Fanfics Brasil - Capitulo 133 Nem sempre o amor pode está certo. 1º Temporada e 2º Temporada

Fanfic: Nem sempre o amor pode está certo. 1º Temporada e 2º Temporada | Tema: web novela


Capítulo: Capitulo 133

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Bernardo narrando


 


Ressaca era pouco para o dia seguinte. Acordei cedo com o despertado apitando. Levantei–me e fui para o banheiro. Depois de banho tomado e posto uma cueca, fui até a cozinha. A Tati estava lá. Que legal. Ela me olhou assustada. Seus olhos estavam avermelhados, assim como a sua pele. Ela me olhou com tanta raiva e dor que me deu um aperto no coração. E eu começava a me dar conta da merda que eu havia feito na noite passada. Fui até o armário e peguei uma xícara de café e me servir. Tati sentou a mesa com algumas torradas e uma xícara também. Ela tinha a cabeça baixa. Peguei a xícara e um pacote de bolacha e sentei–me sobre a pia, fitando o nada. Depois de uns minutos ela terminou de comer e se levantou, parando em minha frente.


–– bom dia Tati –– falei dando um sorriso de lado.


–– dá licença, preciso lavar minha louça –– ela disse fitando a pia e não me olhou.


–– tudo bem –– falei receoso e apenas afastei meu corpo para o lado, dando espaço para ela.


 


Enquanto ela lavava a xícara, pires, faca e outro prato, eu apenas a observava.


–– para de me olhar –– ela disse irritada.


–– desculpa –– falei, mas ela não respondeu –– eu bebi demais ontem e não tava raciocinando direito...


–– faz muito tempo que você não raciocina direito, Bernardo –– ela me interrompeu e me olhou furiosa –– aquilo de ontem foi... Foi... –– ela disse deixando as lágrimas cair –– foi ridículo. Você me machucou de uma forma que eu não sei nem descrever.


–– eu não quis fazer aquilo Tatiana –– tentei me defender e por a culpa na bebida.


–– mas fez! –– ela disse em tom de voz mais alto –– e você não tinha esse direito.


–– realmente... –– abaixei a cabeça e franzi os lábios –– passei dos limites ontem.


 


Ela passou a mão no rosto para limpar as lágrimas e se melou com sabão. Quando fui limpar, ela puxou minha mão com força do rosto dela e se afastou.


–– cachorro! Cafajeste! Sem vergonha! –– ela gritou –– você não presta Bernardo! Há uma semana você estava naquele quarto, na tua cama, dizendo que me amava e agora ta aí, comendo toda e qualquer vagabunda que aparece. E ainda traz pra cá –– disse indignada.


 


Eu não consegui falar nada, ela estava coberta de razão. Mas como tudo tem que sempre piorar, a Suzana entra na cozinha, vestindo apenas minha blusa e com meu celular em mãos.


–– Bê, uma tal de Carla quer falar contigo –– ela disse com a voz sonolenta.


–– acho que não falta mais nenhuma vadia, né? –– Tati sussurrou pra mim, irônica.


 


Peguei o celular e atendi. A Suzana voltou para o quarto. A Tati estava guardando as coisas do café.


 


–– oi Carla –– falei.


–– bom dia Bernardo. Só pra te lembrar que temos aula cedo –– ela disse sorridente.


–– já to indo, acabei o café agora –– falei com voz de tédio.


–– tudo bem, pede desculpas pra princesa que dormiu com você, porque eu acho que eu a acordei –– ela disse irônica e eu dei uma risadinha.


–– ciúme carlinha? –– falei mais irônico ainda.


–– você se acha, né Bernardo? –– ela disse com a voz parecendo irritada e eu ri.


 


Olhei pra Tati que revirava os olhos. Logo a Suzana voltou com o rosto lavado e o cabelo preso.


–– oi, bom dia –– sorriu pra Tatiana, que respirou fundo –– preciso de um café bem forte pra despertar –– disse indo até a cafeteira.


–– não tem café –– ela falou se pondo na frente.


–– mas ta quase cheio aqui, ô –– Suzana tirou o copo de dentro da cafeteira, que realmente tinha café.


–– não ta mais –– Tatiana puxou da mão dela e derramou todo o café na pia.


–– porra! Porque fez isso, hein?! –– Suzana gritou.


 


–– alô! –– Carla dizia do outro lado da linha.


–– Carla, vou desligar –– falei no meio da discussão das duas.


–– Bernardo, daqui dez minutos começa a aula, sabia? –– ela disse como se me advertisse.


–– a Tati e a Suzana estão discutindo na minha cozinha, então acho que a aula não se torna tão importante agora –– falei pulando de cima da pia.


–– ok, tchau –– Carla disse com voz entediada.


 


Desliguei o celular e me meti no meio das duas.


–– ei, chega! –– falei de frente pra Tati.


–– sai daqui Bernardo! –– ela disse ignorante –– você e essa vaca loira.


–– eu não sou vaca, sua sem graça! –– Suzana gritou de volta.


–– claro que não, uma ofensa às vacas. Você é uma piranha –– Tati disse agora gritando.


–– meu deus Tatiana, para –– eu falei a segurando pelo ombro e afastando dali –– você também Suzana, cala a boca.


–– ela ta me ofendendo Bernardo –– Suzana falou chateada –– essa sem sal. Só porque perdeu o Bê pra mim, ta estressadinha.


–– não perdi pra você, sua vadia! –– Tatiana gritou e ameaçou pegar o cabelo da Suzana.


–– para as duas! –– eu gritei e olhei pra Suzana –– vamos, vou te deixar em casa.


–– não fiz nada –– ela ergueu as duas mãos como se dissesse que era inocente.


–– não perguntei quem fez o que –– falei grosso –– vai se vestir Suzana.


 


Ela deu de ombros e saiu da cozinha. Olhei pra Tati e ergueu a sobrancelhas.


–– esse apto também é meu e eu tenho o direito de não querê-la aqui –– Tatiana disse cheia de si.


–– ótimo, então a se a Suzana não entra, o Fred também não –– falei irritado.


–– como? –– ela perguntou e riu –– isso é loucura, né? o Fred é só meu amigo, eu não saiu transando com ele pelo corredor...


–– ta demorando, mas logo vai acontecer –– pisquei pra ela, que me deu um tapa na cara e saiu trotando para o quarto.


 


Tatiana narrando.


 


Bati a porta do quarto com força e me tranquei no banheiro. Tirei meu pijama e entrei no chuveiro impaciente. Tentei me acalmar ali pra não ir lá fora e espancar os dois.


Troquei de roupa e ouvi meu celular tocar. Era o Fred.


 


–– oi Fred –– atendi tentando disfarçar a voz.


–– oi Tati, vai comigo pra aula? –– ele perguntou.


–– vou. To terminando de me vestir.


–– ok, to no carro aqui na frente.


 


Desliguei o celular, prendi o cabelo em um rabo de cavalo, peguei minha mochila e saí. Não tinha ninguém mais na cozinha ou no corredor. Achei melhor. Saí pelo elevador até chegar a frente do prédio, onde o Fred estava dentro do carro.


–– podemos ir –– falei sem nem olhá–lo.


–– bom dia pra você também Tati –– ele me olhou pondo os óculos escuros na cabeça e erguendo as sobrancelhas.


–– desculpa –– revirei os olhos –– bom dia Frederico –– ele me olhou mais assustado ainda.


–– ok, conta –– ele se ajeitou no banco e ficou de frente pra mim.


–– o que? –– o olhei como se não soubesse do que ele falava –– vamos nos atrasar. Anda.


–– certo –– ele suspirou forte –– mas você ta estranha e pela sua carinha, acho que chorou.


–– é, mas eu não quero chorar mais –– falei de cabeça baixa brincando com os dedos –– então não falemos disso.


–– entendo... –– ele disse franzindo os lábios e eu o fitei.


–– vamos –– sussurrei e fiquei olhando em seus olhos. Sempre os achei muito bonito.


 


Fomos pra faculdade, cada um pra uma aula e apenas nos encontramos no horário do almoço no refeitório. Sentei à mesa que já tinha Fred, Liane, JP, Raquel, Carla e Diego. Ainda bem que Bernardo não estava. E achei estranho o fato da Mabi e do Lucas estarem em outra mesa, sozinhos. Cumprimentei a todos que retribuiu. O Fred se levantou e sentou ao meu lado. Olhei para ele e voltei a encarar meu almoço.


–– oi –– falei enquanto posicionava minha bandeja a mesa.


–– só tenho aula até as três. Você quer que eu te espere? –– ele perguntou.


–– não. Acho que não vou assistir a última aula –– falei antes de pôr uma garfada na boca –– to com dor de cabeça e hoje os professores não estão ajudando.


–– ta a fim de ir pra casa agora? –– ele perguntou erguendo as sobrancelhas.


–– você vai perder aula –– falei com tédio.


–– depois eu recupero –– ele deu de ombros.


–– to a fim de ir andar na praça. Pensar um pouco –– falei voltando a olhar o prato.


–– quer companhia? –– ele sorriu.


–– depois das aulas então –– retribuí ao sorriso –– valeu Fred –– dei–lhe um beijo no rosto e então ouvi a voz de quem não queria.


 


Bernardo sentou–se à nossa frente e sorria de um jeito cínico. Com a testa franzida.


–– achei que você não fosse desgrudar daquele celular –– Diego disse para ele.


–– pois é... Fazer o que se eu sou amado demais –– ele disse rindo e a Carla revirou os olhos.


–– quem era a piriguete da vez? –– Liane perguntou com tédio.


–– não chame minha mãe assim –– ele disse de olhos cerrados para ela.


–– ah ta, foi mal –– Liane disse sem graça e todos riram.


 


Cada um voltou a comer e se concentrar em papo com as pessoas ao lado. O Fred puxava assunto comigo, mas eu nem escutava. Tentava olhar disfarçadamente para o Bernardo, que conversava com a Carla e o Diego. Vez ou outra eu o via tocar nela. Ou no cabelo, ou no queixo, ou nariz, ou brincavam com as mãos.


–– vou ao banheiro –– falei pro Fred e me levantei dali sem dizer mais nada.


 


Sei que todos da mesa me olharam, mas não me importei. Entrei no banheiro e lavei o rosto. Fechei os olhos e respirei fundo várias vezes. Quando me senti mais calma, sai e fui procurar minha próxima aula. Já eram uma e meia e iria começar.


 


[...]


 


As três hora levantei pronta para ir para o estacionamento, mas dei de cara com o Fred na porta da minha sala.


–– vim saber se você ta legal –– ele disse mordendo o lábio inferior.


–– não. Não to Fred. Vamos –– sorri sem graça e fomos andando.


–– o que ele fez dessa vez? –– ele perguntou suspirando, parecia impaciente.


–– podemos falar depois de sair daqui? –– perguntei –– não quero ser a louca que chora no corredor da faculdade.


 


Ele apenas sorriu pra mim e pôs o braço sobre meus ombros em um abraço. Juro que não me importei. Apenas me aconcheguei nele e fomos andando até o carro. O Fred me deu um beijo na testa e eu levantei a cabeça sorrindo pra ele. Quando voltei a olhar pra frente, vi a Carla entrando no carro do Bernardo e ele parado na porta do motorista me olhando por cima do carro. Trocamos olhares enquanto o Fred punha a mochila no banco de trás.


–– Tati? –– ele me chamou e eu o olhei.


–– nada –– falei balançando a cabeça rapidamente e entrei no carro, que ele havia aberto a porta.


 


Percebi que o Fred demorou a entrar e então abaixei um pouco a cabeça para ver o lado de fora. Ele olhava pra direção do Bernardo.


–– entra Fred –– pedi sem paciência.


–– Bernardo só pode ta de graça, né? –– ele disse irritado –– não foi ele que terminou contigo? Fez todo aquele escândalo conosco e agora fica nos encarando. Que raiva.


–– ele não gosta de você. Isso resume tudo –– falei revirando os olhos –– e depois, você sabe que ele só olha porque acha que temos algo. Como desde a época do meu namoro com ele.


–– mas não temos –– o Fred respondeu sério, tirando o carro do estacionamento –– infelizmente –– ele sussurrou e eu fiquei sem graça.


–– ele sabe –– falei em tom baixo, desviando o olhar.


–– sabe o que? –– ele perguntou em tom habitual.


–– que você se declarou pra mim... –– falei fazendo careta.


–– você contou? –– o Fred olhou pra mim assustado.


–– sim... –– bufei e joguei a cabeça no banco –– eu não queria namorá–lo no inicio porque não queria me magoar e nem te magoar. Sei lá, queria falar contigo primeiro –– falei olhando–o de lado.


–– mas ele tratou de anunciar primeiro o namoro de vocês, né? –– Fred disse sem humor –– por isso que ele me odeia tanto...


–– é –– respondi –– não é apenas ciúmes por você ser meu amigo.


–– entendo –– ele ergueu as sobrancelhas –– você nem deveria ter contado, já que foi irrelevante pra você saber disso.


–– disso o que? –– o olhei de testa franzida.


–– que eu gosto de você –– ele respondeu.


–– achei que você gostasse da Ellen –– fiz careta.


–– eu a amei demais. Namoramos um bom tempo, né? –– ele disse com pesar –– queria mesmo era esquecê–la, mas confesso ainda ter um sentimento por ela... Já por você, eu me apaixonei. Por esse teu jeitinho doce –– ele deu um sorriso pra si mesmo e então depois me fitou –– mas eu entendo que você ainda goste dele...


 


Antes que o Fred terminasse de falar, comecei a lagrimar. Lembrei–me do Bernardo com a Suzana ontem a noite, sem se importar comigo. Transando com ela no nosso apto, na cama que ele me prometeu mil coisas, que me fez confiar e acreditar nele por uns meses e...


–– o que foi Tati? –– Fred me olhou assustado.


–– ele transou com ela no nosso apto, de porta aberta, praticamente gritando... –– falei chorando –– na minha frente Fred. eu saí do quarto e vi os dois lá.


–– ela quem? A Carla? –– ele perguntou assustado.


–– a Suzana –– falei com nojo.


–– que canalha... –– Fred sussurrou e passou a mão no meu rosto.


 


Poucos minutos estacionamos na praça que tem próxima ao apto. Sentamos em um banco na sombra. Eu de frente e o Fred com as pernas abertas, me fazendo sentar entre elas. Fiquei ali uns trinta minutos falando do Bernardo. De como eu tava machucada por dentro, magoada, destruída e tudo mais. Chorei, chorei, xinguei–o e me xinguei também.


–– para Tati –– o Fred disse secando minhas lágrimas mais uma vez –– não adianta ficar se culpando por ter dado uma chance a ele.


–– eu sabia que isso não ia dar certo Fred –– falei chorosa –– o Bernardo sempre foi galinha, sem vergonha, nós éramos amigos antes de ficar, você sabe. Quantas vezes eu não o vi pegando mulher em balada. Dormir fora de casa. Já até encontrei calcinha dentro do carro dele ou até mesmo aquela loira vadia lá no nosso apto?


–– isso não significa que ele possa ter te traído –– o Fred disse.


–– não falei de ele me trair, não sei por que, mas confio nele nesse sentido... –– suspirei –– mas eu não imaginei que fosse sofrer tanto depois do fim como ta sendo agora.


–– eu acho que atrapalhei muito também... –– ele disse cabisbaixo, mas eu não respondi por que aquilo era verdade –– mas não sabia que ele sabia dos meus sentimentos por você. Realmente eu gosto de ti, mas também gosto muito da tua amizade.


–– acho que entendo... –– falei o olhando –– se eu tivesse parado de falar com você como ele queria, agora eu estaria sozinha.


–– não estaria sozinha, estaria com ele –– Fred disse sorrindo de lado.


–– talvez a culpa do fim não tenha sido apenas você –– respondi sem ter certeza daquilo –– mas quem não me garante que eu estivesse sem namorado e sem meu melhor amigo agora?


–– melhor amigo... –– ele virou o rosto para o lado oposto ao meu e sussurrou sorrindo.


 


Não respondi nada. Entendi o que ele quis dizer e eu não tava preparada pra responder nem que sim e nem que não. Ficamos ali por mais um tempo, depois tomamos sorvete e então fomos pro apto. Fui pro meu, tomei banho, lanchei e fiquei estudando até pegar no sono.


 


[...]


 


Bernardo narrando


 


Saí do estágio as sete e pouco da noite junto com a Carla. Estávamos empolgados, mas confesso que estava cansado. Eram apenas quatro horas de estágio por dia, mas mesmo assim eu fiquei quebrado, como tinha coisa pra fazer lá. Eu e a Carla ficamos em uma sala com um engenheiro. Ele era nosso chefe e nós o ajudávamos com os projetos, plantas, serviços... Tudo. Era muita coisa, mas o chefe era super divertido.


Saímos da empresa e entramos no carro, fui deixar a Carla em casa. O caminho era perto, mas no inicio ela ficou ao celular com os pais dela.


–– então, o que achou? –– Carla me perguntou.


–– a garota da Xerox é gostosinha, acho que vou chamá–la pra sair –– falei sério e depois caí na risada, a Carla me deu um tapa no braço.


–– meu deus Bernardo, deixa de ser safado só uns dez minutos, por favor? –– ela pediu boquiaberta.


–– dez minutos? –– fingir estar indignado –– tudo isso?


–– ou então que não seja tão cafajeste quando estiver comigo –– ela disse sorrindo torto e fazendo careta.


–– se fosse na cama você não iria reclamar de mim –– falei rindo mais ainda e ela cruzou os braços, emburrada.


–– falando sério agora... –– ela disse me olhando sem sorrir.


–– ok, falando sério... –– fingir pensar –– é muito trabalho, mas é compensa bastante a experiência, o salário, o tempo de trabalho também não é muito...


–– não é muito, mas é puxado –– ela disse –– fiquei toda atarefada só hoje.


–– e sem contar que o aprendizado, né?


–– nem me fale –– ela sorriu –– não vejo a hora de ser eu ali, comandando as coisas, assinando os papeis, analisando os projetos –– ela bateu palminhas.


–– ta feliz, né? –– perguntei sorrindo, vendo–a sorrir.


–– muito –– ela disse com os olhos brilhando –– valeu a pena ter saído da minha cidade e vindo pra cá. Só por esse estágio, valeu muito a pena –– sorri em resposta a ela.


–– adoro te ver assim –– falei ainda sustentando o sorriso.


–– assim como? –– ela questionou.


–– falando e sorrindo –– eu disse –– adoro teu sotaque e teu sorriso é lindo.


–– valeu –– ela disse envergonhada e pôs uma mecha de cabelo atrás da orelha, depois ficou olhando para a janela.


–– para, vai! –– falei revirando os olhos.


–– o que eu to fazendo? –– ela perguntou me olhando surpresa.


–– ta com vergonha por que eu  te elogiei –– falei como se fosse obvio.


–– é que você é sempre tão sem vergonha, falando coisas sem noção –– ela revirou os olhos divertida –– aí quando você fala algo assim, fico constrangida.


–– algo assim como?


–– sei lá, tão sincero –– ela deu de ombros.


–– e Diego? –– perguntei imediatamente.


–– o que tem ele? –– ela perguntou como se não entendesse.


–– o que rola entre vocês é... –– insinuei a pergunta assim que parei em frente ao prédio dela.


–– é nada –– disse cerrando os olhos como se aquilo fosse natural –– somos amigos e às vezes, quando saímos, rola uns beijos. Nada mais que isso.


–– você gosta dele? –– perguntei curioso e tirei o cinto de segurança.


–– não... Quer dizer, gosto de ficar com ele, mas é que... –– ela abaixou a cabeça e abriu a bolsa procurando suas chaves.


–– fala –– pedi abaixando a cabeça em sua frente.


–– é que não quero nada sério com ele e... –– ela continuou a mexer na bolsa.


–– e?


–– não acho minhas chaves –– ela falou sem me olhar.


 


Olhei na bolsa e vi as chaves ali, então as tirei e sacudi na sua frente, enquanto me ajeitei no banco. Sentei de frente pra ela e apoiei o braço direito no acento do banco dela.


–– continua... –– pedi e ela sorriu sem graça, pegando as chaves da minha mão.


–– não sei, o Diego é muito bonito e é bom ficar com ele, não tenho do que reclamar, mas eu não to interessada, sabe? –– ela disse como um desabafo –– ele pede pra ficar comigo quando saímos, mas nem sempre eu quero. Até porque não gosto de ficar uma noite com um garoto e depois pá, não rola mais nada.


–– e porque fica com ele? –– perguntei surpreso pelo o que ela havia falado.


–– como eu disse, é bom ficar com ele. Muitas vezes me sinto sozinha, aí ele fica dando em cima de mim... Aí acabo cedendo e dando uns beijos dele, só que eu o vejo pegando outras meninas também. Sei que ele não quer nada comigo.


–– fala isso pra ele. Você não é obrigada a ficar com o Diego porque ele quer –– falei indignado.


–– às vezes eu falo que não to a fim e ele respeita –– ela sorriu –– ele não força, não se preocupa. Eu que tenho que me impor mais, não sei –– ela falou chateada consigo mesma.


–– desculpa te perguntar isso... –– passei a mão no cabelo pensando em como perguntar aquilo –– mas se você não gosta de ficar sem compromisso, como você pretende arrumar um namorado se não conhecer ninguém?


–– não preciso pegar dez na balada pra ter certeza que eu quero apenas um, né Bernardo? –– ela falou com voz de tédio –– eu quero ficar com um cara pelo qual eu me sinta interessada.


–– e se tiver dez na balada, inclusive o cara que você está interessada, mas aí você fica comigo –– perguntei sério e ela logo riu –– é sério Carla –– resmunguei e ela se calou –– e eu sou melhor do que o carinha que você ta interessada. Alguma chance de rolar sentimento? –– sorri e pisquei pra ela que gargalhou.


–– e eu achando que você falava sério... –– ela disse rindo.


–– e to falando –– eu disse indignado –– responde.


 


Ela tirou o cinto e se virou de frente pra mim também.


–– e aí que se eu gostei de ficar com você, talvez role alguma coisa sim... –– ela disse pensativa e sorrindo –– se você for realmente bom de cama, melhor ainda –– ela piscou e eu olhei surpreso, logo ela gargalhou –– você precisava ver sua cara –– disse rindo de mim.


–– ok, me iludi, vai. Isso mesmo. Destrói  os sonhos de um pobre garoto indefeso –– falei fingindo estar ofendido.


–– deixa–me ir, vai. To com fome –– ela disse ainda rindo –– boa noite. Obrigada pela carona –– ela me deu um beijo no rosto, mas eu virei e acabou sendo um selinho.


 


Senti um tapa ardendo no meu braço.


–– aí Carla! –– resmunguei.


–– pra aprender a não brincar –– ela disse séria e depois riu –– desculpa, vai.


–– nossa, você bate forte, hein?! –– reclamei me ajeitando no banco.


–– ta, foi mal –– ela olhou o tapa que tava vermelhão –– nossa, foi forte mesmo.


 


Fiz bico que ela riu da minha cara.


–– já vou mesmo. tchau –– disse descendo do carro e apenas acenou.


–– tchau –– falei e fiquei vendo–a entrar no prédio.


 


A Carla despertava um interesse em mim que eu não sabia explicar. Era diferente. Ela era sexy, mas de um jeito contrário. Ela não se vestia vulgarmente como a Suzana ou até mesmo como a Mabi. Muito menos era infantil como a Tati. Ela era a única que conseguia me deixar atraído por ela, vestindo uma calça e um blazer. Respirei fundo e liguei o carro. Isso não vai passar de atração. Não vou tentar alguma coisa com ela pra iludi–la ou me iludir. Os sentimentos pela Tati ainda estão frescos em mim, apesar de eu não querer admitir pra ninguém.


 


[...]



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Autor(a): raquel_gomes

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 60



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  • sharonvondy60 Postado em 13/11/2013 - 07:05:01

    A web Ja acabou Mahri '-' . acho que ela vai respostar em Cilada, Vc vai voltar a acompanhar ?

  • sharonvondy60 Postado em 13/11/2013 - 07:02:03

    Awn Ameiii o FiNal muito Lindo me emocionei ate por tudo ter acabado bem T..T Saudades agora "-"

  • mahri Postado em 12/11/2013 - 14:42:25

    Ela começou a postar cilada,mas perdeu os capítulos aí começou essa web,só que ela ta demorando mt pra acabar

  • sharonvondy60 Postado em 12/11/2013 - 14:29:43

    Cilada . essa Web ta aqui No site ? Menina Vc Sumiu, Vc ta bem pelo menos ? #volta logo.

  • mahri Postado em 10/11/2013 - 02:09:59

    Ei tava lendo a web cilada,só que não consegui ver o final pq deletaram, tem como vc me dizer se a Bah e o Rick ficao juntos?

  • sharonvondy60 Postado em 08/11/2013 - 05:01:44

    Hum, Ta CompLicada a historia Hein : /

  • mahri Postado em 07/11/2013 - 23:48:15

    Nosso Amor e Ódio Eterno... Vício

  • sharonvondy60 Postado em 07/11/2013 - 12:48:11

    Mahri : Kkkk... eu to lendo pela 2 Vez. Realmente a primeira Vez deles Foi Awnn Perfeita ? verdade o liu e um best Mesmo. Quem diria que o mateus ficaria com a beth ? eu gostei . pensei que a paula ficasse com um dos irmaos da larissa . e Eu pensava que o lucio era drogado, mas ja desconfiava que ele lutava por ai mesmo tbb . Ahhh

  • mahri Postado em 06/11/2013 - 00:45:46

    Sharonvondy60: não eu não tenho webs. Eu já li pela 3 vez terminei hj,eu amo o cap da 1 vez deles;não tem como não se apaixona pela web e não amar o Lúcio,fiquei com pena do Alex em relação ao filho,mas ele mereceu. Adoro o Liu um super amigo ele eu tbm adorava as cantadas baratas do Martins kkkkkk

  • sharonvondy60 Postado em 05/11/2013 - 15:05:08

    mahri : Voce tem Webs ?


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