Fanfic: Nem sempre o amor pode está certo. 1º Temporada e 2º Temporada | Tema: web novela

– MABI NARRANDO –

– borá chata, dirigi logo – o André disse abrindo a porta do carona pra eu sair.

– sério? Obaaa.

Eu desci toda animada e fui pro lugar do motorista.

– nunca dirigir um carro tão grande.

Sai toda feliz e comecei a correr.

– ei, ta doida é? – o André se assustou.

– acostume–se – o Lucas disse virando os olhos.

– você não tem carteira de motorista não né Mabi? – o André perguntou desconfiado.

– claro que não, sou menor, lembra? – falei naturalmente.

– era só o que me faltava... – ele disse bufando.

– cala a boca! Vamos pra onde?

– supermercado primeiro – o Lucas disse.

Dirigi até um supermercado 24 horas, descemos e compramos cervejas e salgadinhos. Voltamos pro carro. Até que estava sendo divertido, eu amava ficar ao lado do Lucas e o André também era ótima companhia.

– e agora? – eu perguntei pro André.

– pra minha casa.

Eu fui dirigindo pra lá. Entramos e fomos pra cozinha, comecei a pegar os potes e abridores nos armários, eu já sabia onde tinha tudo, mexi da última vez em que fui lá.

– vai me deixar comer essas besteiras André? – eu o zoei.

– claro, segunda você corre por mais 30 minutos e está tudo resolvido.

– chato – eu ri e dei um tapa no braço dele.

Pegamos as coisas e fomos pro quarto do André. Ele pegou um filme e nos mostrou.

– só tenho esse aqui: Arraste–me para o inferno.

– ai não, não gosto de filmes assim, são nojentos – eu disse.

– só tem esse, deixa de ser fresquinha.

– droga! – resmunguei.

Ele pôs o DVD e ficamos bebendo, comendo e vendo filme. Deitei-me no meio dos dois e fiquei tensa olhando para o filme. Tinha umas partes nojentas e eu tampava os olhos com as mãos. O Lucas ria.

– vem aqui – ele disse oferecendo o peito dele pra eu me deitar.

Encostei-me nele e ele passou o braço pelo meu ombro. Assisti ao filme todo abraçada nele, nas piores cenas eu gritava, e escondia o rosto no pescoço dele, os dois riam de mim. Quando terminou ficamos sentados conversando, o André contava sobre suas competições, confusões e mulheres pro Lucas. Eu fui pra cozinha. Logo o André apareceu lá.

– ta feliz?

– obrigada – eu dei um abraço nele.

– de nada, gosto de te ver com esse sorriso no rosto.

Ele me deu um beijo no rosto, mas percebi um leve descontentamento nele. Imaginei logo que fosse ciuminho. No momento o celular dele tocou. Ele saiu pra atender e eu voltei pro quarto.

– gente, vou ter que dar uma saída, tem um amigo meu bêbado precisando de ajuda, vocês se importam em me esperar?

Eu e o Lucas nos olhamos e dissemos que não. Ele saiu e ficamos sozinhos.

– então... – ele disse sem graça.

– pois é.

– quer ver TV?

– sim, procura um filme na Sky.

Ele pegou o controle e deitou na cama, começamos a assistir, era um filme romântico. Deitei-me no peito dele novamente e ele sorriu pra mim. Ficamos assim por quase 1 hora, até que ele começou a fazer carinho em mim. Passou a mão pelo meu cabelo e depois no meu rosto. Eu levantei meu rosto e o olhei nos olhos. Ficamos nos encarando por algum tempo, até que ele me beijou.

Não tinha nada mais que eu quisesse naquele momento do que aquele beijo calmo e tão apaixonado, retribuí calorosamente. Nós beijamos por muitos minutos, o beijo foi ficando intenso, eu me deitei por cima dele e continuei. Ele segurava minha nuca e a outra mão passava em minha costa. Eu me sentei em cima dele e fiquei o encarando bem de pertinho.

– Mabi, eu te quero – ele disse baixinho.

– você já me tem seu bobo – eu sussurrei e sorri.

 Ele apenas sorriu, o que pra mim foi suficiente pra continuar, deitei meu tronco por cima dele e novamente nos beijamos. Ele me deitou na cama e ficou por cima de mim, os beijos foram ficando quentes, ele passava a mão por todo o meu corpo, apertou meus seios, desceu beijando meu pescoço e foi pra minha barriga. Eu tirei minha blusa e ele a dele, depois voltou a me beijar, tirando em seguida meu sutiã. Chupou meus seios com muita delicadeza, quase os acariciava com sua língua. Posteriormente ele tirou meu short e voltou a me beijar. Eu o deitei ao meu lado e ficamos de frente, segurei o seu rosto e o acariciei, ele pôs as mãos na minha cintura. O beijo continuava gostoso, pressionei o meu corpo no dele e senti que ele estava excitado. Pus a mão em cima do seu pau e fiquei acariciando –o. Tirei sua bermuda e a cueca juntas e comecei a masturbá–lo. Ele apertou meu bumbum com forçar e me puxou pra cima dele. Fui beijando o seu corpo até chegar ao seu pau. Fui colocando–o devagarzinho em minha boca, sentindo toda sua excitação. Ele gemia a cada vez que minha boca descia mais. Tirei–o todo da boca e fui passando a língua, chupei a cabeça devagar e fui aumentado o ritmo, e ele foi gemendo cada vez mais. Quando ele estava pra não agüentar mais, me puxou pela nuca e me beijou. Definitivamente a pegada dele era outra, bem diferente da nossa primeira vez. Ele me deitou na cama e tirou minha calcinha com a boca. Aquilo me deu mais tesão ainda. Voltou beijando minha coxa, depois virilha e passou os dedos na minha bct. Meu corpo todo se contorcia de tanto prazer e ele parecia estar gostando de ver aquilo, pois continuou a me torturar quando enfiou dois dedos em mim enquanto beijava minha coxa e descia pra virilha. Eu ri veementemente. Ele continuou traçando um trajeto em meu corpo com sua boca, passando a língua pela minha barriga, chupando meus seios e me beijando na boca, ainda sem tirar os dedos de dentro de mim. Se ele queria me enlouquecer, havia conseguido. Não tinha nada naquele momento que eu quisesse mais do que seu corpo no meu. Ele desceu até minha bct e colocou mais um dedo em mim e aumentou o ritmo, eu gemi mais alto. Depois ele passou os dedos no meu clitóris e me chupou, era um sexo oral muito bem elaborado, conseqüentemente eu não agüentei muito tempo e gozei. Ele logo tirou um preservativo da carteira, pôs e veio pra cima de mim, me beijou e se ajoelhou na cama e ficou entre minhas pernas que estavam abertas, ficou esfregando seu pau na minha bct e eu pedi pra ele por, ele hesitou, eu o olhei e ele estava com uma cara não muito boa.

– ta tudo bem Lu?

– ta sim – ele respirava ofegante.

– quer continuar?

Ele assentiu com a cabeça e vinha pra se deitar em cima de mim quando eu, rapidamente, me sentei em sua frente e o beijei, logo ele pôs seu corpo em cima do meu, me apoiei com os cotovelos na cama e ele colocou seu pau na entrada da minha bct. Parou o beijo e ficou me olhando, eu sorri. Ele beijou meu pescoço e disse no meu ouvido.

– eu te amo!

Eu dei um sorriso enorme. Não precisava de mais nada depois daquela frase. Ele voltou a me olhar, com a cara séria e eu ainda sorria. Pus as mãos no seu quadril e o puxei, logo ele entrou em mim. Dei um gemido quando me penetrou. Ele começou a se movimentar enquanto roçávamos os lábios no do outro. Em seguida o empurrei deitando–o ao meu lado. Sentei em cima dele e comecei a cavalgar. O puxei pra mim e beijei sua boca, depois o pescoço e fui até sua orelha, mordi e sussurrei.

– eu também te amo. Muito!

Então ele sorriu assim como eu.

– pensei que não fosse escutar isso de você – ele disse.

– se depender de mim, você vai ouvir sempre.

Ele agarrou minha cintura e forçava cada vez mais meu quadril, eu pulava no colo dele e gemia em seu ouvido.

– Mabi, posso te pedir uma coisa? – ele disse enquanto gemia.

– diz Lu, diz... Você pode pedir qualquer coisa nesse momento, mas não para – eu falei ofegante.

– se eu te pedir, você namora comigo?

Eu parei o movimento e fiquei olhando pra ele, séria. Ele me olhava esperando uma resposta, eu segurei o seu rosto com as mãos e sorri.

– claro!

O beijei, um beijo leve e super carinhoso, agora com muito amor. Terminei com selinhos e ele me olhou sorrindo. Continuei a me movimentar em cima dele, depois ele me deitou de lado na cama e ficou atrás de mim, levantou um pouco minha perna e me penetrou enquanto beijava meu pescoço gemendo abafado perto do meu ouvido. Ficamos ali por um tempo, até ele por os dedos no meu clitóris e me masturbar. Não agüentei muito e disse que iria gozar, ele pediu pra eu esperar um pouco e logo em seguida disse que também queria. Gozamos juntos e ficamos deitados na cama. Eu não podia estar mais feliz, era tudo o que eu queria. Encostei rosto em seu pescoço e com os dedos fiquei brincando em seu peito. Ele apenas sorria de leve pra mim. Beijou minha testa em seguida.

– vou ao banheiro, ta? – ele disse.

– fica aqui – pedi manhosa.

– preciso me livrar disso – ele apontou pro preservativo.

– ah – sorri de lado – podemos tomar banho juntos então?

– tem certeza? – ele pareceu incomodado.

– vem – me levantei e o puxei.

Ele foi jogar a camisinha e eu entrei no chuveiro, ele foi em seguida. Antes que me molhasse, me lembrei da toalha.

– só um pouquinho Lu, vou pegar toalhas.

Sai e fui até o guarda roupas do André procurar toalha, eu sabia que tinha visto em algum lugar, achei e voltei lá. O Lucas estava sério, não disse uma palavra, me puxou pro chuveiro e tomamos banho juntos. Ele apenas me beijava e acariciava meu corpo. Enxugamos-nos e voltamos pro quarto. Eu deitei na cama e ele ao meu lado.

– ta quieto, o que foi? – eu perguntei.

– nada – ele disse seco.

– você não gostou?

– não.

– não? – eu perguntei assustada.

– não, quer dizer, não é isso, gostei sim e muito. Você não imagina quanto tempo eu esperei por isso – ele sorriu torto.

– não parece estar feliz – eu disse cerrando os olhos.

Ele me fez deitar no peito dele e acariciou meu rosto.

– estou mais feliz do que você imagina.

Ficamos trocando caricias por uns minutos, ele logo veio me beijar e começou a esquentar o clima novamente.

– Mabi, eu não tenho mais camisinha.

– nenhuma Lu? – eu disse triste.

– ah eu nem ando com isso, não costumo ficar com ninguém por ai mesmo e nem esperava que nós dois fossemos... né?!

– ah, tudo bem. O André tem aqui, me deixa lembrar onde vi.

Eu me levantei enrolada na toalha, fui ao guarda roupas e não achei, ai me lembrei da cabeceira, o Fê sempre guardava as dele na cabeceira. Abri e tinha várias, peguei uma e voltei pra cama.

– precisamos só de uma? – eu disse sorrindo maliciosamente.

Ele não respondeu nada, se levantou, foi pegando sua roupa pela cama e se vestindo.

– o que foi Lu? O que ta acontecendo? – eu não estava entendendo nada.

– Mabi... – ele se calou, fechou os olhos e falou novamente – olha, eu to muito feliz, finalmente nos entendemos e estamos até namorando – abriu os olhos e riu – mas estava tudo muito bom pra ser verdade.

– o que aconteceu Lucas? Não to entendendo nada – falei nervosa.

– pow Mabi! – ele falou grosso – depois disso tudo tu ainda diz que não tem nada com o André.

– e não tenho. Você não acredita em mim?

– ta difícil... – arfou – O cara manda você vir pra casa dele e você já sabe o caminho, chega aqui estaciona o carro na vaga sem nem perguntar qual é, aperta o botão do elevador já sabendo qual o andar, entra e mexe toda intima nas coisas da cozinha dele, depois pega toalhas no guarda roupas... Eu engoli tudo isso a noite toda, mas agora não dá. Saber onde tem camisinha pra mim já é demais!

Nessa hora as lágrimas brotavam em meus olhos, eu estava perplexa ouvindo aquilo, só conseguia balançar a cabeça em sinal de negativo. Estava demorando algo estragar aquele momento. Algo não, eu estragar, como sempre eu fiz merda.

– só falta você me dizer que nunca tiveram nada – ele dizia inconformado.

– mas não tivemos Lucas. Eu já vim aqui sim, ele me dá carona de volta pra casa, você sabia disso.

– te dar carona não é te trazer pra casa dele, pro quarto ou sei lá mais pra onde vocês foram.

– assim você me ofende Lucas.

– desculpa Mabi. Eu só não quero me enganar.

– então não se engane, acredite em mim, eu não tenho nada com o André. Poxa Lucas, você disse que me ama, achei que isso fosse mais importante.

– e amo. Isso não vai mudar. Só que eu preciso ficar contigo sozinha, não quero mais ter que ficar com você e você com outros, quero você só pra mim.

– você já me tem só pra você. Eu não estou com ninguém além de ti.

– primeiro era o Pedro, depois o Rapha, o Bernardo, agora o André. Não dá – ele começou a chorar também – acho que eu não sou pra você. Não consigo me adaptar a essa modernidade de vocês – ele disse bufando e foi saindo do quarto.

Eu estava enrolada na toalha e fui atrás dele, paramos na sala. Ele ficou de costas pra mim, respirava pesado, dava pra ouvir sua respiração, suas mãos abriam e fechavam, ele estava bem nervoso.

– Mabi me diz, não me engana, por favor. Você já ficou com ele?

Eu me calei por uns segundos.

– não...

– mas você o beijou?

– sim.

Ele riu debochadamente.

– quantas vezes?

Permaneci calada. Eu e o André só havíamos nos beijado uma vez, pra provocar ciúmes na Luana, mas se fosse contar todas as tentativas dele, eu me perderia na conta.

– quantas? – ele disse mais alto.

– uma Lucas – eu fiquei mais nervosa ainda – pra fazer ciúmes na ex dele.

Ele riu do mesmo jeito.

– claro... Pra ajudar ele. Pra nos ajudar você não pensou em não beijá–lo, né?

– não é isso. É que a história dele é complicada, mas eu nunca fiquei com ele a noite toda e esse foi um beijo curto, sem importância.

– e você transou com ele?

– não – eu disse alto.

– e com mais alguém desde a última vez que nós transamos no acampamento?

Eu hesitei, pois tinha às vezes com o Bernardo.

– sim – eu disse sem encará–lo.

– quem?

– ninguém Lucas.

– quem Mabi? – ele disse de olhos fechados.

– respeita minha privacidade, que droga! – falei ríspida.

– ok, não preciso mais saber de nada – ele se virou e abriu a porta.

– Lucas nós não estávamos mais juntos. Você havia me dispensado no acampamento.

– ainda bem Mabi – ele disse com os olhos cheios de lágrimas.

– e você e a Nat? Eu tenho que engolir a seco vocês? Isso não conta, né?

– eu não transei com a Natasha.

– ta, se você quer que eu acredite que no dia do baile não teve nada, eu acredito.

– to falando que eu não transei com ela nem solteiro, nem durante o namoro e nem quando havia prometido estar contigo.

– nem no namoro?

– não. Eu não gostava dela, não tinha mínima vontade de levá–la pra cama. Eu te disse só tenho relações quando eu tenho relacionamento com alguém. Não gosto de sexo casual, você foi a primeira a eu fazer isso.

– desculpa... – eu comecei a chorar mais ainda. Não que eu tivesse arrependida pro ter transado com o Bernardo mesmo antes do nosso namoro relâmpago. Tinha sido bom, mas agora vi que não havia valido a pena. Ok, sou uma idiota.

– foi com ele não foi?

– eu não transei com o André, Lucas, já te disse isso – eu disse irritada.

– mas transou com o Bernardo – ele disse alto.

Bom, o choque de ouvir aquilo foi mais forte do que uma porrada na cabeça. Sabe quando você fica zonza com palavras? Eu fiquei, na verdade entrei em estado de choque, não tive reação nenhuma, apenas o olhava.

– eu sabia... – ele pôs as mãos na cabeça – fui muito burro, muito! – ele riu.

– como você...

– vocês se entregaram no dia da briga – ele me interrompeu.

– mas não foi nada Lucas, ele...

– nada? Foi sexo – ele me interrompeu mais uma vez – ta, pra deixar mais divertido e eu me sentir mais otário – ele riu de si mesmo – foi quando estávamos juntos? Ou foi durante a semaninha de namoro ridículo de vocês? – ele dizia com sarcasmo.

Eu o olhava, perdida. Tentava disfarçar, não queria responder aquilo e piorar as coisas. Apesar de que não havia como piorar.

– responde Mabi – ele disse em um tom ríspido, nunca ouvido antes por mim.

– não fala assim comigo.

– beleza! Quando você tiver a fim de responder, me procura. Ai eu falo direito com você.

Ele disse isso e fechou a porta. Eu corri e pus minha cabeça pra fora.

– Lucas espera.

Ele parou e me olhou.

– vai dizer?

– sim...

Ele voltou e entrou. Parei na frente dele e respirei fundo.

– não transamos enquanto fomos namorados – eu disse olhando pro chão.

– nossa, que bom. Transaram só enquanto você estava comigo, né? – ele dizia novamente com sarcasmo.

– uma vez quando ele me propôs aquele acordo de ficar com vocês dois e a outra foi na semana seguinte ao acampamento.

– muito bom. Não fizeram quando podiam... Mas... Quer saber? Cansei! – ele se virou e saiu.

– Lucas, e nós dois? Como fica? – perguntei idiotamente, depois disso eu ainda queria que ele ficasse comigo. Ah ta.

– não fica Mabi. Simples. Procura o Bernardo – ele deu um sorriso cínico – ah não dá, não estamos mais juntos, então vocês não podem... – ele nem terminou a frase, entrou logo no elevador.

Eu voltei pro quarto, me deitei na cama e chorei, chorei muito. O André chegou e foi até o quarto, me viu soluçando de tanto chorar.

– o que foi Mabi? Cadê o Lucas?

Eu não conseguia falar de tanto que eu chorava. Ele ficou me perguntando e eu não respondia, então se deitou na cama comigo e me abraçou, ficou fazendo carinho em mim e eu dormir de cansaço de chorar.

Acordei no dia seguinte assustada, eu estava deitada na cama do André só de toalha com ele ao meu lado, abraçado comigo. Dei um pulo da cama, me cobrindo com o lençol e sai pegando minhas roupas espalhada pelo quarto. Corri pro banheiro e me vesti. Quando eu sai dei de cara com o André.

– vai me contar o que houve?

Eu não respondi, passei por ele e sai do quarto, ele veio atrás de mim e me segurou pelo braço.

– Mabi, para! – ele me disse nervoso – senta aí e me conta o que houve entre você e o Lucas.

Eu me sentei no sofá e fiquei olhando pra ele, logo cai no choro sem dizer nenhuma palavra. Ele me abraçou.

– ok, não precisa falar. Mas eu to do teu lado, ta?

– hurum – foi a única coisa que eu consegui sussurrar.

– vem comigo, vou tomar um banho e por uma roupa pra darmos uma volta, ta?

Nós fomos pro quarto dele, ele tomou banho e saiu do banheiro com a toalha na cintura. Eu estava na poltrona e fiquei apenas o observando. Ele pôs uma bermuda jeans sem tirar a toalha, depois uma camiseta e um all star. Passou perfume e se penteou. Veio até mim e ficou parado na minha frente.

– to bonito? – disse sorrindo.

Eu só o olhei, nem respondi, me levantei e fui saindo. Ele veio atrás, descemos e entramos no carro, eu vi um óculos escuro dele dentro do porta luvas, peguei e pus porque meus olhos estavam muito vermelho e inchados. Ele foi dirigindo até uma padaria.

– vamos tomar café?

Eu só acenei não com a cabeça.

– ta com fome não? Mas tem que comer.

Eu acenei não com a cabeça.

– vai falar nada não? Ficou muda?

Eu o olhei e uma lágrima escorreu. Ele limpou, me beijou no rosto e saiu dirigindo até outro lugar. Desceu do carro, abriu minha porta e segurou na minha mão. Entramos, sentamos, ele pediu comida pra ele e um café puro pra mim. Ele comeu tudo e eu bebi um pouco do café. Saímos de lá e ele ficou rodando pela cidade. Paramos em uma praça e ficamos andando pela calçada, mas em momento algum eu disse uma palavra. Sentamos em um banquinho e ele ficou me olhando, depois foi e tirou os óculos.

– seus olhos estão bem vermelhos, seu rosto também ta inchado.

Eu o olhei e continuei calada.

– eu vou fazer uma observação, não precisa falar nada, apenas reflita – ele fez uma pausa – eu não sei o que aconteceu entre vocês dois ontem, mas o Lucas é um cara muito bacana, que gosta realmente de você. Porém mesmo assim, se ele te magoou e está te fazendo sofrer, é porque ele não te merece.

– eu o magoei – eu sussurrei.

– ow meu amor. Eu não imagino como.

– ele disse que me ama e eu o magoei – eu disse baixinho enquanto chorava.

O André me abraçou e ficamos ali por um tempo. O sol começou a esquentar e voltamos pro carro.

– quer ir pra casa?

Eu disse não com a cabeça.

– vamos lá pra casa então. Depois almoçamos.

Ele dirigiu até o apartamento dele, entramos, eu fui direto pra cama e me deitei. Ele sentou ao meu lado e ficou fazendo carinho nos meus cabelos. Voltei a chorar e assim fiquei até adormecer. Mais tarde ele me acordou com um prato de comida em uma bandeja.

– eu que fiz, ta uma delicia.

Eu o olhei duvidando.

– ok, não fiz – ele revirou os olhos – eu comprei em um restaurante, mas come que está bom.

Eu não quis, voltei a deitar e dormi novamente.

 – ANDRÉ NARRANDO –

Deixei a Mabi dormindo e ouvi o celular dela tocando lá na sala. Peguei e era o Felipe, tinha umas 20 ligações dele e 30 da Carol. Retornei pra ele.

– Inicio da ligação –

– Mabi, onde você ta?

– oi Felipe. É o André.

– ah, e ai André. Ta com a Mabi?

– to sim.

– ah sei... Beleza então, só pra saber – ele deu uma risada sacana.

– Felipe, aconteceu alguma coisa.

– como assim?

– eu, ela e o Lucas saímos ontem e viemos pro meu apartamento, os deixei sozinhos pra vê se rolava reconciliação e quando voltei, 2 horas depois, a encontrei chorando na minha cama, só de toalha, até agora ela só chora, não quer sair da cama, nem comer.

– mas o que o Lucas fez e onde ele ta? – ele perguntou preocupado.

– não sei Felipe. E nem pensei em ligar pra ele.

– mas a Mabi não diz nada?

– as únicas palavras dela desde ontem foram: “ele disse que me ama e eu o magoei”.

– ahh meu deus, deixa que eu ligo pra ele André. Esses dois não se acertam nunca.

– ta beleza, depois liga de volta. Mas anota aí meu endereço, qualquer coisa você aparece aqui com a Carol pra vê se ela fala com vocês.

– beleza, me passa aí.

– Fim da ligação –

– FELIPE NARRANDO –

Liguei pro Lucas umas 15 vezes, ele não atendeu. Resolvi ir em sua casa. Cheguei lá pulei o muro como de costume e toquei a campainha, a mãe dele me atendeu e disse que ele estava dormindo, mas eu poderia ir acordá–lo porque já era de tarde. Entrei no quarto e ele estava na cama debaixo do edredon, deitado de costas pra porta.

– acorda ai viadinho – eu disse balançando–o.

Ele nem se mexia.

– acorda ai sua bicha, borá levantar.

– sai Felipe – ele gritou.

– que sai o que, sai você dessa cama, borá logo rapaz.

– me deixa Felipe, to a fim de ficar sozinho.

Então eu joguei algumas almofadas em cima dele, que não se mexeu. Puxei o edredon dele e ele se virou pra mim e vi que ele estava com uma cara péssima.

– me dá esse edredon e vaza daqui – ele disse se sentando na cama.

Eu acendi a luz e vi que ele estava com a cara inchada de chorar e com olhos bem vermelhos.

– o que aconteceu Lucas?

– nada Felipe, só me deixa sozinho.

– deixo não, me diz logo porque tu ta com essa cara.

Do nada ele começou a chorar, eu não sabia o que fazer. Sentei ao seu lado e fiquei o olhando.

– me conta vai, desabafar pode ser bom.

– Felipe, não me leva a mal não, mas não quero falar.

– tudo bem, não vou te obrigar a nada, mas só me diz por que a Mabi ta chorando desde ontem?

– ela ainda ta chorando?

– se não tiver pior do que você, ta igual – eu disse sem nem tê–la visto.

– droga! – ele disse alto e se levantou.

Ficou andando pelo quarto de um lado pro outro.

– e ai? O que você fez? Ou o que ela te fez?

Ele não respondeu.

– ta bom Lucas, não quer falar, então eu vou embora. Preciso ir lá com ela, mas posso te pedir uma coisa? Ou vocês ficam juntos ou se separam de vez, porque eu não agüento mais ver minha irmã sofrendo assim por conta dessa relação de vocês. Nem pelo PV e pelo Bernardo ela sofreu desse jeito.

Ele continuou calado, eu me levantei e fui embora. Passei na Carol e fomos pra casa do André. A Mabi ainda estava dormindo, ficamos nós três na sala conversando e não chegamos à conclusão nenhuma. Quando anoiteceu o André pediu pizza e ficamos vendo TV. Ouvimos soluços de choro e a Carol foi ao quarto.