Fanfics Brasil - Capitulo 128 Nem sempre o amor pode está certo. 1º Temporada e 2º Temporada

Fanfic: Nem sempre o amor pode está certo. 1º Temporada e 2º Temporada | Tema: web novela


Capítulo: Capitulo 128

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Bernardo narrando.



Depois que cheguei da casa da Luiza dormi e só acordei quase às sete da noite. Tomei meu banho rápido e me vesti. Pus uma calça jeans escura e uma blusa de botão verde clara com listras finas, brancas. Calcei um sapatenis bege e passei perfume. Enquanto arrumava o cabelo, olhei no relógio. Já eram sete e quarenta. Sai do quarto e fui ao da Tati. Ela não estava. Procurei pelo apto todo, que é minúsculo e não a achei. Liguei pro seu celular e estava desligado. Lembrei de ontem. Deveria estar no meu carro.


–– merda! –– resmunguei.


 


Disquei o numero do JP, mas ele estava em casa com o Théo, se arrumando pra sair com as meninas. Pensei por um instante que a Tati pudesse estar se arrumando com elas. Peguei carteira e chaves do carro e desci. Bati no apto delas e a Liane abriu a porta. Ela estava com um vestido na altura das coxas, colado. Significava que iria sair também, pois estava arrumada.


–– oi Li –– sorri e ela retribuiu –– bonita, hein?! –– falei.


–– valeu Bê –– ela sorriu –– e você, todo arrumado. Gatão, hein?! –– ela me deu um tapinha no ombro.


–– vou sair com a Tati –– falei todo bobo –– falando nela, está aqui?


–– não –– ela franziu a testa –– ela saiu daqui umas cinco e pouco, quase seis horas. Por quê?


–– saiu, foi? –– falei erguendo as sobrancelhas –– não é possível! –– resmunguei.


–– aonde vocês iam? –– ela perguntou com semblante triste. Já deveria imaginar o mesmo que eu.


–– reservei um jantar em troço caro pra cacete. Peguei uma suíte cheia de frescura pra tentar salvar o namoro que eu achava que ainda tinha e a Tatiana vai pra casa daquele idiota! –– falei rude –– a reserva era até as oito, Liane! Se ela estiver com o Frederico, eu nunca mais olho na cara dela.


–– ai Bernardo! –– ela choramingou –– quer que eu vá lá? Você ta nervoso –– ela disse.


–– não Li, tudo bem. Deixa que eu mesmo vou –– falei ríspido e sai bufando.


 


A Liane ficou parada na porta, imagino que sem saber o que fazer. Subi correndo as escadas por três andares, que era onde o apto do Fred se localizava. Bati na porta, quase para arrombar e ninguém abriu. Peguei meu celular, respirando pesado, e liguei pro Fred. Assim que ele atendeu, eu perdi toda a paciência que pensei em ter.


 


–– diz pra Tatiana nem voltar pro nosso apto –– falei berrando –– ela que vá dormir no teu apto ou no das meninas ou no raio que a parta! Nosso namoro acabou e você que faça bom proveito dela Frederico –– continuei gritando.


–– Bê, desculpa –– ela pegou o celular e disse chorosa –– to chegando aí –– disse e desligou.


 


Joguei a merda do celular no chão e ele se espatifou todo. Olhei no relógio, que marcava oito e quarenta e nove. Passei as mãos no rosto e desci as escadas correndo. Assim que cheguei à frente do prédio, eles atravessavam a rua às pressas. Percebi que a Tatiana chorava e o Fred vinha atrás sem expressão nenhuma.


–– Bê –– ela disse parando em minha frente com o rosto todo molhado.


–– não fala comigo –– eu disse de forma grosseira –– me esquece. Finge que eu não existo e que eu nunca existi na tua vida!


–– desculpa amor, fui tomar sorvete e perdi a hora –– ela choramingou.


–– não Tatiana. Você não perdeu a hora. Você me perdeu! –– eu gritei –– perdeu seu namoro e uma surpresa que eu tinha preparado pra você –– dei uma risada irônica e balancei a cabeça negativamente.


–– eu tomo banho e me visto rapidinho –– ela tentou argumentar –– e nós...


–– não existe mais “nós” –– a interrompei rudemente –– não existe mais jantar. Perdemos as reservas. E a suíte do motel, também vou ligar pra cancelar.


–– desculpa Bernardo –– ela limpou as lagrimas e tentou segurar em minhas mãos, mas eu puxei –– eu estou sem meu celular. Não me dei conta da hora. Por favor, Bernardo, me escuta –– ela pediu.


–– eu te avisei Tatiana –– falei olhando pro outro lado –– te avisei do jantar. Você nem deveria ter saído com esse... Esse... –– olhei pro Fred que tinha os braços cruzados e a cabeça baixa –– ta satisfeito? –– gritei pra ele.


–– Bernardo, eu não sabia. Ela não me avisou que vocês iam sair –– ele argumentou –– nos encontramos no elevador e fomos tomar sorvete e conversar. Não tive...


 


Antes que ele pudesse terminar, dei um soco em sua cara. Ele caiu sentado no chão e pôs a mão no rosto.


–– agora ela é toda tua! –– eu disse gritando –– era isso que você queria, não era? Pois faça bom proveito.


–– Bernardo! –– a Tati gritou e correu até o Fred.


 


Ela se abaixou e olhou o rosto dele que sangrava. Minha cabeça estava pra explodir de tanto que eu já tinha gritado.


–– ainda vai ficar ao lado dele –– falei rindo ironicamente –– eu mereço mesmo!


–– que merda Bernardo –– ela disse em um tom de voz alto –– você não deveria ter feito isso! O Fred não tem culpa.


–– imagina se tivesse –– falei irônico.


–– deixa Tati –– Fred disse se pondo de pé –– ele ta de cabeça quente. Amanhã tudo se resolve –– ele sorriu fraco, me deixando com mais raiva.


–– qual teu problema Frederico? –– falei indo pra cima dele novamente.


–– para Bernardo! –– a Tati gritou e ficou entre nós dois.


 


As mãos dela estavam em meu tórax e o Fred recuava.


–– Bernardo, eu não quero brigar. Vai pra casa, por favor –– ele dizia.


–– to pouco me importando para o que você quer –– eu gritei pondo as mãos na cabeça –– só sai de perto de mim.


–– vai pra casa Fred, vai! –– a Tati disse nervosa se virando de frente a ele.


–– mas Tati, eu não vou te deixar sozinha aqui... –– Fred disse a olhando.


 


Dei um passo a frente e pus as mão no peitoral do Fred, o empurrando. Ele cambaleou pra trás, desequilibrando.


–– BERNARDO PARA! –– Tatiana gritou ficando em minha frente.


–– não to acreditando que você ainda o defende Tatiana –– respondi gargalhando –– como eu sou otário de pensar que uma noite com você eu salvaria nosso namoro –– falei jogando a cabeça pra trás.


–– o nariz dele ta sangrando –– ela disse olhando para o Fred e depois pra mim –– você acha que acertando o Fred, nosso namoro vai voltar a ser como antes? –– perguntou quase gritando –– presta atenção no escândalo que você está fazendo. E por nada.


–– por nada? –– perguntei incrédulo –– obrigado por chamar meus sentimentos por ti de nada –– balancei a cabeça negativamente e sorri –– idiota, é o que eu sou –– deixei que algumas lágrimas caíssem involuntariamente e me virei de costas –– se você não for dormir com o Fred, pode ir pro nosso apto. Vou dormir em outro lugar –– falei ainda de costas e entrei no prédio.


 


Entrei no apto batendo a porta e peguei minha mochila da faculdade. Joguei os livros no chão e peguei uma blusa, uma cueca e uma bermuda. Catei minha sandália e sai dali o mais rápido que eu pude, sem nem trancar a porta ou pegar as chaves. Pedi o elevador apesar de morar em um andar baixo. Quando a porta se abriu, estava Tati e o Fred. Revirei os olhos e dei as costas indo para o lance de escadas.


–– Bê, espera –– ela gritou e veio atrás de mim.


 


Segurou em meu braço e eu olhei pra ela enquanto o Fred segurava o elevador, ainda com o nariz sangrando.


–– dorme aqui. Vamos conversar Bernardo. Não aconteceu nada e nunca vai acontecer entre eu e o Fred. Eu te amo droga! –– ela disse aos soluços.


–– tarde demais pra falar isso Tatiana. Desde que eu saí da calçada e você ficou com o Frederico, meu amor por você acabou –– falei seco e me virei.


 


Desci as escadas de dois em dois degraus, enquanto as lagrimas ainda insistiam em cair. Não sabia o que fazer. Não queria voltar para o meu apto. Não queria vê–la na minha frente tão cedo. Dirigi até a casa dos meus pais em pouquíssimos minutos. Só quando parei no portão que me lembrei das chaves. Não as trouxe. Não tenho celular, já que quebrei o meu e ninguém atendia a campainha. Não é possível que eles estivessem de plantão de novo. Olhei pra casa ao lado e vi a Mabi na janela dela. Estava na cama, com o notebook no colo rindo. A Carol estava ao seu lado. Não hesitei em ir lá e tocar a campainha. Em questão de um minuto ela atendeu à porta. Vestia aquele pijama delicioso que só nela fica bom. Babei por alguns segundos antes de me dar conta de como eu a olhava. E só me dei conta quando ela gritou.


–– Bê! O que aconteceu? –– disse me puxando pra dentro de casa.


–– o que aconteceu foi que... –– falei rindo irônico e a Mabi ficou esperando que eu concluísse –– que a Tatiana é uma... uma... –– eu ri –– sei lá o que ela é, mas eu sou um idiota!


–– calma, me conta o que aconteceu –– ela disse nervosa –– vem aqui pro quarto, Carol ta lá.


 


Subi com ela. Sentamos na cama e ficamos conversando. Contei o que havia acontecido e a Mabi ficou chateada com a Tati. Mais tarde a Carol foi pro quarto do Felipe, que já dormia desde a hora em que eu cheguei e eu fiquei sozinho com a Mabi. Ela me cedeu o banheiro e eu tomei banho e troquei de roupa, pondo a que eu havia levado.


–– ainda bem que eu trouxe roupa –– falei –– e nem sei por que eu trouxe, porque teoricamente eu iria pra casa dos meus pais e tem roupa minha aí.


–– se não tivesse trazido, você pegava uma roupa do Fê –– ela deu de ombros.


–– as roupas dele não dão em mim –– eu ri –– sou mais alto e mais gostoso que ele –– falei cheio de si.


–– metido! –– ela gargalhou.


 


Fiquei parado na porta do banheiro a olhando. Imaginei se ela tivesse escolhido ficar comigo e não com o Lucas. Por mais que eu amasse a Tatiana, não era da mesma forma pela qual eu ainda amo a Mabi. Acho que o sentimento já se confortou no meu coração. Eu aceito que ela ame outro e não fico triste em não tê–la. Quer dizer... Não quando ela ta vestida descentemente, porque com esse pijama... Suspirei enquanto ela arrumava a cama.


–– vem –– ela chamou e se sentou na cama.


–– vou dormir aí? –– perguntei espantado.


–– é –– ela deu de ombros –– o quarto de hospedes não está arrumado, mas se você quiser... –– disse já se levantando.


–– tudo bem –– respondi imediatamente –– eu faço o sacrifício de dormir com você –– sorri.


–– sem safadeza! –– ela apontou o dedo enquanto fazia careta e eu apenas sorri de lado.


 


Deitamos juntos e nos cobrimos com edredom. Ficamos os dois olhando pro teto em silencio. O quarto tinha um escuro quase que absoluto. Pouco se enxergava ali.


–– Mabi –– falei quebrando o silencio –– o que eu faço?


–– volte para seu apto amanhã e converse com a Tati de cabeça fria –– ela disse virando o rosto pra me olhar.


–– porque eu não dou sorte no amor? –– perguntei me deitando de lado e de frente para ela.


–– é porque não era pra ser –– ela disse sem me olhar –– uma hora acontece.


–– espero que aconteça mesmo... –– bufei –– se eu não quero compromisso, é porque sou safado, cafajeste, não presto... –– resmunguei –– mas se quero algo sério, sofro –– fiz bico e Mabi riu.


–– coitado –– ela virou o rosto e me olhou –– ninguém te leva a sério, né? –– falou manhosa e eu assenti com a cabeça fazendo manha também.


–– já passa da meia noite? –– perguntei.


–– já. Acho que vou dormir Bê. Amanhã temos aula –– ela disse fazendo careta –– boa noite.


–– boa noite –– me aproximei e lhe dei um beijo no rosto.


 


Ela virou–se de costas pra mim, deitando de lado. O cheiro dela se espalhou, me fazendo suspirar. Eu não deveria aceitado dormir aqui. Deveria ter ligado pro Diego e ido pra balada, pegar todas, beber todas e descontar a raiva que eu estou da Tatiana. Mas não, em vez disso, eu venho pra casa da garota que eu mais amei em toda minha infância e adolescência e que ainda amo, depois de praticamente virarmos adulto. Ah, e só pra constar em minha consciência, ela namora há um bom tempo, um dos meus melhores amigos. Legal. Era tudo o que eu precisava. Idiota. Virei de um lado pro outro e não consegui pregar os olhos. Involuntariamente meu corpo se aproximou do de Mabi e eu fiquei olhando para seu pescoço. Seu cabelo cheirava a morango, como sempre foi. Percebi que ela se mexeu e depois ouvi um suspiro.


–– Mabi –– a chamei baixinho –– ta acordada?


–– to –– ela disse com a voz séria –– não consigo dormir.


–– nem eu –– sorri fraco –– é... Hã... –– hesitei em perguntar, mas fiz –– você e o Lucas estão bem?


–– claro! –– ela disse sem sorrir.


–– que bom –– falei sem jeito.


 


Ela virou–se, deitando de frente pra mim. Olhou–me nos olhos e depois deu um sorriso que soou como falso. Eu sabia que era falso.


–– não –– ela falou com a voz fraca –– ele pôs a faculdade em primeiro lugar na vida dele. Não tem mais tempo pra mim. Ele estagia no fórum e paga disciplina por dois turnos. E isso é de segunda a sábado. Você viu que horas ele chegou ontem aqui conosco? E pior que chega cansado. Sem contar que ele sempre tem trabalho, provas, livros pra ler... Eu sempre gostei de estudar Bê. Agora não é diferente, mas eu sei conciliar tudo. Claro que mecatrônica é mais número do que direito, então ele dá mais atenção pro curso do que pra mim. Não quero exigir muita coisa dele porque esse é o sonho dele. É o futuro dele. Não vou ser egoísta. Mas que ta sendo ruim, ta. Ta doendo e eu não quero ser a chata que exigi atenção, quero que ele perceba –– ela disse como um desabafo –– conversei com a Marta e ela disse que é assim mesmo. Agora ela estuda pra ser juíza e disse que é mais difícil ainda. Meu pai agüenta porque a rotina dele também é pesada.


–– nossa Mabi –– suspirei assustado –– não imaginei que estivesse tão ruim assim.


–– e está. Eu o amo e não quero desistir –– ela disse chorosa.


–– e o que ele diz? –– perguntei preocupado e curioso.


–– que ele faz isso para o nosso futuro. Que é o preço que ele precisa pagar se quiser ter uma boa formação e ser um bom profissional –– ela disse sorrindo.


–– mas? –– erguei a sobrancelha como se que questionasse.


–– sempre tem um mas, né? –– ela perguntou e eu sorri –– mas agora que estamos no segundo semestre. Ainda tem mais quatro anos e meio pela frente. Será que eu vou suportar tudo isso?


–– você o ama Mabi –– eu revirei os olhos –– demais até. Claro que vai suportar.


 


Ela sorriu como se aprovasse o que eu dizia. Ficamos nos olhando por uns segundos e eu desviei o olhar para seu pescoço. O colar do Diego que eu dei a ela estava lá. Ela parecia nunca tirar. Pus a mão no pingente de coração e fiquei brincando de escorregar pela corrente.


–– obrigada Bê –– ela disse sorrindo.


–– pelo o que? –– a olhei.


–– por ter me escutado –– Mabi disse, mas eu não sorri –– às vezes só precisamos desabafar.


–– eu entendo –– entortei os lábios.


 


Ficamos em silencio mais uns minutos e eu fiz a pergunta que não saia da minha cabeça a noite toda.


–– você acha que seriamos felizes se você tivesse ficado comigo em vez do Lucas? –– falei a encarando.


–– ah... –– ela ergueu as sobrancelhas surpresa. Apesar do escuro, percebi que sua expressão fora de constrangimento –– não sei Bê. Será que você conseguiria ser fiel a mim?


–– claro que sim –– falei convicto –– porque não seria?


–– você é safado demais –– ela riu alto.


–– sem essa Mabi –– eu disse indignado.


–– eu gosto de você assim –– ela disse sorrindo –– quer dizer... Você sempre foi assim. É difícil te imaginar quieto, namorando, fiel...


–– valeu pelo voto de confiança, Maria beatriz –– eu disse fazendo careta –– eu fui fiel a Tati e olha o que aconteceu.


–– eu gosto muito da Tatiana –– ela falou desviando o olhar –– achei que vocês fossem dar super certo. Sinceramente, achei que vocês fossem perfeitos um para o outro. Queria que tivesse tudo bem entre vocês.


–– eu também queria –– falei cabisbaixo –– mas acho que não dá pra voltar. Ela não vai mudar. O jeito idiota e inocente dela em relação aos outros me tira do sério –– bufei.


–– você que vê maldade em tudo –– Mabi me mostrou a língua –– você parece gostar muito dela mesmo...


–– não mais do que de você –– falei por um impulso e ela se calou, me olhando nos olhos –– desculpa Mabi... –– balancei a cabeça negativamente.


–– ta –– ela deu de ombros –– acho que esse sentimento já foi esclarecido entre nós.


 


Eu apenas assenti com a cabeça e continuamos a falar de Tati e Lucas. Eu reclamava um pouco e depois era a vez dela. Ficamos por quase duas horas falando deles, quando o assunto da adolescência voltou à tona. Lembramos de quando nos conhecemos, do primeiro beijo, da primeira vez e de como eu, ele e a Carol éramos amigos.


–– o teu ursinho ta guardado lá no apto ainda –– falei rindo –– aquele trocinho brega.


–– não fala assim Bê –– ela gargalhou –– passei três anos dormindo agarrada nele.


–– se quiser eu te devolvo pra você continuar dormindo agarradinha com ele –– falei apertando o seu nariz.


–– precisa não. Já superei –– ela disse confiante.


–– superou o que? –– perguntei sério –– o sentimento por mim ou dormir com um ursinho.


–– dormir com um bicho de pelúcia –– ela disse me fitando, não sorria.


–– quer dizer que a outra opção... –– comecei a falar, mas ela pôs a mão nos meus lábios, tampando–os.


 


Peguei em seu pulso e desci a mão dela para o meu peito. Meu coração batia acelerado. Eu estava nervoso por estar ali. Ela deu um sorriso de lado e eu soltei a mão dela. Acariciei seu rosto enquanto nos encarávamos.


–– eu não devia ter aceitado ficar aqui –– falei pra ela.


–– concordo. É melhor você ir pro quarto de hospedes –– ela disse no mesmo tom sério que o meu.


–– é melhor mesmo... –– concordei, mas não me mexi dali –– se eu não for, vou fazer uma besteira –– falei.


–– então vai –– ela disse.


–– haram –– eu disse aproximando meu corpo do dela –– eu vou –– sussurrei –– vou fazer uma burrada... –– nossos lábios estavam próximos a ponto de sentir a respiração do outro.


–– Bernardo... –– ela disse em tom reprovativo.


–– me impeça –– eu pedi –– diz que não e eu vou pro outro quarto.


 


Ela olhou em meus olhos e depois para minha boca. Minha mão ainda estava em seu rosto. Escorreguei até seu pescoço e puxei–a pela nuca para mais perto de mim.


–– Bê... –– ela disse com a voz falha –– melhor não –– falou tentando ser firme –– não quero fazer isso com o Lucas.


–– Mabi, meu amigo que me desculpe, mas todos sabem o quanto eu te amo. Só que apenas eu sei o quanto eu to te desejando nesse momento... –– falei e lhe dei um selinho.


 


Como ela não disse mais nada, eu lhe beijei com entusiasmo. Deixei minha mão em sua cintura e ela me agarrou pela nuca. Era um beijo cheio de saudades. Muitas saudades. Era intenso, gostoso e nervoso. Meu corpo todo tremia, meu coração parecia estar em colapso. Nunca imaginei na minha vida que eu ainda fosse beijá–la. Ainda fosse me lembrar de como aquele beijo era bom. Era o melhor do mundo. E não era porque era o beijo da Mabi. Era bom porque era o beijo da mulher que eu amo. Pus o peso do meu corpo sobre o dela e me encaixei entre suas pernas. Beijei seu pescoço e ela emitiu gemidos. Minhas mãos alisavam seu corpo freneticamente. Apesar de ter terminado com a Tati, minha consciência ainda voltava a ela. Era um amor diferente, mas era forte. Mentira minha seria dizer que eu a esqueci em menos de vinte e quatro horas, ainda doía. Mas nada nesse momento, me faria largar a Mabi. Só se ela não quisesse mais. E foi o que aconteceu. Ela me empurrou e se levantou da cama com urgência.


–– você... –– ela andava de um lado pro outro arfando.


–– desculpa –– falei e me sentei na beirada da cama.


–– você não deveria ter feito isso Bernardo. Você não tem o direito de me deixar desse jeito –– ela disse pondo as duas mãos na testa.


 


Eu a olhei e seu corpo permanecia arrepiado. Os bicos dos seus seios estavam rígidos por baixo do pijama. Ela respirou fundo e apontou o dedo na minha cara. Não esperei nem que ela falasse, a puxei pelo pulso, encaixando–se entre minhas pernas e a beijei novamente. Minhas mãos rodearam sua cintura e ela me segurou pela nuca. Após uns minutos naquele beijo, a deitei na cama e com o corpo parcialmente sobre o dela. Ficamos deitados naquela posição por uns quinze minutos. Ela acariciava minha nuca com as unhas e se deitava fungando seu pescoço. Levantei a cabeça e a olhei. Ela parecia não estar bem. Acendi o abajur na mesa ao lado e olhei em sua face. Ela chorava.


–– Mabi, o que foi? –– perguntei assustado.


 


Ela não disse nada. Levantou–se dali e foi para o banheiro. Fechou a porta e ficou por muito tempo lá dentro. Minha cabeça começou a pesar por tê–la deixado daquele jeito, por ter traído o Lucas, por ter feito o que a Tati martelava na minha cabeça que eu


faria. Ela dizia que eu queria ficar com a Mabi. Fui até a porta do banheiro e bati, ela não respondeu. Abri só uma fresta e ouvi o chuveiro ligado.


–– Mabi, posso entrar? –– perguntei já entrando.


–– desculpa Bê... –– ela disse chorosa.


 


Olhei–a sobre a água e seu nariz estava vermelho, pois ela ainda chorava. Entrei no box e ela estava de pijama e tudo mais sobre a água.


–– eu agi por impulso. Foi uma idiotice minha, nunca deveria ter te agarrado desse jeito... Vamos esquecer que isso aconteceu –– eu falei apressado –– não contamos nada a ninguém e simplesmente esquecemos essa noite. Desculpa mesmo ter te forçado a fazer isso...


–– o problema não é esse –– ela me interrompeu.


–– e o que foi? –– franzi a testa.


–– problema foi que eu gostei –– ela disse pondo as mãos no rosto –– não imaginava que ainda sentiria isso.


 


Fiquei surpreso e feliz ao mesmo tempo. Puxei–a pela mão e nos abraçamos. Tentei ao máximo controlar minha vontade de beijá–la novamente e apenas fiquei ali uns minutos. Ela se enxugou enquanto eu peguei um pijama seco para ela e fomos para o quarto. Deitamos na cama, e novamente ficamos de frente um pro outro.


–– eu não presto –– ela disse –– sou fraca demais. O Lucas nunca vai me perdoar...


–– esquece isso Mabi –– a interrompi –– fingi que nada aconteceu, certo? Não vai estragar teu namoro por minha causa –– falei com uma dor no coração.


–– vou tentar –– ela sorriu fraco.


 


Aproximei meu corpo do dela e a beijei devagar. Foi um beijo calmo, muito calmo e que terminou conosco encaixando os corpos e dormindo. Eu não queria acordar e ter que a Tatiana com Fred e a Mabi com o Lucas na faculdade. Apenas queria continuar ali.


 


[...]


 



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Autor(a): raquel_gomes

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 60



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • sharonvondy60 Postado em 13/11/2013 - 07:05:01

    A web Ja acabou Mahri '-' . acho que ela vai respostar em Cilada, Vc vai voltar a acompanhar ?

  • sharonvondy60 Postado em 13/11/2013 - 07:02:03

    Awn Ameiii o FiNal muito Lindo me emocionei ate por tudo ter acabado bem T..T Saudades agora "-"

  • mahri Postado em 12/11/2013 - 14:42:25

    Ela começou a postar cilada,mas perdeu os capítulos aí começou essa web,só que ela ta demorando mt pra acabar

  • sharonvondy60 Postado em 12/11/2013 - 14:29:43

    Cilada . essa Web ta aqui No site ? Menina Vc Sumiu, Vc ta bem pelo menos ? #volta logo.

  • mahri Postado em 10/11/2013 - 02:09:59

    Ei tava lendo a web cilada,só que não consegui ver o final pq deletaram, tem como vc me dizer se a Bah e o Rick ficao juntos?

  • sharonvondy60 Postado em 08/11/2013 - 05:01:44

    Hum, Ta CompLicada a historia Hein : /

  • mahri Postado em 07/11/2013 - 23:48:15

    Nosso Amor e Ódio Eterno... Vício

  • sharonvondy60 Postado em 07/11/2013 - 12:48:11

    Mahri : Kkkk... eu to lendo pela 2 Vez. Realmente a primeira Vez deles Foi Awnn Perfeita ? verdade o liu e um best Mesmo. Quem diria que o mateus ficaria com a beth ? eu gostei . pensei que a paula ficasse com um dos irmaos da larissa . e Eu pensava que o lucio era drogado, mas ja desconfiava que ele lutava por ai mesmo tbb . Ahhh

  • mahri Postado em 06/11/2013 - 00:45:46

    Sharonvondy60: não eu não tenho webs. Eu já li pela 3 vez terminei hj,eu amo o cap da 1 vez deles;não tem como não se apaixona pela web e não amar o Lúcio,fiquei com pena do Alex em relação ao filho,mas ele mereceu. Adoro o Liu um super amigo ele eu tbm adorava as cantadas baratas do Martins kkkkkk

  • sharonvondy60 Postado em 05/11/2013 - 15:05:08

    mahri : Voce tem Webs ?


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