Fanfic: Nem sempre o amor pode está certo. 1º Temporada e 2º Temporada | Tema: web novela

Na semana seguinte foi do mesmo jeito e na outra também. Já tinha passado um mês do ocorrido com o Lucas e eu já estava melhor, mas ainda não tinha o encontrado, mesmo assim não parava de pensar nele 24 horas por dia.

Em uma sexta feira na escola, pedi do professor pra ir ao banheiro. Sai da sala e passei na frente da sala dos meninos, eles estavam em tempo vago. Fui ao banheiro e quando eu estava voltando pra sala, vi o Lucas em frente da dele, encostado ao lado da porta, com os braços pra trás do corpo, a perna dobrada e o pé apoiado na parede. Ele e a Mari conversavam e ela estava bem próxima a ele. Fiquei olhando um pouco, eles riam e ela colocava a mão na barriga dele enquanto falava. Aquilo me doeu tanto, voltei pro banheiro, me tranquei em uma cabine e fiquei chorando. Quando o sinal tocou pra saída, eu dei um tempo, lavei o rosto e fui à sala pegar minhas coisas. Vi que não estavam mais lá, deduzi que a Carol tinha levado. Fui em direção ao portão e a Carol me esperava.

– onde você estava amiga?

– no banheiro.

– até agora? Dor de barriga? – ela disse rindo.

– náuseas – eu disse mostrando–a com o olhar o Lucas com a Mari conversando no estacionamento.

– não acredito, eles estão juntos?

– não sei, mas devem estar “se curtindo” – fiz aspas com os dedos.

– será amiga? Ela é tão sem graça.

– ela é “gostosinha” – fiz aspas de novo – segundo os meninos lá do condomínio.

– gostosinha sou eu amiga. E muito gostosa é você.

Eu apenas ri.

– então acho que também ta na hora de você “curtir” alguém né? – ela que fez aspas.

– to a fim não Carol. Nem quero conhecer ninguém.

– mas você já conhece – ela sorriu maliciosamente.

– hã?

– o André, boba. Ele é um gato e vive dando em cima de ti.

– nem, somos amigos Carol. Só isso.

– amigos? Sei! Só tu acreditas que ele está te ajudando porque quer tua amizade, né?

– será? – eu fiz uma pausa – mas mesmo assim eu não to apaixonada por ele.

– e precisa estar?

Eu olhei feio pra ela.

– não vou usá–lo. Ele tem sentimentos.

– eu sei que tem, e por você, bobinha – ela disse apertando meu nariz.

– Carol, eu não sinto nada por ele.

– nem atração? Tesão? Química?

Eu me calei e ela riu da minha cara.

– então? – ela perguntou.

– Carol para! Não vou usar o André pra esquecer o Lucas. Se fosse outra situação eu obviamente ficaria com ele, rola química entre nós dois, mas só isso.

– só isso? Você não acha o suficiente? Melhor rolar química do que amor vai que você ama alguém e não tem química, já pensou?

– esquece. Vamos.

– não to dizendo pra você se apaixonar pelo André. Só dá uns pegas nele. O Lucas poderia ver né? – ela disse desconfiada.

– não Carol! Não vou usar o André, não vou ficar com ele e nem fazer ciúmes pro Lucas. Ele não ta nem aí pra mim.

– duvido que não esteja! Aposto o que você quiser.

– não! E se ele ainda gostar de mim, ele pode se magoar em me ver com o André.

– ai não! Não to ouvindo isso Mabi. Tu ainda tens esperanças de voltar com ele, né?

– ele é uma pessoa muito especial pra mim, não quero magoá–lo.

– você ainda tem esperança? Responda-me!

Eu saí andando e não respondi a ela. No fundo eu tinha sim esperança, meu amor por ele não iria acabar da noite pro dia. Do mesmo jeito que eu levei meses pra amá–lo, iria levar meses pra esquecê–lo, se não levasse anos. Meus sentimentos por ele eram maiores do que eu sentia pelo Bê, mas ao contrario do Bernardo, eu que magoei o Lucas. Passei por ele e pela Mari, nem os olhei, fui direto pro carro. A Carol veio atrás e parou na frente do Lucas.

– nossa, amigo, teu gosto ta decaindo, hein?! – ela disse e foi pro carro comigo.

Ele apenas sorriu sem graça. A Mari ficou sem entender nada. O Fê chegou e fomos pra casa. Almoçamos e depois ela me acompanhou no treino, o Fê nos deixou lá. No final do treinamento a Carol foi falar com o André e eu fui ao vestiário pegar minhas coisas. No estacionamento os dois estavam encostados no carro conversando, entramos e ele veio nos deixar em casa.

– André, eu tava falando com a Mabi hoje de manhã sabe... – a Carol começou.

– hum? – ele disse desinteressado.

– ela ta muito sozinha, né?!

– Carol para! – eu disse brava.

– então ela disse que não tava a fim de conhecer ninguém agora.

– Carol! – eu gritei.

– e eu dei a idéia de vocês se conhecerem melhor e tal...

– porra Carol! – eu gritei mais alto ainda.

Ela não se calou, continuou falando, eu fui e liguei o som do carro bem alto. Ela foi e abaixou o som.

– para Mabi. Eu não vou deixar você ficar ai sofrendo pelo Lucas como ficou pelo Bernardo. Não mesmo! Sou tua amiga e quero te ver feliz.

– eu to feliz – eu menti.

Ela e o André me olharam de canto de olho em sinal de reprovação.

– me deixem! – emburrei a cara e cruzei os braços.

– Mabi, vamos fazer o seguinte, lembra aquilo que eu te falei sobre os ciúmes dele? Vamos ver, se ele não ligar mesmo você parte pra outra, se ele ainda gostar de ti, eu te ajudo com ele, feito?

– primeiro que ele não vai falar Carol. Ele não conversa sobre os sentimentos dele.

– eu peço pro Felipe.

– ele não fala com nenhum dos meninos.

– ai garoto difícil! E segundo?

– segundo que não tem como você me ajudar. Ele não quer me ver, quanto mais me ter de volta.

– duvido!

– é, ele ficou bem chateado, mas quem sabe com um empurrãozinho, né? – o André sugeriu.

– não gente, deixa, logo eu esqueço esse menino – eu disse tentando mentir pra mim mesma.

– André, eu apostei com ela que o Lucas ainda gosta dela e que iria morrer de ciúmes em ver vocês juntos.

– Carol! – eu gritei de novo – para amiga, eu não quero. Não apostei nada viu André? Ela que ta inventando.

– eu topo – ele disse sorrindo.

– sério? – a Carol ficou surpresa.

– topo, topo, porque não?

Eles riram e eu fiquei mais emburrada ainda.

– e ai Mabi?

– não! – eu disse seca.

– porque não? – a Carol insistiu.

Eu fiquei calada e eles insistiram.

– porque um dos motivos pelo o qual Lucas terminou comigo foi por achar que eu transei com o André – eu disse alto – pronto, falei, satisfeitos?

Eles ficaram calados, me olhavam assustados. As lágrimas começaram a cair e o André as enxugou com a mão, depois ficou passando a mão no meu cabelo.

– amiga, desculpa... – a Carol estava sem graça

– tudo bem Carol, não to chateada. É que sei lá... – dei de ombros.

– mas você disse que não rolou nada entre nós dois? – o André perguntou.

– claro, mas ele não acreditou. Ele percebeu que eu já tinha ido à tua casa outras vezes, porque eu sabia onde estavam as coisas.

– mas isso não significa que transamos.

– eu peguei uma camisinha na tua cabeceira, sem nem me tocar que ele pudesse imaginar isso.

– aí sim ferrou! – ele disse fazendo careta.

– puta merda amiga! E não querendo saber demais, mas como você sabia onde tinha... – a Carol perguntou.

– eu já tinha mexido na gaveta, sem querer achei da primeira vez que fui lá – eu a interrompi.

– e convenhamos que não é nenhuma novidade e nada original guardar camisinha na cabeceira – o André disse.

– verdade – a Carol concordou.

– mas não pro Lucas. Carol sabe que ele não é desse tipo de garoto. A última garota que ele transou além de mim foi com a ex namorada, 1 ano atrás ou mais.

– ow menino certinho, hein Mabi? – o André zoou.

– e amiga, pra que você foi pegar camisinha?

Eu olhei desconfiada pro André, hesitei um pouco, mas falei.

– o Lucas não tinha... Outra – falei corando automaticamente – q André saiu e nos deixou sozinhos, acabou acontecendo... – me expliquei atropelando as palavras.

– como ele não tinha outras? Que homem que não anda com preservativos hoje em dia? – André perguntou chocado.

– o Lucas – eu e a Carol respondemos juntas.

Nós três rimos.

– e por isso ele foi embora? – a Carol ainda estava curiosa.

Eu contei a eles tudo que aconteceu, a briga do inicio ao fim, menos sobre o Bernardo. Não queria que eles soubessem. Então a briga, nesse ângulo, mais parecia uma briguinha a toa por ciúmes.

– ain amiga, ele te ama – ela disse com um brilho no olhar.

– nem me fale Carol, fui tão feliz por 3 horas...

– eiiiii me esqueci de te zoar. Vocês transaram cara! Depois de meses na seca – ela disse rindo muito.

Eu corei e ri também. O André estava sério.

– o que foi? – eu perguntei a ele.

– nada.

– hã? Diz.

– porra, poderiam ter ido pra outro lugar né? Tinha que ser na minha cama?

– se não queria porque nos deixou sozinhos, lá? – dei de ombros.

– porque achei que ele fosse um frouxo – ele disse debochando e a Carol riu – deixei vocês lá pra conversarem e se acertarem, quem sabe até ficar. Não era necessariamente pra ele te comer na minha cama.

Eu o olhei assustada. Nem havia pensando nisso, mas já tinha rolado, só restava me desculpar.

– desculpa André. Não pensei nisso, foi mal – me desculpei.

– ah André, relaxa. Já aconteceu, ta com raiva por quê? – a Carol falou curiosa.

Ele nos olhou de canto de olho.

– porque quando eu estiver na cama com a Mabi, vou ficar lembrando que ela já teve ali com o Lucas. Meio brocha isso, né?

– e quem disse que eu vou pra cama com você? – perguntei rindo.

– não? – ele fez biquinho.

– não sonha André – revirei os olhos.

– nem em sonho? Putssssss ai já é pedir demais – ele disse sério.