Fanfics Brasil - Capitulo 136 Nem sempre o amor pode está certo. 1º Temporada e 2º Temporada

Fanfic: Nem sempre o amor pode está certo. 1º Temporada e 2º Temporada | Tema: web novela


Capítulo: Capitulo 136

597 visualizações Denunciar


[1 semana depois]


 


Estou há uma semana praticamente na casa da Carla. Passo o dia na faculdade e no estagio. Passo no meu apto à noite apenas pra pegar uma roupa e voltou pro apto da Carla. Durmo, tomo café e quando não vou para a casa dos meus pais, eu pago o almoço dela. Não acho justo que ela fique cozinhando pra mim. Nesses dias pintou várias vezes um clima entre nós dois, mas não passou disso. Troca de olhares, sorrisos, abraços, enfim... Eu não tive coragem de beijá-la. Eu estava de favor na casa dela e se rolasse um beijo e ela não quisesse? Pensei várias vezes antes de puxá-la para mim e lhe dar um beijo. Pensei em nossa amizade e em como eu a queria por perto. Ela me fazia bem. O problema que eu estava começando a achar que fazia bem até demais. Como eu percebi? Quando eu comecei a dispensar a Suzana essa semana. Ela ligou todos os dias da semana me chamando pra sair com ela. Cada dia eu inventava algo diferente. Passei a ignorar a Tatiana na faculdade. Ela não tentou falar comigo, apenas me olhava como se esperasse eu me aproximar. Sei lá. Eu ainda estava com raiva. Não sei exatamente se era ciúmes. Não sei de nada. Sentia-me super confuso naquele momento.


 


[Carla narrando]


 


Hoje já é sexta feira, à noite e acabamos de chegar da empresa famintos. Decidimos não sair pra comer. Eu queria cozinhar. Comprei algumas coisas antes de virmos pra cá e decidi fazer um strogonoff de frango. Troquei de roupa e fui pra cozinha. Bernardo tava tomando banho enquanto eu ouvia musica nos fones do celular e cortava as coisas. Senti aquele cheiro entrando cozinha a dentro e era obvio que era dele. Mesmo que não estivéssemos apenas nós dois aqui, eu reconheceria aquele perfume.


–– cheirosinho, hein?! –– falei ainda de costas.


–– não precisa gritar –– ele disse rindo tirando meus fones.


–– foi mal. Música –– eu ri e desliguei o som e deixei o aparelho no bolso.


–– posso comer alguma coisa enquanto isso não fica pronto? –– ele perguntou escorando ao meu lado no balcão.


–– claro, né?! –– revirei os olhos –– você já é de casa –– sorri o encarando e ficamos assim por algum tempo.


–– que bom –– ele abaixou a cabeça sorrindo –– banana –– ele falou.


–– o que? –– perguntou distraída.


–– vou comer banana. Quer? –– ele apontou para a fruteira.


–– ah não, valeu –– sorri –– mas se você pegar abacaxi pra mim, eu aceito –– falei.


–– onde? Geladeira? –– ele perguntou e eu assenti.


 


Minutos depois ele pôs a vasilhinha com o abacaxi cortado em cubinhos, ao meu lado e escorou-se no balcão com três bananas na mão. Comia parecendo distraído. Estava pensativo.


–– pensando no que? –– perguntei terminando de desfiar o frango.


–– nada demais –– ele deu de ombros


–– uma rodela de abacaxi pelos seus pensamentos –– falei sorrindo e ele riu mais ainda.


–– abacaxi? –– ele franziu a testa –– se fosse pelo menos um beijo –– deu uma piscada pra mim, me deixando sem graça.


–– um beijo? –– dei de ombros sem querer demonstrar interesse –– nem pensei nessa possibilidade –– brinquei.


–– mas eu pensei –– ele disse ficando sério –– todos os segundos que eu fiquei ao teu lado de todos os dias desde que eu te beijei daquela outra vez –– falou se virando de frente pra mim.


 


Eu dei uma risadinha enquanto encarava o frango desfiado em minha frente. Senti que ele se aproximava mais ainda de mim, mas logo um som alto nos assustou. Era o celular dele. Tocou três vezes seguidas, sem interrupções.


–– atende logo –– falei lavando a mão e pegando abacaxi.


–– não quero falar com ela –– ele resmungou e eu ergui a sobrancelha –– Suzana –– disse fazendo careta.


–– ela é insistente –– falei com certa repugnância.


–– demais –– Bernardo deu de ombros –– faz isso por que sempre consegue o que quer depois.


 


Após ele falar isso, eu me calei. Uma hora ou outra ele iria atender e sairia com ela como todo final de semana faz. Peguei a cebola e comecei a cortar. Ele ficou calado e desligou o aparelho de vez. Percebi que ele estava um pouco chateado com aquela situação.


–– olha Bernardo, se você quiser atender ou sair com ela, eu não importo de ficar sozinha aqui, viu? –– falei preocupada com o fato de minha companhia ser uma obrigação –– guardo um pouco pra você.


–– sério? –– ele ergueu as sobrancelhas e eu engoli a seco. Estava apenas blefando.


–– haram –– murmurei sem olhá-lo.


–– você não existe, viu?! –– ele disse sorrindo –– mas é obvio que eu não vou, né Carla? –– ele disse vindo por trás de mim e me abraçando –– não troco sua companhia por nada –– sussurrou em meu ouvido.


 


Senti a pele desnuda dele entrar em contato com a minha e fiquei arrepiada. Virei apenas a cabeça para o lado e senti a respiração dele na minha bochecha. Girei meu corpo de frente para o dele e nos encaramos. As mãos dele já estavam em volta de minha cintura e eu fiquei mais nervosa.


–– minhas mãos estão sujas –– falei erguendo-as e sorri –– vou lavá-las.


 


Eu me desprendi dele e estava saindo para ir ao banheiro quando ele me puxou de volta e me beijou. Foi tudo tão rápido e avassalador que eu apenas me entreguei. Ele subiu meu corpo me pondo sobre o balcão, fazendo as coisas serem jogadas para todos os lados. A faca, a tabua, a cebola, os temperos... Tudo tinha caído no chão e na pia. Mas quem se importa com a cebola agora? Deixei me envolver naquele beijo, que dessa vez passaria de todos os limites. As mãos dele escorregavam pelo meu corpo, me deixando excitada. A excitação dele eu já podia sentir por baixo do short. Ele entrou com as mãos no cós da minha blusa e foi subindo devagar. Deixei que ele a tirasse e jogasse sobre a mesa. Os lábios dele desceram para o meu pescoço e antes que chegasse até os seios, meu celular tocou. Novamente nos assustamos e por impulso nossos corpos se afastaram. Ficamos nos fitando sérios, com as respirações falhas enquanto meu aparelho berrava. Tirei-o do bolso e olhei o visor. Era o Diego. O Bernardo olhou o nome também e respirou fundo. Percebi que ele havia ficado chateado, mas eu tinha que falar com o Diego. Já sabia o que ele queria, pois havia me ligado mais cedo e eu não pude falar por que estava com o Bernardo e o assunto era sobre ele.


–– preciso atender –– falei fazendo uma careta.


–– ta falando sério? –– ele arqueou as sobrancelhas.


–– sim –– suspirei.


 


Ele fechou os olhos e jogou a cabeça para trás. Eu balancei a minha de forma negativa enquanto via o Bernardo se afastar de mim.


–– desculpa –– falei em um sussurro e ele apenas deu de ombros.


–– vou ao banheiro –– disse saindo dali.


 


Atendi a ligação super irritada.


 


–– oi Diego –– falei sem paciência.


–– oi Carla –– ele disse com cuidado –– atrapalhei algo?


–– não –– murmurei –– fale.


–– olha, eu não queria ta fazendo isso, mas a Mabi e a Tati estão me perturbando desde quarta feira pra saber onde o Bernardo estava –– ele falou com voz de tédio.


–– bom, ele ta aqui em casa –– sussurrei.


–– ah sim, elas estavam preocupadas, mas não querem falar com ele –– Diego falou rindo.


–– o premio da mais infantil vai pra qual das duas? –– falei entediada.


–– ele ta aí perto?


–– não, foi ao banheiro. Mas ele ta bem. Ta sendo alimentado. Tomando banho e trocando de roupa. O que mais elas querem saber? –– falei mal humorada.


–– calma –– ele riu –– isso tudo é ciúme?


–– cala a boca Diego –– resmunguei enquanto vestia minha blusa e equilibrava o celular entre o ombro e a orelha.


–– a Tati quer saber quando ele vai voltar pro apto –– ele falou em seguida à uma silencio.


–– elas estão aí? –– perguntei.


–– é. Vieram me perturbar, por que acharam que ele pudesse estar na casa dos pais ou no apto do JP, mas ele não estava –– ele falou –– ele ta aí a semana toda, é? –– perguntou cheio de malicia e riu.


–– está sim, mas não rola nada entre nós, ok? Somos só amigos –– falei isso me virando para ir à geladeira quando me deparei com o Bernardo parado na porta da cozinha –– hã, já? –– perguntei sem graça e ele sorriu de lado, abaixando a cabeça em seguida.


–– oi? –– Diego perguntou.


–– nada Diego, eu to falando com o Bernardo aqui –– falei disfarçando –– então, preciso desligar pra cuidar do jantar. To faminta.


–– sim, responde a Tati, por favor –– ele pediu com a voz entediada.


–– hum, espera aí que eu tenho anotado no caderno –– falei tentando disfarçar e fui até o quarto. Fechei a porta e sussurrei –– se ela quer saber mais alguma coisa dele, peça para elas ligarem pra ele, ok? Boa noite Diego.


 


Desliguei o celular irritada e saí do quarto. Assim que cheguei a sala, ouvi a porta da mesma sendo fechada. Corri até lá e abri. Vi o Bernardo andando pelo corredor em direção ao elevador. Não falei nada. Fechei a porta e se sentei no sofá. Acho que eu tinha estragado alguma coisa.


 


[Bernardo narrando]


 


Saí de lá com raiva de algo que nem eu mesmo sabia do que era. Senti um ódio por ela ter preferido falar com o Diego a continuar o nosso beijo. Ela me deixava louco por conseguir ser tão fria quando se tratava de nós dois. Entrei no carro e fui para o meu apto. Entrei e estava vazio. Claro que a Tatiana estaria com o André. Só eu pra achar que não, mas enfim, era melhor dessa forma. Fui para o meu quarto, liguei para uma sanduicheria e pedi para entregarem. Depois de por o pijama, comer e ficar vendo filme sozinho àquela hora da noite, pensei em ligar para a Carla e me desculpar por ter saído de lá daquela forma. Peguei o celular na cabeceira e fiquei o fitando. Era incrível como não havia nenhuma chamada dela. Nenhuma. Ela não se preocupa comigo e eu aqui querendo me desculpar. Na verdade ele não ta nem aí pra mim. Deve estar de namorinho com o Diego pelo telefone ainda. Isso se não forem sair juntos ainda hoje. Adormeci em meio aos pensamentos, após descartar a idéia de sair com a Suzana. Não tava a fim só de sexo hoje. Eu tava me sentindo um pouco carente de sentimento. Acordei no dia seguinte cedo, tomei meu café e liguei para os meninos. Combinamos de jogar futebol na praçinha ali perto. Na volta pro apto encontrei com a Tati no elevador. Cumprimentamo-nos e conversamos normalmente. À noite os meninos combinaram de sair pra uma balada qualquer que iria bombar. A Suzana tinha me mandando uma mensagem dizendo que iria, mas eu não me interessei. Dancei uma parte da noite com a Carla, sob os olhares atentos da Tati até a Suzana me encontrar.


–– oi Bezinho –– ela disse passando as mãos nas minhas costas.


–– oi Suzana –– virei e sorri pra ela.


–– pode vir aqui comigo? –– ela perguntou já me puxando dali.


 


Fomos para um canto e ela logo pôs as mãos na minha nuca, acariciando.


–– sumido –– ela fez bico –– não me atende mais.


–– ando ocupado com a faculdade e o estagio –– falei desconversando e dei um gole na bebida.


–– hum... –– ela murmurou sorrindo e passou um dedo no meu rosto –– mas hoje temos tempo, né?


–– olha Suzana, na verdade... –– falei desconfortável e ela ergueu as sobrancelhas –– não to mais a fim, sabe?


–– não? –– ela perguntou surpresa –– mas... Hã... –– tirou os braços do meu pescoço e deu um passo para trás –– você está terminando comigo?


–– é, estou –– falei franzindo a testa por que não tinha nada com ela pra estar terminando, mas concordei.


–– ah... Então por isso você não me atendia? –– ela perguntou pondo as mãos na cintura –– poxa Bernardo, você deveria ter vindo conversar comigo antes e...


–– desculpa, mas eu realmente estava bem ocupado –– falei suspirando.


–– tudo bem –– ela deu um sorriso sem graça –– eu bem que imaginava isso mesmo. Você costuma gostar de meninas sem graça, como aquela tu a ex –– deu de ombros.


–– não deu certo entre nós, mas eu te considero muito, ok? –– falei passando a mão no rosto dela e lhe beijei a face –– vou lá pra pista.


–– e eu vou dançar com minhas amigas –– ela abriu um sorriso e saiu rebolando para a mesa em que estava.


 


Olhei para sua bunda quando ela saiu e ao erguer o rosto a Carla me olhava balançando a cabeça negativamente. Dei um sorriso fraco e abaixei a cabeça, mas levantei segundos depois. Ela revirou os olhos e eu dei um gole em minha bebida e depois ergui o copo como se propusesse um brinde. Ela passou a mão nos cabelos, jogando-os para o lado e virou-se de costas a mim. Caminhei até o bar, parando ao lado de Diego.


–– e aí, pegando a loira? –– ele perguntou sorrindo.


–– que nada. –– dei de ombros –– terminamos –– falei debochando e ele riu.


–– sério? –– ele perguntou interessado.


–– é, vai lá –– eu dei um gole na bebida e pus o copo vazio sobre o balcão –– ela é boa, mas eu me cansei disso.


–– não to ouvindo isso –– ele gargalhou incrédulo –– e cansou por quê?


–– acho que to querendo algo mais maduro, não apenas sexo –– dei de ombros e me sentei no banquinho.


–– é, eu ainda não cansei de sexo –– ele piscou e eu ri –– e você ainda ta na Carla?


–– não, não –– respondi ficando sério ––voltei pro apto, por quê?


–– Tati estava preocupada –– ele riu –– acho que estava com ciúmes de você com a Carla –– deu de ombros.


–– como assim? –– perguntei curioso.


–– ela foi lá em casa com a Mabi querendo que eu descobrisse onde você estava dormindo –– ele revirou os olhos –– aí liguei pra Carla ontem e ela me disse que você estava dormindo lá.


–– ah, foi por isso que você ligou? –– perguntei surpreso e lembrei-me da cena ridícula que eu fiz enquanto ele assentia –– e pra que a Tati queria saber? Por que não me ligou?


–– acho que ciúmes e orgulho –– ele balançou os ombros –– respostas respectivas às perguntas –– deu uma piscada e se levantou dali indo para onde a Suzana estava com as amigas.


 


Procurei com os olhos pelo pequeno ambiente da balada e vi a Tati dançando próxima a uma mesa. O André estava a sua frente e ao lado Mabi e Carol, com Felipe e Caio. Lucas estava sentado de papo com o Rapha e a Karen. Fitei-a e logo nossos olhares se cruzaram. Ela permaneceu me encarando e eu dei um sorriso de lado, que fora retribuído por ela. Segundos depois vi o André a puxar pela cintura e lhe dar um beijo. Mas não foi um beijo normal, foi um beijo de se falar “UAU”. Fiquei vendo aquela cena por uns minutos enquanto eles não cansavam de se pegar. Estranhei-me pelo fato de não sentir tanto ciúmes quanto eu deveria ter sentido ou que eu sentiria semana passada. Eu tinha um sentimento mínimo por ela, que agora eu não tinha mais certeza do que era. Senti uma mão pousar em meu ombro e me virei. Era a Liane.


–– oi Bê, tudo bom? –– ela sorriu. Estava de mãos dadas com um garoto que conversava com outro.


–– oi Li, eu to bem e você? –– lhe dei dois beijos.


–– to ótima –– ela sorriu –– sozinho?


–– pois é –– sorri fraco –– JP ta pegando a Raquel em algum canto, a Tati com o namorado –– fiz cara de nojo –– e o Diego deve ta pegando a Suzana.


–– Suzana? –– ela ergueu as sobrancelhas –– a loira vagabunda? –– ela disse botando a língua pra fora enquanto eu ria da reação dela.


–– essa mesmo –– concordei.


–– nossa, Diego caiu no meu conceito –– ela revirou os olhos –– você não ta mais com ela?


–– terminamos –– eu cerrei os olhos e falei irônico, vendo-a rir.


–– entendi esse “terminamos” –– ela deu ênfase a ultima palavra –– e a Carla?


–– a Carla ta perdida por aí. Aliás, não a vejo tem uns minutos já –– falei passando o olho pela pista.


–– ah, a Carla tava ali –– ela indicou um canto qualquer perto do bar –– eu me referi a vocês dois. Estão juntos?


–– não, somos amigos apesar de tudo que a Tatiana deve ter inventado sobre nós dois na época que eu e ela namorávamos –– falei irônico e ela assentiu rindo.


–– ela era paranóica de ciúmes de vocês –– ela falou –– bom, vou indo Bê –– ela se aproximou mais e me deu dois beijos no rosto –– vou procurar a Lu e o Theo que mandaram mensagem dizendo que estavam aqui.


–– manda um beijo pra eles –– eu assenti e me afastei dali.


 


Sai andando pelo ambiente olhando para todos os lados. Eu não tinha o que fazer a não ser beber. Passeava pela boate olhando as pessoas dançar e se beijar pela pista e pelos cantos. Não procurava ninguém e nenhuma menina que eu olhasse me interessava. Eu estava “de boa” como dizem. Parei próximo ao bar quando me deparei com a Carla sentada conversando com uma amiga. Naquela eu descobri que tudo o que eu pensei antes, era mentira. Não queria esconder de mim mesmo a verdade. Eu rodei aquilo tudo à procura da Carla. Era a única que eu queria encontrar. E eu não estava sozinho, eu apenas queria ficar sozinho. Sentei no banquinho ao seu lado e pedi outra bebida.


–– as gatas aceitam uma bebida? –– perguntei sorrindo e elas riram.


–– qual o nome do gato? –– ela perguntou entrando na brincadeira.


–– Carlos e o seu? –– eu estiquei a mão para a amiga dela, que pôs a dela sobre a minha.


–– Alice –– ela respondeu sorrindo e eu beijo na mão dela.


–– e você? –– perguntei para Carla que revirava os olhos.


–– Luma –– ela falou esticando a mão também.


 


De brincadeira eu agarrei a mão dela e a puxei para de encontro com o meu corpo, abraçando em seguida. Ela riu e me deu um tapa no ombro.


–– posso dormir na sua cama hoje? –– perguntei no ouvido dela enquanto ainda tinha as mãos em sua cintura e vi a amiga, que estava atrás dela, piscar pra mim.


–– achei que você tinha voltado pro seu apto –– ela disse me empurrando.


–– se for pra dormir com você, sou um sem teto ainda –– pisquei pra ela que fez uma careta.


–– Alice –– ela virou-se para a amiga –– esse é o Bernardo, um amigo meu de faculdade.


–– ah sim –– a amiga ficou sem jeito –– prazer –– disse se aproximando.


–– oi –– dei-lhe dois beijos e me sentei de novo –– o nome e a abordagem eram de mentirinha, mas a bebida é de verdade. Vão querer?


–– eu aceito –– Alice disse sorrindo.


 


Pedi três bebidas e ficamos ali conversando. Era obvio tanto pra mim quanto pra Carla que a tal Alice estava se jogando pra cima de mim. Era descarada, inclusive pelas cruzadas de pernas que ela dava, chamando minha atenção para aquela região. Apesar de bonita, eu não tava a fim. Não ia ficar por ficar, pegar por pegar, beijar por beijar e nem comer por comer. Se fosse pra isso, eu teria ficado com a Suzana que é muito mais bonita e gostosa do que a amiga da Carla. Elas saíram para ir ao banheiro e na volta, apenas a Alice veio, sentando-se ao meu lado. Minutos depois e inúmeras insinuações depois, a Carla voltou. Sentou-se onde a Alice estava antes e me olhou, sorrindo fraco. Senti que algo havia acontecido, mas não quis perguntar. Alice me chamou pra dançar e eu puxei a Carla junto. Dançamos os três juntos por algum tempo, mas ela parecia distante. Eu tentava puxar papo, mas ela não parecia me dar muita bola. Já Alice não calava a boca um minuto. Ela dançava de forma mais sensual, talvez tentando me seduzir e eu vi que a Carla tinha percebido aquilo e estava sem graça. Fui pegar outra bebida no bar e ao voltar, ela não estava mais ali.


–– cadê a Carla? –– perguntei à Alice.


–– já foi –– ela falou no meu ouvido –– disse que estava com dor de cabeça e pegou um táxi.


–– ah sim –– sorri torto ao saber que estaria sozinho com a tal garota ali.


 


Dançamos mais um pouco separados, depois colados, mas eu nem insinuei que fosse rolar algo. Pelo contrario, tentava não dar bola nenhuma pra ela, mas era em vão. Quando deu três horas da manhã eu decidi ir embora. Estava com sono e entediado de ficar ali. Falei para a Alice e por educação perguntei se ela queria carona. Pro meu azar, ela aceitou. Entramos no carro e fomos o caminho todo ouvindo música e falando sobre isso. Quando estacionei em frente à casa em que ela morava, ficamos em silêncio. Eu já conhecia sua vida por completo, que ela me contou durante a noite toda e também já tinha respondido tudo o que ela havia perguntado. Em meio aquela situação constrangedora, ela pôs a mão sobre minha coxa e foi escorregando enquanto me fitava. Pus minha mão sobre a dela e a parei.


–– Alice... –– murmurei.


–– desculpa –– ela tirou a mão de minha coxa e sorriu fraco –– eu achei que você fosse tímido ou estivesse com receio de chegar.


–– é que sai de um relacionamento tem pouco tempo, não to a fim –– eu fiz uma careta.


–– nem de se divertir sem compromisso? –– ela sorriu.


–– quem sabe outro dia –– sorri de lado –– agora to a fim de ficar sozinho –– falei.


–– que vergonha –– ela disse pondo as duas mãos no rosto, envergonhada.


–– fica tranqüila –– tentei sorri –– acontece.


–– então boa noite –– ela sorriu e me deu um beijo no rosto.


–– boa noite.


 


Dirigi de volta pro meu apto e cai na cama como uma pedra. No dia seguinte eu me levantei por volta das nove horas e fui até a cozinha. A Tati estava lá com um vestido soltinho e na pia, preparando alguma coisa.


–– bom dia –– falei com a cara inchada de sono.


–– bom dia Bê –– ela disse sorrindo e virando o rosto pra trás.


 


Peguei um pacote de bolacha no armário e me sentei a mesa com uma caixinha de suco de laranja.


–– como foi a balada ontem? –– ela perguntou –– chegou cedo, né?


–– é –– assenti –– cansei cedo.


–– te vi com uma garota –– ela disse parecendo sem graça.


–– ah, amiga da Carla –– eu sorri –– ficamos dançando a noite toda.


–– e ficaram? –– ela me olhou e eu ergui as sobrancelhas –– olha, se não quiser responder, isso não é da minha conta. Só curiosidade mesmo –– deu de ombros.


–– ah, não –– respondi estranhando aquilo –– e você e o Sr. Perfeito? –– perguntei irônico e ela riu.


–– estamos bem –– ela sorriu.


–– e o Fred? Nunca mais o vi –– perguntei curioso.


–– não nos falamos mais –– ela franziu os lábios –– ele ficou chateado por que eu comecei a namorar com o André e não quis ficar com ele.


–– sério que ele não perturba o namoro de vocês? –– perguntei indignado e ela negou enquanto ria –– então foi azar meu mesmo.


–– não sei se ele desistiu, mas fiquei sabendo pela Li que ele voltou com a Ellen –– ela deu de ombros.


–– acho que nosso namoro não era pra dar certo mesmo –– sorri.


–– que seja eterno enquanto dure, né? –– ela disse sorrindo pra mim e eu assenti.


–– te vi com os meninos do condomínio –– fali mudando de assunto.


–– ah sim, nós ficamos até tarde lá. E os meninos perguntaram por que você não foi falar com eles. O Felipe e tal –– ela perguntou se lembrando.


–– ah... É que sei lá –– dei de ombros –– não estava muito legal ontem.


–– aconteceu alguma coisa? –– Tati perguntou voltando a ficar de costas para mim.


–– nada... Só desanimo mesmo –– respondi confuso –– uns pensamentos aí que não saem da minha cabeça.


–– quer falar? –– ela perguntou sem querer demonstrar interesse, mas percebi que ela queria saber.


–– não dá pra falar com você –– eu ri e ela se virou com a testa franzida.


–– éramos amigos antes e podemos continuar sendo Bernardo –– ela respondeu indignada.


–– quer mesmo saber? –– levantei a sobrancelha e ela assentiu –– to confuso. Eu achava que ainda gostava de você quando te vi com o André, mas apesar de isso me incomodar, eu não sei bem se é por você estar namorando um cara que eu não suporto ou se tem algum sentimento por trás disso –– falei de uma vez e ela respirou fundo.


–– eu preferia que fosse a primeira opção por que eu demorei muito pra te esquecer, Bernardo e agora eu to feliz com outra pessoa –– ela disse séria enquanto me olhava –– não quero nunca que você passe pelo o que eu passei.


–– por que você queria saber onde eu estava morando semana passada? –– perguntei de imediato.


–– você está ficando com a Carla? –– ela perguntou de supetão.


–– que diferença isso faz? –– cerrei os olhos e a encarei, cruzando os braços.


–– eu não gosto dela –– ela disse virando-se de costas e pondo uma panela no fogão –– mas tenho certeza que você gosta.


–– eu não tenho essa certeza toda –– eu falei e a vi se virar pra mim e revirar os olhos –– mas nós já ficamos. Duas vezes –– respondi.


–– vocês... –– ela começou a perguntar.


–– eu não te traí com ela –– eu a interrompi –– mas confesso que senti vontade.


–– eu sei disso –– ela falou emburrada –– você me contou uma vez.


–– então, ela é tão diferente –– eu continuei a falar –– ela é madura, sabe? Ela não tem ciúmes de mim, nem me liga varias vezes, nem implica com ninguém... Não sei. Ela não parece gostar de mim e eu não quero quebrar a cara mais uma vez.


–– chega desse assunto –– ela resmungou e foi mexer na torneira da pia.


–– ué, não éramos amigos? –– perguntei rindo.


–– você não gosta do André e eu não gosto da Carla –– ela deu de ombros.


–– que estranho... –– falei pensativo –– imagine como teu namorado deve se sentir sabendo que você mora com um ex. ainda mais tão recente.


–– ele não precisa se preocupar, ele é seguro de si. Sabe que é bom –– ela disse sorrindo cínica e eu fechei a cara.


–– ele é muito metido, isso sim! –– resmunguei e me levantei.


 


Antes que ela pudesse falar alguma coisa, o ferrolho da torneira sacou e começou a espirrar água para todo lado. Ela gritou e tentou tampar a água, mas apenas espirrava mais. Eu fui tentar ajudá-la e acabei me molhando todo, mas consegui. Quando fechamos a torneira, a cozinha e nossas roupas estavam completamente molhadas. Nós nos olhamos e caímos na risada. Eu dei um passo para ir até a lavandeira e acabei levando um escorregão. Ela riu da minha cara, mas eu ignorei. Estiquei a mão para ela me ajudar, só que em vez disso, eu a puxei para baixo. Ela caiu em cima de mim e eu gargalhei de sua cara também. Assim que nossa risada cessou, ficamos apenas nos fitando sem graça. Ela deu um sorriso, me fazendo tirar os olhos dos seus e direcioná-los para sua boca. Mordi meu lábio inferior e pus a mão na sua nuca por impulso. Nossos lábios chegaram próximos, mas eu não cheguei a encostá-los. Sabe quando o que você acha que sente pela pessoa não passa de nada? Pois é, Nada. Eu não sentia nada estando ali tão perto dela. Imediatamente tirei-a de cima de mim e me levantei, deixando-a sentada no chão.


–– desculpa Tati –– falei me pondo de pé –– eu não tinha essa intenção.


–– eu... Eu... –– ela falou ainda chocada –– eu não deveria ter deixado essa aproximação acontecer. Não foi por que eu quis, Bernardo –– ela tentava se explicar –– Tipo, não quero te dar esperanças...


–– tudo bem –– eu sorri sem jeito, a interrompendo –– foi melhor assim. Acho que realmente podemos ser amigos.


–– do que está falando? –– ela perguntou parecendo confusa.


–– nada –– eu sorri –– vou te ajudar a limpar.


 


Caminhei lentamente até a área e peguei o rodo e um pano de chão. Limpei tudo com a maior rapidez possível. Depois que almoçamos eu fui me deitar um pouco. Fiquei pensando no que havia acontecido mais cedo e me senti melhor por ter conseguido me desprender do sentimento pela Tati. Agora eu me sentia melhor pra tentar achar uma garota que fizesse minhas pernas tremerem e meu coração acelerar. Quando anoiteceu eu liguei para Carla pra saber sobre ontem a noite.


 


–– oi princesa –– falei sorrindo.


–– nossa, que bom humor –– ela falou bocejando.


–– e que desanimo –– eu ri.


–– indisposição. É diferente –– ela me corrigiu.


–– cansada de que? –– perguntei.


–– estudar –– ela bocejou novamente.


–– sorvete? –– perguntei.


–– guaraná de açaí pra dá disposição e você paga –– ela riu –– quinze minutos e use o perfume que eu adoro –– ela disse antes de desligar.


 


Fiquei com um sorriso bobo nos lábios e fui direto pro banho. Preciso nem dizer que eu usei a metade do vidro do perfume antes de sair, né? Passei no quarto da Tati e o André estava deitado com ela.


–– e aí Bernardo?! –– ele me cumprimentou.


–– fala André –– falei fazendo um toque de mãos e a Tati nos olhou surpresa.


 


Fiz uma careta para ele e olhei pra ela. Os dois riram, em fazendo rir também.


–– você sair com a Carla –– falei –– só pra avisar.


–– fazer o que, né? –– ela fez outra careta quando falei o nome da Carla e caímos na gargalhada.


–– estamos quites –– falei dando de ombros e ela entendeu.


–– já volto amor –– ela deu um selinho no André e se levantou.


 


Saímos do quarto e paramos no corredor.


–– eu contei pro André que quase nos beijamos hoje –– ela disse me olhando séria.


–– e? –– perguntei assustado.


–– e ele foi compressivo e tal, mas eu garanti que não rolou e que eu não queria –– ela completou –– ele acreditou em mim e estamos bem.


–– qualquer coisa eu falo com ele –– eu disse –– não quero te prejudicar, mesmo que ele mereça ser corno –– falei cínico e ela me deu um tapa.


–– valeu –– ela sorriu –– mas ta tudo bem. Tipo... Nós não fomos bom um pro outro. Acho que por isso o namoro não deu certo, mas é bom que encontramos pessoas que são boas pra gente.


–– acho que por isso que eu não gosto do André –– fiz uma careta –– sei que ele é bom. Aliás, que é melhor do que eu pra você.


–– ele é mais maduro que você –– ela provocou sorrindo.


–– só não é mais gostoso –– eu ergui a sobrancelha.


–– você não vai me fazer responder isso –– ela riu e se virou para voltar ao quarto.


–– ah, e eu ainda não encontrei nenhuma mulher boa pra mim –– falei fazendo trocadilho.


–– quem sabe hoje você descubra isso com a Carla –– ela piscou pra mim –– boa sorte.


–– você acha? –– perguntei segurando em seu braço.


–– você acha que eu tinha tanto ciúmes dela por quê? –– ela ergueu as sobrancelhas e entrou no quarto.


 


Eu franzi a testa não entendo muito bem o que Tati tinha tentado insinuar. Sai do apto e dirigi até a casa da Carla. Quando toquei a campainha, ela já abriu a porta vestida para sair. Trajando apenas um vestidinho de alçinha e uma sandália nos pés. Seu cabelo estava todo preso em um rabo de cavalo. Sorri e franzi a testa vendo-a tão despojada.


–– o que foi? –– ela perguntou sorrindo do mesmo que eu.


–– nada, ué –– dei de ombros.


–– ta me olhando estranho –– ela falou desconfiada e fechou a porta atrás de si.


–– ah, é que você fica mais linda ainda vestida assim –– falei entortando os lábios, com receio em como ela iria aceitar aquele elogio.


–– hã... Obrigada –– ela disse ficando sem graça –– na verdade eu estou parecendo um zumbi.


–– quem dera todos os zumbis fossem como você –– falei e depois ri junto com ela, da besteira que eu falei.


–– hoje você ta atiradinho, né? –– ela falou cerrando os olhos –– o que aconteceu?


–– nada demais –– eu franzi a testa de forma irônica.


–– ta até de bom humor –– ela franziu o nariz e depois fingiu pensar –– já sei, você não estudou pra prova de segunda, né?


–– não –– sorri largo, mas falsamente e ela riu e balançou a cabeça negativamente –– mas eu vou estudar. Acho que hoje à noite.


–– duvido –– deu de ombros.


–– to falando sério –– me fiz de sério e ela revirou os olhos.


–– posso arriscar outra coisa? –– ela perguntou me olhando séria e eu balancei os ombros –– você e minha amiga ficaram, né? –– ela fitou seu olhar para os pés e não me encarou mais.


–– não, por quê? –– perguntei franzindo o cenho.


–– ah Bernardo! –– ela riu –– ela tava doidinha pra ficar com você. Até me chamou ao banheiro e pediu para que eu a ajudasse –– ela subiu o olhar, mas desviou de mim.


–– é, eu sei que ela queria –– dei de ombros –– quando fui deixá-la em casa, ela me falou algumas coisas, mas eu não quis –– a olhei esperando que ela me encarasse.


–– sério que não? –– ela cerrou os olhos e me olhou sem graça.


–– eu queria ficar contigo ontem, mas você fugiu e não rolou, né? –– entortei os lábios.


–– para de tirar onda com a minha cara –– ela me deu um tapa no ombro e riu.


–– to falando sério pô! –– resmunguei.


–– e a Tati? Vocês se acertaram? –– ela perguntou em seguida.


–– sim... –– eu sorri e ela revirou os olhos –– o que?


–– sabia que tinha algo pra você estar feliz demais –– ela me mostrou a língua.


 


Não respondi mais nada. Entramos no meu carro e fomos para o guaraná que fica próximo à casa dela. Ficamos falando besteiras até chegar lá. Pedimos açaí e nos sentamos. Ficamos em torno de duas horas ali comendo sanduíche e tomando guaraná de açaí enquanto jogávamos conversa fora. Ela me contou mais sobre sua vida na sua antiga cidade e eu falei um pouco sobre minha vida no condomínio anos atrás. Voltamos para o apto já um pouco tarde. No carro estava um silencio e então eu decidi voltar ao assunto.


–– Carla, eu não fiquei com a Tati –– falei olhando a direção.


–– você disse que se acertaram –– ela me olhou surpresa.


–– e nos acertamos –– falei dando de ombros –– nós conversamos, rolou uma situação estranha, mas nada demais. Depois disso parece que aceitamos ser só amigos.


–– que situação? –– ela perguntou curiosa.


–– quase nos beijamos, mas na hora foi tão estranho... –– fiz uma careta –– sabe quando você beija qualquer pessoa, que não tem atração, nem sentimento? –– perguntei e ela assentiu –– pois é. Estranho. Eu não senti nada.


–– nem as pernas tremeram, nem o coração acelerou? –– ela perguntou erguendo as sobrancelhas e eu neguei –– evolução –– ela riu.


–– pois é. E ela ta lá apaixonada pelo Sr. Perfeito –– rolei os olhos.


–– o professor de lutas? –– ela perguntou sorrindo e eu a olhei cerrando os olhos.


–– é! –– falei mal humorado.


–– ele é perfeito mesmo –– Carla fez o gesto de se abanar e eu emburrei a cara.


–– patéticas! –– resmunguei e ficamos em silencio.


Assim que paramos em frente à sua porta, ela rodou a chave, abriu e se virou de frente pra mim.


–– boa noite então –– ela disse sorrindo –– valeu pelo passeio.


–– ué, eu não ganho nada de brinde? –– perguntei fazendo cara de coitado.


–– você é engraçado até dando em cima de mim –– ela riu e virou-e de costas para entrar.


–– não vejo graça nenhum em levar um fora –– eu murmurei e ela aumentou o tom da risada –– ah Carla, para.


–– é que é estranho você sendo meu amigo e dando em cima de mim –– ela caminhou até a mesinha da sala e pegou o celular.


–– foi estranho pra você me beijar naquela primeira vez que ficamos? –– perguntei me jogando no sofá e ela riu alto –– não me vem me zoar não, falou?! –– fiz cara feia.


–– a Alice mandou uma mensagem –– ela disse mexendo no celular –– “seu amigo gatinho me deu um fora ontem. Ele é gay?” –– quando terminou de ler, ela riu novamente.


–– não vi graça nenhuma –– eu revirei os olhos –– qual o problema de não querer ficar com uma garota? –– perguntei indignado.


–– fiquei na duvida agora –– ela fingiu pensar e eu joguei uma almofada nela, que riu.


–– terminei com a Suzana também. Eu te falei? –– falei em seguida e ela me olhou assustado.


–– dispensou a Tati, a Alice e a Suzana... –– ela falou surpresa –– amigo, você ta mesmo virando gay? –– perguntou rindo.


–– ah deus! –– exclamei –– se eu pego todas sou galinha, se eu quero só uma eu sou gay? –– franzi a testa.


–– é que vindo de você, isso é inédito –– ela franziu o nariz em uma careta e se levantou do sofá –– e está tão apaixonado assim por quem, pra estar dispensando todas as mulheres aos teus pés? –– ela perguntou gritando enquanto estava de costas pra mim.


–– por você –– falei sorrindo, sabendo que ela não iria acreditar.


 


[Carla narrando]


 


Sorri ao escutar aquilo, mas sabia que ele estava blefando.


–– ah Bernardo, deixa de graçinha que eu não caiu nas tuas cantadas –– falei revirando os olhos.


–– não é cantada barata –– ele disse indignado –– eu me declaro e você faz pouco caso de mim?


–– desculpa –– fiz bico e me virei de frente.


 


Ele já estava na minha frente. Bem próximo de mim. Pôs a mão em meu pescoço e me puxou para um beijo. Levei um susto e deu um passo pra trás, mas com um sorriso nos lábios.


–– Bernardo... –– falei como se o repreendesse.


–– Carla, fica calada, vai –– ele falou com aquele sorriso safado no rosto –– eu sei que você quer tanto quanto eu –– me puxou novamente e mordeu meu lábio.


 


Eu não falei mais nada. Acabei me entregando àquele beijo que se iniciou cheio de desejo. Minhas mãos correram para seu pescoço, acariciando sua nuca. Uma das mãos dele me puxou pela cintura, colando nossos corpos enquanto a outra mantinha segura em minha nuca. Após um tempo, ele escorregou-a pelas minhas costas e passou em meu bumbum. Geralmente eu não deixaria qualquer garoto fazer isso. Eu sou muito reservada quando e trata de sexo. Ainda mais com alguém que não era meu namorado e não tem nem pretensões de ser. Só que era impossível resistir a ele. Parece que fazia de propósito. Deixei-o passar a mão por todo meu corpo, deslizando em cada centímetro de mim. Depois dos beijos quentes, ele foi descendo os lábios para meu pescoço, dando chupadas por toda aquela região. Eu gemia de forma descompassada, mas em um tom de voz baixo. Aos poucos ele foi subindo o meu vestido na altura da minha cintura e acariciando minha pele. Aquilo era bom demais para que eu não permitisse. Ele subiu, subiu, até ao ponto de tirar, mas eu tomei as rédeas da situação e o tirei, jogando no chão. Bernardo parou afastado de mim, me olhando por completo e me deixando constrangida por estar apenas de calcinha em sua frente. Puxei-o pela camisa e subi, indicando que ele a tirasse e assim ele fez. Passei a mão pelo seu peitoral, descendo pela barriga, até chegar ao cós da bermuda. Abri o botão e depois desci o zíper. Sua boca já estava em meu pescoço, me beijando suavemente. Deixei sua bermuda cair e o sentir puxar meu corpo para colar ao dele. As mãos se movimentavam com mais rapidez do que a língua dele em minha boca. Aos poucos ele foi me carregando até o sofá e me deitou ali com cuidado. Dei um sorriso a ele e fui retribuída, vendo-o deitar sobre mim. Bernardo desceu beijando meu colo, seios e barriga, até chegar em meu sexo. Senti sua língua percorrendo toda sua extensão quando ele pôs minha calcinha para o lado. Ele apertava minhas coxas com muito desejo enquanto eu emitia gemidos, agora, mais altos. Engatei meus dedos em seus cabelos, acariciando-os e o puxei de volta para mim quando estive satisfeita. Ele voltou a me beijar e tirou minha calcinha. Dei um jeito de me virar, deixando-o deitado e tirei sua cueca, pegando na base de seu membro. Masturbei-o antes de lhe fazer sexo oral e delirei a cada gemido abafado que ele dava. Eu estava muito excitada naquele momento. Ele se sentou no sofá e pegou sua carteira, tirando um preservativo dali. Sentei em sua frente e sorri para ele.


–– tem certeza que quer, né? –– ele me perguntou acariciando meu rosto.


–– claro. Não chegaria ate aqui para desistir –– respondi de olhos fechados.


–– tudo bem –– ele disse sorrindo.


 


Senti-o se aproximar de mim e me beijar suavemente. Suas mãos quando pousaram em meu rosto estavam geladas. Sorri com a possibilidade de ele estar nervoso e não estava enganada. Quando deitei-me no sofá, ele se posicionou sobre mim e percebi que seus braços que apoiavam o seu corpo ao meu lado, tremiam. Acariciei seu rosto e lhe beijei calmamente.


–– está tremendo –– comentei, mesmo sabendo que não havia necessidade daquilo.


–– estou nervoso –– ele disse sorrindo de lado –– parece que está sendo minha primeira vez. Não sei –– ele respondeu me fazendo rir.


–– não precisa ficar nervoso –– falei tentando tranqüilizá-lo –– quem deveria ficar era eu. Eu esperei bastante pra isso, mas não tinha certeza se era possível.


–– isso o que? –– ele perguntou franzindo a testa.


–– estar com você de uma forma que não fosse apenas uma vez –– respondi sorrindo de lado.


–– você é mais importante pra mim do que você pensa –– ele disse ficando sério –– talvez por isso eu demorei tanto pra me tocar disso.


 


Eu dei um sorriso e o interrompi com um beijo. Logo o senti penetrar em mim, já usando o preservativo e aos poucos ele foi ganhando velocidade. Eu gemia de forma contida, mas minha vontade era de gritar. Ele estava sendo super carinhoso comigo e aquilo me deixava mais apaixonada. Era difícil admitir meus sentimentos por alguém. Logo eu que sempre fui muito reservada, mas por ele eu estava disposta a assumir os riscos de ter uma relação com um garoto galinha. Eu entrelacei minhas pernas em sua cintura e o vi aumentar o ritmo da penetração e um tempo depois diminuir. Sentei-me no sofá e o empurrei, fazendo-o sentar-se também. Sentei em seu colo, pondo uma perna para cada lado e o deixei me penetrar. Suas mãos deslizavam entre minha cintura e meu bumbum, apertando de leve enquanto eu me movimentava. Sua boca beijava meu pescoço, abafando os gemidos dele em meu ouvido. Mas aquilo só o fazia me dar mais tesão. Senti meu orgasmo chegando e passei a movimentar-me mais rápido ao mesmo momento em que o corpo dele estremeceu. Trocamos um beijo bem gostoso e eu me levantei, sentando ao seu lado e sendo puxada por ele, para deitar em seu peito.


–– se você demorasse mais um pouco, eu não iria mais segurar –– ele disse me fazendo cafuné.


–– estava me esperando? –– perguntou franzindo a testa.


–– claro –– ele beijou minha testa –– queria que fosse mais especial e prazeroso pra você.


–– hum... –– murmurei –– não conhecia esse teu lado romântico –– falei zoando-o.


–– pois agora você vai conhecer o Bernardo apaixonado –– ele franziu o nariz em uma careta e me deu um selinho.


 


Dei um sorriso e me levantei catando minhas roupas. Eu precisava de um banho e cama. E de quebra, dormir agarradinha com ele.


–– já vai se vestir? –– ele perguntou ao me ver em pé enquanto tirava o preservativo.


–– tomar um banho e deitar –– falei sem nem olhá-lo –– quer vim?


–– você me convidando para um banho? –– ele riu e eu o olhei –– não perco essa por nada.


 


Fomos para o banheiro e tomamos um banho cheiro de caricias. Apesar de me sentir envergonhada de estar com ele ali, sem roupa, eu não queria estragar aquele momento que me deixava muito feliz. Enrolei-me na toalha e ele fez o mesmo, me seguindo para o quarto. Pus uma camisola, me perfume e passei cremes. Tudo o que eu fazia todas as noites. Quando nos deitamos na cama, fomos para baixo do edredom, ficando agarradinho.


–– você ta sempre tão cheirosa –– ele disse cheirando meu pescoço.


–– não mais que você –– falei me arrepiando –– eu adoro teu perfume. Sempre me deixa zonza.


–– e isso é bom ou ruim? –– ele perguntou franzindo a testa e eu ri.


–– é bom –– falei apertando o nariz dele –– além de lindo e galinha, é cheiroso. Quem não queria um homem desses? –– falei ironizando.


–– lá vem você insistir com esse lance de galinha –– ele revirou os olhos –– dispensei toda e qualquer mulher que eu tivesse alguma coisa até hoje, só pra ficar com você e é isso que eu ganho? –– ele disse cerrando os olhos.


–– não, você ganha um monte de beijinhos –– deitei em cima de e dei um selinho.


–– que droga! –– ele resmungou e eu franzi a testa, confusa –– não acredito que me apaixonei de novo.


–– bobo –– lhe dei um tapinha –– eu também estou apaixonada.


–– por mim, né? –– ele fez uma careta.


–– claro, Bernardo –– eu revirei os olhos de forma divertida.


–– ótimo! –– ele exclamou –– vou logo te apresentar pros meus pais como minha namorada, pra eles serem testemunhas de que você vai me fazer sofrer um dia.


–– namorada, é? –– eu sorri e ele assentiu –– e eu não vou te fazer sofrer. E também não espero que você fala isso comigo –– falei séria.


–– acho que levamos bastante tempo pra decidir assumir isso e estamos preparados pra esse relacionamento –– ele disse me abraçando.


–– relacionamento maduro –– eu completei e me aconcheguei em seus braços –– você já me conhece e sabe que eu não piro por pouca coisa, mas também não quer dizer que eu tenha que aturar coisinhas de adolescente.


–– eu acho que já entendi isso –– ele falou fitando o teto –– aprendi que você não vai correr atrás de mim.


–– exato –– eu sorri e pisquei pra ele.


–– mas fique sabendo que eu vou correr muito atrás de você, por que eu sou um idiota mesmo –– ele deu de ombros e eu gargalhei –– só não pense que eu vou deixar você ficar de conversinha fiada com o Diego ou qualquer outro macho daquela sala ou da empresa, viu? –– ele cerrou os olhos pra mim –– eu sou ciumento e posso lhe deixar sem sexo por uma semana por conta disso.


–– aí que medo! –– eu exclamei enquanto gargalhava.


 


Passamos o resto da madrugada conversando e mal sabíamos como acordar para ir pra aula.


 


[...]


 



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): raquel_gomes

Este autor(a) escreve mais 2 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

Tati narrando.   Depois que o Bernardo saiu do apto para encontrar com a Carla, voltei para o quarto me sentindo bem melhor. Não sei exatamente por que, mas vê-lo feliz me fazia bem. Mesmo que fosse com aquela nojenta. Jamais eu iria que alguém sofresse como eu já sofri em todos os meus relacionamentos anteriores. Deite-me na cama, onde Andr ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 60



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • sharonvondy60 Postado em 13/11/2013 - 07:05:01

    A web Ja acabou Mahri '-' . acho que ela vai respostar em Cilada, Vc vai voltar a acompanhar ?

  • sharonvondy60 Postado em 13/11/2013 - 07:02:03

    Awn Ameiii o FiNal muito Lindo me emocionei ate por tudo ter acabado bem T..T Saudades agora "-"

  • mahri Postado em 12/11/2013 - 14:42:25

    Ela começou a postar cilada,mas perdeu os capítulos aí começou essa web,só que ela ta demorando mt pra acabar

  • sharonvondy60 Postado em 12/11/2013 - 14:29:43

    Cilada . essa Web ta aqui No site ? Menina Vc Sumiu, Vc ta bem pelo menos ? #volta logo.

  • mahri Postado em 10/11/2013 - 02:09:59

    Ei tava lendo a web cilada,só que não consegui ver o final pq deletaram, tem como vc me dizer se a Bah e o Rick ficao juntos?

  • sharonvondy60 Postado em 08/11/2013 - 05:01:44

    Hum, Ta CompLicada a historia Hein : /

  • mahri Postado em 07/11/2013 - 23:48:15

    Nosso Amor e Ódio Eterno... Vício

  • sharonvondy60 Postado em 07/11/2013 - 12:48:11

    Mahri : Kkkk... eu to lendo pela 2 Vez. Realmente a primeira Vez deles Foi Awnn Perfeita ? verdade o liu e um best Mesmo. Quem diria que o mateus ficaria com a beth ? eu gostei . pensei que a paula ficasse com um dos irmaos da larissa . e Eu pensava que o lucio era drogado, mas ja desconfiava que ele lutava por ai mesmo tbb . Ahhh

  • mahri Postado em 06/11/2013 - 00:45:46

    Sharonvondy60: não eu não tenho webs. Eu já li pela 3 vez terminei hj,eu amo o cap da 1 vez deles;não tem como não se apaixona pela web e não amar o Lúcio,fiquei com pena do Alex em relação ao filho,mas ele mereceu. Adoro o Liu um super amigo ele eu tbm adorava as cantadas baratas do Martins kkkkkk

  • sharonvondy60 Postado em 05/11/2013 - 15:05:08

    mahri : Voce tem Webs ?


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.




Nossas redes sociais