Fanfic: Nem sempre o amor pode está certo. 1º Temporada e 2º Temporada | Tema: web novela

Chegamos à praça e procuramos uma mesa. Tinha muita gente por lá e estava bem agitado com o pessoal ouvindo música em seus carros. Pedir açaí e as meninas guaraná.

– e aí Raquel, como ta a vida? – perguntei pra ela.

– tudo ótimo – ela sorriu – e a sua?

– levando – falei fazendo uma careta – saindo muito?

– ah sim – ela deu de ombros – achei um grupinho na faculdade que adora uma balada. Saímos sempre – ela deu um sorriso largo.

– e se pegam sempre também, né? – JP perguntou revirando os olhos.

– ah JP não vem controlar minha vida não ta? – Raquel disse com cara de tédio – eu já te falei que faço o que quiser dela.

– fazer o que quiser dela não é dá pra todo mundo Raquel – ele disse repreendendo com o olhar.

– eu não saio dando pra todo mundo João Paulo – ela disse sussurrando em um tom de raiva.

– espero que não mesmo – ele disse sorrindo cínico.

– meu deus, vocês vão ficar brigando mesmo? – Tati disse incrédula diante a discussão.

– não estou brigando – JP respondeu sorrindo.

– pois é Tati, não estamos – Raquel sorriu cínica – só o JP que acha que pode controlar minha vida.

– eu controlando sua vida? – ele disse fingindo indignação.

– imagina se não, né JP? – falei segurando o riso.

– meu problema todo com isso é só porque a Raquel fica com outros e não comigo – JP disse como se fosse natural.

– cara de pau – Raquel disse incrédula.

– ué! Você já foi pra cama comigo e me parece que gostou muito – JP deu de ombro.

– e esse guaraná que não chega – Tati sussurrou pra mim.

– JP vamos ver porque o nosso açaí ta demorando? – perguntei puxando–o pelo braço.

Levantamos e fomos até o balcão. Apoiamos nossos braços na bancada e sentamos em um banquinho.

– é assim que você vai conquistá–la – falei cínico – que bom que aprendeu.

– ah Bernardo, torra não – ele disse irritado – porque ela sai com todo mundo, dá pra todo mundo, menos pra mim.

– acredito que a Raquel não é de sair dando pra todo mundo... – falei pensativo.

– a Liane disse que ela não passa dos beijos com os caras – ele disse confiante.

– e porque a Liane te diria isso? – perguntei confuso.

– porque ela é minha amiga e me conta o que a Raquel conta pra ela – JP sorriu largo – claro que ela hesitou um pouco no inicio, mas nada que eu não precise insistir bastante.

– isso é sério? – eu gargalhei.

– não ria de um homem desesperado – ele disse com cara de tédio.

– desesperado não, apaixonado – eu o corrigi.

– que tal desesperadamente apaixonado – a Tati nos corrigiu.

Olhamos pra trás e ela estava de braços cruzados.

– os guaranás e os açaís já estão na mesa... O que fazem aqui ainda? – ela perguntou parecendo brava.

– ah... – falei desconfiado – só conversando amor.

– sei... – ela olhou pros lados como se procurasse alguém – vamos?

– mulher manda e nós obedecemos – JP disse descendo do banquinho e indo na nossa frente.

– ta duvidando de mim? – franzi a testa olhando–a confuso.

– não, mas é que vocês disseram que iriam ver porque estava demorando e aí... – ela começou a falar.

– e aí que nos distraímos falando sobre a Raquel – expliquei como se fosse obvio e desci do banquinho indo pra mesa. Ela veio logo atrás.

Depois de comer os sanduíches e tomar o guaraná delas e nós tomarmos nosso açaí, ficamos conversando.

– gente vou ao banheiro – a Raquel disse se levantando.

– vou também – JP disse também se pondo de pé.

– eu não posso fazer xixi sozinha? – ela perguntou revoltada.

– claro que pode – JP deu de ombros – mas eu não posso ter vontade de fazer também? – perguntou com um sorriso cínico.

– Tati, vem comigo? – Raquel pediu fazendo careta pra JP.

– hã, vai com o JP – Tati disse me olhando de lado – preciso me desculpar com alguém – ela sussurrou para Raquel, mas eu ouvi.

Raquel saiu bufando e JP foi atrás com um sorriso satisfeito nos lábios. Ela entrou no banheiro feminino e ele ficou parado na porta do lado de fora, a esperando. Assim que ela saiu, deparou–se com ele ali.

– já? – ela perguntou indo em direção à pia.

– não. Estava te esperando – ele disse indo atrás dela.

– não preciso de babá João Paulo – Raquel revirou os olhos.

– mas eu preciso – ele fez bico – cuida de mim? – falou manhoso.

– ah eu mereço! – Raquel gargalhou – essa voz manhosa não combina com você.

– mas naquele dia, bem que você gostou, né? – ele piscou de um jeito safado pra ela que ficou boquiaberta.

– sem vergonha – ela lhe deu um tapa no braço, fazendo–o rir – vai ficar jogando na minha cara que eu fui pra cama com você?

– não to jogando na tua cara – ele deu de ombros – só fico lembrando pra vê se você não me dá outra chance.

– não, obrigada – ela sorriu cínica – to bem sem sofrer por nenhum homem cafajeste.

– ah Raquel, para poxa... – JP disse chateado – você sabe que eu não sou mais cafajeste assim...

– pra mim sempre vai ser – ela disse com desdenhem – você tinha razão quando dizia que era melhor nunca temos nada.

– eu só dizia isso porque não queria te magoar... – ele tentou explicar.

– mas eu, idiota, fui ficar com você. Idiota e bêbada – ela riu de si mesmo de uma forma debochada – ainda caí no seu papinho, transando contigo.

– foi ruim? – ele perguntou olhando–a nos olhos.

– não, mas... – ela disse sem demonstrar interesse.

– era o que você esperava? – ele perguntou esperançoso.

– ai JP, não quero falar disso. Vai logo ao banheiro, vai – ela desconversou e foi se afastando.

– espera Raquel – ele ficou em sua frente, impedindo sua passagem – foi como você sempre imaginou?

– porque você não esquece que isso aconteceu JP? – ela pediu em tom de chateação.

– porque eu não consigo te esquecer – ele disse com tom de voz baixo.

– se eu consegui te esquece, você consegue – ela deu de ombros, desviando o olhar.

– e se eu não quiser? – ela falou virando o rosto dela com a mão – hã? – ergueu as sobrancelhas.

– não sei... – ela abaixou a cabeça e suspirou.

– se eu soubesse que iria gostar tanto de ficar com você como naquele dia, teria feito antes... – ele disse jogando a cabeça pra trás – ou teria deixado de fazer tanta besteira.

– foi tudo como eu sempre imaginei, o que eu sempre quis, foi incrível, maravilhoso e... – ela dizia com um sorriso doce nos lábios e os olhos marejados – e dois dias depois você estava lá, galinhando na faculdade, ficando com uma nojenta da minha sala... – ela parou de falar e deixou uma lágrima escorrer, limpando em seguida – você não se importou com meus sentimentos João Paulo. Porque eu tenho que me importar com os seus?

– droga Raquel! – ele exclamou chateado consigo mesmo – eu fiquei confuso. Fiquei... Sei lá. Gostei de ficar com você, fiquei querendo mais. Mas não to falando de sexo, to falando do teu beijo, do teu cheiro, do teu toque... – ele pôs as mãos no rosto e suspirou – preciso fazer xixi, é sério. Espera–me aí na porta? – ele indicou o banheiro e ela caiu na risada.

– você não existe, sabia? – Raquel disse balançando a cabeça negativamente e rindo.

– é que to apertado pô – ele disse fazendo uma careta.

Ela continuou a sorri e o puxou pela gola da blusa, lhe dando um beijo rápido. Imediatamente ele pôs as mãos em volta da cintura de Raquel, aproveitando o beijo.

– vai lá – ela disse terminando o beijo com um selinho.

– não – ele lhe deu outro selinho – eu posso agüentar até o mês que vem, se você disser que vai ficar comigo.

– não confunde as coisas João Paulo – ela riu – não é porque te dei um beijo, que eu vou ficar contigo.

– não? – ele perguntou surpreso – então eu vou ao banheiro – ele lhe deu língua e saiu dali.

Raquel riu e andou até um banquinho que tinha ali próximo. Logo um colega de sala de aula chegou e se sentou com ela.

[...]

Assim que a Raquel e o JP saíram, já imaginei que a Tati queria conversar.

– eu tava brincando – ela disse sentando mais perto de mim.

– tudo bem – eu disse sem interesse.

– ah Bê – ela me deu um beijo na bochecha e acariciou meu rosto.

– eu tava com o JP, perto de vocês. O que eu iria fazer? – perguntei inconformado.

– vai querer ficar brigado mesmo? – ela perguntou.

– ta, deixa pra lá – eu dei de ombros.

– eles estão demorando, né? – Tati disse sorrindo.

– será? – perguntei franzindo a testa – JP conseguiria pegar a Raquel assim tão fácil?

– acredito que sim – Tati riu – ela é morta de apaixonada por ele... Sempre foi, né? E ele é metido a conquistador, duvido se não.

– ele já em cima de ti? – perguntei pro curiosidade.

– claro que não Bernardo – ela disse surpresa pela pergunta.

– hum... Só curiosidade – dei de ombros – não ficaria chateado não.

– e você, por acaso, já deu em cima de uma das meninas? – ela perguntou entortando os lábios.

– não – falei franzindo a testa – são só amigas mesmo.

– ah ta. Melhor – ela sorriu.

– ciumenta – eu disse rindo e a beijei.

Minutos depois e eles ainda não tinham voltado. Resolvi chamar um garçom e pedi a conta, depois iríamos procurá–los. Queríamos dar uma volta pela Cidade, andar pela Orla, conversar. Como nenhum dos garçons traziam o valor, levantei e fui até ao caixa. Parei no balcão e fiquei esperando me atenderem. Quando o rapaz se aproximou eu o chamei.

– ei, tem como me dá a conta da mesa 10, por favor? – falei mostrando a comanda.

– só um instante – ele disse pegando a comanda e somando o valor.

Fiquei esperando o valor e olhei em volta distraído. Olhei pra nossa mesa e a Tatiana falava ao celular. Eu já até imaginava quem era, mas preferi não me estressar. O rapaz me passou o valor e eu paguei. Sai do balcão guardando a carteira no bolso quando esbarrei em alguém.

– opa, desculpa – falei sem olhar.

– tem nada não Bernardo – ela disse e eu a olhei.

– oi Carla – falei sorrindo – tudo bom?

– tudo e você? – ela me cumprimentou com dois beijos no rosto.

– também – falei olhando–a dos pés à cabeça – estranho te ver assim – comentei já que ela vestia short e uma blusinha regata.

– ué, por quê? – ela franziu a testa – to feia?

– você não consegue ficar feia – falei sem pensar e percebi que ela ficou envergonhada – quer dizer, é que você sempre ta muito vestida... Quer dizer, bem vestida ou... Ah deixa pra lá – falei desconcertado.

– tudo bem – ela riu – é que só vim comprar um guaraná.

– ah sim... E eu to com o JP, a Tati e a Raquel – comentei indicando a Tati na mesa ainda falando ao celular – e o Fred ao celular com ela – falei chateado.

– aquele garoto dos olhos bonitos? – ela perguntou e eu fiz cara de tédio.

– meus olhos também são bonitos – falei de imediato, já que nossos olhos são da mesma cor e ela gargalhou.

– calma – disse ainda rindo – realmente, você é mais bonito – ela disse de um jeitinho tímido – ele tem jeito de menino, você não.

– UAU! – exclamei rindo – você acabou de me chamar de velho, mas mesmo assim eu fiquei feliz com isso.

– não – ela disse alto, rindo – não quis dizer isso... É que você tem jeito de homem, sabe? Ele é de moleque, garoto novinho. Não sei explicar.

– acho que entendi – falei de testa franzindo e ela ficou constrangida.

– desculpa, to só falando besteira – ela disse envergonhada.

– o que você prefere? – perguntei por impulso.

– como? – ela me olhou assustada.

– homem ou garoto? – persisti perguntando.

– homem tem mais pegada – ela respondeu em um tom de voz baixo – costuma ser mais cauteloso, mais preocupado conosco, mais gostoso de se relacionar... – ela falava de um jeito tímido que tava me deixando interessado – chega desse assunto – disse por fim.

– não sei se sou assim... – falei pensativo – mas nenhuma nunca reclamou.

– isso é bom. Significa que você é como eu falei – ela disse de um jeito meigo.

– se você quiser experimentar pra saber... – comecei a falar olhando–a nos olhos e sem noção do que eu estava falando.

– se eu quiser saber – ela me interrompeu – eu pergunto pra sua namorada – ela disse com um sorriso torto nos lábios.

– namorada... É claro – falei me dando conta da idiotice que eu estava prestes a falar – não era isso que eu ia dizer, mas... Levei um toco – eu ri de mim mesmo e ela ficou corada.

– amor, vamos logo procurar o JP e a Raquel – a Tati apareceu e me puxou pelo braço.

– Tatiana, lembra da Carla? – perguntei olhando torto pra ela.

– claro, não dá pra esquecer – Tatiana sussurrou – oi – disse com um sorriso amarelo.

– oi Tatiana – Carla sorriu e acenou com a mão – então, vou pegar meu guaraná ali – ela disse dando uns passos pra trás e virou de costas.

– ei – a chamei, mas ela não escutou – Carla, você ta de que? – dei uns passos e a segurei em seu braço.

No mesmo momento Tatiana segurou em meu braço e puxou com força, fazendo minha mão sair do braço de Carla. Olhei pra ela atônito pela reação.

– que isso Tatiana? – perguntei irritado.

– precisa tocar nela? – Tati perguntou cerrando os olhos.

– ta ficando doida? – franzi a testa, me irritando mais ainda e virei de frente a Carla, que estava com um semblante assustado – veio como?

– ah, andando. Moro a umas 3 quadras daqui – ela disse com a voz um pouco fraca, sem olhar pra Tatiana.

– estamos indo dar uma volta, ta a fim de ir? – perguntei.

– não, obrigada – ela disse sem jeito.

– ela não ta a fim Bernardo, vamos? – Tati falou com cara de tédio.

– quer carona então? – perguntei – sozinha essa hora, é perigoso.

– carona eu aceito – ela disse sorrindo fraco – se não for incomodar sua namorada – ela disse olhando pra Tati.

– incomoda não – respondi por ela.

– vou pegar meu guaraná então – ela disse sorrindo e foi até o balcão.

– ridículo isso, viu?! – falei bravo olhando pra Tati.

– ridícula é ela se jogando pra você – Tati cruzou os braços e foi se sentar a nossa mesa.

[...]