Fanfic: Nem sempre o amor pode está certo. 1º Temporada e 2º Temporada | Tema: web novela

Logo a Mel, Natasha, Pri e companhia passaram por mim e me olharam franzindo a testa. Sentaram em um banco um pouco depois do meu e ficaram me olhando e rindo. Que dia maravilhoso! Pensei. Após alguns instantes vi o Lucas vindo com sua mochila nas costas. Ele parou ao meu lado e eu virei o rosto pro lado oposto ao dele. 

– cadê o... – ele não terminou a frase.

– foi pegar meu material com a Carol – eu disse me virando para olhá–lo – e a resenha, vai fazer não?

– a Mari vai...

– ah, esqueci que sua namorada é cdf – dei um sorriso falso. Acho que não convenci nem a mim mesma, quanto mais a ele.

– não precisa fingir que não tem raiva dela... – ele disse sério.

– e não tenho. Ela é um amor – sorri mais falso ainda e ele riu balançando a cabeça negativamente – e você foi esmurrar o portão pra que? – perguntei brava.

– porra, a enfermeira disse que ia manter segredo – ele disse irritado, eu pus a mão na boca como se dissesse: “ops, falei demais.” – não foi nada. Era só pra eu me acalmar, se não acertava a cara de um – ele respirou fundo no final da frase.

– não sei por que está com raiva e nem sei de quem... – eu disse olhando pro lado. A Natasha e a trupe ficavam cochichando e rindo.

– sei lá. De mim mesmo. Não queria te deixar mal... Muito menos te magoar.

– ah Lucas... Para de coisa. Era inevitável um dos dois não sair magoado. Eu to bem, é sério. Se preocupe com a sua vida – eu disse tentando ser convincente. Acho que dessa vez consegui. Até que eu mentia bem.

– hã... Oi. O que foi agora? – o Bernardo disse franzindo a testa e parando ao lado do Lucas. Ele olhava pra minha perna ralada.

– Hunf... – o Lucas bufou – já vou Mabi, fica bem, ta? – ele saiu sem nem olhar pro Bernardo – falow – disse pros meninos. Jorge e Anderson, dois guris da sala deles que agora era com quem o Bernardo andava. Os meninos do condomínio ainda o tratavam estranho desde quando descobriram tudo que ele fez. 

– escorreguei no corredor – eu disse indiferente. Eu ainda estava chateada com ele. Sabia que iria demorar bastante pra esquecer tudo o que ele fez. Mas também sabia que iria demorar mais ainda para esquecê–lo. Por isso queria distância. Pois é, eu ainda o amava. Acho que esse sentimento eu teria para sempre.

– ah sim... Anda sem sorte, né? – ele disse coçando a nuca. Lindo como sempre.

– pois é Bernardo. Ando caindo à toa e me envolvendo com homens errados também... Estou mesmo sem sorte – fui bem ignorante.

Os dois meninos murmuraram um “Uhhh” e o Bernardo se virou pra eles mostrando o dedo do meio.

– bom, vou indo então... Se não daqui a pouco estou todo arranhado de tantas patadas – ele disse sem jeito e eu tive que rir.

Eles se afastaram indo em direção ao portão de saída da escola. As piriguetes ao lado mexeram com eles. Olhei pro lado e elas olharam pra mim e riram mais uma vez. “Filhas da puta” pensei alto dessa vez. O André demorava demais. Peguei o celular e liguei pra Carol. Assim que ela atendeu só disse: “Ele já ta indo”. Bufei e fiquei lá pensando... Quem me falta aparecer? Após uns segundos com vazio na cabeça me lembrei que eu não tinha mais nenhum ex mal resolvido pra me atormentar. SÓ aqueles três. Fui interrompida com os comentários, em alto e bom tom, das vadias ao meu lado. Olhei para elas que comentavam coisas do tipo: “lindo”, “gostoso”, “delicia”. Olhei para onde elas olhavam e era o André que vinha andando. Nem havia reparado, mas ele estava todo de branco. Claro, né? Tirei-o do trabalho. Logo elas retornaram com os comentários.

– eu pegava – a Pri disse.

– eu também – todas concordaram.

– ele não é da escola... É mais velho.

– atrás da blusa dele está escrito fisioterapia. Será que médico aqui pra escola? – a Mel disse.

Elas falavam feito umas matracas. Senti que algo me divertiria nesse dia. Quando o André se aproximou eu sussurrei pra ele.

– me leva no colo?

– ah já? – ele disse rindo e eu assenti com a cabeça, fazendo cara de coitada.

Segurei as muletas com uma mão e ele me pegou no colo, tipo marido e mulher, sabe? Minha mochila estava em suas costas. Passei o braço livre pelo seu pescoço e deitei minha cabeça no seu ombro. Passamos pelas meninas e eu só consegui ouvir um “Vaca”. O André me pôs dentro do seu carro e eu rir.

– o que foi, hein? – ele perguntou me olhando de lado.

– nada dé. Aquelas idiotas lá... São ex dos meus ex. O Bernardo e o Lucas – eu disse revirando os olhos.

– Lucas, ex? – ele perguntou franzindo a testa.

– é... Conversamos.

– e como foi? – ele perguntou olhando pro volante.

– não foi nada agradável. Mas pelo menos teve um fim, né?

– um triste fim?

– yeah... Very verry sad – eu balancei a cabeça concordando. 

– e como você está?

– ah André, até você? – eu revirei os olhos me lembrando que era o 3º que me perguntava isso. Era obvio que não né?! – estou ótima – sorri e pisquei os olhos várias vezes rapidamente.

Ele riu e pôs a mão na minha nuca, acariciando meu cabelo por baixo. Fez uma carinha tão meiga, quase irresistível.

– você vai ficar bem. Vai ver – disse em um tom de voz bem carinhoso.

Ficamos em silêncio até chegarmos a minha casa. Ele desceu pra pegar as muletas e me ajudar. Seu celular tocou. Olhei no visor e era a Luana. Pus o aparelho de volta no porta trecos e fingi que não havia visto. Assim que ele abriu a porta lhe falei.

– teu celular está tocando.

– pega aí pra mim – ele disse distraído colocando minha mochila nas suas costas.

– ta – o olhei de lado desconfiada. Minha vontade era de desligar na cara da loira. Peguei o aparelho e virei de frente a ele – a Luana – entreguei a ele e fiz bico. Foi involuntário.

Ele me olhou, olhou o aparelho e recusou a chamada.

– porque não atendeu? – perguntei.

– porque não estava a fim – ele disse seco. 

– tudo bem, me desculpa – falei receosa. Acho que ele se estressou em eu me meter.

– foi mal – ele piscou pra mim – mas você não gosta dela, achei que se chatearia por eu atender na sua frente.

– não gosto mesmo, mas a vida é sua e quem é apaixonado por você é ela, não eu – eu tomei o celular da mão dele e retornei a ligação pra vadia oxigenada – fala com ela – o olhei feio.

Ele pegou o aparelho e se afastou um pouco de mim. As únicas coisas que consegui entender foram: “mas ele está bem?”, “que bom”, “não sei quando irei aí” e a pior de todas, me fez até revirar os olhos: “eu também ainda penso em você”. Ele desligou e foi lá comigo. Não falou nenhuma palavra. Tirou-me do carro, travou e levou até o quarto. Deitou-me na cama e pôs minhas coisas na mesa do notebook.

– então ta... Preciso voltar pro estágio. Quase matei minha namorada pra vir te buscar – ele disse rindo.

– nossa! – eu ri também – eu virei namorada e já quase morri?

– pois é. Deixe–me ir princesa – ele se aproximou e me deu um beijo no rosto.

– tchau. E obrigada mais uma vez – eu sorri.

Ele se virou e saiu andando. Quando estava passando pela porta eu gritei.

– André.

Ele se virou para me olhar e apoiou o braço na porta.

– você ainda ama a Luana, né? – perguntei fazendo careta. Eu tinha certeza daquela resposta, mas queria ouvir da boca dele. Não que eu me importasse... 

Ele me olhou assustado. Talvez não esperasse por essa pergunta.

– esquece isso... – eu disse balançando negativamente a cabeça – se der, vem me ver amanhã? – pedi.

– claro – ele sorriu torto e saiu.

– André – o chamei de novo e ele só pôs a cabeça.

– coisa chata, preciso trabalhar! – ele disse franzindo a testa.

– chama a clo pra mim? – fiz biquinho.

– ta – ele revirou os olhos e saiu.