Fanfic: Nem sempre o amor pode está certo. 1º Temporada e 2º Temporada | Tema: web novela
– FELIPE NARRANDO –
– não acredito que a Mabi fez isso – eu falei enquanto tentava abrir a porta.
– relaxa! – a Carol disse distraída no notebook – já ela volta.
– o que você está fazendo? – perguntei olhando por cima de seus ombros.
Ela teclava com o Rodrigo no MSN
– eca! Você ainda está com esse pirralho?
– não se intromete na minha vida Felipe, faz esse favor? – ela pediu brava.
– ow Carol qual o teu problema, hein?! Só me dá patada.
– você Felipe, você é meu maior problema! – ela disse grossa.
– ué, o que eu fiz cara? Sério, velho, me diz o que eu fiz – eu disse virando sua cadeira de frente pra mim.
Ela cruzou os braços e as pernas e eu não pude deixar de olhá–las, ela vestia um short curto, que provavelmente era da Mabi.
– pra começar você existe! E depois, que idéia idiota se fingir de bêbado e zoar com a minha cara, né?!
– eu não fingi nada Carolina, ta doida? – eu menti.
– ah ta marreco! Claro que você fingiu Felipe. Você não estava totalmente bêbado, a Mabi me disse que você se lembrou de algumas coisas.
– tanto faz – me dei por vencido – de que adiantou?
– como de que adiantou? Era verdade então? Você não estava bêbado! – ela me olhou assustada – qual a tua intenção, hein?!
– não sei – dei de ombros.
– argh! – ela gritou – você me tira do sério!
Ela se levantou da cadeira do computador, fechou a tela do notebook e se jogou na cama. Sentei no canto da cama e fiquei a olhando.
– o que? – ela perguntou.
– nada, to só te olhando – sorri.
– aff – ela revirou os olhos.
– porque você não gostou de saber que eu gosto de você? – perguntei a ela de supetão.
– quem disse que eu não gostei?
– me tratou mal a partir de então.
– só não gostei de saber daquele jeito. Não acredito em você.
– e em que acredita? – perguntei.
– que você fez aquilo pra eu não ficar com Rodrigo ou talvez por raiva de eu ter beijado o Caio.
– nem me lembre dessa cena deplorável. Era pra eu ter quebrado a cara do Caio, pena não ter condições no momento.
– você acertou o olho dele, lembra? – ela ergueu uma sobrancelha.
– ah é. Vi o roxo. Porque ficou com ele?
– que diferença faz?
– ué, do nada vocês se beijaram, achei estranho, pensei que você... – não terminei a frase, era bobagem pensar aquilo.
– fala – ela pediu.
– bobagem – dei de ombros.
– quero saber mesmo sendo “bobagem” – ela fez aspas com os dedos.
– ah, pensei que você gostasse de mim – falei em um tom mais baixo esperando que ela me ignorasse.
Ela se calou por um instante.
– você não é alguém que se possa levar a sério Felipe. Não importa o que eu sinto.
– claro que importa Carol. Se você gosta de mim e eu de você, não temos porque ficar separados – eu disse sem acreditar que havia dito aquilo, pela primeira vez eu queria namorar uma garota.
– você está supondo que... – ela não concluiu a frase.
– você quer namorar comigo? – eu disse me deitando ao seu lado na cama.
Ela ficou me encarando, parecia assustada, não respondeu de imediato.
– fala alguma coisa Carol, o que aconteceu? Ta pensando? Ta rindo por dentro?
Ela então se aproximou de mim, me segurou na face e me beijou calmamente. Por aqueles instantes me senti o homem mais feliz do mundo, nunca pensei passar por essa sensação. Era gostosa. Terminamos o beijo e voltamos a nos encararmos. Ela então se levantou da cama, foi até a porta, forçou a maçaneta novamente e se sentou à mesa, abrindo o notebook. Voltou a teclar no MSN.
– ta tudo bem Carol? – eu perguntei ainda deitado na cama.
– ta sim – ela respondeu naturalmente.
– esse beijo foi algum tipo de resposta? – perguntei desconfiado.
– resposta pra que?
– do que eu lhe pedi – respondi em tom de obvio.
– ah, era sério?
– claro que era Carolina – respondi impaciente, ela realmente me irritou com essa atitude – achou que eu estivesse brincando?
– achei que você estava blefando apenas pra me beijar – ela deu de ombros.
Levantei-me da cama e me pus atrás dela, virei a cadeira, a deixando de frente pra mim, abaixei meu tronco e fiquei cara a cara com ela.
– ta me achando com cara de moleque? To falando sério contigo – falei sério, fiz uma pausa e respirei fundo – eu estou apaixonado por você e quero que você seja minha namorada. To pedindo muito?
Ela riu. Riu na minha cara.
– Felipe, você diz isso e daqui 5 minutos está olhando pro primeiro rabo de saia que passa na sua frente.
Fechei os olhos e respirei fundo, ela tava brincando com a minha cara?
– beleza! O que você quer que eu faça? Vai, me diga, pede, fala. Eu faço o que você quiser pra lhe provar que quero algo sério com você.
– isso é de verdade? – ela disse se levantando e ficando na minha frente.
– é. Nunca falei nada parecido pra uma garota. To aqui me humilhando pra você, por você e você brincando com a minha cara – eu pensei alto.
– tudo bem. Então eu duvido você ficar sem pegar ninguém por essa semana, dois finais de semana. E se eu descobrir que pegou escondido, eu te mato!
– tudo bem, mas você vai ficar comigo pelo menos?
– claro que não. Já combinei com o Rodrigo.
Eu dei uma gargalhada.
– ta me achando com cara de corno, Carolina? Eu fico na seca e você sai dando pra todo mundo da escola.
Ela me deu um tapa na cara.
– eu não saio dando pra todo mundo. Eu vou pra cama de quem eu quiser, sou solteira, não preciso dar satisfação pra ninguém.
– eu não quis dizer isso pow... – tentei me desculpar, o tapa realmente havia doído.
– mas é bom saber que é isso que você pensa de mim – ela disse furiosa.
Ouvimos alguém bater na porta. Corremos pra lá, gritamos, era a mamãe, ela foi e girou a chave, que provavelmente estava na porta ainda e abriu.
– o que está acontecendo aqui? – ela perguntou.
– a Mabi nos trancou aqui mãe.
– obrigada tia Marta, tenho que ir – ela deu um beijo em minha mãe e foi descendo.
– eu te levo Carol – eu ofereci.
– não precisa, pego táxi.
E desceu correndo as escadas. Voltei ao quarto e o notebook estava aberto, inclusive seu MSN. Olhei a janela do Rodrigo e ela dizia que não podia sair com ele porque estava a fim de outro cara. Não sabia se ficava feliz ou triste. Mas tive uma sensação de vitória, só não podia estragar tudo com ela agora.
– MABI NARRANDO –
Fomos pra casa dele, ele pôs o carro na garagem e entramos.
– não tem ninguém em casa? – perguntei subindo as escadas.
– não. Só nós.
– hum... Cadê a tia Paula e o tio Luiz?
– na clinica né Mabi. Eles só não trabalham dia de domingo e quando não estão de plantão.
– ah sim.
Chegamos ao seu quarto e eu sentei na cama.
– o que quer fazer? – ele perguntou tirando a blusa.
– sei lá, tem filme aí?
– têm, já pego. Vou tomar um banho, quer vir?
– não – eu dei um leve sorriso o olhando.
Ele tirou a bermuda jeans e ficou só de cueca box.
– tudo bem, então espera que eu já volto.
Ele foi pro banheiro e eu ouvi o chuveiro ligando. Sentei-me à mesa do PC e liguei o monitor. O MSN dele estava aberto, tinha umas janelas piscando. Segurei-me pra não olhar nenhuma, mas no fim não resisti. Abri uma por uma. Tinha umas gurias lá da escola, mas nenhum papo demais, só como foi o acampamento e tal. Outros guris perguntando sobre futebol e os times que iriam formar pra jogar. Mas tinham duas janelas que me chamaram atenção, uma era da Nat e outra da Mirela. Fiquei na duvida em qual abrir, em um impulso abri da Mirela.
Não tinha nada demais também, ela só perguntando como ele estava e ele sendo educado com ela, dizendo que agora estava namorando e tudo mais, cortando ela legal. Fiquei toda feliz, pelo menos fiel ele estava tentando ser. Nessa hora ouvi ele desligando o chuveiro, abri rápido a janela da Nat e tinha assim:
Nat S2 Lcs diz:
Minha vontade é de quebrar a cara dela ¬¬
Bernardo 8) diz:
Ei, ei, deixe–a em paz. Você me prometeu que quando conseguisse ficar com ele, sumiria...
Nat S2 Lcs diz:
Taaa, mas dá um jeito nela, não quero ela por perto do meu bebê.
Bernardo 8) diz:
Afff Natasha, então fica de boca calada, quer estragar tudo? Segura teu macho aí que é. Sabe fazer isso não é?
Nessa hora a porta do banheiro se abriu, em um impulso abri o navegador e fingi estar no Orkut.
– fazendo o que amor? – ele perguntou só de toalha.
– vendo o Orkut – eu tentei sorri.
– o meu? Ta me vigiando é? – ele perguntou sorrindo.
Eu olhei pro navegador e o Orkut que estava aberto era o dele, fiquei toda desconcertada.
– é, to vendo se não tem nenhuma gatinha dando em cima de você.
– a única gata que eu tenho é você – ele disse me abraçando por trás e beijando meu pescoço – vem cá – ele me puxou pra cama.
Deitou-se e eu deitei ao seu lado, com a cabeça no braço dele. Fiquei pensando em todo momento sobre o que eu havia lido, mas fiquei com receio de perguntar e ele achar que eu estava mexendo em suas coisas. Tentei esquecer o assunto, até perceber que ele estava apenas de toalha ao meu lado.
– melhor você se vestir, se a tia Paula chega ai, pega mal.
– não se preocupe que meus pais vão demorar a chegar e eu não estou fazendo nada demais com você, somos namorados agora.
– eu sei Bê, mas se veste, vai.
– affff Mabi, ta – ele se levantou impaciente.
Abriu o guarda roupa e pôs uma cueca box por de baixo da toalha e depois um short de elástico na cintura. Voltou pra cama comigo.
– melhor?
– sim – eu disse sorrindo.
Ele então se virou de frente pra mim e me beijou, segurando em minha cintura. Ficamos até à noite assim, deitados vendo filme e nos beijando. Apesar de estar tudo maravilhoso, eu sentia falta mesmo era do Lucas, gostava do Bernardo, mas trocaria sem nem pensar duas vezes esses momentos por momentos com o Lucas. Fiquei viajando no meu pensamento até ele me interromper.
– o que ta pensando?
– ah, nada – sorri fraco.
– em mim que não é, né?
– não to pensando em alguém Bernardo, to pensando ainda no que a Nat disse hoje na escola.
Percebi que ele ficou desconcertado.
– você está mentindo pra mim Bê, me conta logo a verdade – eu disse séria.
– não estou não amor, é sério, não sei do que a Nat estava falando.
Levantei-me e fui até o PC, liguei a tela e abri a janela da Nat.
– o que significa isso?
Ele levantou da cama em um pulo e pôs o dedo no botão de desligar do PC
– Bernardo! – eu o adverti – vai negar agora também? Não adiantou nada ter desligado, eu já havia lido.
– deu pra mexer nas minhas coisas agora Mabi? – ele disse bravo.
– e você deu pra manipular minha vida agora Bernardo?
A discussão foi interrompida pela campainha tocando.
– deve ser os moleques – ele disse se afastando.
– ah claro, eles também pulam o muro daqui em vez de tocar o interfone? – perguntei irritada.
– sim, por quê? – ele respondeu naturalmente.
– eles sempre faziam isso na casa do Lu – eu disse distraída.
O Bê parou na porta e ficou me olhando feio.
– o que foi? – perguntei estranhando o olhar dele.
– o que foi Mabi?! O que foi que agora você ta namorando comigo, para de pensar do Lucas, por favor?
– desculpa Bê. Foi involuntário.
– e dá pra chamá–lo pelo nome? E não de “Lu” – ele fez aspas com as mãos.
– taaa chatinho. Abre lá pros meninos.
– vem comigo – ele me puxou pela mão e descemos as escadas.
– nada disso, abra pra eles a porta e volte aqui, quero saber dessa historia com a Nat.
– a gente pode conversar quando eles saírem? – ele fez cara de dó.
Eu fiz uma careta pra ele, mas aceitei, uma hora ele teria que me contar.
Ele foi pra porta e eu fui na cozinha pegar algo pra comer. Ele abriu a porta e estava o Rapha, Caio e Felipe.
– demorou hein, tava com quem aí? – o Felipe disse entrando e o cumprimentando.
– minha namorada – o Bê disse com um sorriso enorme no rosto.
– desde quando tu namoras, viadinho? – o Caio o zoou – o único relacionamento longo que tu tem é com uma gripe.
– acho que já sei quem é – o Rapha disse baixo ao cumprimentá–lo
Eu apareci na sala comendo uma pêra e me joguei no sofá, sentei e cruzei as pernas.
– ta fazendo o que aí Mabi? – o Caio perguntou.
– mas é muito idiota mesmo – o Bê disse sentando ao meu lado – ela é minha namorada ow sua bicha tapada.
Ele deu uma mordida na pêra que estava em minha mão e depois deitou no meu colo.
– ei, deixa minha pêra pow – eu disse dando uma mordida.
– egoísta! – ele disse.
– nem é isso – dei língua pra ele – oi gente – dei um sorriso.
– desde quando isso aí? – o Fê perguntou boquiaberto.
– desde hoje – o Bê respondeu – já sabia Rapha?
– já sim Bernardo.
Ele me olhou e olhou pro Rapha.
– só amigos né? – ele perguntou.
Eu tirei a cabeça dele do meu colo e me levantei, sentei entre o Fê e o Rapha.
– é, meu melhor amigo – dei um beijinho no rosto do Rapha e me encostei no ombro dele.
– sei... – ele disse olhando de lado – to gostando disso não. Cadê a Carol? Não eram melhores amigas? Esse negócio está muito moderno por meu gosto. – o Bê disse cheio de ciúmes.
– falando nisso cadê ela Fê? Como vocês saíram do quarto? – perguntei rindo.
– mamãe destrancou quando chegou e ela foi pra casa de táxi, não me deixou levá–la – ele respondeu puto.
– se resolveram? – eu sorri.
– claro Mabi, ganhei um tapa na cara – ele sorriu irônico.
– sério? – cai na gargalhada – Carol é uma fofa mesmo.
– aff torra não. Vamos logo ver o que vocês quererem fazer hoje – ele disse bravo.
– balada? – o Caio perguntou.
– cara, amanha tem o baile, não quero estar de ressaca, se não meus pais me matam – o Bê disse.
– nem eu – o Fê concordou – esse baile vai ser maior mela cueca.
– só vai ter meninas do condomínio, né?! Não tem nem graça – Caio retrucou.
– a Deb e a Carol vão vir – eu disse.
– nenhuma me quer – o Caio disse triste.
– é bom não querer a Carol mesmo não – o Felipe deu um soco no braço dele.
– tranqüilo Felipe, sou fura olho não. Já basta o Lucas e o Bernardo aí se furando pela Mabi – ele disse rindo.
– affff se vão começar com esse papo, vou pra casa – eu disse me levantando.
– não amor, o Caio vai se calar, né Caio? – o Bê disse olhando bravo pro Caio.
– é “amor” – o Caio disse revirando os olhos e fazendo voz enjoada.
– mesmo assim já vou, mas eu volto pra terminar aquela conversa – disse olhando feio pro Bê.
Ele ficou sério e não respondeu nada.
– tchau gatinhos – dei um beijo no rosto dele e no Caio.
– fica aí Mabi, vamos jogar? – o Caio chamou.
– muito tentador Caio, mas preciso ligar pra Carol e pra Karen, aliás acho que vou dar uma passada na casa dela, quer ir Rapha? – eu respondi.
– ihhh já vai me largar pelo Rapha? – o Bê fez bico.
– besta! Vou lá combinar com ela o que faremos hoje. Fê empresta teu carro?
– tão pensando em sair sozinhas é? – o Fê perguntou.
– vocês não se decidem aí, vou chamar as meninas e cair na pista. Quero dançar até de manhã.
– ta ligado que você tem namorado né Mabi? – o Bê falou sério.
– nossa, obrigada por falar Bê, nem me lembrava mais – eu disse com cara de cínica.
– engraçadinha – ele disse me puxando pela mão e me abraçando.
– vamos Rapha? – eu o chamei.
– borá. Espero que a Karen não me expulse de lá – ele disse se levantando – mais tarde a gente se encontra aqui na frente? – perguntou pros meninos.
– às 23 h, ai a gente decide pra onde ir – o Caio disse – vamos jogar logo Felipe.
– agora! – o Fê se levantou e foi pro quarto do Bê junto com o Caio.
– mais tarde então venho aqui pra aquele papo e depois vamos lá pra rua com os meninos – eu disse olhando pra trás, uma vez q o Bê me abraçava pelas costas.
O Rapha já havia aberto a porta e me esperava lá na frente.
– se você quer assim – ele revirou os olhos – e ow, to nem ai pra onde vocês vão, eu vou junto – disse no meu ouvido – ta pensando que eu vou dar brecha pra outro é?
– nossa Bernardo, obrigada pela confiança – eu disse me largando dele.
– ow to brincando Mabi.
– sério, valeu! – eu disse séria.
Afastei-me dele, se quer dei um beijo e fui andando pra perto do Rapha. Quando estávamos a umas casas de distância da casa do Bê, ele puxou assunto comigo.
– o que foi Mabi?
– Bernardo me tira do sério. Sei lá o que é isso, se crise de ciúmes ou desconfiança.
– velho, esse namoro não vai prestar. To sentindo isso.
– ah Rapha, não fala assim. A gente se gosta, não custa tentar, deu certo no passado...
– você e o Bernardo não têm nem 40% do feeling que você tem com o Lucas.
– são pessoas diferentes, obviamente os namoros são diferentes – retruquei irritada.
– e porque deu certo no passado, vai dar agora?
– Rapha, dá pra ser menos contra meu namoro com o Bernardo?
– ta Mabi, não vou falar mais nada. Você que sabe do seu namoro, mas cuidado pra não se machucar mais ainda.
– mais? Acho que isso não é possível.
– dramática – ele riu e me abraçou de lado.
– preciso falar uma coisa – eu disse de cabeça baixa.
– sou todo ouvido.
– ouvi e li coisas estranhas hoje.
– sobre?
– entre Nat e Bernardo – fiz uma careta péssima.
– hã? – o Rapha se assustou.
Contei a ele o que eu ouvi a Nat conversando com a Pri hoje na escola e também o que li no MSN do Bernardo.
– e o que ele disse?
– que não era nada, que não sabia de nada, e do MSN ele desligou o PC na hora em que eu mostrei a ele, depois vocês chegaram e ele fugiu, acabou que não conversamos, mas sei que ele vai negar também. Não sei o que fazer.
– mostrasse o que estava ali na tela Mabi, lia na frente dele, não teria como escapar e nem mentir. Porque você não fez nada na hora? – o Rapha parecia irritado.
– sei lá Rapha... – dei de ombros.
– Mabi não to te reconhecendo, você ta ficando idiota ou o que? Desculpe-me, mas ta na cara que eles aprontaram alguma coisa.
– é, devem ter feito na hora mesmo, não deixado pra depois.
– e pelo visto você não faz questão nenhuma de descobrir, né?
– nada disso vai fazer o Lucas voltar pra mim. Ele não vai me desculpar mesmo... Independente do que os dois tenham feito, eu que errei com o Lucas.
– certo, concordo, mas você quer ver a Natasha vitoriosa junto com o Lucas, por armações dela com o Bernardo?
– não né, Rapha?! Ela nem gosta dele de verdade, sei nem porque quer ficar com ele.
– eles estão namorando Mabi.
– o que? – olhei assustada pra ele.
– é, passamos na casa dele antes de vir aqui e eles estavam ao telefone, depois ele confirmou pra gente que estão juntos.
Eu não sabia nem o que falar, abaixei a cabeça e continuei a caminhar.
– ta bem Mabi? – o Rapha perguntou.
– to – menti, na verdade lágrimas escorriam discretamente pelo meu rosto.
– levanta essa cabeça, não fica assim – ele disse levantando minha cabeça com os dedos – você ta chorando?
– não, imagina – eu menti, enquanto limpava as lágrimas.
– ai Mabi, vai dizer que você está assim por causa do namoro do Lucas?!
– não é isso... É só que...
– só que vocês dois são grande idiotas, você e o Lucas.
– obrigada pelo elogio, Raphael – dei um sorriso forçado.
Ele deu uma risada e fomos andando em direção à casa da Karen. Ao nos aproximarmos, nos deparamos com o Lucas vindo na mesma calçada que nós.
– oi – ele disse seco.
– e ai Lucas – o Rapha o cumprimentou com um toque de mão.
– oi – eu disse com voz triste.
– ta tudo bem Mabi? – o Lucas perguntou olhando em meus olhos.
Eu olhei pro Rapha, olhei pra ele de novo, me segurando pra não chorar mais.
– ela tem uma coisa pra te falar Lucas – o Rapha disse se afastando de mim – vou chamar a Karen, me esperem.
– espera Rapha – eu o chamei, em vão.
O Rapha saiu caminhando pra casa da Karen e olhando pra trás, me fazendo gestos pra eu falar com o Lucas. Eu e ele ficamos parados um na frente do outro, sem saber como agir. Cruzei os braços e ele pôs as mãos nos bolsos. Eu não sabia se olhava pra ele ou pro chão. Certa hora nossos olhares se encontraram e foi difícil não o encará–lo. Após um tempo apenas nos olhando nos olhos, ele quebrou o silêncio.
– Mabi, eu queria...
– sim, claro – o interrompi e respondi prontamente, a cena foi engraçada.
– hã? – ele pareceu surpreso com a minha reação e riu, dando aquele sorriso maravilhoso que parou meu mundo.
A partir daquele momento eu não via, ouvia e sentia mais nada. Havia bem uma semana que ele não sorria daquele jeito, não pra mim e tinha certeza que eu era a única que recebia aquele sorriso.
– adoro teu sorriso – eu disse em um impulso e depois me arrependi – desculpa Lucas, eu falei sem querer e... – eu dizia atrapalhada.
– ah, ér... Eu também adoro o seu – ele disse tímido – é lindo e hã, eu estou com saudades dele. Faz dias que não o vejo em teu rosto.
– ah, meu único motivo pra sorri está longe de mim – eu disse e abaixei a cabeça.
– Mabi... – ele me chamou de novo.
O olhei nos olhos.
– fiquei sabendo que você está namorando o Bernardo, é sério?
Hesitei um pouco antes de responder.
– é – eu disse baixo, quase não querendo falar.
Ele desviou o olhar e ficamos em silêncio novamente.
– e você e a Natasha? Também é sério? – perguntei sem olhar para ele.
– você já sabe, é? – ele pareceu decepcionado.
– é, as notícias correm por aqui.
– correm rápido demais.
– não só as noticias que são rápidas né?! Sentimentos também mudam com certa rapidez – eu disse seca.
– pois é, casais estranhos se formando – ele disse me olhando nos olhos.
– então estão juntos mesmo? Você e ela?
– sim... – ele respondeu em tom de desabafo.
Ficamos uns segundos em silêncio e eu resolvi quebrá–lo, iria contar sobre o que vi e ouvi do Bê e da Nat.
– Lucas, eu queria conversar contigo uma coisa...
Fui interrompida pelo celular dele tocando, ele retirou do bolso e viu quem era.
– me dá licença Mabi, é minha mãe.
– claro.
Ele virou de costas e se afastou um pouco, mas ainda pude ouvir ele falando com a mãe, resmungava impaciente, depois que desligou, voltou perto de mim.
– preciso ir pra casa, minha mãe inventou de comprar roupa pra mim e pro meu pai irmos pro baile e quer que eu experimente – ele revirou os olhos.
– tudo bem.
– podemos conversar outra hora? – ele perguntou.
– ah sim, claro – respondi desconcertada.
– então mais tarde nos vemos? Vai sair com a galera?
– vou sair sim, mas acho que não vai dar pra falar sobre isso com você perto da galera.
– ah, então quer ir lá pra casa agora?
Fiquei pensativa, não queria arriscar, vai que a Nat ou o Bê aparecem ou alguém nos ver entrando lá. Não bastasse eu ter magoado o Lucas com essa história toda, não queria magoar o Bernardo também. Estava na hora de ficar apenas com um deles e naquele momento eu já havia escolhido o Bernardo, aliás, não havia escolhido, a situação me impôs só que no fundo toda a culpa disso era minha.
– ah, não sei, melhor não – eu disse desconfiada.
– tudo bem, mas sobre o que você quer falar? É sobre a gente? Porque se for, acho que já está tudo resolvido – ele disse triste.
– está? – perguntei erguendo uma sobrancelha.
– é Mabi, você está com o Bernardo e eu com a Natasha, então...
– ah sim, claro – respondi decepcionada.
– poderíamos ser amigos, né?!
No momento em que ele disse aquilo, eu me senti levando porrada, o ar me faltava, eu queria responder que não, que o amava e correr pros braços dele, mas não podia, eu não tinha o direito de exigir nenhum perdão dele e se ele escolheu ser só meu amigo, eu teria que aceitar. Ele estava ali na minha frente, esperando uma resposta e eu apenas olhava pro nada, como se estivesse hipnotizada, percebia que ele falava comigo, mas eu não o ouvia.
– Mabi? Oi? – ele me chamou e estalou os dedos em minha frente.
– desculpa Lucas. Podemos sim – tentei forçar um sorriso.
– hum... Ok! – ele respondeu decepcionado, tive a impressão por uns segundos, de que ele queria o mesmo que eu – já vou então.
– tchau – respondi e acenei com a mão.
Ele saiu andando e olhando pra trás, coçava a nuca e parecia desconfortável, como se quisesse falar algo pra mim. Eu permaneci imóvel, então ele parou e voltou até mim.
– você me disse que não o escolheria, então porque está namorando–o? – ele me perguntou de supetão.
– ah... É... – eu olhava ao redor e não sabia o que responder.
– aceitou namorar com ele só pra não ficar sozinha?
– claro que não Lucas – respondi brava – eu tenho sentimentos por ele – sorri de lado super sem graça.
– tudo bem, eu sabia que vocês ficariam juntos – ele sorriu torto.
– não é isso Lucas, logo que brigamos você apareceu com a Nat, isso me magoou muito, você disse que iria me esperar, mas não esperou e eu já havia escolhido.
– eu só queria que você sentisse o que era ter o sentimento divido com outra pessoa.
– acredite que pra mim não era fácil ter ficado naquela situação.
– e nem pra mim foi fácil ter que aceitar que você também gostava de outro cara.
– eu quis ficar com você, você não quis.
– eu só não quis ser o oficial. Porque no fundo o Bernardo não te deixaria em paz.
– se tivéssemos ficado juntos, eu realmente não teria ficado com ele.
– quem me garante? – ele ergueu as sobrancelhas.
– eu – falei rapidamente – não fiquei com o Bernardo pra te fazer raiva como você fez comigo. Eu realmente estava disposta a abrir mão e fica só com você, mas você que não quis, eu te esperei.
– por uma semana? – ele riu ironicamente.
– você não esperou nem 12 horas – falei sério, fitando–o – não imaginei que fosse assim que você iria esperar eu me decidir.
Ele se calou e seu sorriso sumiu do rosto.
– mas não foi assim que aconteceu, né? Você está com ele agora. Parece que temos um vencedor.
– eu só resolvi dar uma chance a ele... – fiz uma pausa, ele me olhava ainda, como se exigisse mais alguma resposta – e a mim, tentar ser feliz. Acho que mereço, né? – sorri torto.
– você merece algo melhor – ele disse baixo.
– você também. Ela não gosta de você Lucas... – eu sussurrei.
Ele abaixou a cabeça e pôs as mãos nos bolsos.
– será? – voltou a me olhar nos olhos.
– tenho certeza. Você ainda vai se magoar com ela.
– você também vai. Desejo que você seja feliz com o Bernardo, apesar de não acreditar nisso, mas ele ainda vai te fazer sofrer. Eu sinto isso.
– até nisso somos parecidos – eu ri – estamos namorando pessoas que não nos merece e que nos farão sofrer.
– não tenho sorte com mulher – ele disse.
– e nem eu com homem – concordei.
O celular dele tocou novamente.
– Início da ligação –
– oi mãe, já to indo... Ta mãe, ta!
– Fim da ligação –
– preciso ir, se não minha mãe tem um treco.
– ta – eu ri – tchau – dei com a mão.
Ele se virou de costas, depois de frente e me olhou nos olhos. De repente se aproximou e me abraçou forte.
– toma cuidado com ele – ele sussurrou no meu ouvido.
Ele então me largou, eu o puxei pelo braço e escorreguei minha mão até a sua.
– você sabe de alguma coisa que eu não to sabendo? – perguntei.
– hã... – ele titubeou.
Fomos interrompidos novamente pelo seu celular, era sua mãe mais uma vez, ele não atendeu.
– depois nós falamos, preciso realmente ir – ele disse.
– ok – foi apenas o que eu consegui falar.
Ele se aproximou de mim e me encarou, ainda estávamos de mãos dadas, então com sua outra mão ele passou em meu rosto, fechei meus olhos ao sentir o seu toque em minha pele. Logo senti seu corpo próximo ao meu, permaneci de olhos fechados, apenas sentia sua respiração, de repente me deu uma imensa vontade de dizer que eu o amava, nunca havia lhe dito aquilo, naquele momento não importava mais, mas eu senti necessidade de falar aquilo.
– Lu...
Ele me interrompeu tirando a mão do meu rosto e pondo em minha boca.
– xiu... – ele pediu.
Então ele encostou sua testa na minha e me beijou levemente no canto da boca. Senti minha face corar, meu coração acelerar e meu corpo estremecer. Ouvi quando ele engoliu a seco a situação e se afastou de mim, dessa vez, realmente, foi embora. Fiquei lá parada pensando porque o Lucas havia feito aquilo, não encontrava alguma outra resposta a não ser a que ele ainda gostava de mim. Naquele momento me odiei, por ter feito todas àquelas besteiras com ele, por deixá–lo partir, por ter aceito ficar com o Bê. De repente me veio uma raiva do Bernardo, não sei por que senti aquilo, só tínhamos 1 dia juntos e eu já me sentia assim. Logo me voltou à cabeça o que o Lucas havia dito sobre o Bernardo, que ele poderia me magoar, não era uma cena de ciúmes, ele realmente parecia preocupado comigo. Meus pensamentos foram interrompidos pelo meu celular tocando. Olhei no visor e era o Bê.
– Início da ligação –
– oi Bê.
– cadê o Rapha? – ele parecia bravo.
– na casa da Karen, por quê? – respondi sem entender.
– ué, você não ia com ele na casa da Karen?
– sim.
– então o que estava fazendo com o Lucas?
– deu pra me vigiar Bernardo? – eu disse ríspida.
– apenas cuido do que é meu! O que ele queria?
– nada, eu que estava conversando com ele, sobre o baile.
– e precisavam se abraçar? Precisavam ficar tão próximos? Mabi, se você quer saber, não gostei nada de ver vocês juntinhos, que merda que aconteceu aí? – ele dizia furioso.
Eu ri, não acreditava naquilo, na minha cabeça um filme passava, me via novamente naquele namoro com o Pedro. Respirei fundo.
– prefiro não quero saber, Bernardo.
– ta rindo do que Mabi?
– Bernardo, você não vai poder me vigiar 24 h enquanto estivermos namorando. Quando vai confiar em mim? – perguntei rindo ainda.
– não confio no Lucas – ele respondeu.
– ele não é você – respondi de modo grosseiro.
– o que você quer dizer com isso? – ele quase gritou comigo.
– que ele não vai dar em cima de mim, muito menos tentar me agarrar enquanto eu estiver namorando você, ele me respeita. Contrário de você, né? Que fazia isso comigo quando eu estava com ele.
– ele é um otário que precisa acordar pra vida. Só fui mais esperto que ele.
– Fim da ligação –
Fiquei tão irritada que desliguei o celular na cara dele, ele ligou novamente e desliguei o aparelho. Fui caminhando pra casa da Karen e toquei o interfone, logo ela abriu.
– oi amiga, entra – disse me dando espaço pra passar pelo portão.
– oi Kaka, cadê o Rapha?
– na sala.
Entrei e o Rapha estava sentado no sofá, estavam vendo um DVD de um show. Sentei-me no sofá e encostei a cabeça no seu ombro.
– to atrapalhando alguma coisa? – sussurrei pra ele.
– quase...
– sério? Quase teve reconciliação? – perguntei animada.
– não, a única coisa que você atrapalharia era eu e a mãe dela batendo papo sobre o baile de amanhã. Você quase me salvou dessa – ele disse irônico.
Eu dei uma risada baixa.
– e você ta irritada com o que? O Lucas?
– não. Bernardo. Aliás, esses dois vão me deixar doida, tenho impressão que o Lu sabe de alguma coisa do Bê e não quer me contar.
– como o que?
– não sei... Preciso conversar com o Lucas.
– e com o Bernardo também, né? Lembra do MSN?
– ah sim, sim...
Continuamos a ver o DVD, a Karen nem piscava, era o show da turnê da Beyónce. Eu já havia visto umas 100 vezes, amava, mas não estava com a concentração boa pra ver o DVD agora. Pensava nos meninos. O que os dois me escondiam? Antes de terminar o show, o Rapha foi pra casa, tomar banho, jantar e se trocar. Continuei ali com a Karen, quando terminou o DVD, fomos ligar pra Carol, pra Deb e escolher uma roupa pra ela se trocar na minha casa.
– mãeeeeeeee, vou pra casa da Mabi e depois vamos pra praça da luz – ela gritou pra mãe.
– ta meu amor, mas não chegue tarde, amanhã temos salão às 9 horas – a mãe respondeu.
– ai, pra que tão cedo? – a Karen disse baixo revirando os olhos.
Então fomos andando pra minha casa. Subimos, tomei banho e fui procurar o que vestir. A Carol chegou um tempo depois e me ajudou a escolher uma roupa enquanto a Karen tomava banho. A Deb iria direto pra praça com o Paulinho, isso significava que os meninos do 1º ano estariam lá, os nossos meninos não iriam gostar nada disso.
– amiga, que tal essa saia jeans com esse tomara que caia rosa. Adoro ele – a Carol sugeriu me mostrando uma saia jeans escura, curta com strass nos bolsos.
– vou de calça Carol.
– hã? Você nunca gostou de calça. Porque isso agora?
– porque o Bernardo fica tarado quando uso short e saia curtos, prefiro evitar, ele pediu.
Ela arregalou os olhos pra mim
– desde quando você obedece ao Bernardo?
– não estou obedecendo ele, só não quero que ele fique tentando transar comigo em público.
– e você precisa se cobrir toda pra isso? Basta ele se controlar, não? – ela ergueu uma sobrancelha.
A Karen saiu do banheiro enrolada em uma toalha, com calcinha e sutiã vestidos por baixo.
– o que foi Carol? – ela perguntou.
– acredita que a Mabi não quer ir de saia ou short, porque o Bernardo pediu pra ela não usar?
A Karen riu e a Carol me olhou como quem dizia: “viu como isso é ridículo?”
– não façam eu me sentir mal por isso – eu disse triste e me sentei na cama.
– só falta você não ir com aquele vestido que comprou pro baile porque ele não quer – a Karen disse.
– claro que não – eu respondi rapidamente.
– que roupa você quer usar Mabi? Sem esse pedido do Bê, qual roupa você usaria? – a Carol perguntou.
Levantei-me e fui até o armário. Peguei um short jeans curto, uma batinha bege, com decote em V e detalhes em dourado, com manguinha curta e apenas colada no busto, ela caia folgada até a altura do cós do short.
– veste – a Carol pediu.
Pus a roupa e me olhei no espelho. Elas se posicionaram atrás de mim.
– ta linda – a Karen disse.
– linda demais.
– gente... – tentei argumentar.
– pega teu sapato – Carol mandou.
– cara, não to a fim de brigar com o Bê, melhor eu por uma calça.
– amiga, me diz uma coisa, quando você ficou idiota pra um homem? – a Carol falou rudemente.
– nossa Carol, também não é assim.
Karen foi se vestir. Pôs uma calça jeans escura e uma batinha lilás de alça fina. A Carol estava com um short bege e um tomara que caia preto, colado ao corpo. Calcei uma sandália bege, fiz maquiagem forte nos olhos e soltei o cabelo. Descemos e os meninos já estavam lá na calçada, inclusive o Lucas.
– e ai, vão conosco? – cheguei perguntando.
– como assim vão conosco? – o Caio riu – vocês pensam que vão sair sozinhas pra onde?
Eu e as meninas reviramos os olhos ao mesmo tempo.
– sei lá, to pensando na remix – dei de ombros.
– boa idéia, melhor que a praça – a Carol concordou.
– vocês vão pra onde? – a Karen perguntou a eles.
– pra onde vocês forem – o Bê respondeu com um sorriso cínico.
– exatamente – concordou o Felipe também sorrindo.
– estamos colados em vocês – o Rapha acrescentou.
– eu vou pra onde a maioria for – o Lucas disse sorrindo pra mim.
Correspondi ao sorriso e percebi que o Bê me olhou feio, ele então se levantou e me abraçou por trás.
– precisa de um short tão curto e uma blusa tão decotada? – sussurrou em meu ouvido.
– sim – respondi sorrindo – e você precisa ser tão chato e ciumento? Você não era assim
Ele não respondeu, continuou abraçado em mim, tive a impressão que ele encarava o Lucas, mas não quis olhar para sua cara pra ter certeza disso.
– vai conseguir VIP Mabi? Ou vamos pra pista mesmo? – o Fê perguntou.
– VIP claro – eu disse sorrindo e tirei o celular do bolso, procurei um nome na agenda e disquei.
– Inicio da ligação –
– oi gatinha – ele respondeu.
– oi Red, tudo bom?
– tudo ótimo e com você?
– também. Diga-me o que tem na cidade hoje.
– baladinha ou baladão?
– baladão, claro!
– pra bombar hoje eu tenho passes VIP pra remix e pra dunia, mas o PV já veio aqui pegar comigo, acredito que você não queria encontrá–lo, né?!
– tudo menos ele – eu disse seca.
– mas pra amanhã tenho maior festão, vai bombar mesmo. Coisa de elite.
– amanhã não dá baby, tenho uma festa pra ir. Infelizmente.
– então passa aqui em casa e pega ingressos pra remix. Certo?
– ok, obrigada.
– hein, ta solteira, né? – senti ele sorrindo.
– pior que não – eu sorri.
– e as meninas?
– todas namorando – olhei pra Carol, que franziu a testa.
– puts! Muito azar mesmo.
– que nada, você deve está cheio de mulheres aos teus pés, ta reclamando de barriga cheia.
Ele apenas gargalhou.
– te espero então – ele disse por fim.
– até mais.
– Fim da ligação –
– ei, quem disse que eu to namorando? – a Carol me indagou.
– e eu? – a Karen também não entendeu.
– alguma de vocês queria ficar com o Red? – ergui a sobrancelha.
Elas se entreolharam.
– hum... Não – responderam juntas.
– então não reclamem, salvei a pele de vocês – eu disse a elas e me virei pra falar com os meninos – Vamos pra remix?
Todos concordaram.
– Fê, deixa eu ir no teu carro? Levo as meninas – eu pedi.
– por mim – ele deu de ombros – não me importo, vou com o Caio, pode ser? – ele se virou para o Caio.
– tudo bem – ele disse – vai conosco Lucas?
– vou.
– porque você não vai comigo Mabi? – o Bê me perguntou.
– porque vou passar na casa do Red e vou levar as meninas.
– eu te levo na casa dele e levo as meninas no meu carro, qual o problema? – ele estava insistente.
– qual o problema, pergunto eu Bernardo. Mabi tem vida própria, sabia? – a Carol o encarou.
– só to querendo sair com a minha namorada, Carol, que mal a nisso? – Bernardo comentou irritadiço.
– ta gente, não precisa discutir. Fê leva as meninas? – eu pedi a ele – vamos logo Bernardo – eu disse seca.
Entreguei as chaves ao Felipe e me dirigir ao carro do Bê que estava estacionado na frente de sua casa.
– vai vir não? – o chamei quase gritando.
– não acredito nisso – a Carol disse cruzando os braços e revirando os olhos.
– amiga a gente se encontra na frente da remix, ta? – eu disse pra Carol e entrei no carro do Bernardo.
– eu hein?! – o Lucas murmurou.
– ow Lucas, você não deveria está com a tua namorada não? – o Bê disse para ele o encarando–o.
– do meu namoro cuido eu Bernardo – respondeu ríspido.
– que ótimo, então do MEU cuido eu.– enfatizou o “meu”.
– que seja – o Lucas sussurrou revirando os olhos.
O Bê entrou no carro e fomos pra casa do Red, fui indicando o caminho pra ele. Não dei outra palavra se quer no carro, ele percebeu que eu estava irritada. Desci do carro, peguei os passes VIPS e conversei um pouco com o Red e depois voltei pro carro.
– podemos ir pra remix – eu disse seca.
– os meninos ligaram, vão passar antes na praça.
– ok, vamos pra lá então – eu respondi sem olhar pra ele.
– o que você tem amor? – ele perguntou com toda calma do mundo.
– nada – sorri falso pra ele.
– não parece ser nada.
– mas é.
Ele diminuiu a velocidade do carro e estacionou em uma calçada. Desligou o carro e se virou de frente pra mim.
– o que está acontecendo? – ele perguntou.
– eu que pergunto Bernardo – sorri cínica pra ele – quero saber que história é essa com a Nat?
– não é nada, já disse – ele pareceu incomodado.
– tem certeza? – eu disse cruzando os braços – pelo o que eu li no teu MSN não me pareceu ser nada – ergui a sobrancelha.
Ele respirou fundo e revirou os olhos.
– eu só disse pra ela que eu gostava de você e iria tentar te reconquistar.
Então ela me disse que estava a fim do Lucas e que iria querer o mesmo.
– é isso? Não armaram nada, nem combinaram nada?
– é isso – ele dizia olhando pro painel do carro.
– então olha nos meus olhos e me fala isso.
Ele permaneceu olhando pro painel.
– Bê? – o chamei.
Ele se virou e olhou em meus olhos.
– eu te amo Mabi.
Depois passou a mão em meu rosto. Eu não tive reação alguma, não fiz nada, não respondi nada, permaneci imóvel, acredito que nem respirando eu estava.
Aquilo me pegou de surpresa, era muita coisa acontecendo em muito pouco espaço de tempo, e mais uma vez, eu me sentia confusa. Porque fui aceitar namorá–lo? Por quê?
– precipitação – sussurrei em um tom tão baixo, que nem ele entendeu.
– o que? – ele perguntou.
– nada Bê, vamos? – tentei sorri.
– tudo bem.
Ele me beijou nos lábios e permaneceu me olhando, parecia esperar uma resposta e eu sabia qual resposta ele queria, mas não podia dar. Ele então desistiu e ligou o carro. No caminho silencioso me veio à cabeça a cena do ônibus ao irmos pro acampamento.
– foi você no ônibus?
– hã?
– foi você que disse aquilo pra mim no ônibus?
– que eu te amava? – ele perguntou.
– foi você – eu arregalei levemente os olhos e sussurrei.
– desculpa te decepcionar, acho que você esperava que o Lucas tivesse dito aquilo.
– não é isso Bernardo, é só que eu não sabia.
– é isso sim Mabi, só que não foi ele quem falou, fui eu. Mas percebi que você preferia que fosse ele.
– não preferia nada Bernardo, você está imaginando coisas – eu respondi impaciente já.
– preferia sim, mas infelizmente não foi ele, se é que ele te amou um dia – ele respondeu amargo.
– como assim? – perguntei confusa.
– ele tem namorada agora, tem que amar a ela, não acha? – ele ergue a sobrancelha.
Eu preferia não responder àquilo. Era triste demais pensar, imagine responder. Mantive-me calada, só me restava a diversão. Iria tentar aproveitar bastante a noite. Chegamos à praça da luz, estava lotada. Tratei logo de telefonar pra Carol e encontrá–los. A Deb estava em uma mesa com os meninos do 1º ano. Aproximei-me e os cumprimentei com dois beijos na bochecha. O Dudu abriu um sorrisão a me ver, em vez de só cumprimentá–lo, eu o abracei.
– oi Dudu – disse apertando–o forte.
– oi linda – ele sorria pra mim.
– ta acompanhado? – eu disse olhando pra algumas meninas na mesa deles.
– é, umas meninas de outra escola – ele olhou pra trás, pra elas.
– lindas – eu disse bufando, de mentirinha claro.
– não mais que vocês.
– ah claro que não – eu revirei os olhos.
Rimos juntos.
– ta com o Bernardo? – ele perguntou olhando pro Bê.
– é, decidimos tentar – eu disse em tom desanimador.
– e acho que não estão conseguindo se entender, né? Ele ta bem impaciente ali.
– é, deixa eu ir lá. A gente se esbarra depois – eu pisquei.
Andei até o Bernardo.
– achou os meninos? – perguntei.
– não. Vamos pra pista – ele me puxou pela mão.
– antes quero beber.
– ta, vem – ele me segurou pela mão e fomos em direção ao bar.
Ele comprou uma batida pra mim e uma cerveja pra ele. Sentou–se em um banco próximo ao balcão, abriu as pernas e me puxou pra perto dele. Fiquei em seu meio, de costas pra ele, bebendo e dançando enquanto procurava a galera com os olhos. O senti encostando–se em mim e passando o braço pela minha cintura. Continuei a mexer meu corpo ao ritmo da música e a beber minha batida. Ele então beijou meu pescoço, me arrepiei toda. A poucos metros de distância vi o Lucas dançando com a Natasha, eles estavam abraçados e se beijavam. Ao vê–los me lembrei da conversa com o Bê no carro, desviei o olhar deles e encarei firme o outro lado da pista, mas uma coisa martelava em minha cabeça: “infelizmente não foi ele, se é que ele te amou um dia.” Não sei por que, mas eu quis acreditar que o Lucas havia me dito aquilo no ônibus. Como fui boba, me iludi mais uma vez, talvez o Bernardo tivesse razão, o Lucas poderia ter gostado de mim, mas não nunca me amou.
Despertei dos meus pensamentos quando o Bê passou o outro braço pela minha cintura e me virou de frente a ele, me agarrando. Pus os braços em volta de seu pescoço e nos encaramos.
– adoro ficar sozinho contigo – ele disse.
– ah Bê, também gosto, mas precisamos ter momentos com o pessoal, gosto de me divertir com meus amigos, né?
– claro, mas me faz um favor?
– diz – respondi.
– fica longe do Lucas.
Respirei fundo, talvez já imaginasse um pedido desses, mas acho que não seria necessário. O Lucas parecia estar muito bem essa noite ao lado da sua nova namorada, a Nat, arg! Doía-me em pensar nisso.
– tudo bem, mas vou falar com ele normal, serei educada. Certo?
– é o jeito, né? Mas não fica de chamego com ele que eu não gosto, ta? Você é minha namorada, não dele.
– quando eu era dele, você vivia me agarrando por aí – eu disse tirando onda com a cara dele.
– vocês nunca foram namorados – ele foi seco.
Engoli sua resposta como se engolisse vidro. Cerrei os olhos e o fitei, ele parecia desinteressado em meu olhar, estava distraído, ou fingia estar, após esta resposta.
– me responde uma coisa Bernardo. Você nunca foi grosso e ciumento desse jeito comigo, o que ta acontecendo?
– nada Mabi, só não quero te perder – ele disse me abraçando.
– achei que você fosse mais seguro de si – eu disse triunfante.
– não tenho culpa de ter a namorada mais desejada do colégio.
– ok, não exagera – revirei os olhos – e também pega mais leve com esse teu ciúme, se não você pode me perder por causa disso.
Ele me olhou feio.
– não diz que eu vou te perder, não suportaria isso - disse ofegante.
– ta, me desculpa – abaixei a cabeça e escorei em seu peito.
Ele beijou meu rosto e me abraçou mais forte. Pus minha cabeça em seu ombro e ele ficou me dando vários beijinhos no pescoço. Após alguns minutos assim, levantei minha cabeça e nos beijamos na boca. Ele apertava minha cintura com suas mãos e pressionava meu corpo contra o dele, aumentando o ritmo do beijo, que tinha muito desejo. Meus braços se entrelaçavam em seu pescoço e eu acariciava sua nuca. Permanecemos no beijo por longos minutos e interrompi com selinhos.
– Bê, preciso de outra bebida – eu disse já afastada dele.
Ele me puxou de volta e me abraçou, fungando em meu pescoço.
– depois desse beijo, preciso é de um banho gelado – disse em meu ouvido.
Eu sorri sem graça.
– exagerado!
– poderíamos terminar a noite lá em casa, né? A gente poderia tomar um bom banho e depois dormir bem juntinhos na minha cama. O que você acha? – ele disse beijando meu pescoço.
– acho que a noite mal começou pra você está pensando em como terminá–la.
– corta clima você hein?! – ele disse com a cara fechada.
– ah Bernardo, você acha mesmo que meu pai permitiria eu dormir na sua casa, né? – eu falei como se isso fosse obvio pra ele.
– se ele souber que estamos namorando, quem sabe?!
– com certeza! Ai que ele deixará – fui irônica – ow cabeçinha – dei um tapa em sua cabeça – meu pai acha que tenho 10 anos, ele deve pensar que sou virgem ainda – eu revirei os olhos.
– então não vamos falar pra ele que estamos juntos? – ele perguntou surpreso.
– depois Bê, depois – eu disse rindo da ingenuidade dele.
Peguei uma ice e o puxei pela mão, saímos à procura da galera. Encontrei o Rapha dançando com a Karen, acho que eles estavam ficando. Assim que os vi, abri um sorriso que o Rapha percebeu e sorriu também. Na mesa estavam Caio, Carol e Felipe, sentados com cara de paisagem. O Lucas estava próximo deles, com a Nat a tira colo. Aproximei-me da mesa.
– oi gente – eu disse sorrindo.
– onde você estava? Desviaram de caminho foi? – a Carol perguntou sarcástica.
– estávamos aqui, tem bem 1 hora que chegamos, ficamos no bar porque não encontrei vocês – eu respondi.
– então vamos? – o Felipe pediu.
– ah, por mim – dei de ombros.
– pra mim tanto faz também – o Bê respondeu.
– vamos então, vou chamar a Karen e a Deb – eu disse.
– a Deb não vai – a Carol disse ao se levantar.
– porque não? – o Caio perguntou curioso.
– ela disse que vai ficar com o Paulinho e os meninos aqui.
– afff fala sério – o Felipe disse impaciente.
– acho que o namoro dela com o Paulinho ta firme e forte, hein?! – eu disse com pesar.
– aí, vocês parem de falar o nome desse viadinho, perto de mim – o Caio disse grossamente – vou esperar no carro – e saiu batendo o pé.
Nós nos entreolhamos, a cena seria trágica se não fosse cômica.
– apaixonado, coitado! – a Carol zombou dele.
– quem mandou vacilar com a Débora, ela foi mais rápida – o Bê comentou.
– vou chamar a Karen e o Rapha lá na pista – eu disse me afastando do pessoal.
– vou contigo amiga – a Carol correu atrás de mim.
Fomos até eles e os chamamos pra ir embora. O Rapha foi na frente e nós três andamos lentamente pra poder fofocar.
– porque você tava sentada quietinha ali, Carol? – perguntei.
– ah, nem contei pra vocês – ela disse nos deixando neuróticas – o Fê se declarou pra mim...
– sério? – eu a interrompi gritando alto.
A Karen riu também.
– não precisa o histerismo – ela respondeu revirando os olhos – então, ele me pediu em namoro e...
– não acreditoooo – eu e a Karen gritamos a interrompendo novamente.
– ai, não conto mais – ela saiu andando rápido na nossa frente.
– ow Carol, volta, conta – a Karen a chamou, ela voltou.
– ta, mas fiquem quietas – ela nos advertiu – ele se declarou, me pediu em namoro, mas como eu disse que não confiava nele, apostei que ele ficaria 2 finais de semana sem pegar ninguém – ela disse com ar de vitoriosa.
– isso aí amiga, pôs moral! – eu falei séria.
Nós três nos olhamos e alguns segundos depois caímos na gargalhada. Fomos andando pra perto deles.
– demoraram, hein?! – o Bê reclamou.
– desviamos o caminho e demos uns beijos em uns gatinhos ali – a Carol respondeu com todo sarcasmo possível.
Os três se entreolharam e nos olharam feio.
– como é? – o Rapha perguntou cruzando os braços.
– é brincadeira gente, vamos logo – eu disse rindo.
– vou chamar o Lucas – o Felipe disse.
Fomos pro estacionamento e entramos no carro, a Carol e a Karen vieram comigo porque o Felipe teve que levar os meninos, além da Natasha.
– você e o Rapha estavam ficando Karen? – eu perguntei animada.
Ela sorriu tímida.
– quem cala consente – a Carol disse zombando–a.
– ah, foram só uns beijos, não significa nada – ela disse sem jeito.
– porque vocês não assumem logo? – o Bê perguntou.
– porque não dá assumir nada Bê, não sou o tipo de garota que o Rapha namoraria, se é que ele namoraria – ela respondeu com um tom de decepção.
– como assim Karen? – o Bê não entendeu.
Eu e a Carol já sabíamos do que se tratava, mas preferimos não falar.
– ele não namoraria uma menina virgem Bernardo – ela respondeu amarga.
O Bê a olhou pelo retrovisor e engoliu a seco, não deveria ter feito essa pergunta.
– ah Karen, não é bem assim, um namoro não é só sexo – ele tentou consertar.
– quando se faz, não é só sexo – ela disse irônica.
– vamos mudar de assunto? – eu falei tentando acabar o clima tenso.
– é, vamos, vamos – a Carol disse animada.
– vai ficar com o Fê hoje Carol? – a Karen perguntou.
– ér... Vamos voltar com o assunto anterior? – ela disse engraçado.
Nós rimos de sua cara. Liguei o som e fiquei procurando o que ouvir. Parei em uma rádio em que tocava Nando Reis, justo na parte: “Por onde andei? Enquanto você me procurava. Será que eu sei? Que você é mesmo tudo aquilo que me faltava...” Fiquei ouvindo a música e viajando em meus pensamentos, claro que o Lucas estava neles. Fui burra em achar que eu o esqueceria fácil.
Chegamos à boate e nos encontramos no estacionamento. A Natasha não desgrudava do Lucas, estavam lá abraçados, encostados no carro. Ao lado estava Felipe, Rapha e Caio, esperando por nós. Aproximamos-nos, o Bê segurava em minha mão.
– Mabi, quantos passes Vips você pegou com o Red? – o Caio perguntou.
– 9, por quê?
– já que a Deb não vem, você poderia dar pra Natasha? Porque se não ela não vai poder subir conosco.
Eu respirei fundo e olhei pro Lucas.
– você que sabe – ele respondeu.
– Lucas! – a Nat o advertiu – não quer ficar junto de mim não é? Se eu ficar na pista, você fica comigo – ela reclamou.
– por mim tanto faz onde vamos ficar Natasha – ele respondeu sem paciência – só estou a fim de beber.
Ela bufou e me olhou como quem perguntasse o que eu iria fazer. Todos me olharam em seguida. A Carol, o Felipe, o Rapha e a Karen esperavam que eu dissesse não, mas o Bê e o Caio esperavam que eu desse o ingresso.
– e se eu não quiser dar? – levantei a sobrancelha.
– porque você não daria Mabi? – o Caio perguntava indignado.
– deixa de ser idiota Caio – a Carol disse sem paciência.
– vamos gente – a Karen disse me puxando pela mão.
O Rapha, a Carol e o Fê nos seguiram.
– qual o problema gente? – o Bê perguntou pra mim e pras meninas.
– problema que a Mabi só pegou passes Vips pros amigos dela, e que eu saiba essa aí não é nada amiga nossa – a Carol respondeu amarga.
– mas se ta sobrando, qual o problema Carolina? – a Nat disse ríspida.
– quem ta sobrando aqui é você, garota! – a Karen respondeu com ar de superioridade.
– aí Lu, não dá pra sair com teus amigos, não vou ficar me humilhando assim – ela choramingou pro Lucas.
Quando eu a ouvir dizendo “Lu” meu sangue ferveu. Larguei a mão da Karen.
– tudo bem! – sussurrei.
Abri minha bolsa e peguei os passes, que eram pulseiras, entreguei um a cada um deles e deixei o dela por último, ao parar na sua frente, ela me olhou com um ar de vitória. Estiquei o ingresso a ela, quando ela foi pegar, hesitei e o puxei de novo pra mim.
– quer saber? Vai pro inferno Natasha – falei com todo ódio que eu tinha e rasguei sua pulseira, e última, na frente dela.
As meninas riram, ela me olhava ferozmente. Virei-me e sai dali, tipo assim, triunfante. Puxei o Bernardo pela mão, nem o deixei falar qualquer coisa que ele iria falar. Entramos e subimos pra área Vip. Tratei logo de ir ao bar com a Karen e a Carol. Pedimos vodka e ficamos bebendo lá. O Bernardo estava com os meninos em uma mesa, bebendo cerveja e nos observando. Percebia os olhares daquela mesa em nós, os três estavam incomodados com a nossa diversão e o Caio em não ter a Deb por perto, além de que nenhum dos amigos queriam acompanhá–lo na caçada à mulheres. Após alguns copos de vodka, fomos pra pista de dança, tocava Akon – sexy bitch ♪”, ficamos lá remexendo os corpos enquanto os meninos nos olhavam.
– queria saber qual o problema deles – a Carol comentou.
– ciúmes amiga, ciúmes – eu respondi.
– esses meninos se acham donos de nós, né? – a Karen disse – meu Deus, não podemos nem dançar em paz.
– acho que ta na hora de provocar, que tal? – a Carol ergueu a sobrancelha pra nós duas.
Eu e a Karen nos entreolhamos.
– Carol, acho melhor não – eu disse preocupada.
– calma amiga, não vamos fazer nada – ela disse confiante.
– nada? Tem certeza? – perguntei a olhando de lado.
– nada DEMAIS – deu ênfase a última palavra.
Puxou–nos pela mão e fomos pra pista de baixo. Continuamos a dançar lá, logo apareceram alguns meninos, dançaram perto de nós, nos cantaram, mas dispensávamos, todos, até que os nossos meninos desceram.
– dá pra me responder o que estão fazendo o que? – o Bê perguntou no meu ouvido grosseiramente.
– dançando? – respondi cínica.
– precisavam vir aqui pra baixo? Porque não dança á na pista de cima?
– Bernardo você vai implicar até onde eu danço?
– contanto que você fique perto de mim – ele disse me beijando no pescoço.
Revirei os olhos e permaneci dançando. O Rapha chegou por trás da Karen e segurou em sua cintura, ficaram dançando ao ritmo da música tocada, logo se beijaram, era tão fofo de se ver. A Carol estava dançando com o Felipe, mas se fazia de difícil pra ele, deveria estar doida pra beijá–lo, isso sim. O caio havia sumido, com certeza com alguma garota. Eu e o Bernardo estávamos abraçados dançando, próximos ao balcão do bar, vez ou outra ele me beijava, estava tudo bem até o Lucas se aproximar de mãos dadas com a Nat. Eu a olhei com desprezo e ela com ódio.
– cadê a galera? – o Lucas perguntou.
– por aí – o Bê respondeu com desdenho.
– vamos ficar aqui amor – ela disse pro Lucas, mas olhando pra mim.
– ta ok – ele respondeu enquanto punha uma mão no bolso.
– vamos subir? – sussurrei no ouvido do Bernardo.
– agora não, vamos esperar o pessoal aparecer – ele respondeu em meu ouvido.
Eu sabia que não era por isso que ele queria subir pra área Vip, talvez quisesse-me tortura vendo a Nat junto com o Lucas. Dito e feito, o Lucas logo se sentou no banquinho do bar e a Nat tratou de fica por entre suas pernas, enlaçou os braços em seu pescoço e acariciava sua nuca, eles se encontravam um pouco atrás de nós. Virei-me de costa pro Bernardo, ficando também de costa pro casal, preferia não ver aquela cena patética. O Bê me abraçou pelas costas e ficamos dançando juntos enquanto ele mordiscava e beijava meu pescoço e bochechas. Ele então me virou para beijá–lo, segurou em minha cintura com uma de suas mãos e a outra me segurou pela nuca. Eu apoiei minhas mãos em seu peitoral e o beijei conforme seu ritmo. Por vezes abria os olhos de relance para ver o casal um pouco ao nosso lado e a Nat estava lá, pendurada no pescoço do Lucas, já ele demonstrava pouco interesse nela, apenas pousava suas mãos em seu quadril, sem força, vontade ou excitação qualquer. Próximo do final do beijo o Bernardo se empolgou por demais, apertou meus cabelos próximos a nuca com certa força, escorregou sua mão para o bolso traseiro de meu short e pressionou nossos corpos com muita vontade, apertando meu bumbum. Aos poucos fui tentando afastar–me dele.
– ei, calma – eu pedi – tem pessoas olhando – eu arregalei os olhos surpresa com a empolgação dele.
– foi mau amor – ele disse respirando pesado.
– foi péssimo Bernardo – fiz uma careta.
Pus–me prontamente para virar–me de costa a ele, novamente, quando observei o Lucas, ele estava abraçado à Nat, mas olhava pra mim. Percebi que ele respirava impaciência, assim como eu, deveria querer ir embora dali.
– vou beber alguma coisa – sussurrei pro Bê.
– traz algo pra mim? – ele pediu.
Assenti com a cabeça e me aproximei do caixa pra comprar as fichas de bebida e fui para o balcão pedir. Sentei-me no banco atrás do Bernardo e perto do Lucas. Alguém veio me atender.
– tem Martini? – perguntei e ele assentiu com a cabeça – me dê um, por favor.
De canto de olho fiquei a observar o casal ao lado. Logo a Nat disse algumas palavras no ouvido do Lucas e foi para a direção contrária a nossa. Assim que ela se afastou, virei a cabeça pra olhá–lo. Ele olhou pro Bernardo, depois pra mim e se aproximou ao perceber que o Bê não estava olhando pra trás. Sentou–se ao meu lado. Ajeitei-me na cadeira, pus os punhos em cima do balcão e olhei pra trás, assim como ele, pra ver se o Bê não estava olhando. Após me certificar que não, olhei pra frente, fitando as garrafas na prateleira dentro do bar.
– valeu por não dá o ingresso Vip pra Natasha – ele disse sem se aproximar muito.
– até você? Não precisa usar de ironia comigo, você sabia muito bem que eu não daria à ela – respondi grosseiramente sem desviar o meu olhar.
– não estou sendo irônico, estou agradecendo com sinceridade.
Virei meu rosto pra ele rapidamente, surpresa com aquela reação.
– pelo menos posso usar isso como desculpa pra ir embora mais cedo – ele sorriu torto.
– tudo bem – eu sorri fraco pra ele – mas porque veio se não está gostando?
– queria me divertir com vocês, não imaginei que ela fosse ficar grudada em meu pescoço – ele disse quase impaciente.
– sei bem como é isso – falei olhando paras trás, especificamente, pro Bernardo. Ele entendeu o que eu quis dizer.
– cheguei a pensar que a Mel, a Pri e a Jaque viriam também e ela quisesse se divertir com as amigas – ele soltou a respiração com força.
– se bem que hoje está todo mundo de casal, né? – eu comentei.
– menos o Caio, que deve esta pegando geral por aí – ele comentou rindo.
Eu ri também. O atendente se aproximou e me entregou um copo de Martini, entreguei a ficha de bebida à ele. Fiquei bebendo e dividindo o olhar entre o Lucas e o Bernardo, que se encontrava aos papos com dois guris lá da escola. De repente vi o Lucas se levantar do banco e se afastar de mim, sumindo do meu campo de visão. Logo o Bê apareceu e me abraçou por trás. Acabei entendendo a reação do Lucas.
– amor, vem aqui comigo? O Luis quer me mostrar o carro novo que ele ganhou – ele disse ao meu ouvido.
– ah não Bê, não to a fim de ir pro estacionamento ficar vendo teu colega exibir o carro, né? – respondi irritadiça.
– achei que você amasse carros – ele comentou surpreso.
– gosto apenas de correr, ver carro de boyzinho não é pra mim – menti – Aposto que é um palio rebaixado, com vidro fumê e adesivado ao lado – revirei os olhos.
– e você vai ficar onde?
– aqui né Bê?! Ou acha que eu vou fugir? – perguntei irônica.
– tudo bem, se comporta, hein?! – ele segurou meu rosto e me beijou rapidamente.
Ele foi com os meninos lá pra fora e eu fiquei sentada sozinha, bebendo. Após um tempo ali resolvi ir ao banheiro, olhar a maquiagem e o cabelo. Avistei o Lucas com a Nat e a sua trupe de piranhas, nem liguei, passei direto. Ao me aproximar do banheiro me deparo com uma fila pra entrar. Bufei e fiquei lá esperando, não restava nada a fazer mesmo. Certo tempo ali, entrei, o banheiro estava um fervor, várias mulheres brigando por um espaço no espelho, consegui o meu, chequei cabelo e maquiagem e sai. Chegou uma mensagem no meu celular, era da Carol: ”amiga, será que dou o braço a torcer pro Felipe? To doida pra beijá–lo”. Eu ri e me distrai respondendo, esbarrei em alguém.
– opa, desculpa – eu disse sem ver quem era.
– tudo bem – o rapaz sorriu.
Eu retribui ao sorriso. Era um guri lindo, moreno, olhos castanhos, cabelos pretos, usava bagunçado, mas com gel, corpo malhado, uma tentação, realmente. Ele me olhou da cabeça aos pés e continuou a sorri, se aproximou de mim.
– o que você faz sozinha na balada? – ele perguntou ao meu ouvido.
– não estou sozinha, estou com meus amigos e namorado – respondi desconcertada.
Ele olhou pro lados e riu.
– não vejo ninguém.
– estão por aí – dei de ombros.
– então aceita uma bebida? – ele perguntou.
– não, obrigada – sorri tentando ser simpática.
– ah que isso, só uma bebida, como um pedido de desculpas por ter esbarrado em você – fez cara de dó.
– certo, só UMA bebida – respondi com receio.
Fomos andando em direção ao bar, sentamos nos banco do balcão.
– o quer? – ele perguntou.
– ice.
– duas, por favor – ele pediu ao barman – então, como se chama?
– Beatriz e você?
– Miguel, prazer.
Entregaram as bebidas e ficamos ali batendo papo e bebendo, ele era um cara legal, parecia simpático, mas eu estava evitando qualquer intimidade. Até uma hora que ele aproximou mais o banco de mim, eu fiquei constrangida, ele logo pôs sua mão em cima da minha que estava sobre o balcão, tirei a mão e ele acariciou meu rosto. Olhei no celular e havia passado 25 minutos desde à hora da mensagem da Carol e nada do Bernardo voltar e ninguém aparecer.
– olha, eu tenho namorado, não sei se lhe disse isso...
– não me importo – ele me interrompeu com um sorriso no rosto.
– mas eu me importo – eu disse grosseiramente – não estou disponível.
– ih qual foi mina? Estamos aqui bebendo e conversando na boa, vai regular um beijo? Teu namoradinho deve está se divertindo por aí, porque até agora não veio atrás de você – ele disse cínico.
– aceitei conversar com você por educação, não estou a fim de você, mas esquece isso. Dê-me licença – eu disse me levantando.
Ele me segurou pelo antebraço.
– ei gatinha, espera...
– oi amor, onde você estava, hein?! To doido atrás de você – era o Lucas – quem é esse aí?
Eu o olhava assustada, olhei pro Miguel e ele continuou a me segurar.
– e aí, dá pra largar a minha namorada ou eu vou ter que largar a mão na tua cara? – o Lucas disse sorrindo cinicamente.
– foi mal aí cara, estávamos só...
– não interessa – o Lucas o interrompeu.
Ele puxou meu braço, fazendo a mão do Miguel se soltar de mim e se pôs em minha frente.
– quer resolver isso lá fora? – o Lucas perguntou em tom valente.
– não cara, ta tranqüilo, estávamos batendo um papo e...
O Lucas se virou de costas pra ele, nem o deixou terminar de falar, me segurou na cintura e me arrastou pro outro lado da pista sem dar uma palavra se quer.
– ta ficando doida, é? – ele disse sério pra mim.
– desculpa Lu, a gente se esbarrou e...
– não fica mais de papo com desconhecido não Mabi, POR FAVOR – ele exaltou essas duas últimas palavras – e se eu não estivesse por perto? Esse cara iria te agarrar a força e sabe Deus o que poderia fazer – ele falava descontroladamente, estava nervoso.
– calma Lu, eu to bem, se acalma – tentei acalmá–lo falando em tom meigo.
O segurei nos braços e fiquei o encarando–o.
– tudo bem – ele disse mais calmo – desculpa a exaltação, mas esses Manés que pegam mulher a força e... – ele respirou pesado – enfim. Porque está sozinha? Cadê todo mundo?
– sei lá – dei de ombros.
Ele olhou pro lado e saiu me puxando pela mão.
– ei, o que foi? – perguntei sem entender nada.
– quer dá uma volta? – ele me respondeu com outra pergunta.
– ah... Ér... Hã – fiquei hesitante e parei de andar.
– qual é? – ele parou também – você está me devendo uma e é só uma volta pela boate, afinal, não somos amigos? – ele ergueu a sobrancelha.
– tudo bem – sorri.
Continuei a andar atrás dele. Passamos pelas pessoas na pista e apenas nos olhávamos, não trocamos nenhuma palavra. Vi a Carol em um sofá com o Felipe ao lado, estavam abraçados, sorri pra ela e acenei com a mão. Ela me olhou com duvidas, mas acenou também. De repente o Lucas me puxou com mais força e fomos até a entrada pra área Vip.
– borá subir? – ele pediu.
– por mim tudo bem – dei de ombros.
Ele tirou a pulseira do bolso e pediu pra eu colocar. Coloquei e ele me segurou pela mão novamente e subimos as escadas. Ao chegar lá em cima, ele foi ao bar, pagou e pegou as duas cervejas, me entregando uma em seguida. Sorri e fui andando até um sofá no fundo da área Vip, ele sentou–se ao meu lado e deu um gole na cerveja.
– o que foi? – perguntei.
– nada, só que aqui a Natasha não vai me achar – ele disse sem graça.
Eu sorri.
– porque foge tanto da sua namorada? – perguntei irônica.
– porque às vezes ela é chata.
– só às vezes? – ergui uma sobrancelha.
Ele riu de mim.
– qual foi do Bernardo te largar sozinho? Ele tipo assim, PIROU? – ele deu ênfase a última palavra.
– ah, ele foi lá pra fora com aqueles meninos, iam ver um carro que um deles ajeitou.
– os exibidos da nossa sala. Só o Bernardo pra falar com eles – ele revirou os olhos.
– acho que a Nat não vai gostar nada de nos ver aqui conversando, aliás, onde ela está?
– a Mel e a trupe delas chegaram e me salvaram por uns minutos. Eu disse que ia ao banheiro e depois ao bar e fugi, naquela hora que te vi com o carinha no bar. Elas devem estar por ai por baixo, dançando.
– e fugir comigo pra área Vip foi uma idéia genial de fuga, hein?! – disse com um sorriso no rosto.
– é que não tem como ela me achar aqui em cima, lembra? – ele disse com ironia.
– claro, ela não tem pulseira – eu pisquei.
– então... – ele riu – mas o teu namorado é que não vai gostar de me ver aqui, né?
– paciência, somos amigos, né? – perguntei desconfiada.
Ele sorriu e assentiu com a cabeça. Ficamos lá conversando, ele pegou mais algumas bebidas e nos levantamos pra dançar. Ficamos perto da grade de proteção de onde dá pra ver o andar de baixo. Fiquei dançando ao lado dele, às vezes ele me lançava um olhar que me fazia estremecer, mas achei melhor não me aproximar, o meu namorado estava ali, a namorada dele também e eu não queria me magoar levando um fora. Após um tempo vi o Bernardo entrando na boate com os dois meninos da sua sala. Ele olhava para todos os lados, parecia estar me procurando. O Lucas o viu e comentou comigo.
– melhor eu me afastar – ele disse ao meu ouvido.
– é, concordo – dei um sorriso sem graça.
– então tchau.
Ele sorriu, pôs uma mão no meu rosto, acariciando minha pele, mais uma vez fechei meus olhos para sentir o toque de sua pele na minha. Em seguida ele aproximou seu rosto do meu e me beijou na bochecha, de forma demorada, depois encostou sua testa na minha e me encarou. Abri meus olhos em um impulso e nossos olhares se encontraram. Eu sorri pra ele e ele retribuiu. Então com uma rapidez sem igual, ele escorregou sua mão para minha nuca e me puxou com força. Seus lábios se encontraram com os meus, como em um beijo, mas não havia língua, ele apenas apressionava nossas bocas com uma brutalidade, como se quisesse muito aquilo, mas não podia. No fundo não podiamos mesmo. Logo ele deve ter imaginado isso, pois se afastou de mim, sem dar prosseguimento ao beijo, sem que eu pudesse sentir seu gosto novamente, sem que eu pudesse ter sua língua percorrendo minha boca. Ficamos sem graça e eu abaixei a cabeça.
– se cuida – sussurrou.
– obrigada – eu disse ainda de cabeça abaixada.
Ele então se afastou, foi ao bar e depois sentou sozinho no sofá, eu o acompanhei com o olhar e me assustei quando o Bernardo se aproximou.
– aí Bê, que susto.
– ué, por quê? – ele franziu a testa.
– nada, estava distraída apenas. Você demorou hein?!
– ah, fomos dar uma volta na rua pra ver a potência do motor.
– qual o carro? – perguntei com desinteresse.
– um pálio, rebaixado e... – ele parou e caiu na risada.
– eu não disse? – falei rindo.
– é, mas ele aumentou a potencia do motor, ta com 100 cavalos de potência – ele disse empolgado.
– grande coisa, eu corria com um golf de 192 cavalos de potência – dei de ombros.
– então ta entendida. Mas não quero saber de você correndo não – ele me abraçou por trás.
– só corro a pé agora, não tenho nem bicicleta – eu disse triste.
Ele riu de mim e me beijou no pescoço.
– fiquei com saudades, sabia? – disse ao meu ouvido – quero um monte de beijos por isso.
Eu revirei os olhos e me virei de frente pra ele, que logo me puxou contra seu corpo e me beijou. Eu apenas retribui. Terminamos o beijo e ficamos abraçados, vi o Lucas descendo as escadas com o celular em mãos, logo ele cruzou a pista e se encontrou com a Natasha e as meninas. Eles deram um breve beijo e ficaram abraçados. Por vezes ele olhava pra pista de cima, especificamente, pra mim, o sentia incomodado com aquela situação. Eu retribuía o olhar à ele, estava impaciente, aquela noite estava muito chata, eu queria me divertir com minhas amigas.
– ow Bê, vamos procurar a galera? To a fim de dançar – eu disse com manha.
– ta – ele revirou os olhos.
Descemos e o fiz ir comigo atrás da Karen e da Carol. Assim que achamos todos juntei a galera em um canto da pista de baixo. Os meninos trouxeram bebidas e ficamos dançando ali mesmo. Começou a tocar funk, obviamente, nos animamos e fomos pro meio da pista. Dançamos por umas 2 horas, por algumas vezes os meninos se aproximavam para dançar conosco, mas não agüentavam nosso pique e logo se sentavam. A Nat havia ido embora com suas amiguinhas e o Lucas encontrava–se com os meninos, bebendo e conversando. Já eram quase 5 horas da manhã quando eles vieram cortar o nosso barato. Todas nós havíamos bebido bastante, cerveja, ice, Martini e batida de frutas, mas o que nos deixou grogue, não só a mim, a Karen e a Carol estavam, digamos, animadinhas também, foi um tal líquido desconhecido. O barman estava paquerando a Carol, que não deu bola, mas aceitou uma garrafa de bebida, achávamos que era whisky, não sabiamos, apenas bebemos. Misturando com as demais coisas que bebemos a noite toda, não deu outra, ficamos chapadas, não tínhamos idéia do que fazíamos, apenas queríamos dançar, rir e beber mais, enfim, nos divertir. O Bê me olhava feio, muito feio, estava com a cara emburrada porque não havia conseguido controlar nossa bebida, uma vez que a Carol escapava dele e dividia comigo as garrafas e copos dos diversos líquidos que experimentamos nessa noite. Eles se aproximaram de onde estávamos dançando, o Felipe segurou a Carol por trás, o Rapha abraçou a Karen de lado, o Bê parou ao meu lado me dando a mão e o Caio e Lucas estacionaram os corpos próximos fitando–nos.
– já deu por hoje, né? – o Caio estava enfezado.
– vamos gente? – o Felipe pediu calmamente.
– ahhh não – gritamos nós três juntas.
– vocês já dançaram demais e já beberam demais, não acham? – o Rapha falou sério.
– vamos – o Bê disse me puxando pela mão.
– ahhhh – eu balbuciei.
Ele foi me puxando pela pista até a saída da boate. Assim fizeram os outros dois com as meninas. Fomos contra nossas vontades. O Lucas e o Caio seguiram atrás. Paramos no estacionamento, eu andava trançando as pernas, sentia a cabeça girando e uma enorme vontade de vomitar tudo que havia bebido. Encostei-me no carro por alguns instantes, tudo rodopiava, olhei pra Carol e ela estava péssima. A Karen também. Entreolhamos-nos e caímos na gargalhada. O Felipe havia aberto a porta do carro e eu me sentei no banco de trás, com as pernas pra fora do carro, sentia meu corpo mole. A Carol sentou–se em meu colo, enlaçou os braços em meu pescoço e voltamos a rir. Não sabíamos de que, mas riamos muito. Ela acabou caindo por cima de mim e ficamos deitadas no banco traseiro. Os meninos respiravam impaciência. Eles reviravam os olhos e estavam putos. Conosco, é claro!
– vem comigo Carol, vamos lá pra casa, desse jeito tua mãe te mata – o Felipe disse levantando–a – Bernardo, deixa que eu levo a Mabi também.
– não tem problema Felipe, eu a levo – o Bê respondeu raivoso.
– não, ta tudo bem, leva o Caio e o Lucas que eu cuido delas.
Ele e o Lucas se entreolharam quase se fuzilando com os olhos.
– é melhor eu ir com o Bernardo, o Lucas vai contigo Felipe – o Rapha disse pra amenizar – a Karen vai pra lá também?
– eu vou dormir com você amor – a Karen disse se pendurando no seu pescoço.
Deveria ser pelo efeito da bebida. Ele revirou os olhos e fez careta.
– preferia ouvir você falar isso sóbria, então nem vou levar em consideração – ele resmungou.
– que porcaria essas meninas beberam, hein?! – o Caio murmurou.
– não sei caiozito, a Carol ganhou uma garrafa do barman – a Karen respondeu com certa dificuldade pra pronunciar as palavras.
– e o que era? Será que tinha alguma coisa na bebida? – o Felipe perguntou assustado.
– Não, a garrafa estava lacrada, eu vi, era whisky – o Bê respondeu.
– e porque as deixou beber? Ficou doido Bernardo? – o Lucas ficou nervoso.
– eu tentei, mas é impossível controlar essas meninas, começando pela Carol que fica embebedando as outras duas – ele disse furioso.
– ah Bernardo, não vem por a culpa na Carol não – o Felipe a defendeu.
– então não me culpe também, porque nenhuma dessas três é santa. Beberam porque quiseram – ele respondeu grosseiramente.
– ta gente, chega. Elas já estão ruins, já beberam, não adianta brigar agora. Vamos pra casa antes que amanheça – o Rapha interveio.
O Felipe puxou a Carol de cima de mim e a sentou no banco do passageiro, colocando o cinto de segurança. Eu permaneci deitada no banco. O Lucas se aproximou, inclinou seu corpo por cima de mim, ajeitou meu cabelo que estava bagunçado, tirando algumas mechas que estavam em meu rosto e pôs atrás das minhas orelhas. Eu abri os olhos e sorri para ele, que me olhou nos olhos.
– não gosto quando você mistura bebida, você sabe que passa mal e mesmo assim o faz – ele disse em tom doce – põe os braços no meu pescoço pra eu te levantar, vamos pra casa, ta? – ele disse passando os braços pela minha cintura.
Fiz o que ele pediu e enlacei–me em seu pescoço, ficando cara a cara com ele. Ele sorriu pra mim e eu retribuí. Quando estávamos abraçados, ele ergueu o corpo pra que eu levantasse junto com ele. Fiquei de pé ao lado do carro e logo o Bê veio se intrometer. O Rapha já havia posto a Karen sentada do outro lado e estava com o Caio encostados no carro do Bernardo.
– Vamos logo Bernardo – o Caio gritava pra ele.
– Lucas dá pra deixar que da minha namorada cuido eu – ele se pôs na nossa frente e foi tomando meu corpo dos braços do Lucas.
– se você tivesse cuidado dela, não ficaria assim – ele retrucou puto.
O Bernardo bufou e não respondeu nada, apenas me pegou no colo.
– eu cuido do meu jeito – ele disse.
– jeito estranho de cuidar, hein?! – o Lucas ergueu uma sobrancelha – Se não fosse por mim, essa noite teria sido pior... – o Lucas deixou escapar.
– se não fosse por você o que Lucas? – o Bê aumentou o tom de voz e o encarou.
– velho, não vão brigar aqui, né? As meninas estão mal, vamos pra casa Bernardo – o Felipe se meteu entre eles.
– diz Lucas, o que foi? – o Bê insistiu.
– eu fui ao bar e tinha um cara tentando agarrar a Mabi a força, enquanto você estava vendo o carro dos teus amiguinhos por aí.
O rosto do Bernardo ficou vermelho de raiva.
– quem era o idiota? – perguntou furioso.
– não conheço, mas não se preocupe que eu dei um jeito nele e ele não chegou a encostar-se a ela, por sorte – o Lucas respondeu ríspido.
O Bernardo fungou.
– deixa que eu a levo Felipe – o Bê disse bravo pro Felipe que já estava no banco do motorista.
– Bernardo eu já disse que ela vai comigo, põe logo ela aí e não discuti – o Felipe gritou – ela vai pra casa comigo, não insiste.
O Bernardo respirou pesado e de muita má vontade me pôs dentro do carro, ao lado da Karen. Fitou o Lucas furioso e foi pro carro dele.
– mais tarde passo na tua casa pra ver como ela está – ele disse baixo pro Felipe.
– ok! Vai pra casa agora e toma um banho gelado pra esfriar essa cabeça – o Fê disse bagunçando o cabelo do Bernardo.
Eles fizeram um cumprimento de mãos e o Bê foi pro carro.
O Lucas entrou no carro do Felipe e se sentou ao meu lado. Encostei–me no seu ombro e ele me abraçou. A Karen estava deitada no meu colo.
Autor(a): raquel_gomes
Este autor(a) escreve mais 2 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
– FELIPE NARRANDO – Chegamos em casa, eu peguei a Karen, que estava um pouco acordada ainda e a levei pro quarto de hóspedes. – Karen quer tomar um banho? – perguntei. – não – ela resmungou se jogando na cama. – tem certeza? Você vai se sentir melhor. – quero o Rapha – ela disse rindo, um sorris ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 60
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sharonvondy60 Postado em 13/11/2013 - 07:05:01
A web Ja acabou Mahri '-' . acho que ela vai respostar em Cilada, Vc vai voltar a acompanhar ?
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sharonvondy60 Postado em 13/11/2013 - 07:02:03
Awn Ameiii o FiNal muito Lindo me emocionei ate por tudo ter acabado bem T..T Saudades agora "-"
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mahri Postado em 12/11/2013 - 14:42:25
Ela começou a postar cilada,mas perdeu os capítulos aí começou essa web,só que ela ta demorando mt pra acabar
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sharonvondy60 Postado em 12/11/2013 - 14:29:43
Cilada . essa Web ta aqui No site ? Menina Vc Sumiu, Vc ta bem pelo menos ? #volta logo.
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mahri Postado em 10/11/2013 - 02:09:59
Ei tava lendo a web cilada,só que não consegui ver o final pq deletaram, tem como vc me dizer se a Bah e o Rick ficao juntos?
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sharonvondy60 Postado em 08/11/2013 - 05:01:44
Hum, Ta CompLicada a historia Hein : /
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mahri Postado em 07/11/2013 - 23:48:15
Nosso Amor e Ódio Eterno... Vício
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sharonvondy60 Postado em 07/11/2013 - 12:48:11
Mahri : Kkkk... eu to lendo pela 2 Vez. Realmente a primeira Vez deles Foi Awnn Perfeita ? verdade o liu e um best Mesmo. Quem diria que o mateus ficaria com a beth ? eu gostei . pensei que a paula ficasse com um dos irmaos da larissa . e Eu pensava que o lucio era drogado, mas ja desconfiava que ele lutava por ai mesmo tbb . Ahhh
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mahri Postado em 06/11/2013 - 00:45:46
Sharonvondy60: não eu não tenho webs. Eu já li pela 3 vez terminei hj,eu amo o cap da 1 vez deles;não tem como não se apaixona pela web e não amar o Lúcio,fiquei com pena do Alex em relação ao filho,mas ele mereceu. Adoro o Liu um super amigo ele eu tbm adorava as cantadas baratas do Martins kkkkkk
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sharonvondy60 Postado em 05/11/2013 - 15:05:08
mahri : Voce tem Webs ?