Fanfic: Nem sempre o amor pode está certo. 1º Temporada e 2º Temporada | Tema: web novela

– MABI NARRANDO –

– amiga, o que foi? – a Carol disse me abraçando.

Eu não falava nada, só chorava.

– me conta, desabafa. Borá Mabi, me diz amiga, quero te ajudar.

Continuei apenas chorando. Ela se levantou e me levou até à sala.

– Fê, vamos, ela precisa tomar uma ducha e trocar de roupa.

– oi amor – ele disse me abraçando.

Eu fiquei imóvel.

– vamos lá pra casa Felipe, ela dorme lá hoje – a Carol disse.

– é melhor, lá em casa se o Roberto vê–la assim, vai querer saber o porque – Fê comentou.

Saímos de lá, o André nos acompanhou até a frente do prédio, antes de eu entrar no carro ele me abraçou.

– amanhã eu te ligo, você me atende? – ele sussurrou pra mim.

– hurum – eu também sussurrei.

– te adoro, ta? Fica bem. Não vou te deixar sozinha nenhum minuto.

Eu entrei no carro e fui deitada no colo da Carol até a sua casa.

– ANDRÉ NARRANDO –

Subi pro meu apartamento e fui ligar pro Lucas, eu havia pego o número no celular da Mabi. Liguei umas 3 vezes e ele não atendeu. Tomei banho e fui dormir.

– MABI NARRANDO –

Chegamos à casa da Carol, ela me levou até o banheiro, tomei um banho, pus uma camisola dela e dormimos. Eu não dei um pio.

Acordamos de manhã e ela me chamou pra tomar café.

– não obrigada – eu disse baixinho.

– pelo menos falou, minha marrequinha.

– quero dormir.

– mais? – ela perguntou, mas eu não respondi – e a escola? Quer ir não né?

Eu balancei a cabeça em sinal de não.

– tudo bem, também não irei.

Passamos o dia na casa dela, eu deitada, chorava um pouco, dormia, depois víamos TV. Eu tomei obrigada uma sopa que a mãe dela fez, mas estava sem apetite. À noite o Fê foi me buscar. Entrei no carro e escorei a cabeça no banco, dormi até chegar em casa. Sai do carro muda, corri pro meu quarto e tranquei na chave. O Fê bateu, mas eu não abri. O André havia ligado pro meu celular, mas eu não quis atender, não queria dar explicação pra ninguém, só pensava que eu havia magoado o Lucas. Mas na hora que fiz não pensei nisso, me sentia muito idiota.

A semana toda se passou e eu não fui nem pra aula e nem pro treino. Eu estava mal mesmo então nem precisei fingir pro meu pai que estava doente, ele tirou suas conclusões por si só. Passei esses dias praticamente sozinha, conversava um pouco com a Clotilde e falava pouca coisa com a Carol e o Fê, mas quando tocava no assunto do Lucas, eu me calava. À noite eu chorava um pouco, mas foi cada vez ficando menos freqüente.

No sábado à tarde o André apareceu em casa. O Fê o levou até meu quarto.

Ele abriu a porta e eu estava vendo filme na TV.

– posso? – ele disse parado na porta.

– hurum – eu disse o olhando assustada.

– nem me atendeu, né?!

– desculpa – sorri torto.

– e eu não podia vir aqui antes, estava em prova na faculdade – ele disse entrando no quarto – licença, viu?!

– tudo bem – dei de ombros – fica à vontade.

– como você ta? – ele se sentou ao meu lado na cama.

– ótima – eu respondi irônica.

– to percebendo – ele ergueu a sobrancelha.

– besta.

– ta linda, sabia?

– ow se to.

– ta sim, descabelada, com olheiras e gordinha – ele falou fazendo cócegas em mim.

– para Lu – eu disse rindo pela primeira vez naquela semana.

– Lu... Você não o esquece mesmo, né? – ele disse rindo sem graça e de cabeça baixa.

– desculpa André, foi força do hábito.

– tudo bem – ele deu de ombros.

Eu me lembrei do Lucas e comecei a lagrimejar.

– ow minha linda, fica assim não, vem aqui – ele me puxou pro colo dele.

Deitei com a cabeça em sua perna e passamos a noite conversando, ele me contando umas bizarrices dele e eu rindo, enquanto ele me fazia carinho.

Ele saiu lá de casa quase 1 da manhã.

O Felipe tinha ido pra calçada, os meninos nem iam sair, não tinha nada de interessante na cidade. Olhei pela janela e o Lucas não estava lá, só o Caio e Rapha, além do Felipe.

A semana seguinte começou e eu tinha que ir pra escola. Já não passava as noites chorando, então minha cara estava melhor, mas em compensação eu enchia o saco do Felipe pra chegar mais cedo na escola, pois ia direto pra sala. E só saia na hora da saída direto pro carro, nem queria falar com ninguém, muito menos ver o Lucas. À tarde voltei a ir pros treinos, pelo menos o André me fazia rir.

No sábado seguinte fiquei em casa de novo. Dispensei a companhia da Deb, Karen e Carol. Ao anoitecer o Fê foi ao meu quarto.

– oi princesa – ele disse ao entrar.

– oi Fê – eu sorri torto.

– ta melhor?

– mais que ontem e menos que amanhã.

– ta certa – ele sorriu – ta fazendo o que?

– lição – eu fiz careta.

– ahh nem fiz isso, é pra semana que vem né? – ele disse sentando ao meu lado na cama.

– pra segunda Fê – eu fiz cara de assustada por ele não saber.

– sério?? Affff...

– tudo bem, depois você copia de mim.

– por isso que eu te amo – ele me deu um beijo no rosto.

– interesseiro – eu disse rindo.

– lindo – ele sorriu.

– o que?

– esse sorriso voltando a se instalar no teu rosto.

– ahh bobo – abaixei a cabeça e voltei a fazer a lição.

– vamos descer?

Eu o olhei séria pra ele.

– não to pronta.

– pra? – ele perguntou sem entender.

– pra encarar o Lucas.

– mas ele não está indo lá pra calçada também. Muito estranho isso que houve entre vocês.

Eu fiquei calada e ele esperando que eu falasse algo.

– não quer falar ainda, né?

– é.

– então ta.

– como ele está? – perguntei cerrando os olhos.

– mal – ele sorriu de lado – na sala ele não abre a boca, no intervalo ele senta na cantina conosco, mas é como se não estivesse ali. As poucas vezes que fala é com o professor e com a Mari... – eu o olhei rapidamente – coisas do projeto – ele completou imediatamente.

– hum... Eles vão acabar juntos, você vai ver.

– deixa de coisa. Ele ainda gosta de você.

– duvido.

– Fomos a casa dele sábado passado, ele conversou conosco, mas não bebeu e nem falou de você. Quando tocávamos no teu nome, ele mudava de assunto.

– acho que ele também não está pronto pra me ver. E também acho que ele não gosta mais de mim, deve ter me esquecido.

– mas na hora de eu ir embora, ele perguntou de você. Como estava e tal.

– ah Fê, não quero me iludir mais, nós não damos certo. Melhor é esquecê–lo.

Nisso meu celular tocou. Era o André dizendo que estava lá na frente.

O Fê desceu e abriu a porta pra ele que foi até meu quarto. O Felipe foi procurar os meninos.

– trouxe refrigerante, pipocas, chocolate, cerveja...

– quanta besteira André. Assim vou engordar 10 kgs...

– e vai continuar linda – ele me interrompeu.

Eu corei e sorri sem graça.

– até que fim um sorriso.

– bestinha – eu dei língua – veio fazer o que aqui? Eu tenho comida em casa, viu? Precisava trazer não.

– lesa! Vim passar a noite contigo.

Eu o olhei assustada e ele riu.

– literalmente – ele revirou os olhos – trouxe filme, já que vamos ficar aqui, então que seja divertido.

– você não precisa estar aqui André. Vai sair com teus amigos, se divertir, beber, pega meninas... Deixe-me na fossa sozinha, não quero atrapalhar tua vida – eu disse séria.

– deixa de drama, você não atrapalha nada. Eu to aqui porque eu quero estar – ele disse mais sério ainda.

– mas você precisa se divertir. Estuda e trabalha a semana toda pra ficar final de semana trancado no meu quarto.

– isso soa melhor do que você imagina – ele sorriu maliciosamente.

Eu dei um tapa leve no braço dele.

– olha, tenho 5 DVDS, cerveja, besteiras comestíveis e você. O que mais um homem precisa?

Eu sorri e ele retribuiu o sorriso. Fui ao banheiro, tomei um banho rápido e sai de toalha.

– nossa, ta ficando melhor, acho que venho aqui todo dia.

Eu dei língua pra ele, abri meu guarda roupas e peguei um short branco e uma blusinha de manga marrom. Voltei pro banheiro e me troquei. Ao chegar ao quarto peguei um hidratante e passei nas minhas pernas, braços e levantei a blusa pra passar na barriga e costas, depois penteei os cabelos e passei perfume. O André só me olhava.

– ai para de me olhar.

– impossível.

– sem vergonha!

– linda!

– sai daqui André, deixa eu me arrumar, quando terminar você volta, vai – eu disse abrindo a porta.

– tem pra onde eu ir não – ele fez bico.

– pra sala.

– seu pai está lá.

– tem medo é?

– é.

Eu ri.

– então pro quarto do Felipe.

– ele não esta ai, desceu.

– afff... Então fica né, já to pronta mesmo.

Assim que eu fechei a porta a Marta entrou.

– opa, desculpa crianças, não sabia que você estava com... – ela fez uma pausa – seu... – balançou a cabeça como se tivesse duvidas – namorado?!

– relaxa Marta, o André não é meu namorado, é meu treinador de Boxe.

– ah sim... Oi, tudo bem? – ela o cumprimentou.

– oi dona Marta, prazer.

– nada de dona.

– tudo bem, Marta.

– então Mabi, eu vim te chamar pra ver TV conosco, achei que você estava sozinha, mas já que tem companhia – ela disse fechando a porta.

– nós vamos ver filmes, se vocês quiserem – o André ofereceu.

– ah não, vamos atrapalhar.

– que nada Marta. Vamos lá – eu disse.

Nós descemos as escadas e o papai estava no sofá. Sempre assistíamos filmes na sala porque a TV era enorme e tinha home theather. Apresentei o André pro meu pai e nos sentamos. Meu pai e a Marta deitaram no sofá, eu sentei no chão, pus umas almofadas nas costas e o André sentou ao meu lado. Eu encostei a cabeça no ombro dele e começamos a ver o filme. Assistimos uma comédia e um suspense. Comemos besteiras e bebemos coca–cola.

Ao terminar o segundo filme, já eram tarde, meu pai e a Marta se despediram e foram pro quarto. Eu e o André subimos pro meu.

– quer ver mais um filme? – ele perguntou.

– pode ser. Mas e aquelas cervejas? Rola? – eu perguntei sem graça.

– cachaceira – ele me zoou – claro que rola, o Felipe pôs na geladeira, vamos lá.

 Descemos, pegamos cerveja e subimos de volta. Sentei na cama e ele colocou outro filme, sentou–se ao meu lado e ficamos vendo o filme. Bebi 6 cervejas de latinha e ele as outras 6.

– André, ta girando – eu disse rindo.

– já bêbada? Afff fraquinha.

– eu não agüento como você né.

– deita aqui então – ele fez sinal pro colo dele.

Eu me deitei e continuamos a ver o filme, ele fazia carinho no meu cabelo e eu adormeci. Acordei de madrugada e ele estava dormindo ao meu lado.

– André – eu o acordei.

– oi... oi – ele acordou assustado.

– já são 3 da manhã. Vai dormir aqui?

– não, obrigado pelo convite, mas acho que teu pai não vai gostar de tomar café comigo – ele disse rindo.

Levantamos-nos e o deixei na porta de casa, ele me abraçou e deu um beijo na bochecha. Voltei pra cama e só acordei no domingo meio dia.