Fanfic: Nem sempre o amor pode está certo. 1º Temporada e 2º Temporada | Tema: web novela

Eles desceram e eu fiquei esperando alguém me ajudar. Assim que o André abriu a porta do carro o Rapha parou do seu lado, em frente a mim.

– deixa que eu a ajudo – ele sorriu e olhou para o André como se pedisse pra ele sair.

– está certo – o André deu um sorriso torto e saiu.

– o que foi Rapha? – perguntei enquanto apoiava os braços em seu pescoço e descia lentamente do carro, que era alto.

– o que está acontecendo?

– como assim? – fingi que não sabia do que ele falava.

– você e o Lucas sem se falar... – ele me olhou feio.

– brigamos, não sei se você percebeu. Ele descobriu uns lances meus com o Bernardo e não quer olhar na minha cara. Mas tudo bem deve está feliz com a azeda – fiz cara de nojo.

– que azeda? – o Rapha perguntou franzindo a testa.

– a tal da Mari, da sala de vocês – dei de ombros enquanto tentava me equilibrar nas muletas.

– mas que eu saiba, eles não tem nada... Pelo menos na escola ou conosco ele nunca comentou nada.

– até parece que ele fala sobre essas coisas, né Rapha? Mas estão sim, vi um beijo deles, ou o que era pra ser um beijo...

– se beijaram? Não tava sabendo... Mas e você e o André? Ta rolando?

– amizade só – eu sorri.             

– sei... – ele me olhou desconfiado.

– é serio Rapha, porque todo mundo acha que eu tenho alguma coisa com o André?

– “Dé”, “princesinha”, beijo no pescoço, aqueles sorrisinhos, meu cd favorito no seu carro... Pra mim não soa como coisas de amigos.

– não viaja Raphael – eu o advertir e sai andando com as muletas.

– to falando serio Mabi. O Lucas deve achar que vocês têm alguma coisa também, por isso essa cara de mané dele. Só pode.

– o Lucas acha que eu transei com André e com você naquele dia no teu quarto, quando fui pegar a toalha, ta? – eu parei e ele parou na minha frente.

– eu e você? Ele ta doido? – ele fez uma careta.

– ta Rapha, ta perturbado. Vê coisa onde não tem... Tudo bem que eu já errei demais com ele, mas to começando a achá–lo paranóico.

– é... To desconfiando também, mas me diz... – ele hesitou um pouco – vai correr atrás dele ou esquecê–lo de vez?

– esquecer – disse seca.

– hum... – o Rapha me olhou desconfiado e ergueu uma sobrancelha – certo... – riu – desculpa, é que não dá pra acreditar, sabe? Bom você tem os teus motivos, né?

– pois é... E eu já to confundindo tudo, ele ta me deixando maluca. Pedi a ele pelo face que fossemos amigos pelo menos, que ele falasse comigo pra não ficar um clima chato no grupo e ele concordou, mas quando eu o vi beijando a azeda... Deu-me uma coisa...

– ciúmes – o Rapha me interrompeu sorrindo.

– então – eu sorri também e abaixei a cabeça – ele também deu um crisezinha por sua causa achando que transamos... Mas não temos nada e se um dos dois não der um basta, vamos ficar brigando por ciúmes do outro mesmo sem estar juntos até quando?

Nessa hora o celular do Rapha tocou e era o Caio perguntando se não iríamos pra mesa, eles haviam pedido pizza.

– vamos logo, antes que ele pense que estamos ficando – o Rapha foi irônico.

– não me importa mais o que ele pensa – eu revirei os olhos, mentindo é claro.

– cavalinho?

– claro – sorri.

O Rapha pegou minhas muletas e subi nas costas dele, fomos até a mesa assim, rindo. Cada um ficou em um lugar. Sentei ao lado do André, com o Lucas e o Caio na minha frente e o Rapha sentou diagonal a mim.

– demoraram, hein?! – o Caio comentou.

– conversando... Só conversando, como AMIGOS – o Rapha enfatizou – como todos nessa mesa, né? Todos AMIGOS.

Eu revirei os olhos e o Caio e o André nos olharam desconfiados.

– nada não, besteira do Rapha – eu disse.

A pizza chegou depois de um tempo e todos comemos feliz, conversando, animados. Nem tanto né?! Mas tentamos. O celular do Lucas estava sobre a mesa e começou a tocar e ele não atendeu.

– vai atender não Lucas? – o Caio perguntou.

– não – ele respondeu seco.

– então desliga ai pow, me dá um nervoso celular tocando... – o Caio disse.

– quem é Lucas? – o Rapha perguntou me olhando, como se eu quisesse saber. Mas eu nem queria, já sabia quem era.

– a Mari – ele respondeu olhando pra mim, com semblante sério – ela quer terminar o trabalho amanhã e eu não estou a fim. 

– nem fiz o meu cara – o Caio comentou – vou ter que ir lá pra Deb amanhã, estamos lascados.

– e nem vão fazer, quando chegar lá vão ficar de beijinhos e nhe nhe nhe – o Rapha zoou ele.

Os meninos riram.

– como vocês conseguem? – perguntei.

– o que Mabi? – o Caio perguntou.

– ah, sei lá, vocês dois ficavam com a Deb e a Karen, cada dia um pegava uma, sei lá... Eu sei que agora vocês não fazem mais isso, cada um ficou com uma e também sei que vocês não estão apaixonados por elas, mas não rolava ciúmes de ver o outro ficando e tal?

Eles se entreolharam e riram.

– normal, como se fosse em uma balada – o Rapha disse.

– é – o Caio concordou – mas quem disse que eu não estou apaixonado? Deb já flechou meu coraçãozinho – ele pôs a mão no peito e dramatizou a cena – só que esse papo de namoro é complicado pra mim.

– me tira dessa ai de apaixonado – o Rapha disse rindo – sabe qual o segredo Mabi? Eu não tenho porque ficar com ciúmes ou com raiva de uma menina que eu não tenho nada, sabe? Só amigos... Não sou dono dela, se eu quiser não sentir mais ciúmes, eu fico com ela de vez, ai ela será só minha – ele piscou pra mim e eu entendi a indireta pro Lucas.

– vou esperar lá no carro – o Lucas disse sério e se levantou, deixando uma cota de dinheiro na mesa.

– o que o Lucas tem, hein?! – o Caio perguntou.

– ciúmes meu amigo, ciúmes – o André falou.

– ué, achei que vocês não estivessem juntos Mabi – ele disse.

– mais é lesado mesmo – o Rapha deu–lhe um tapa na cabeça

– ta quieto por quê? – perguntei baixinho pro André.

– nada... Só tentei te ajudar e piorei as coisas, né? Toda vez que eu acho que vocês podem conversar e se acertar, acontece alguma coisa que e vocês ficam pior do que estão...

– pior não fica André, pode acreditar. Cansei dele, cansei disso, cansei de sofrer... – eu disse fitando o nada.

– sério? Que bom – ele sorriu e me deu um beijo na testa.

Pagamos e fomos pro carro. Fui na garupa do Caio essa vez. O André se aproximou do Lucas e devolveu–lhe o dinheiro.

– o que é isso? – ele perguntou duvidoso.

– teu dinheiro, não precisou.

– quem pagou?

– eu.

– fique com ele, é minha parte pow.

– não precisa Lucas.

Fiquei vendo os dois discutirem pelo dinheiro. Então tive uma idéia.

– já que não querem me dá aqui esses vinte reais – o tomei das mãos deles – Caio me leva ali dentro rapidinho?

O Caio me pôs nas costas e fomos até a pizzaria, nos servimos com bastante sorvete e voltamos lá felizes. Eles já esperavam dentro do carro. Subi sozinha no carro e o Caio me deu o sorvete.

– problema resolvido – falei sorridente.

– mas morre por sorvete – o André revirou os olhos.

Dividi o sorvete com o André enquanto o Caio dividia com o Rapha. O Lucas não quis.

– quer mesmo não Lucas? – o Caio insistiu.

– não Caio, valeu. Não curto muito doce.

– é, só gosta de azeda... – eu disse baixinho.

O Rapha e o André que entenderam caíram na risada. O Caio não entendeu e ficou enchendo o saco.  Como o André estava dirigindo, eu dava sorvete pra ele na boca. Acredito que isso deixou o Lucas mais irritado. O celular dele tocou de novo e ele atendeu.

– Inicio da ligação –

– alô.

...

– não, tudo bem. Não me acordou não Mari, eu to na rua, sai pra comer algo.

...

Enquanto ele falava, eu e o Caio brigávamos pelas musicas que queríamos escutar.

– to com os meninos aqui.

...

– é, ela ta também – ele disse baixinho, eu pude ouvir.

...

– então ta. Nesse horário eu estou aí.

...

– boa noite também. Beijos.

– Fim da ligação –

– e ai Lucas, dando explicações agora pra Mari, é? – o Caio perguntou rindo.

– nada, ela ficou com medo de ter me acordado – ele deu de ombros.

– mas também, ligar às 2 da manhã. Um pouco lesada, né? – o Rapha comentou e eu apenas ri, mas pensei a mesma coisa.

Ficamos passeando um pouco pela cidade e uns 40 minutos depois o André nos deixou. Primeiros aos meninos e depois a mim. Parou na frente da minha casa e desligou o carro.

– realmente o clima está tenso com o Lucas, né?! – ele comentou.

– é, por isso quero esquecê–lo.

– você que sabe o que é melhor. Estou aqui pra te apoiar, ta?

– obrigada Dé – eu sorri e abaixei a cabeça.

– ficou chateado por eu ter levado os meninos?

– não, imagina – sorri de lado.

– conheço essa carinha – ele apertou minha bochecha.

– ta... Esse clima chato com o Lucas tem me deixado mal, sei lá... Mas tirando isso, foi muito bom, adoro aqueles dois manes – eu disse rindo.

– que bom que se divertiu, vamos subir agora?

– sou toda sua – eu disse erguendo os braços.