Fanfics Brasil - Capitulo 137 Nem sempre o amor pode está certo. 1º Temporada e 2º Temporada

Fanfic: Nem sempre o amor pode está certo. 1º Temporada e 2º Temporada | Tema: web novela


Capítulo: Capitulo 137

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Tati narrando.


 


Depois que o Bernardo saiu do apto para encontrar com a Carla, voltei para o quarto me sentindo bem melhor. Não sei exatamente por que, mas vê-lo feliz me fazia bem. Mesmo que fosse com aquela nojenta. Jamais eu iria que alguém sofresse como eu já sofri em todos os meus relacionamentos anteriores. Deite-me na cama, onde André estava deitado vendo um filme. Aconcheguei-me em seu peitoral e o abracei pela cintura.


–– ta tudo bem mesmo entre vocês? –– ele perguntou me olhando.


–– sim –– eu sorri e ergui a cabeça para olhá-lo –– eu to muito feliz namorando você e quero que ele também seja com a Carla.


–– hum... Pra quem odeia a menina, você está bem tranqüila, né? –– ele ergueu as sobrancelhas.


–– ele gosta dela –– apertei os lábios –– demorou, mas ele se deu conta disso –– dei de ombros –– e no fundo eu não tenho ciúmes deles, já tive quando namorávamos por que eu via como era a troca de olhar deles. A partir de agora que o Bernardo é apenas meu ex, eu tenho que aceitar apenas que ele seja feliz –– suspirei e sorri –– ele e o Fred foram pessoas muito importantes pra mim quando eu vim morar aqui. Vou ser sempre grata e amiga até quando eles quiserem. Você não se importa, né? –– o olhei.


–– claro que não Tati –– ele revirou os olhos –– são teus amigos. Eu nunca vou te proibir ou brigar contigo por você falar com eles. E se for pra rolar algo entre vocês, só espero que você seja honesta a ponto de me contar depois ou terminar antes se tiver balançada –– ele acariciou meu rosto e me deu um beijo na testa.


 


Dei um sorriso largo à ele, me sentindo feliz em relação aquilo. Era tão bom ter uma pessoa ao teu lado que confia em ti. Estava juntos há um mês e não havíamos tido qualquer briga se quer por conta de ciúmes. Da parte dele, por que eu tinha que contar de um até mil cada vez que uma aluna exibida vinha pedir ajuda desnecessária a ele, na academia. E imagine na faculdade. Quero nem pensar nisso. Ficamos trocando carinhos e beijos o filme todo e quando terminou fui até a cozinhar preparar algo.


–– eu deixo você escolher –– falei sentando na cama.


–– cachorro quente? –– ele levantou as sobrancelhas e sorriu.


–– com repolho? –– eu bati palminhas e ele assentiu –– adoro! Você me ajudar? –– perguntei empolgada.


–– você sabe que eu ajudo sempre, né? –– ele pôs os pés para fora da cama e se levantou também.


–– você cozinha melhor do que eu –– dei de ombros enquanto ele caminhava pelo corredor atrás de mim.


–– mas é que você fica sexy cozinhando –– ele disse me abraçando e beijando meu pescoço.


 


Dei um gemido manhoso ao sentir sua língua naquela parte do meu corpo e me contorci toda. Nesse tempo em que estamos juntos nunca havia rolado sexo. Já tínhamos ido um pouco mais além de beijos, mas o ato em si eu estava receosa ainda. Certa vez a Mabi havia me dito que ele era muito bom de cama. Mais do que o Bernardo e o Lucas. E confesso que isso me assustou um pouco. Eu não tinha tanta experiência assim e não queria decepcioná-lo. Chegamos à cozinha e ele me soltou.


–– onde tem salsicha? –– ele perguntou indo até a geladeira.


–– na parte de cima –– falei prendendo meu cabelo no alto da cabeça.


 


Peguei as verduras na parte de baixo enquanto ele punha as salsichas pra cozinhar. Sentou-se a mesa enquanto eu cortava as coisas e ficamos conversando. Quando eu havia terminado de cortar, fui até a pia lavar o que havia sujado. Eu estava de costas à ele, mas percebi que ele me encarava.


–– o que foi? –– me virei de frente a ele, franzindo as sobrancelhas.


–– eu gosto quando você usa o cabelo bagunçado assim –– ele falou com o rosto escorado no braço enquanto me olhava sorrindo.


–– não sei de você tirou que eu fico sexy –– eu revirei os olhos divertida.


–– na academia, quando você está batendo no saco de areia, com toda aquela raiva, suada, com o cabelo bagunçado –– ele falava um sorriso malicioso nos lábios –– eu fico bem... –– ele falou, mas se calou antes de terminar.


–– fala –– eu pedi.


–– deixa pra lá –– ele deu de ombros.


–– não, fala –– pedi novamente e ele balançou a cabeça negativamente.


–– você vai ficar chateada –– ele escorou as costas na cadeira e revirou os olhos, cruzando os braços.


–– eu juro que não vou –– caminhei até ele e me abaixei o beijando no pescoço.


–– se eu continuar dizendo que não vou falar, você vai continuar me beijando assim? –– ele perguntou com um tom de malicia na voz e eu gargalhei.


–– se você disser, você vai ganhar um premio –– o provoquei, falando em seu ouvido.


 


Ele se levantou e pôs uma mão na minha nuca, me puxando para perto dele. Mordiscou minha orelha e pôs uma mão em minha cintura, apertando com força. Agarrou em meus cabelos, inclinando levemente minha cabeça para trás e beijando meu pescoço. Aos poucos os beijos foram ficando mais molhados, já que ele dava leves chupadas. Meu corpo todo estava arrepiado e a cada toque dele, eu estremecia. Depois ele subiu beijando minha mandíbula, face e por fim chegou aos meus lábios. Ele distribuiu selinhos e depois ficou dando várias mordidas de leve que me deixaram mais excitada. Quando cansou de brincar comigo, ele me beijou. Um beijo eloqüente, parecendo que nós não beijávamos há muito tempo. Minhas mãos passeavam por seu peitoral e abdômen de uma forma delicada. Sua outra mão me puxava pela cintura, colando nossos corpos. Aos poucos ele foi me virando e me encostou à mesa da cozinha. Pôs as mãos por dentro da blusa e fora subindo. Deixei que ele tirasse minha blusa e joguei no chão da cozinha. Ele desceu beijando meu pescoço até chegar em meus seios. André passava a língua de leve pelos meus bicos, me deixando arrepiada. Aquilo era praticamente uma tortura. Depois ele desceu a mão para dentro do meu short e pôs por dentro da calcinha. Ao chegarem meu sexo, ele me penetrou com seus dedos, me fazendo gemer. Dei um impulso e sentei sobre a mesa, abrindo as pernas enquanto apoiava as mãos atrás do meu corpo. Ele parou de brincar com meus seios e veio lambendo minha barriga até chegar ao short. Tirou-o junto com a calcinha e voltou mordendo minhas coxas. Mordiscou por um tempo até chegar em minha virilha, onde distribuiu vários beijos. Quando chegou em meu sexo, eu já estava completamente molhada. Ele pôs os dedos em mim ao mesmo tempo em que sua língua passava pela aquela região. Quando me dei por satisfeita, o puxei para cima, que logo juntou nossos corpos em um beijo quente. Minha mão já fora invadindo sua cueca e tirando seu membro pra fora. Antes de descer sua bermuda, ele tirou a carteira do bolso e um preservativo de dentro dela. Eu tomei de sua mão e pus em seu sexo. Dei um gemido alto quando ele me penetrou com um pouco mais de força e delirei quando ele diminuiu o ritmo, pondo bem devagar. Suas mãos apertavam a parte externa de minhas coxas e seu olhar estava fixo em nossos sexos. Eu tinha o corpo inclinado para trás e as mãos apoiadas sobre a mesa. Poderia me senti até um pouco constrangida com isso, mas pelo contrario, passei a fazer o mesmo que ele e fiquei mais excitada. Em seguida ele pôs a boca em meu pescoço e distribuiu beijos por ali. Nossas respirações estavam ofegantes e tanto eu quanto ele falávamos coisas sem nexo. De repente as suas mãos escorregaram para meu bumbum e ele me puxou com rapidez para perto dele. Deixei que meu corpo se deitasse sobre a mesa e ele se inclinou sobre mim, pondo a boca em meus seios. Minhas pernas, eu entrelacei na cintura dele, o puxando mais para perto de mim. Ele foi aumentando os movimentos aos poucos e meus gemidos foram ficando mais altos. Em pouco tempo eu cheguei ao orgasmo, me contorcendo toda. Ele segurou em meu tronco e ergueu, me sentando a mesa. Depois me puxou ela cintura, me fazendo descer na mesa e me virando de costas. Pôs meus cabelos para o lado e passou a beijar meu pescoço, me deixando arrepiada. Suas mãos rodearam minhas cintura e novamente ele me penetrou. Dessa vez ele colocava devagar, com calma e lentidão, me deixando excitada novamente. Sua mão escorregou pelo meu corpo, acariciando até alcançar meu sexo. Seus dedos se movimentaram em meu clitóris e aos poucos eu fui abrindo mais as pernas e me rendendo ao prazer. Logo ele chegou ao orgasmo, me agarrando com mais força para trás. Vi seu corpo se arrepiar e dei um sorriso, me virando de frente a ele, que me beijou. Sem eu se quer imaginar, ele se abaixou e voltou pôr a boca em meu sexo, me fazendo sexo oral e me dando outro orgasmo. Deixei meu corpo cair sobre a mesa da cozinha e ele deitou com a cabeça em meu ombro. Ficamos ofegantes por um tempo e depois ele ergueu a cabeça para me olhar.


–– acho que me empolguei demais –– ele riu enquanto sua respiração quente estava em meu pescoço –– esqueci até do romantismo.


–– não tem problema –– falei fechando os olhos e ofegante –– se for sempre assim, não precisa ser romântico. Não deu tempo nem de sentir falta disso.


–– foi gostoso –– ele disse ainda rindo de mim.


–– muito, muito mesmo –– falei suspirando e logo ele me beijou.


–– podemos... –– ele começou a falar.


–– podemos! –– respondi de imediato e ele riu alto –– podemos o que você quiser –– falei constrangida agora pela minha excitação.


–– eu ia sugerir um banho –– ele se levantou.


–– e eu já aceitei –– falei tentando brincar.


 


[...]


 


Alguns meses depois.


 


Bernardo narrando


 


Já estava quase no fim do ano, semestre na faculdade acabando, entraríamos de férias do estágio, que ia muito bem por sinal e meu namoro com a Carla estava mais sério do que eu imaginei. Quase nunca brigávamos, alias, ela quase nunca brigava comigo, por que eu sempre dava umas crises de ciúmes ou pela falta dele. Quando ela dizia que não era como as adolescentes que eu estava acostumado a pegar, ela tinha razão. Ignorávamos algumas coisas para evitar brigas, como alguns caras que dava em cima dela e eu queria ir tirar satisfação ou quando íamos para balada e a Suzana ficava de longe me olhando e me provocando. A Carla me beliscava ou me dava cutucões e eu já ficava na minha. Era novembro e meus pais iam comemorar o aniversário de casamento deles em um jantar lá em casa. Fora os amigos da clinica e alguns poucos parentes, só iriam os amigos do condomínio. E isso implicaria em reencontrar todos os meus amigos de lá, inclusive Lucas e Mabi. Fiquei sabendo pela Tati, que eles haviam terminado, pois o Lucas havia beijado uma garota em uma festa da faculdade, depois de descobrir que a Mabi havia ficado comigo. Com certeza ele bebeu todas e fez isso só pra se vingar, mas depois ficou arrependido e os dois voltaram.


 


Eu me arrumei e liguei para a Carla, perguntando se ela estava pronta. Saí do apto, a peguei e fomos direto para o condomínio. Era domingo em torno de onze da manhã quando chegamos lá. Havia  vários carros espalhados pelas calçadas e bem na entrada eu avistei os meninos conversando e bebendo cerveja. Entrei de mãos dadas com a Carla e todos os olhares se voltaram para nós. O Felipe e o Rapha apertaram os lábios, contendo o riso, que com certeza queriam soltar ao me ver com a Carla. Eu me aproximei deles e fiz um cumprimento com as mãos em cada um. Já com o Lucas apenas nos olhamos e acenamos com a cabeça. Provavelmente todos os meninos já sabiam sobre o que havia acontecido. Apresentei a Carla novamente para eles, mas dessa vez como minha namorada e por incrível que pareça, o Lucas a cumprimentou simpaticamente. E olha que poucas foram às vezes que eles se falaram na faculdade. Aposto que foi só pra não ter que ficar na mesma rodinha que eu. Eles engataram em um papo sobre estudos e eu me virei para os meninos.


–– e aí –– falei sorrindo e eles riram.


–– eu disse... –– o Felipe falou olhando para a Carla –– tu é muito filho da mãe.


–– fazer o que se ela laçou meu coraçãozinho frágil –– dei de ombros.


–– não sei o que ta acontecendo –– o caio disse franzindo a testa.


–– a última vez que o Bernardo veio aqui, nós dissemos que ele tava a afim da Carla e ele negou insistentemente –– o Rapha respondeu.


–– tínhamos razão –– Felipe falou cheio de si –– mas você não traiu a Tati, não né? –– ele cerrou os olhos.


–– claro que não Felipe –– eu revirei os olhos –– nós acertamos meses depois do término com a Tati. To muito feliz com a Carla. Ela tem juízo por mim e por ela –– eu ri.


–– que bom que você acertou dessa vez –– Rapha sorriu.


–– se não fosse a merda que você acabou fazendo com o Lucas, poderíamos voltar como éramos antes –– o caio falou com aquela sinceridade que só ele tem.


–– a culpa não foi exclusivamente dele –– o Felipe disse olhando sério para o caio –– se a Mabi não quisesse, não teria cedido.


–– mas o Bernardo sabe muito bem que ela cede na hora que ele quiser –– o Rapha falou irônico.


–– Mabi pra mim é passado –– falei sério –– foi algo desnecessário o que aconteceu. Dessa vez eu tive consciência de que preciso ficar longe mesmo. Esse lance de amizade não dá muito certo –– falei com pesar.


–– você tem razão –– Felipe concordou –– foi uma noite que abalou com o namoro deles e deixou vocês três sofrendo à toa, até por que não deu em nada.


–– aí gente, chega desse assunto –– o caio disse interrompendo o assunto.


–– realmente, preciso achar meus pais –– falei olhando para dentro de casa –– depois eu volto aqui.


 


Sorri para eles e fui até a Carla.


–– amor, vamos procurar meus pais? –– perguntei parando atrás dela.


–– tudo bem –– ela me olhou e sorriu para Lucas –– depois continuamos a conversa.


–– ta bom. Tchau Carla –– ele disse para ela e virou-se indo até os meninos.


–– é, ele realmente me odeia –– eu suspirei.


–– acho correta a posição dele –– ela me disse de olhos cerrados –– você foi um cafajeste com o teu amigo.


–– eu sei que mereço... –– falei chateado e a abracei de lado, entrando em casa –– sempre dou um jeito de fazer uma merda e estragar a vida da Mabi.


–– espero que você tenha aprendido a lição –– ela me olhou séria –– e que pense muito bem antes de fazer qualquer outra merda. Até por que você não magoa só a si, você envolve muitas pessoas e eu não quero estar inclusa dentro disso.


–– não vou fazer –– a abracei mais forte –– eu prometo que não.


 


Entramos em casa e eu procurei meu pais. Fomos até eles, abracei os dois e depois cumprimentaram a Carla, já que  já tinha sido apresentados algum tempo atrás. Cumprimentei os pais de todos os meus amigos que estavam ali e fomos nos sentar. Ficamos conversando e namorando até o Diego chegar de mãos dadas com a Suzana. A Carla olhou para a porta e revirou os olhos. Já eu o fechei e pus a cabeça pra trás, pensando que teria problemas naquele almoço. Mas pelo contrario, até então estava sendo tudo tranqüilo. O almoço foi servido, meus pais discursaram sobre o casamento deles, alguns amigos falaram e depois jogaram a bola para mim, que disse poucas coisas. A sobremesa foi servida e eu fui até a mesa para pegar mais um pouco para a Carla que estava em uma roda conversando com a Carol, Diego e o Felipe. Servir o prato dela e antes de sair a Suzana parou ao meu lado. Ela estava com um vestido florido, bonito e pasmem, nem tão decotado ou curto, mas deixava sua silhueta em evidencia, como sempre. Eu me abstive em olhar, apenas de relance.


–– oi Bê –– ela falou manhosa parando ao meu lado.


–– oi Suzana –– eu sorri para ela e vi a Carla olhando para nós de onde ela estava.


–– como você ta? –– ela jogou os cabelos para frente, se insinuando para mim.


–– eu to ótimo. Agora me dá licença que eu vou levar isso para minha namorada –– falei sorrindo.


–– ta certo –– ela sorriu amarelo e olhou para trás, olhando para Carla –– pelo visto seu namoro está bem, né? –– ela sorriu cínica, mas eu não respondi.


–– ah –– falei dando a volta e olhando para ela –– me chama de Bernardo, por que a Carla não gosta que eu tenha intimidade com outras mulheres, ta? –– sorri e fui caminhando até a Carla, lhe entregando o prato.


–– o que ela queria? –– Carla perguntou séria.


–– saber como eu estava –– falei com desdém.


–– interessada, ela né? –– Carla ergueu a sobrancelha –– e sim, eu fico com ciúmes dela, mas não vou brigar com você por isso.


–– eu nem respondi direito a ela –– eu ergui as duas mãos –– alias, vou dar a respostas que ela pediu.


 


A Carla me olhou confusa e eu lhe dei um beijo daqueles, que chamou atenção do pessoa que estava ao nosso redor conversando. Quando a festa estava para acabar, fui até a cozinha ajudar a senhora que estava limpando. Levei alguns pratos que estavam espalhados e logo na porta topei com a Mabi.


–– opa, desculpa –– falei sorrindo de lado ao ver quem era.


–– desculpa, eu estava distraída –– ela disse sem graça.


–– sem problemas –– dei de ombros –– ér... Como você está? –– perguntei desconfiado.


–– to bem e você? –– ela me olhou e depois olhou para trás.


–– também. To ótimo –– eu sorri –– se não quiser falar comigo por causa do Lucas, eu vou entender –– falei abaixando a cabeça.


–– é, ele realmente ficou muito magoado. Mais comigo do que contigo, mas enfim... –– ela deu de ombros.


–– erramos juntos –– eu falei interrompendo-a –– eu que fiz mais feio ainda por saber que você está junto de um amigo meu e mesmo assim fui atrás de você.


–– mas eu cedi –– ela suspirou –– ok, não quero mais falar nisso.


–– ok –– eu sorri e passei a mão no cabelo bagunçando-o.


 


Ela sorriu e virou-se de costas pra sair. Eu a segui e parei atrás dela quando ela encontrou o Lucas.


–– fale –– Lucas franziu a testa pra mim.


–– posso falar com os dois em particular? –– eu pedi e eles se entreolharam e assentiram.


 


Caminhamos para fora de casa e nos encostamos-nos ao muro da casa da Mabi. Fiquei de frente a eles e suspirei forte.


–– então, eu sei que pedir desculpas não vai fazer voltar o tempo, muito menos apagar as mágoas que eu causei em vocês, mas mesmo assim eu vim aqui mais uma vez me redimir dos meus erros. –– eu os olhei e Lucas mantinha a face rígida –– não estou pedindo que vocês me perdoem ou voltem a ser meus amigos. Só quero que dar uma explicação. O Lucas me deu um voto de confiança depois do que havia acontecido ano passado e eu voltei a errar, mas queria propor que superemos o que aconteceu.


–– superar? –– Lucas perguntou rindo irônico.


–– Lucas –– eu sussurrei –– você sabe que eu amava a Mabi desde criança. Ela foi meu primeiro tudo e aí ela sumiu, voltou e depois de tanta confusão, te conheceu. Imagina o quanto isso tenha doído em mim –– suspirei.


–– isso não justifica você tê-la beijado novamente –– Lucas balançou a cabeça negativamente –– do mesmo jeito que não justificou o fato de ela ter cedido a você.


–– não justifica. Eu sei –– concordei –– só que mesmo eu namorando a Tati ou estando com a Suzana, eu ainda amava a Mabi. Naquele dia que nos beijamos, eu estava confuso, me sentindo frágil e então o sentimento veio à tona, me fazendo fazer aquela besteira –– falei com pesar –– eu imagino o quão foi difícil pra vocês ficarem juntos, pra eu vim e estragar tudo de novo.


–– era justamente esse medo que eu tinha dessa amizade de vocês –– Lucas falou seco –– de vocês sentirem saudades um do outro. Esse lance de vocês não vai acabar tão cedo, então só o que eu peço, é que me respeite e respeite a Carla, agora.


–– Lucas, eu não tenho duvidas nenhuma do amor que eu sinto por ti –– Mabi falou depois de tanto tempo calada –– como o Bernardo disse, foi um momento de fraqueza e ponto. Da minha parte não vai rolar mais nem essa amizade toda que tinha antes. Não tem como –– ela me olhou.


–– concordo –– falei de imediato –– e agora eu encontrei alguém que parece ser o que faltava na minha vida –– dei um sorriso –– era isso que faltava. Alguém que me entendesse, me ajudasse, me fizesse crescer e superar esse amor pela Mabi. Claro que um carinho sempre vai existir por tudo que passamos, mas agora é somente com a Carla que eu quero ficar e torço bastante para que nada mais atrapalhe o amor de vocês. Vocês merecem –– suspirei forte e sorri de lado –– e que um dia vocês me perdoem, né?


–– eu não tenho magoas de você –– a Mabi falou me olhando sério.


–– obrigado –– sorri pra ela –– então, era isso. Agora vou voltar lá pra sala e deixar vocês à sós.


 


Virei de costas e sai andando pela calçada quando o Lucas me chamou. Parei e o olhei. Ele caminhou até mim e me deu um abraço.


–– eu ainda estou chateado com você –– ele disse me abraçando –– mas também quero que você seja feliz. Eu vou tentar ser –– ele sorriu fraco.


–– ela é a mulher da tua vida e não da minha –– falei olhando para Mabi –– cuide bem dela.


–– cuidarei –– ele sorriu de volta.


 


[...]


 


Quatro anos haviam se passado. Eu e a Carla havíamos formado e trabalhávamos na mesma empresa que estagiamos. Com a diferença que agora éramos engenheiros e recebíamos muito bem. Estávamos juntando dinheiro para abrir uma empresa juntos, mas talvez ainda levasse mais um ano. Com um ano de namoro, eu decidi sair do apto em que eu morava até então com a Tati, e fui morar com a Carla. Claro que passamos a dividir as despesas de tudo lá. Acabei comprando uma moto pra mim, pois vira e mexe ela ficava com meu carro, já que eu não queria que ela corresse perigo na moto. A Tati continuou morando sozinha no apto, mas mal aparecia ali. Ela passava a maior parte do tempo com o Andre e eu passava com a Carla, então o apto estava ficando abandonado. E aquele lugar era pequeno para dois casais conviver. Até por que eu não engolia o André e a Tati não engolia a Carla. E claro, todos os sentimentos eram recíprocos. E sem contar que, vai que o André se apaixona pela Carla, né? Vai saber... Ele adora pegar minhas ex. Enfim... O meu relógio de pulso marcava dezenove horas em ponto. Passei um gel no cabelo e arrumei minha roupa. Olhei no espelho e dei um sorriso. Eu conseguia ficar mais gato do que eu já era. Desci para o estacionamento, peguei meu carro e dirigir para meu destino. Minha mãe já havia ligado duzentas vezes para me encher o saco e agora eu não atendia mais. Estacionei o carro onde tinha vaga disponível e desliguei o mesmo. Encostei a cabeça no banco e fiquei lembrando-me dos acontecimentos de quase cinco anos atrás. Após um tempo desci do carro sorrindo e caminhei até a entrada onde minha estava. Ela me abraçou e ficamos conversando um pouco. Sem muito atraso meu pai veio nos chamar. Posicionamo-nos à frente da porta e logo ela se abriu. Eu entrei de braço dado com minha mãe seguidos dos padrinhos, madrinhas e daminha de honra e pajem. Ao chegar ao altar, olhei cada um deles ali. O Felipe tinha o cabelo curto há alguns anos e usava uma barba rala. Só queria ser homenzinho, ainda mais agora que ele e a Carol estavam noivos, mas já moravam juntos há pelo menos dois anos. Ele era um jornalista até conhecido em nossa cidade, já que era diretor de um jornal local. Ao seu lado estava o caio com aquela mesma cara de moleque. Ele também havia se formado em jornalismo e fazia cobertura de jogos para uma revista esportiva. O Rapha estava ao lado de Lucas. Os dois estavam sérios e me olhavam com firmeza. Talvez estivessem um pouco mais tenso do que eu. O Rapha era dentista e trabalhava em uma clinica de ortodontia. E o Lucas havia se formado em direito, já tinha sido aprovado nas duas fases da OAB e agora estudava feito um condenado para ser delegado, além de ser concursado publico federal, recebendo um salário altíssimo. Ele era o que estava melhor de vida, mas convenhamos, ele tinha uma família pra sustentar. Sabe minha dama de honra e meu pajem? Eram filhos gêmeos dele e com a Mabi, que inclusive estava lindíssima em um vestido longo azul claro do outro lado do altar. Seu sorriso para mim era largo e seus olhos estavam cheios de lágrimas. Seus filhos já estavam com dois anos e corriam de um lado para o outro da igreja, deixando a mãe dela e a Marta doidas atrás dos netos. Assim que descobriram a gravidez, eles se casaram em uma cerimônia lindíssima, com direito até a choro do Lucas no altar e risos da geral que assistia. A Mabi não tinha se formado em mecatrônica ainda, pois parou um semestre por conta da gestação difícil que teve por serem duas crianças. Depois que nasceram ela ficou mais seis meses de licença maternidade e só então voltou para terminar seu curso. Ela trabalha na divisão de robótica de uma empresa multinacional junto com o Diego, que trabalha especificamente na área de montagem de carros. A Carol estava ao seu lado, segurando em sua mão e tal qual emocionada. Ela exibia um anel caríssimo que o Felipe havia lhe dado no noivado. Agora ela usava cabelo curtos, na altura dos ombros e tinha mechas loiras. Diferente daquela garota de dezessete anos que adorava farra, Carol era empresária do ramos de marketing. Havia passado em um concurso publico nessa área e tinha um bom cargo. Débora não era muito diferente dela, pois também era profissional de Marketing, só que em uma empresa privada. Fisicamente ela continuava com os cabelos lisos, medianos e escuros. Magrinha como sempre foi, com uma pequena diferença. A sua circunferência abdominal estava maior, já que ali dentro havia um moleque em uma gravidez de cinco meses. Segundo o Caio, iriam se casar na igreja quando o menino nascesse, por que no cartório eles haviam se casado em uma cerimônia simples. Menorzinha e ainda ruiva, estava a Karen junto com elas. Ela não era maior de vinte e um anos ainda e morava com os pais. Fazia faculdade de psicologia e mantinha o namoro super sério com o Rapha. Assim que parei ao altar, meu coração parecia que iria sair pela boca. Eu olhava para todos ali me olhando. Minha família, a família da Carla, amigos, pessoas do trabalho, até a Tatiana estava ali sorrindo pra mim. Seu relacionamento com o André não estava tão bem, já que depois de formar em fisioterapia, ele havia ido trabalhar com uma equipe de luta. Era o que ele gostava. E então vivia viajando com lutadores para fazer recuperação e afins. Ele e a Tati estavam juntos, mas pouco se viam. A marcha nupcial tocou e as portas se abriram. Ela vinha linda em um vestido tomara que caia. Seus cabelos estavam em um penteado em que caiam apenas algumas mechas cacheadas e sua maquiagem impecavelmente perfeita. Meus olhos encheram- se de lágrimas e eu olhei para o Lucas que ria de mim, já que eu havia rido dele em seu casamento. O pai dela a entregou para mim e eu beijei sua mão. Passamos a cerimônia toda sorrindo para o outro enquanto ela chorava. Eu segurei o quanto eu pude, mas na hora de ouvir o “SIM” dela, eu não resisti. Abaixei a cabeça e pus as mãos nos olhos limpando as lágrimas que escorriam enquanto ela sorria pra mim e os meus padrinhos caçoavam. Demos o beijo final, assinamos os papeis e entramos no carro cheios de arroz sobre nós.


 


A festa foi ótima. Estavam todos ali. Meus pais, parentes, da Carla também, os amigos dela de outra cidade, o pessoal do condomínio, os da empresa, da faculdade e a turma do condomínio. Menos o Fred. Esse eu tinha perdido o contato totalmente. Assim como a Suzana. Saímos do salão de festas já quase amanhecendo e nem dormimos. Claro. Não iria perder essa oportunidade. Logo cedo embarcamos para nossa lua de mel, que eu ganhei dos meus pais.


 


E assim nossa vida se seguiu. Eu sou feliz com a Carla. Muito feliz por todos esses anos que estivemos namorando e quero ser mais ainda agora que estamos prontos para constituir uma família. E pra você ver, foi tanta coisa que eu precisei passar pra poder aprender e ser quem eu sou hoje. Algo que dificilmente aceitamos é por que toda e qualquer pessoa passa por qualquer tipo de sofrimento que seja. Hoje eu sei que isso serve pra mostrar o quão podemos ser feliz quando queremos. Se algo não deu certo, é por que não era pra ser. Pelo menos não naquele momento. Há alguns anos atrás eu juro que nunca pensaria em conhecer uma mulher que mudaria minha vida e faria eu amá-la mais do que a minha ex, que hoje era muito feliz com um dos meus amigos. E sabe o que é mais difícil de acreditar? Que todos nós havíamos crescidos, que não podíamos mais passar a madrugada bebendo na balada, pois no dia seguinte tínhamos trabalho. Nem pegar todas para se sentir bem, pois apenas uma mulher era suficiente para fazer nossa vida feliz. As poucas coisas que continuavam era nosso futebol sagrado no condomínio e sentar para beber cerveja e jogar conversa fora. Só que agora era na casa de alguém do grupo com as mulheres e filhos. Filhos pelos quais eu e a Carla planejávamos ter. Estávamos tentando todos dias. E noites também. E eu tava adorando aquilo. 


     


                                    FIM.


 


       AGRADECIMENTOS:


 


    Quero agradecer a todos que favoritarão e comentarão a web, espero que tejem gostado u-u 



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Autor(a): raquel_gomes

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 60



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  • sharonvondy60 Postado em 13/11/2013 - 07:05:01

    A web Ja acabou Mahri '-' . acho que ela vai respostar em Cilada, Vc vai voltar a acompanhar ?

  • sharonvondy60 Postado em 13/11/2013 - 07:02:03

    Awn Ameiii o FiNal muito Lindo me emocionei ate por tudo ter acabado bem T..T Saudades agora "-"

  • mahri Postado em 12/11/2013 - 14:42:25

    Ela começou a postar cilada,mas perdeu os capítulos aí começou essa web,só que ela ta demorando mt pra acabar

  • sharonvondy60 Postado em 12/11/2013 - 14:29:43

    Cilada . essa Web ta aqui No site ? Menina Vc Sumiu, Vc ta bem pelo menos ? #volta logo.

  • mahri Postado em 10/11/2013 - 02:09:59

    Ei tava lendo a web cilada,só que não consegui ver o final pq deletaram, tem como vc me dizer se a Bah e o Rick ficao juntos?

  • sharonvondy60 Postado em 08/11/2013 - 05:01:44

    Hum, Ta CompLicada a historia Hein : /

  • mahri Postado em 07/11/2013 - 23:48:15

    Nosso Amor e Ódio Eterno... Vício

  • sharonvondy60 Postado em 07/11/2013 - 12:48:11

    Mahri : Kkkk... eu to lendo pela 2 Vez. Realmente a primeira Vez deles Foi Awnn Perfeita ? verdade o liu e um best Mesmo. Quem diria que o mateus ficaria com a beth ? eu gostei . pensei que a paula ficasse com um dos irmaos da larissa . e Eu pensava que o lucio era drogado, mas ja desconfiava que ele lutava por ai mesmo tbb . Ahhh

  • mahri Postado em 06/11/2013 - 00:45:46

    Sharonvondy60: não eu não tenho webs. Eu já li pela 3 vez terminei hj,eu amo o cap da 1 vez deles;não tem como não se apaixona pela web e não amar o Lúcio,fiquei com pena do Alex em relação ao filho,mas ele mereceu. Adoro o Liu um super amigo ele eu tbm adorava as cantadas baratas do Martins kkkkkk

  • sharonvondy60 Postado em 05/11/2013 - 15:05:08

    mahri : Voce tem Webs ?


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