Fanfic: Nem sempre o amor pode está certo. 1º Temporada e 2º Temporada | Tema: web novela

Eu ri novamente, nem era engraçado, mas acho que eu ri de nervoso, qualquer um que chegasse ali percebia o que estava rolando. Qualquer um menos o Thiago né?! E ainda bem que ele chegou, sinceramente, eu não queria. Mesmo que o André fosse lindo de morrer, dessa vez eu queria realmente ficar sozinha. Se não fosse com o Lucas, seria só quando eu o esquecesse de vez. Já fiz muita besteira e talvez tenha me arrepedindo um pouco. Mentira, me arrependi muito. Fiquei rindo sozinha dos meus pensamentos quando o Thiago se aproximou mais, ele vinha gritando.

– porra Mabi, da próxima vez pede algo pronto – disse irritado, nos dando as bebidas – o cara ainda foi fazer a tua batida.

– Ih reclama não serviçal.

– serviçal? Olha aí André do que ela ta me chamando.

– e o serviçal ainda quer ter fala – eu disse e o André caiu na risada.

– vamos pra pista? – Thiago me puxou pela mão e eu me pus de pé.

– ta, ta, borá André – o chamei.

No meio do caminho pra pista o André me puxou pela mão.

– ei, espera aí.

Assim que me virei nossos corpo foram de encontro e ficamos cara a cara. Disfarçadamente, tentando desviar meu rosto do dele, meu olhar passou pela pista e avistei Luana no canto de parada nos olhando feio. Naquele momento senti muita raiva dela, como se o mal que ela tivesse feito fosse comigo. Virei o rosto de volta pro André e sorri. Já imaginava o que ele queria e mesmo eu não querendo que acontecesse, fiz só por raiva dela. Ele passou uma das mãos em volta de minha cintura e iniciou um beijo, rápido, uma vez que fomos interrompidos pela voz da Luana.

– nossa André, não sabia que você costumava ficar com 2 meninas em uma mesma noite – ela se fez de ofendida.

– Luana... – ele virou os olhos.

– o que André? Vai dizer que é mentira? – ela o interrompeu – depois de um beijo tão gostoso que você me deu, não acredito que você tem coragem de beijá–la – ela disse erguendo a sobrancelha.

– se você não tivesse me agarrado, eu só teria beijado uma menina hoje – ele foi irônico.

– afff ainda bem que foi depois de mim, não queria saliva dessa daí – fez cara de nojo pra mim.

– tarde demais querida, seu namoradinho também me beijou hoje, então acho que já você teve contato com a minha saliva – eu disse enquanto o André me puxava afoito.

Afastamos-nos dela que pareceu ficar espantada com a informação.

– ta doida é? Ela vai contar pro Pablo e vai ser “a confusão” – ele deu ênfase a última palavra.

– sério mesmo que você se importa com eles? – eu perguntei estupefacta.

– Mabi... – ele suspirou amolecendo o corpo.

– André qual o teu problema? Acorda!!! Ela é namorada do teu irmão, mas parece ainda ser sua. Você que se importa com as burradas que ela faz e ainda fica rastejando atrás dela. Mas ela... – eu ri – ela só ta curtindo com tua cara, não quer nada sério com nenhum de vocês e só você que ainda não percebeu, até eu que te conheço só a 2 dias já vi isso – eu falei como se vomitasse todas as palavras em cima dele sem dó nem piedade.

Ele não respondeu, me lançou um olhar confuso. Me senti indignada com aquilo, mas percebi que era melhor eu não me meter, não mais do que eu já havia me intrometido. Virei as costas e sai furiosa pra pista de dança atrás do Thiago e das outras pessoas que dançavam.

Depois de quase 1 hora dançando, eu olhei em volta procurando o André e o vi sentado sozinho em uma mesa bebendo. Fui lá.

– quem estava aqui contigo?

– ninguém, eu to sozinho – ele deu de ombros.

– você que bebeu todas essas cervejas? – eu perguntei assustada.

Ele não respondeu, ficou me olhando. Eu comecei a contar as garrafas.

– 16 garrafinhas?

– o que tem demais?

– Tu ta sabendo que vai dirigir né? Que ainda tem que me deixar em casa porque eu não conheço a cidade? – ergui uma sobrancelha.

Ele riu com um suspiro.

– você dirigi – disse pondo as chaves do carro em cima da mesa na minha frente – vamos ver se você sabe correr mesmo.

Eu apenas ri, ele se levantou e foi falar com o Pablo. Fiquei apreensiva, mas não quis me meter. Ele só se despediu do irmão, depois do Thiago e de uns caras e voltou pra mesa.

– vamos.

Ele pôs o braço por cima do meu ombro e saiamos andando. Passamos pela Luana que estava ao lado do Pablo e outros garotos. Ela me fuzilava com os olhos. Passei meu braço pela cintura do André e o agarrei, ela arregalou seus olhos ao ver a cena e como provocação mandei beijinho e acenei com a mão pra ela, sendo a mais cínica possível.

– eu vi Mabi – ele disse disfarçadamente.

– o que André? – fiz não saber do que ele falava.

– o que você fez pra Luana.

– não fiz nada.

– mas é cínica mesmo hein?! – ele disse me olhando.

– quem se importa com ela? – dei de ombros e olhei pra ele – ah, esqueci, você! – fiz cara de surpresa.

– ai ai você... – ele revirou os olhos – vamos logo porque já vai dar 3 da manhã.

– e daí?

– temos que ir antes que meu carro vire uma melancia.

– melancia? – fiz uma careta por entender nada.

– ué, não é às 6 da manhã que a carruagem da bela adormecida vira uma melancia?

Eu gargalhei. Entramos no carro e eu fui dirigindo.

– você nunca leu historinha não é?

– não tinha tempo.

– ah ta marreco! – o olhei de lado.

– sério, com 3 anos meu pai já tinha me colocado no judô e até hoje minha vida divide–se entre artes marciais e estudos – ele disse sério.

– hum... entendi.

– e também eu não ia perder tempo lendo histórias de príncipe encantado, anão, bruxa, princesa e etc... eu preferia turma da Mônica.

– percebe–se que você não lia mesmo.

– ihhh qual é hein?

– a cinderela que precisa voltar à meia noite pra casa se não a carruagem vira uma abóbora.

– saquei – ele sorriu e encostou a cabeça no banco – desculpa – ele disse com o olhar perdido.

– tudo bem. Nem eu conheço todas as essas historinhas de contos de fadas e...

– não to falando disso seu besta – ele riu – to falando por hoje, pela minha malcriação.

– ah sim – sorri sem graça – sem problemas, até porque quem deve desculpas aqui sou eu.

– então eu também lhe devo.

– não deve não, você não fez nada.

– ah devo...

– ok, você deve, mas me diz logo pra onde ir, porque eu acho que estou perdida.

Parei o carro no acostamento de uma rua qualquer. Nos olhamos e rimos.

– quer ir pra onde? – ele perguntou.

– sei lá, você que sabe.

– tem horário pra chegar em casa?

– preciso almoçar com a família amanhã ao meio dia – eu disse sorrindo.

– então pega o caminho que eu vou te indicando.

Sai dirigindo sem fazer idéia de onde eu estava, ele me indicou uma estrada, nem perguntei onde íamos, apenas dirigi. Depois de bons minutos paramos em uma praia, estacionei o carro ao lado da calçada e descemos.

– que lindo – eu disse olhando em volta.

– não mais que você – ele sorriu e eu corei – e fica ainda mais quando ta vermelhinha.

– bobo.

– vem – ele me puxou pela mão pra beira da praia.

Eu tirei minha bota e fiquei de meião, já ele tirou o tênis e as meias, fomos caminhando pela areia e conversando. Andamos um bom pedaço, já estava amanhecendo. Cansei e resolvi sentar na areia e ele foi junto.

– eu não devia ter me metido na sua vida... – eu disse olhando pro mar.

– tudo bem, eu precisava ouvir aquilo sobre a Luana, pra despertar, sabe?

– não de mim que te conheço a pouco tempo. Você deve saber o que faz e o que é melhor pra você.

– que nada, em 2 dias você me conhece mais do que o Thiago que é meu amigo de infância.

Eu ri.

– o Thiago parece com um amigo meu, o Caio.

– ele é abestalhado também?

– hurum – eu ri porque era verdade.

Ficamos em silêncio por um tempo. Fiquei observando as ondas e me veio na cabeça o Lucas. Me lembrei dele cuidando de mim quando eu bebi a umas semanas atrás e como eu me iludi com ele quando me prometeu que ficaríamos juntos. Na hora me deu uma angustia no peito, que foi interrompida pelo André.

– pensando no que? – ele perguntou.

– em como fui muito grossa com você quando disse aquilo da Luana.

– esquece ela.

– quem tem que esquecer não sou eu, é você. Mas acho que você não quer.

– e você quer?

– hã? – fiquei confusa.

– o Lucas.

– obrigada por me lembrar dele – sorri sem graça.

– vai dizer que você não estava pensando nele agora? Não me engane. Aposto um beijo – ele sorriu.

– assim não vale – eu disse olhando pra ele.

– eu sabia – ele riu – vocês vão voltar logo, logo, nem esquenta.

Eu não falei nada, dobrei as pernas, apoiei os braços nelas e abaixei a cabeça encostando–a no braço. Fiquei olhando pra ele.

– será que o Lucas me perdoaria?

– pelo o que?

– por ter beijado a namorada dele.

– eu e ele não namoramos e você nem me beijou. Aquilo de fazer ciúmes pra Luana não valeu – mostrei a língua pra ele e me pus a olhar pra frente.

– ainda – ele ergueu a sobrancelha.

– ainda pelo o que? – o olhei de lado, assustada com a resposta.

– pelos dois.

Eu corei na hora.

– porque você fica vermelhinha sempre que eu te elogio?

– sei lá, vergonha – dei de ombros.

– de que?

– vergonha dos outros.

– mas só estamos nós dois aqui – ele disse olhando pros lados.

– é – eu disse sem graça.

– então...

– então... – eu repeti.

– posso tentar uma coisa?

– hum... ta – eu disse desconfiada.

Ele sentou mais perto de mim e me deu um selinho demorado. Eu fiquei perplexa, não tive reação, porque o outro beijo eu imaginava que era pra fazer ciúmes na Luana. Mas o de agora o clima era diferente, só tinha nós ali e ele quis aquele beijo.

– desculpa – ele disse se afastando.

– não precisa pedir você não fez nada demais – eu disse ainda pasmada.

– eu não devia, você parecia não querer – ele falou enquanto seus olhos fugiam de mim.

– eu fiquei surpresa, só isso – eu sorri torto.

Ele voltou a me olhar e ficou por uns segundos.

– seus olhos são lindos.

– obrigada – eu disse corando novamente.

– seu sorriso também, seu cabelo, seu corpo, você é toda linda.

– ai para André, ta me zoando né?! – perguntei séria.

– na verdade gosto de ver você ficando vermelhinha, só espero que não exploda – ele riu ao dizer a última frase.

– abestalhado – eu ri e dei um tapa em seu braço.

– cara, doeu pow – ele disse passando a mão no local do tapa.

– dramático! Continua vai...

– o que? – ele me olhou confuso.

– o que você tava fazendo – falei fazendo pouco caso.

Ele veio e me beijou, eu me surpreendi novamente.

– o que foi? – ele perguntou ao perceber que eu não quis novamente.

– nada – e dei um sorriso sem graça..

– você disse que eu podia continuar...

– eu tava me referindo à zoação que você estava fazendo.

– desculpa – ele ficou sem graça.

– tudo bem... – dei de ombros.

– velho, quer saber? agora vou continuar mesmo...

– a zoação? – perguntei confusa.

– não – ele disse sorrindo.

Eu olhei pra ele com cara de quem não tinha entendido, rapidamente ele veio pra cima de mim, inclinei meu corpo por um impulso até deitar na areia, ele segurou meu rosto com uma de suas mãos e me encarou.

– o beijo – sussurrou.

 Eu não disse nada, apenas o olhei nos olhos, depois desci até sua boca e novamente subi para os olhos. Ele estava a 5 cm da minha boca. Ele não fazia nada, parecia esperar uma aprovação minha, que até então eu não havia dado.

– André, melhor não... – eu sussurei.

Ele pareceu me ignorar, pois encostou seus lábios nos meus, mas no momento exato meu celular, que estava no bolso da jaqueta, tocou. Eu me afastei dele e peguei o celular pra atender, ele deitou na areia e sussurrou:

– tava demorando algo pra atrapalhar.

Eu ri amarelo e atendi o celular. Na verdade aquilo era um alivio.

Olhei o nº no identificador e era o Felipe.

– Inicio da ligação –

– bom dia meu amor.

– oiiiiiiii – tinha um coro do outro lado da linha.

– eita! O que é isso? – eu perguntei rindo.

– galera ta toda aqui.

– a essa hora?? Fazendo o que?

– nada, só lesando mesmo.

– estão onde?

– na calçada, desde às 23 hr que estamos aqui bebendo. O Caio já até se declarou pra Deb – ele disse e o pessoal gargalhou.

– olha Mabi, é mentira viu?! Felipe não sabe o que fala – o Caio gritou no celular.

– sei sei... Assume logo Caio – eu disse rindo.

– ai maninha como ta ai?

– to bem, domingo eu chego aí. To com saudades de vocês.

– eu to morrendo também e o papai então, ta contando os dias. Ta fazendo o que a essa hora?

– to na praia, vendo mar. E vocês me ligam agora, eu podia estar dormindo, sabia? – fingi estar brava.

– ué, você acordava. Que horas tem ai?

– a mesma daí né Felipe! Eu não to no Japão não, pra ai ta de noite e aqui de dia.

Ele riu e logo em seguida eu ouvi alguém gritando ao fundo.

– iae marrecoooooooooo – era a Carol.

– marrecoooooooooooooo – eu disse olhando pro André que riu.

– amiga, me diz como você ta, quantas gatos você pegou aí hein?? Eu to na seca amiga, não pego ninguém desde que você foi embora, só o Felipe que diz estar tentando me conquistar, mas ele não conta.

– como assim Carol? Porque eu não conto hein? – o Fê perguntou pra ela.

– ai vocês hein... Bando de bêbados – disse rindo muito – quem mais ta ai Fê?

– o Caio, o Rapha, a Karen, a Carol, a Débora e o Lucas.

– ah, legal, todo mundo. Como ele ta?

– ah “ELES” estão mais ou menos – ele disse tentando disfarçar – Deprimidooooo que só vendo – ele falou baixinho no celular.

– hum... E a Nat? Estão juntos?

– não sei, ele não me falou nada... mas quando você voltar fala com ele – ele sussurou.

– ta, vou conversar com ele quando voltar – eu falei e olhei pro André que concordou com a cabeça.

– fala só oi pra ele – o Fê disse passando o celular pro Lucas.

– alô. Oi Mabi – o Lucas disse sem graça.

– não Fê... Ah oi Lucas. Tudo bem?

– tudo sim e com você? Volta quando?

– ah to bem também – eu olhei pro André que deu uma risada – volto domingo à tarde. Acho que na escola a gente se encontra.

– ah, é, legal.

– é. Então.

– Mabi...

– oi.

– ér... Sabe o que é, é que eu tenho algo pra te falar, mas melhor falar aqui.

– hum? Diz logo.

– não, só quando a gente se vê.

– beleza. Tchau.

– Fim da ligação –

Olhei triste pro André.

– e ai? – ele perguntou tentando fingir esperança de eu ter me dado bem.

– e ai nada, ele disse que tinha algo pra me falar, mas não disse. Será que ele ainda ta namorando com a Nat?

– é a ex dele?

– isso.

– afff mulheres sempre pessimistas. Vai que ele quer voltar com você, não é porque ele hesitou em falar que é porque é noticia ruim.

– se fosse boa ele não teria medo de falar.

– deixa de coisa, vem pra água.

Ele tirou a blusa, a calça e foi só de cueca Box preta pra água. Eu fiquei só olhando.

– vem logo – ele gritou.

– ah nem tenho biquíni.

Ele fez careta.

– deixa de onda marreco, fique de calcinha e sutiã, eu prometo não reparar.

Eu gargalhei.

– você usa calcinha e sutiã, né?! Se não usar, não tem problema, pode vir também... – ele fingiu dar de ombro.

– seu tarado!

Eu tirei minha meia calça e a jaqueta, fui de vestido pra água. Mergulhei e nadei até perto dele.

– ow delicia... – ele disse baixinho olhando pro céu.

Eu fiz cara feia.

– to falando da água besta.

– sei... – eu respondi desconfiada.

– Você se acha a última bolacha do pacote, né?

– não, eu me acho a segunda bolacha – eu disse séria.

– ué, porque a segunda?

– porque é a que você tem mais vontade, as demais você já está de barriga cheia – eu disse me gabando.

– mas ela não é a primeira, é a segunda – ele disse com cara de “dã”.

– é que a primeira sempre vem quebrada – eu disse fazendo graça.

– palhaça – ele jogou água em mim – se acha “A” gostosona, né? Eu já te disse que você não é tudo isso que acha que é?

– ahh seuuu... É agora que eu te afogo – eu disse nadando atrás dele.

– Ihh vai ficar bravinha só porque eu não to puxando sardinha pra você é? – ele disse enquanto fugia de mim.

– você fala isso só da boca pra fora, me conhece há dois dias e está os dois dias dando em cima de mim.

– é só pra te irritar sua lesa.