Fanfic: Nem sempre o amor pode está certo. 1º Temporada e 2º Temporada | Tema: web novela

Eu olhei pro Fê que fez sim com a cabeça e eu me aproximei dos meninos.

– Lucas, olha...

– você sabia Mabi? – ele perguntou assustado.

– o Bê me contou no dia do baile...

– E porque não me contou? – ele disse me interrompendo, porém já falava mais calmo.

– eu não queria que vocês brigassem. Achei que você tinha transado com a Natasha e então pensei que não queria ficar comigo... – eu disse com medo dele perguntar mais coisas.

– você preferia que nós dois brigássemos do que eu e o Bernardo?

Eu não respondi.

– Hein?

– eu tentei falar contigo Lucas, fui atrás de você pra conversar – eu disse chorando, estava muito nervosa.

– você não me procurou Mabi. Não mesmo.

– claro que sim Lucas, fui atrás de você, mas você estava com a Nat. Queria o que? Eu não conseguia me aproximar de você.

– eu fui conversar com ela pra que contasse a você que sobre a noite do baile.

– e porque você não me procurou pra esclarecer essas coisas sobre eu e o Bernardo? Você duvidou de mim esse tempo todo.

– porque você estava grudada nele... Eu achava que era verdade, ai na rave eu te vi com outros garotos e na praça você o beijou, eu achei que fosse verdade, achei que eu fosse só uma diversão pra você como ele disse.

– ai meu deus, agora pronto. Alguém conta tudo aí? – o Rapha disse.

– eu gosto da Mabi, aliás, nunca deixei de gostar, e achei que se o Lucas saísse do caminho eu conseguiria reconquistá–la mais fácil. Então eu armei com a Nat. Eu falava pro Lucas que a Mabi me dava bola e que iria ficar com ela nas festas, que ela me dizia que entre eles era só diversão, então quando saiamos eu arrumava um jeito de me aproximar dela – fez uma pausa e respirou pesado – o Lucas acreditava e aí a Nat dava em cima dele e acabavam ficando. A Mabi via e aí... – ele se calou deixando as palavras soltas no ar.

– você pegou pesado mesmo hein Bê? – a Deb falou.

– quantas vezes a Mabi te disse que não queria nada mais contigo? – a Karen perguntou.

– ela dizia que me amava, mas que não ia ficar comigo. Isso não é fácil de se ouvir – ele riu – mas depois eu percebi que não adiantaria nada que eu dissesse ou fizesse, ela gosta do Lucas mesmo.

– cara, não sei nem o que dizer. Mas você errou feio hein? – o Rapha comentou com o Bernardo.

– e porque só contou agora? – o Caio perguntou.

– eu achei que ela ficava com o Lucas só por curtição, mas depois que ela e PV terminaram e ela continuou com Lucas, eu fiquei puto. Imagine a menina que você gosta com um amigo teu? O que vocês iriam fazer?

– aceitar que eu a perdi, que ela não me quer, simples Bernardo, não precisava ter armado tudo isso, ela não ia ficar contigo mesmo – o Caio respondeu.

– eu só percebi isso agora. Eu vi que a Mabi ficou mal quando descobriu que ficamos juntos e que eu tive culpa nisso, só queria conversar com o Lucas pra vê se eles se acertam.

– espero que você tenha aprendido Bernardo – eu falei furiosa – porque eu me cansei de você.

– é, depois daquela última vez juntos, descobri que não tem jeito mesmo...

– que última vez? – o Lucas perguntou surpreso – hein Mabi?

– dia seguinte a boate, que nós terminamos – o Bernardo mentiu – agora ela é toda sua Lucas.

– tarde demais Bernardo. E me faz um favor? Não fala mais comigo, ta? – o Lucas disse saindo.

O Felipe foi atrás dele e o fez ir lá pra casa, eu fui logo em seguida, as meninas ficaram na calçada conversando. O Caio e o Rapha foram ajudar o Bernardo a limpar os machucados.

Entrei no quarto do Fê e os dois estavam sentados conversando. Sentei ao lado do Lucas.

– você não tem jeito né? – eu disse seca.

– nem venha brigar comigo – ele respondeu bravo.

– ok, farei os novos curativos bem calada.

Peguei a maleta e voltei lá.

– daqui a pouco eu vou cobrar.

Ele riu torto.

– acho que teus pais vão notar uns arranhões a mais, né? – eu perguntei.

– nem pensei nisso ow – ele disse pondo a mão na cabeça – eles vão me matar dessa vez, ainda to de castigo. Essa já é a 3ª briga esse semestre.

– quem manda brigar na rua – eu disse olhando feio pra ele.

– quem mandou mexer com a minha mulher.

Eu corei e não falei nada, mas o Fê riu e me deixou mais constrangida ainda.

– sorte que dessa vez o estrago foi menor – o Fê disse rindo.

– ele também merecia ter o nariz quebrado – o Lucas falou sobre o Bê.

Dessa vez ele não tinha muitos machucados, só um cortinho na testa e uns arranhões no corpo por ter caído no chão. Limpei, passei rifocina e pus um band–aid.

– daqui a pouco vou ter que enfaixar tua cara, porque só band–aid não vai resolver.

Ele riu. E eu fiquei o olhando, sorri também.

– ta com raiva de mim? Perguntei.

– chateado por não ter me falado antes. O bom é que agora eu sei que é mentira as coisas que ele me disse sobre vocês.

– e sobre você e a Nat também... Quer dizer, você ficou com ela mesmo porque quis – o olhei feio – mas deixa pra lá...

– porque você não me contou o que o Bernardo te falou? – ele perguntou bem mais calmo.

– eu tentei, mas não consegui falar com você. E porque não me contou o que o Bê te disse?

– eu sabia que você sentia algo por ele, bem mais do que por mim, se é que por mim tinha sentimentos. Então... – ele deu de ombros.

– quando você vai se tocar que se eu fiquei com você foi porque eu gostava realmente de ti?!

– você terminou com ele no baile?

– terminei à tarde, antes de ir, eu queria... – eu hesitei – ter ficado contigo no baile.

Ele sorriu e veio me beijar, eu me surpreendi, mas retribui no mesmo momento. O Fê estava sentado no PC, se virou pra falar algo e nos atrapalhou, acabamos paramos o beijo.

– ihh melhor eu sair daqui – ele disse saindo no PC.

– deixa de coisa Fê, vou descer, falar com as meninas.

Sai do quarto e fui lá pra frente.

– FELIPE NARRANDO –

– aê Mané, se convenceu de que ela gosta de ti?

– é, parece né?! Mas e o tal André? Ela dá muita bola pra ele, velho!

– ah, ela me disse que não tem nada com ele, que gosta mesmo de você, ta tranqüilo – eu menti, nem lembrava se tinha falado com a Mabi sobre esse cara.

– sei não... Eles ficam muito juntinhos – ele disse desconfiado – vou ter que falar com ela sobre isso.

– e a Mari, hein?

– ah ela é bacana.

– é muito gostosa isso sim.

– pega logo então – ele disse rindo.

– eu tenho namorada agora – eu disse sorrindo – e também, acho que ela te quer.

– e eu quero tua irmã – ele disse se jogando na minha cama.

– caralho Lucas, fica logo com ela, vocês já estão me irritando. Ow, mais tarde tu chega nela, fala umas coisas no ouvido, um carinho e depois pega ela de jeito, sacou?

– sou assim não pow – ele riu.

– nem venha com draminha, chega logo nela – eu disse dando um empurrão nele de brincadeira.

– ei pow, to dolorido...

– foi mal – eu ri.

– cara, minha mãe vai me matar. Acho que vou entrar escondido em casa e me enfiar debaixo das cobertas – ele disse rindo.

– dorme ai pow – eu ofereci.

– aqui? – ele perguntou assustado.

– é, na minha caminha, a gente dorme de cochinha pá e tal – eu zoei ele.

– sai de mim Felipe, me erra!

– ow viado, tem quarto de hóspedes né? Macho não dorme na minha cama não, só mulher.

– ta beleza.

De repente a Mabi entrou correndo no quarto.

– Fê, Lucas, corre! Corre! – ela disse gritando.

– o que foi Mabi? – perguntamos assustados.

– as meninas estão no maior bate boca com a Mel e a Nat lá embaixo, acho que o Caio e o Rapha não estão dando conta não ow, elas vão se pegar na porrada.

Nós descemos correndo.

– MABI NARRANDO –

Eu desci e ao chegar no portão vi que as meninas estavam batendo boca com a Mel e a Nat. Voltei correndo atrás dos meninos. Os chamei e descemos juntos. Chegando lá o Felipe segurou a Carol, o Caio a Deb e o Rapha a Karen. O Lucas foi puxando a Nat e a Mel pelo braço. Que ódio!

– borá, para com isso Natasha – o Lucas disse.

– mas elas que começaram Lucas.

– ninguém aqui quer saber quem começou não, só queremos que parem – o Felipe disse gritando.

– vaca, vagabunda, piranha, se enxerguem suas ridículas – as meninas gritavam pras duas e elas retribuíam os “elogios”.

Eu fiquei só olhando, e chamando a Carol, porque se eu entrasse na briga eu ia acabar na porrada com elas. As meninas sossegaram, os guris as fizeram sentar e ficaram dando lição de moral nelas. O Lucas levou as duas pra calçada do outro lado da rua e eu fiquei só olhando. A Mel ficou esperando a Nat pra ir embora e me encarava com ódio. Eu fiquei retribuindo o olhar, morrendo de vontade de surrá–la. O Lucas estava discutindo com a Nat, com certeza sobre as armações com o Bê. Do nada a Mel começa a me xingar.

– vaca, ridícula, vadia!

Eu cruzei os braços e fiquei rindo. Quando ela cansou, se aproximou mais de mim e começou a falar bem alto.

– Mabi porque você não consegue arrumar um namorado sozinha, hein?

– porque você fica se oferecendo pros que eu arrumo – eu respondi.

– sua vadia, foi por isso que o PV te largou.

– me largou? Ahhhhh ta! – falei irônica.

– primeiro me rouba o Bê e depois o Lucas da Nat.

Nisso a Carol já havia se levantado e estava o meu lado. A Mel continuou falando e a Carol se aproximou mais dela. Ficaram gritando uma na cara da outra, não dava pra entender nada o que elas falavam. A Mel empurrou a Carol, e ela fez o mesmo, ficaram se empurrando e gritando e eu tentando afastar a Carol, os meninos se aproximaram pra separar, mas eu pedi calma pra eles. A Nat foi indo pra cima também e o Lucas a segurou pelo braço. Eu me meti no meio das duas e fui afastando a Carol pra calçada. Nisso a Mel me deu um empurrão que eu cai por cima da Carol. Virei-me pra ela e fui andando

furiosa, os meninos me chamavam e eu nem dei bola. Dei um empurrão na Mel e ela veio pra cima de mim. Eu a peguei pelos cabelos e começamos a brigar. Logo a Carol se meteu também e a Nat, que fugiu do Lucas, ficaram se esbofeteando na calçada. Os meninos correram pra lá pra separar e sobrou até pro Lucas que apanhou. A Karen sentou o tapa na cara da Mel também. Quando conseguiram nos segurar, os meninos nos levaram lá pra casa e o caio foi levá–las embora.

– puta merda vocês hein?! – o Felipe gritou.

– o que Felipe? Ela fala mentiras da minha amiga e quer que eu fiquei na minha? – a Carol disse rude.

Todos se olharam e caímos na risada.

– bem feito pra elas – eu disse.

O pessoal foi se sentar. Sentei no banco ao lado do Fê, logo o Lucas sentou ao meu outro lado.

– você ta bem? – ele perguntou.

– sim, sai ilesa.

– que bom, porque não é nada legal brigar na rua, sabia? – ele foi irônico.

– elas mereceram.

Ele sorriu e eu em seguida. Ficamos lá na rua por mais umas 2 horas. Perto da 1 da manhã entramos e o Lucas veio conosco.

– ih, qual é? Perseguindo-me agora é? – eu zoei ele.

– vou dormir aqui. Meus pais não podem me ver mais machucado, eu fico de castigo pra sempre.

 Eu apenas sorri, achei aquilo tão fofo, o jeito dele falar, o sotaque dele, o sorriso, os olhos, tudo nele era fofo. Ok, acordei do meu sonho e subi pro meu quarto, pus minha camisola e tentei dormir, como eu não conseguia e fui no quarto do Fê. Bati antes e ele me mandou entrar.

– desde quando você bate na porta? – o Fê perguntou.

– ah, vai que vocês pudessem está conversando ou algo assim.

– a gente se calava oras – o Fê disse rindo.

– então, o que vocês estão fazendo? – eu perguntei curiosa.

– lesando na internet – o Fê respondeu.

– fala alguma coisa Lucas – eu disse enquanto ele olhava fixamente pra tela do notebook.

– você sempre usa essa camisola?

– às vezes, por quê?

– preciso dormir mais vezes aqui – ele disse sério.

O Fê riu e ele em seguida, mas uma risada com vergonha.

– besta vocês dois! – eu dei língua – to sem sono, vamos fazer alguma coisa?

– vídeo game? Imagem e ação? Banco imobiliário? Baralho? Sexo? – o Fê sugeriu.

– vídeo game primeiro – eu disse ignorando o “sexo”.

– topa Lucas? – o Fê perguntou.

– pode ser. Mas o sexo não é com você não, né?! – ele perguntou pro Felipe.

O Fê deu o dedo do meio pra ele e eu fiquei rindo dos dois. Ficamos jogando uma boa parte da madrugada, depois que cansamos ficamos conversando. Estávamos nos três na cama, eu e o Lucas deitados e o Fê sentado no nosso meio, eu estava com os pés no colo do Fê e ele massageando–os. Fechei os olhos e fiquei pensando, nem estava prestando atenção neles, acabei dormindo. Eu estava cansada de tanta briga nesse dia que acabei apagando na cama do Felipe. Sabe quando você tem um sonho que parece realidade? Não sei bem o que acontecia, mas eu imaginava coisas que pareciam bem reais. Enquanto eu dormia senti o alguém me abraçando por trás, me aconcheguei nele e dormimos de conchinha. Não podia ser o Felipe, porque apesar de tudo que já fizemos, ele era fiel à Carol e sabia que eu não faria nada com minha amiga. O Lucas também não seria, ele não teria cara de pau de fazer isso na minha casa, com meu pai aqui e ainda no quarto do meu irmão. Isso seria demais pra ele. Desliguei-me dos pensamentos e voltei à dormir. No meio da noite, me virei de frente pra ele e pus a cabeça no pescoço de alguém, ele começou a beijar meu rosto, pescoço, ombro e veio deitando em cima de mim beijando meu corpo todo, fui ficando louca. Não queria nem abrir o que olhos com medo de que aquilo fosse um sonho.

– me beija logo – eu sussurrei achando tudo surreal.

Ele logo me atendeu e me beijou na boca, bem lento e gostoso. Passou as mãos no meu corpo e eu pus minha mão em cima da dele pra acompanhar as caricias. Puxei a sua mão até meu seio e ele ficou massageando por cima da camisola, depois ele mesmo acariciou minha barriga, coxa e pôs sua mão dentro da minha calcinha. Eu não abri os olhos em nenhum momento, só sussurrava no seu ouvido pra ele não parar e sentia sua respiração ofegante enquanto ele beijava meu pescoço. Se era verdade ou não, aquilo estava sendo muito gostoso, não hesitei em querer novamente. Ele começou a fazer movimentos circulares no meu clitóris e eu a gemer baixinho. Passei a mão pelo seu pênis por cima do short e vi que ele estava muito excitado, mas preferi esperar ele terminar. Ele foi aumentando o ritmo e eu chegando cada vez mais perto do orgasmo. O puxei para um beijo e ele me beijou calorosamente, logo eu gozei. Ele saiu de cima de mim e voltou a deitar ao meu lado, me virando de costas pra ele e assim me abraçando por trás. Como não tentou nada a mais, achei que tivesse viajando mesmo... Será que eu fiz tudo sozinha imaginando que fosse outra pessoa? Ele me puxou pra junto dele e encaixei no seu corpo, sentindo o volume no seu short e dormir feliz, com ele cheirando meu pescoço.

De manhã assim que acordei, com ele ainda me abraçando, fiquei assustada, não tinha sido sonho. De repente ouvi a porta do quarto se abrir.

– mãeeeeeee eu to sem roupa – o Felipe gritou fechando a porta e eu abri os olhos.

– ah filho, me desculpe. Só vim avisar que o café ta na mesa – a Marta disse.

– bom dia Marta – eu gritei me espreguiçando, sem pensar que teria alguém na minha cama.

Abri os olhos e dei de cara com o Fê na minha frente, ele estava pondo uma blusa, me assustei, olhei pra trás e vi que eu tinha dormido abraçada com o Lucas, me levantei e sentei–me na cama.

– o que foi Mabi? – o Fê perguntou sorrindo.

– eu dormi com o Lucas? – eu perguntei gaguejando.

– haram – ele disse rindo da minha cara.

– a noite toda?

– é.

– e você?

– no seu quarto, não divido cama com macho não.

– mas...

– depois que você adormeceu aqui, eu fui pro teu quarto e ele ficou aqui vendo TV, acho que pegou no sono.

Levantei-me e fui pro meu banheiro. Tomei um banho pensando no que tinha acontecido, eu estava morta de vergonha. Não sei por que, mas me sentia assim com o Lucas. Vesti-me com um vestidinho de alcinha e desci.

Cheguei à mesa do café e dei de cara com os dois lá, fiquei totalmente sem graça.

– bom dia clo – dei um beijo nela – bom dia – disse pros meninos.

– bom dia – o Lucas disse baixo.

O Felipe só riu. Tomamos café em silêncio.

– e ai? – o Fê disse rindo ainda.

– o que? – perguntei mal humorada.

– porque você está de mau humor ai?

– eu não estou de mau humor – menti.

– sei... Vocês dormem juntos e acordam assim, estranho né?!

– não dormimos juntos, Felipe – eu disse virando os olhos – Lucas você bem que podia ter me acordado né?

– eu?? O Felipe podia ter nos acordado né? – o Lucas enfim disse algo.

– por quê? – o Fê tinha um sorriso malicioso nos lábios.

– porque a tia Marta poderia ter nos visto dormindo juntos. Pior, imagina se é o tio Roberto que entra no quarto, e ai? Muito bonito pra mim, né Felipe?

O Fê só ria.

– vocês são muito lerdos, se fosse eu, tinha era aproveitado – ele se levantou da mesa rindo e saiu.

Nós dois coramos, porque na verdade não deixamos de aproveitar.

– desculpa Mabi, ontem eu não tive a intenção de...

– tudo bem Lu – eu o interrompi.

– simplesmente aconteceu – ele continuou.

– certo, a culpa é minha também, me deixei levar... Você está chateado comigo?

– não, porque estaria? – ele perguntou confuso.

– nada, é aquilo ontem... Não sabia que era você ali.

– e pensou que fosse quem Mabi? – ele se surpreendeu com a minha resposta.

– ah, ninguém, sei lá, eu estava dormindo e então nem parei pra pensar nisso. Não sei. Ah deixa pra lá Lu.

– prefere esquecer o que houve ontem? – ele perguntou baixinho bem sério.

Na hora eu engoli a seco.

– é.

– ok – ele foi seco também 

Levantei-me e fui pro meu quarto puta com o Fê e comigo mesma. Porra de menino difícil da peste. Tomei banho e pus uma roupa de malhar, fui correr no condomínio. Voltei pra casa cansadona, tomei banho e nem quis almoçar, ai a Marta foi lá no quarto ver porque eu não queria comer, conversamos besteiras e assim que ela saiu, eu fui estudar. O Lu ainda estava lá em casa. Bateram na porta do meu quarto e era ele.

– Mabi, você ta fazendo o questionário de química?

– hurum.

– pode me ajudar? Não to conseguindo fazer uns cálculos aqui e meu par não ta nem ai – ele fez uma cara de dúvida muito fofa.

– hum que pena né? Achei que a azeda fosse mais estudiosa – eu fiz cara de nojo.

– ela não é minha dupla – ele disse rindo – é o Felipe.

– ah foi mal, me confundi. Eu vi vocês juntos na escola.

– eu também te vi com o Bernardo na sexta-feira – ele disse se sentando ao meu lado.

– estávamos conversando sobre a história da armação, ele tava pedindo desculpas e tal.

– eu e ela também estávamos conversando sobre o projeto.

– ok.

– ta com ciúmes Mabi?

– de você? Não – menti – não tenho porque ter, nós não temos nada né?

– é. Você fica com quem quiser e eu também né?

– sim – eu disse desconfiada.

Ele se levantou e foi saindo.

– ei Lucas.

– oi.

– quer a explicação?

– ah sim – ele sorriu desconfiado.

Expliquei pra ele, enquanto ele me olhava.

– você não está prestando atenção Lucas.

– to sim Mabi.

– ta não.

– o que eu acabei de falar?

– ér... Não lembro, já faz tempo.

– tem nem 5 segundos, você não está prestando atenção, vou parar – eu disse me levantando da cama.

– para não – ele me segurou pelo braço.

– ok – revirei os olhos.

Sentei novamente e comecei a explicar e ele a me olhar

– o que foi agora? – eu disse sem paciência.

– você gostou?

– do que?

– de ontem – ele disse tímido

– ah Lu...

– que foi Mabi?

– tenho vergonha de você.

– de mim? Nossa!

– sei lá... Você é tão tímido que me deixa tímida.

– hum... Ontem eu perdi a timidez e pelo visto você também – ele sorriu sacana.

– ai Lu, que sorriso sem vergonha – eu ri – você ta atiradinho hoje hein?!

– ontem você bem que gostou, né?!

– meu deus – cai na gargalhada.

– desculpa, to te deixando constrangida, né?!

– não, tudo bem, é que você é sempre tão quietinho...

– você que pensa – ele me interrompeu.

Eu corei.

– ta aprendendo com o Felipe é? – eu disse rindo.

– claro, estamos pegando várias gatas e treinando e tal – ele disse sério.

– verdade? – fiz cara de assustada.

– não né bobinha, to brincando – ele riu.

Eu ri também e logo fiquei séria.

– ontem foi muito, muito, muito bom – e não menti – mas vamos voltar pra química.

– ta, ta! – ele revirou os olhos.

Voltei a explicar o assunto pra ele e ele voltou a me olhar.

– presta atenção Lucas, é importante pra você.

– eu to prestando atenção na coisa mais importante pra mim – ele disse enquanto me olhava.

Eu corei e olhei para ele. Ficamos nos olhando fixamente. Às vezes descia o olhar para minha boca e eu pra dele, fomos nos aproximando quando o celular dele tocou. Nós assustamos, ele se afastou e pegou o celular.

– não conheço o número – ele disse.

– atende, pode ser importante.

– ta.