assunto.
– oba! – sorri – alguém pra ensinar a matéria entediante.
– quando precisar – ela sorriu pra mim animadamente.
Senti a Tati puxando minha mão e olhei pra ela.
– já que não deu pra eu ir pro boxe de manhã, acho que vou na turma da tarde – Tati comentou do nada – não tenho mais aula.
– e porque não deu? – perguntei por perguntar, sem interesse.
– Mabi ligou dizendo que não iria – ela deu de ombros.
– ah, ela tava sem carro... – falei me recordando – se me pedisse eu te levaria. Acordei cedo pra te trazer pra cá, em vão – falei com uma careta, chateado.
– já pedi desculpas por aquilo – ela fez bico.
– ok – me limitei a dizer, já que não queria ficar discutindo na frente de uma desconhecida.
– então amor, você poderia me deixar lá agora à tarde, né? – Tati pediu carinhosamente.
– tenho aula. Até a noite – expliquei – vê se um dos meninos pode te levar – eu disse sem mostrar interesse.
– tudo bem – ela bufou – vai ficar direto aqui?
– é – falei olhando–a feio – você ta pagando quantas disciplinas, Carla? – perguntei olhando para ela.
– ah, oito – ela sorriu.
– nossa! – eu ri – como você consegue? Eu pago cinco e fico sempre desesperado.
– semestre passado eu peguei nove – ela disse rindo – agora peguei uma a menos porque to querendo um estágio.
– eu também to querendo... – falei.
Continuei perguntando sobre a vida de Carla enquanto andávamos até o refeitório. De longe avistei o JP e os meninos. Fomos andando até. Observei atentamente os olhares deles para Carla. E como previsto, deveriam tê–la achado uma gata.
– gente, essa é a Carla. Ela é nova na faculdade e na cidade – falei pros meninos que sorriram.
– oi Carla – eles responderam e cada se levantou dando–lhe dois beijos.
– JP, Fred e Théo – mostrei quem cada um era.
– oi gente – ela sorriu parecendo estar tímida.
– qual a boa de hoje? – perguntei olhando para os pratos.
– hoje ta gostosa... – JP disse distraído olhando–a.
– o que? – ergui a sobrancelha pra ele.
– a comida – Théo disse segurando o riso.
– idiotas! – Tati revirou os olhos e saiu dali indo em direção à cantina.
– vamos lá nos servir? – perguntei pra Carla.
– to morta de fome – ela fez uma careta e me seguiu.
Pegamos as bandejas e os pratos. Fomos nos servindo. Esperei ela terminar de pegar a comida e a acompanhei até a mesa. A Tati já estava lá, com o Fred do lado direito e a cadeira vaga no lado esquerdo. Carla sentou ao meu lado.
– cadê as meninas? – perguntei enquanto comia.
– sabe deus – JP deu de ombros – elas vinham com a Lu de carro.
– a Lu me disse que ia almoçar em casa porque não tinha mais aula – Theo explicou – e falando em aula. Tchau para vocês – ele se levantou acenando com a mão.
– então Carla, fale de você – JP disse apoiando os braços na mesa e a olhando.
– dá um tempo JP, ela ta comendo – revirei os olhos.
Ela deu um sorriso e continuou a mastigar. Um tempo depois, Fred se levantou e saiu da mesa, provavelmente indo pra aula. Tati afastou a cadeira para mais perto de mim e pôs o braço enrolado no meu, com nossas mãos entrelaçadas. Agora ela lembra que é minha namorada. Pensei, ainda irritado.
– Bernardo, eu vou fazer um processo seletivo em uma empresa de engenharia industrial. Porque você não faz também? – Carla disse ao falar sobre profissões com JP.
– ah, como faz? – perguntei interessado.
– se inscreve em um centro de estágio – ela deu ombros.
– gênio! – JP riu de mim.
– eu não sabia, animal – falei zoando o JP – e onde fica esse centro?
– aqui na faculdade tem um prédio – ela disse – ele tem na cidade toda. Fiz minha inscrição na minha antiga faculdade e o cadastro vale aqui também, porque semana passada, quando eu tava fazendo a mudança, recebi um e–mail informando dessas vagas.
– legal – falei sorrindo – vou me inscrever.
– depois eu te levo lá – JP disse rindo – é bem na entrada da facul. Como você nunca viu?
– sei lá – dei de ombros – e não vem me zoar não, porque você ta a mais tempo aqui.
– bê, eu já vou, não tenho mais aula – Tati disse me interrompendo – preciso estudar.
– deveria ter ido com a Lu então – falei virando–me para olhá–la – tem aula ainda JP? – perguntei a ele que assentiu com a cabeça.
– deixa, vou andando pro apto – ela se levantou emburrada e agarrou em seu material.
– espera Tatiana – revirei os olhos – eu te levo pra casa antes do meu próximo tempo, ok? – olhei pra ela chateado.
– ta – ela sorriu feliz.
– paga cálculos? – Carla me perguntou.
– pago... – falei procurando o papel da minha fila eletrônica com as aulas – deixa me vê que horas começa...
– às 15 h – Carla me interrompeu e eu a olhei – também to nessa aula.
– muito bom – sorri e tenho a impressão que eu sorri feito um idiota. A certeza veio quando o JP me chutou pro debaixo da mesa, me fazendo olhá–lo – ainda tenho 30 minutos pra voltar – falei completando a frase.
– ô Bernardo – Tati reclamou parada atrás de mim.
– já volto – falei pra ela e depois fiz um cumprimento de mãos com JP.
Entramos no carro em silêncio e fomos assim um trecho do caminho. Percebi que a Tati apenas me olhava.
– o que foi? – perguntei sem paciência.
– não precisa ser grosso – ela disse assustada.
– ainda to irritado Tatiana – falei encerrando o assunto.
Chegamos ao apto, ela foi pro quarto dela e eu pro meu. Acabei tomando um banho rápido e troquei de roupa, olhei no relógio e já eram quinze pras 3 h. Eu iria chegar em cima da hora, ou melhor, atrasado, porque no exato minuto, Tati entrava pela porta do meu quarto.
– bonita aquela garota, né? – ela perguntou se jogando na minha cama.
– nem reparei – falei indiferente enquanto calçava meu tênis.
– sei... – ela me olhou desconfiada – a achei bem simpática – ela disse e se calou – com você – deu ênfase a ultima frase, fazendo–me olhá–la.
– ta falando sério? – ergui a sobrancelha de um jeito irônico.
– vai mesmo ver aquele negócio do estágio com ela? – Tati me perguntou mordendo o lábio inferior.
– vou – dei de ombros.
– por quê? – ela perguntou de testa franzida.
– porque eu não posso passar o resto da minha acadêmica sendo sustentado pelos meus pais, Tatiana – falei de um jeito grosso.
– claro que não – ela deu de ombros – mas... Estranho.
– o que é estranho? – perguntei procurando uma camisa pra vestir.
– ela – disse pensativa – primeiro dia de aula e ela já quer ser toda intima de ti, quase se oferecendo pra ir almoçar contigo, aceitando a te ensinar a matéria, te ajudando com o estágio...
– o que você quer dizer com tudo isso? – parei em frente a ela e cruzei os braços.
– bem oferecida ela né?! – Tati se sentou na cama e me olhou, séria – bem bonita também...
– é pra rir, né? – falei rindo – já vou, à noite volto – falei depois de passar perfume.
– e meu beijo? – ela fez bico.
– to atrasado – disse pegando a mochila e saindo do quarto.
– nossa Bernardo – ela disse vindo atrás de mim pelo corredor até a sala – não precisa me tratar assim.
– Tatiana, eu não to bem hoje, ta? – falei parando de costas a ela – acordei muito cedo pra tentar agradar minha namorada e levei um tapa na cara – eu disse bufando de impaciência.
– poxa, me desculpa pela discussão de hoje cedo, mas é que eu, realmente, to de saco cheio de discutir sobre o Fred – ela cruzou os braços e suspirou.
– se você ta de saco cheio, imagine eu – virei de frente a ela e ergui a sobrancelha – to cansado de discutir sobre ele, de vê–lo o tempo todo atrás de ti, te procurando, ficando grudado em ti...
– eu já falei que não tenho interesse nele, Bernardo! Eu to com você, não estou? Eu amo você e não quero mais ninguém – ela disse quase como implorando por algo – só que do mesmo jeito que você não gostaria de se afastar da Mabi por ela ser tua amiga, eu também não queria ter que me afastar do Fred.
– então trata o Fred como seu amigo e eu como seu namorado. Porque no momento você está fazendo o inverso – falei por fim e virei de costas a ela, saindo pela porta.
Enquanto na faculdade JP e Carla ainda estavam sentados na mesa conversando.
– vocês se conhecem há muito tempo? – ela perguntou.
– nós quem?
– esse pessoal que tava aqui na mesa.
– ah sim – ele sorriu – só o Bernardo e a Tati que chegaram esse ano, os outros e as meninas que não estavam aqui, há mais tempo...
– vocês moram perto? – ela perguntou apoiando os cotovelos na mesa e o olhando com atenção.
– moramos no mesmo prédio – ele explicou – eu e o Téo dividimos o apto. As outras meninas dividem outro, o Fred mora sozinho e a Tati com o Bernardo.
– ah, eles moram juntos é? – ela disse franzindo a boca.
– é. São namorados – ele disse desconfiado – ficou a fim dele é?
– ah, não – Carla riu envergonhada.
– então foi dela? – ele franziu a testa.
– hã? – ela se assustou e caiu na gargalhada – não JP.
– ah sim – ele deu de ombros – normal ué! O mundo ta moderno, sei lá...
– moderno demais pro meu gosto, mas respeito todos – ela disse balançando a cabeça negativamente e sorrindo.
– mas então, você tem namorado? Ou namorada? – ele disse olhando–a sério e arrancando mais risadas dela.
– eu gosto de homem mesmo JP – ela disse ainda rindo.
– e você tem?
– não, não to nem há uma semana aqui.
– e não tinha lá onde morava?
– não... Uns rolinhos vez ou outra – ela deu de ombros – e você? – perguntou vendo–o pegar o celular e responder a uma mensagem.
– eu o que? – ele perguntou distraído.
– você tem namorada ou namorado? – ela ergueu a sobrancelha.
– nenhum dos dois – ele riu – eu até queria, mas ela não quer – fez cara de coitado.
– tadinho... – ela disse rindo – porque ela não quer?
– porque quando eu era galinha eu não queria ficar com ela pra não magoá–la – ele disse suspirando.
– é, você fez certo – ela disse concordando.
– mas aí cai na besteira de ficar com ela e agora to aqui, apaixonado e sofrendo – ele disse fazendo bico – ela faz pouco caso de mim.
– acho é pouco – ela deu de ombros.
– nossa! – ele riu e fingiu estar indignado – você nem fica triste com a minha história...
– homens galinhas tinham que se apaixonar e sofrer pelo menos uma vez na vida – ela disse fazendo careta.
– de novo... – ele sussurrou olhando o celular – só um pouquinho Carla.
– o que foi? – ele disse ao atender.
– ta onde?
– no mesmo lugar em que você me deixou – ele disse olhando pra Carla – eu e a Carla. Esperando você vir nos buscar.
– ta, vou aí. Não to com cabeça pra assistir aula – ele disse e desligou logo em seguida.
– era o Bernardo. Ele parece ta puto – JP falou fazendo uma careta.
– por quê? Aconteceu alguma coisa? – ela perguntou surpresa por tê–lo visto tão calmo na sala de aula.
– namoro dele não anda bem das pernas... – ele disse balançando a cabeça negativamente.
– hum – ela murmurou.
Após poucos minutos cheguei na faculdade e fui direto pro refeitório. Já estava atrasado 15 minutos para a aula, mas nem um pouco a fim de assistir. Sentei ao lado do JP, jogando minha mochila sobre a mesa e bufando.
– e aí? – JP perguntou logo.
– sério JP, ta difícil, viu?! – reclamei sem me importar com a Carla ali.
– o que foi agora? – ele perguntou assustado.
– cara, ela não desgruda do Fred. Mesmo depois de tudo que já brigamos por conta dele, ela continua lá, sendo melhor amiga dele... Que ódio! – falei de punho cerrado – acredita que eu acordei cedo hoje pra vim deixá–la, mas ela iria com o Fred? Depois de eu me estressar muito e mandar o Fred embora lá de casa, ela resolveu vir andando. Agora não quer que eu esteja com raiva dela – falei quase gritando.
– Bernardo, eu acho que vocês três precisam sentar e conversar – JP falou fazendo uma careta – já falou com ele?
– não – falei respirando pesado – não agüento nem olhar pra cara de pau dele. Porra, ele sabe que estamos juntos e mesmo assim não desgruda dela.
– e o que ela diz quando você reclama? – ele perguntou.
– que eles são amigos, que o Fred a ajudou quando ela chegou aqui e não tinha ninguém, que não vai me trair, que ela me ama e não vai me trocar pelo Fred... – falei com voz de nojo – to farto de disso.
– acho que vou conversar com Fred – ele disse pensativo – ta foda ele estragar o namoro de vocês assim.
– eu to pra partir a cara dele qualquer hora dessas... To te falando – falei apoiando o rosto entre as mãos e abaixando na mesa – demorei meses pra ficar com essa garota e quando enfim resolvemos namorar, ele faz isso? Sabe quantas vezes eu perguntei se ele era a fim dela? Inúmeras vezes, e ele negou todas elas, mas já tinha até se declarado pra Tati.
– eu me lembro dessa época... – JP disse desconfiado – ele negava mesmo.
– negava pra gente – balancei a cabeça negativamente – eu não to agüentando mais. To pra explodir de tanta raiva.
– calma... – uma voz doce e suave ecoou na minha frente.
– desculpa Carla – falei olhando–a atento – é que eu to tão chateado que nem me toquei que você estava aí.
– tudo bem – ela deu de ombros – quer ir tomar um guaraná e dar uma volta?
– ah, não... Vão vocês, não estou sendo uma boa companhia hoje – falei sem interesse.
– eu concordo com a Carla. Vão lá – JP disse me olhando de lado.
– vamos nós três – ela deu a idéia, sorrindo – tem um suco de guaraná perto do meu apto, que é ótimo. Voltamos pra próxima aula.
– vamos lá, seu molenga! – JP disse sacudindo meu braço.
– ta, eu vou – revirei os olhos.
Saímos os três de lá e entramos no meu carro. A Carla foi no banco da frente me dando as instruções do caminho, mas eu mal prestava atenção no que ela e o JP falavam. Eu não esquecia a raiva pela Tati nenhum segundo. Acabei chegando à conclusão que eu não iria mais fingir nada para ela, muito menos tentar agradá–la.
– ô Bernardo, o sinal abriu – JP gritou me dando um cutucão.
– foi mal – passei a marcha e acelerei, mas o sinal passou para o amarelo e uma moto cruzou a rua oposta, passando na frente do carro, me fazendo frear bruscamente – que merda! – eu gritei e acelerei o carro novamente – moto idiota!
– acho melhor você sair daí – o JP disse assustado – deixa que eu dirijo.
– eu to bem – falei de forma rude com ele e continuei a dirigir.
Percebi que a Carla me olhava assustada e virei o rosto para olhá–la.
– o que? – perguntei sem entender.
– desculpa, acho que não foi uma boa idéia sairmos da facul – ela disse desconfiada.
– por quê? – franzi a testa.
– você não está prestando atenção nem no que eu to falando – ela disse com a voz calma.
– claro que estou – falei indignado.
– se tivesse, estaríamos no caminho certo – ela deu de ombros.
Fitei a direção e percebi que eu não sabia onde estava. Olhei pro volante, suspirando e estacionei o carro em frente a uma loja. Desci do carro e abri a porta de trás.
– vai lá – falei pro JP, me referindo à direção.
Ele entrou e começou a dirigir pelo caminho que a Carla dizia. Logo chegamos à uma lanchonete. Descemos e nos sentamos lá.
– desculpa gente – falei pondo as mãos no rosto – mas eu to no meu limite hoje.
– a gente entende – a Carla disse olhando de lado pro JP.
– eu não entendo como tu agüenta isso Bernardo – ele disse sério.
– nem eu sei JP... – falei pensativo.
Tomamos o guaraná e conversamos sobre várias besteiras. Acabei que me distraí com as besteiras que eles falavam. Voltamos pra facul e fomos pra aula. A Carla pagava todas as matérias que eu pagava, e fazia mais três além dessas. Antes das 18 h, ela me levou no centro de estagio e eu fiz minha matricula e já me indicaram para o mesmo teste que ela iria fazer, era na sexta pela parte da tarde. Cheguei em casa à noite. O JP e o Théo foram deixar a Carla em casa. Tomei meu banho e fui pra cozinha. Tinha janta no fogão, mas eu nem quis comer. Assei um pão com queijo e comi com refrigerante que tinha na geladeira. Assim que fechei a porta do quarto, ela se abriu. Era a Tati.
– oi – ela disse mansinha.
– oi – falei sem nem olhá–la.
– ta tudo bem? – ela perguntou adentrando o quarto.
– ótimo! – fui irônico.
– você vai ficar com raiva de mim até quando? – ela perguntou.
– até quando o Fred para de andar na tua cola ou até você se tocar que teu namorado não ta mais suportando ser trocando por esse idiota! – falei de forma grosseira e me deitei – apaga a luz quando sair.
– ta... – ela disse com a voz um pouco falha e saiu do quarto.
Mais a noite eu me levantei pra beber água e pude ouvir uns soluços através da porta do quarto dela. Abri de leve a porta e ela tava deitada, chorando. Aquilo me partiu o coração, mas mesmo assim eu fui firme. Voltei pro meu quarto e fiquei rolando de um lado pro outro da cama até dormir. Tive que ser muito forte pra não ir ao quarto dela, lhe dar um abraço, um beijo e dormir junto dela, dizendo que eu a amava. Não sei o que estava me deixando pior: essa briga toda ou o vê–la sofrendo. Se bem que um gelo bem dado na Tatiana talvez melhorasse as coisas.
[...]
A semana se passou da mesma forma. No café da manhã era um mero bom dia quando ela chegava do boxe e ia tomar café e um selinho quando ela ia pra aula, que era mais cedo do que a minha. Eu se quer perguntava com quem ela ia ou deixava de ir, mas com certeza era com o Fred. Estava tentando não me importar mais. Na hora do almoço, encontrava com ela no refeitório e comíamos todos juntos. A Carla conheceu a Liane, a Lu e a Raquel. E de cara se deu com elas. Menos a Tatiana que nem falava com a garota. Ela passou a andar conosco pra onde íamos na faculdade, acho que o fato de todos os meninos do grupo estarem com certo compromisso com alguma menina, ajudou com isso. Porque ninguém agüentaria o JP dando em cima dela direto. O final de semana estava próximo e o tal teste também.
[...]
Autor(a): raquel_gomes
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+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Era noite de quinta–feira, eu já tava de cueca na cama, prestes a dormir, quando a Tatiana entrou no quarto. Ela levantou a coberta e se deitou na cama, encostando o corpo no meu. Percebi que ela estava com os seios desnudos quando os senti em minhas costas. – posso dormir aqui? – ela pediu falando ao meu ouvido. – por mim – dei de ombros ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 60
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sharonvondy60 Postado em 13/11/2013 - 07:05:01
A web Ja acabou Mahri '-' . acho que ela vai respostar em Cilada, Vc vai voltar a acompanhar ?
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sharonvondy60 Postado em 13/11/2013 - 07:02:03
Awn Ameiii o FiNal muito Lindo me emocionei ate por tudo ter acabado bem T..T Saudades agora "-"
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mahri Postado em 12/11/2013 - 14:42:25
Ela começou a postar cilada,mas perdeu os capítulos aí começou essa web,só que ela ta demorando mt pra acabar
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sharonvondy60 Postado em 12/11/2013 - 14:29:43
Cilada . essa Web ta aqui No site ? Menina Vc Sumiu, Vc ta bem pelo menos ? #volta logo.
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mahri Postado em 10/11/2013 - 02:09:59
Ei tava lendo a web cilada,só que não consegui ver o final pq deletaram, tem como vc me dizer se a Bah e o Rick ficao juntos?
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sharonvondy60 Postado em 08/11/2013 - 05:01:44
Hum, Ta CompLicada a historia Hein : /
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mahri Postado em 07/11/2013 - 23:48:15
Nosso Amor e Ódio Eterno... Vício
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sharonvondy60 Postado em 07/11/2013 - 12:48:11
Mahri : Kkkk... eu to lendo pela 2 Vez. Realmente a primeira Vez deles Foi Awnn Perfeita ? verdade o liu e um best Mesmo. Quem diria que o mateus ficaria com a beth ? eu gostei . pensei que a paula ficasse com um dos irmaos da larissa . e Eu pensava que o lucio era drogado, mas ja desconfiava que ele lutava por ai mesmo tbb . Ahhh
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mahri Postado em 06/11/2013 - 00:45:46
Sharonvondy60: não eu não tenho webs. Eu já li pela 3 vez terminei hj,eu amo o cap da 1 vez deles;não tem como não se apaixona pela web e não amar o Lúcio,fiquei com pena do Alex em relação ao filho,mas ele mereceu. Adoro o Liu um super amigo ele eu tbm adorava as cantadas baratas do Martins kkkkkk
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sharonvondy60 Postado em 05/11/2013 - 15:05:08
mahri : Voce tem Webs ?