Fanfic: Nem sempre o amor pode está certo. 1º Temporada e 2º Temporada | Tema: web novela

– você ai toda estranha... – ele pegou uma mecha do meu cabelo e pôs atrás da minha orelha – é pelo Lucas?

– hã... Não, quer dizer, não exatamente... Não sei explicar – eu falei olhando para baixo.

– tudo bem... Fiquei com você sabendo disso, né?! Terei que agüentar – ele sorriu de lado.

– nada a ver dé. Foi só... Hã... Um tanto, estranho – fiz uma careta cerrando os olhos.

– bom, já vou. Vai ficar bem?

– que horas tem? – perguntei.

– são 22:15, por quê?

– você precisa voltar? – fiz carinha de dó.

– preciso – ele riu – e o que aconteceu com “tenho aula amanhã”? – disse me imitando.

– uma coisa é eu ter aula amanhã e estar com você na faculdade – eu disse olhando pra cima e me aproximando dele – e outra... Outra bem diferente – me aproximei bem e o segurei pela gola da camisa – é eu ter aula amanhã e estar – colei nossos lábios e mordi o seu inferior – sozinha com você – falei enquanto soltava–o devagar e o encarei.

– quer saber? – ele disse rindo – não preciso voltar e você nem precisa ir pra aula... Eu te deixo de cama se quiser – ele mordeu os lábios.

– seu safado – dei um empurrão nele e ri.

– você que está provocando – ele disse com cara de coitadinho.

– to brincando seu bobo. Vamos, me ajude a subir? Amanhã temos consulta depois da aula, lembra?

– taaaa – ele disse revirando os olhos.

Pegou as muletas, abriu a porta pra mim, passei os braços pelo seu pescoço e ele pela minha cintura. O que já era costume, só assim eu conseguia descer do carro dele. Antes que eu descesse, ele apertou bem forte minha cintura e me beijou. Sorri no inicio do beijo, mas retribui. Ele puxou mais minha cintura pra perto dele e se encaixou entre minhas pernas. O ritmo do seu beijo foi ficando mais intenso. Ele movimentava a sua língua com mais força sobre a minha, os lábios também faziam uma pressão maior. O ar já nos faltava, mas nenhum dos dois queria se largar. Eu arfava enquanto o beijava, até quando não deu mais. Afastei meus lábios dos dele e ficamos apenas com a testa colada. Respirávamos com dificuldade. Ele me olhou nos olhos.

– você me deixa fora de mim, garota – disse rindo.

Eu retribuí ao sorriso e mordi seu lábio inferior. Ele não agüentou e me beijou novamente. Do mesmo jeitinho, me fazendo perder o fôlego.

– melhor você me deixar lá dentro – eu disse sorrindo.

– só mais um, pode ser?

– ta – eu ri e logo o beijei.

Ouvi barulho de carro se aproximando, mas se quer abri os olhos. Não dava, aquele beijo era mais forte que eu. O barulho do motor do carro aumentava conforme se aproximava. Interrompi o beijo por achar que poderia ser meu pai. Olhei rumo à garagem e só havia o carro da Marta estacionado lá.

– o que foi? – ele perguntou.

– achei que pudesse ser meu pai.

Ele olhou pra trás em direção ao carro, que diminuiu a velocidade e depois acelerou com rapidez. Reconheci o carro, era do Lucas.

– não era ele – o André sorriu.

– então vamos entrar, vai que ele chega, né?! – falei disfarçando.

– é – sorri amarelo.

Fomos até o meu quarto. Guardei minha bolsa, tirei o sapato e deitamos na cama. Ficamos conversando um pouco, demos mais alguns beijos e perto de meia noite ele foi para sua casa.

Na sexta feira só vi o Lucas na saída, beijando a Mari, na frente da escola. Fingi que nem me abalei e continuei a conversar com as meninas, que iriam lá pra casa no sábado. Iríamos sair pra Dunia. Hoje à noite provavelmente ficaríamos em casa. O Fê e a Carol iam fazer um programa a dois. Até imagino o que seja. Safadinhos! O Caio havia chamado a Deb pro cinema. Coisa mais linda, né? Só a Karen que iria ficar em casa. O Rapha estava com uma cara péssima, não falava com ninguém e apenas fitava o vazio. Eu queria falar com ele, mas a sós, depois eu lhe telefonaria. Como eu ficaria sozinha em casa, convidei a Karen para ver filme comigo. O André só sairia lá pelas 23 horas da faculdade mesmo. Hoje seria o encerramento da feira. Ficamos lá no pátio da escola batendo um papo descontraído até o Lucas se aproximar de onde estavamos.

– cadê a Mari? – o Caio perguntou.

– já foi. Sua mãe veio lhe buscar – ele sorriu torto.

– não sabia que estava namorando Lucas. Iria contar quando? Quando terminassem? – o Felipe disse irônico.

– pois é... Não deu tempo de contar – ele disse sem graça.

Eu estava conversando com a Karen. Ela continuou falando sobre as roupas que usaríamos pra ir à boate.

– vai ir conosco amanhã? – a Deb perguntou ao Lucas.

– não sei, aonde vão?

– Dunia. Não conhecemos ainda, então vamos ver se é tudo isso que falam – ela comentou rindo.

– é bom lá sim. Não é Mabi? – a Carol falou, sem se tocar que eu evitava olhar pro Lucas.

– hã? – me fiz de desentendida.

– a Dunia – ela repetiu.

– ah sim. É muito boa – respondi olhando para ela.

– quando que você foi lá que eu não fui? – o Felipe perguntou intrigado.

– fui com o Di – sorri falso para eles.

– ah sim – o Felipe revirou os olhos.

– to doida pra conhecer esse tão famoso – a Karen disse rindo.

– ele não tem nada demais – o Rapha cruzou os braços, estava irritado. Foram suas únicas palavras até aquele momento.

O pessoal continuou batendo papo. Eu apenas observava. Estava incomodada com a presença do Lucas ali. Sentia que ele me olhava vez ou outra. Eu queria ser forte, queria fingir que nada estava acontecendo, mas não conseguia. Não queria olhar para aquele sorriso e me derreter. Iludir-me. Sonhar que ele ainda seria meu. Fiquei fitando o vazio quando a Karen me cutucou avisando que meu celular estava vibrando. Olhei e tinha SMS do André perguntando se poderia me buscar pra almoçarmos juntos antes de ir ao médico. Sorri ao ler a mensagem e lhe respondi que estaria o esperando na escola. Fiquei distraída mexendo no celular quando alguém me chama.

– Mabi... – o Lucas sussurrou, sem que atrapalhasse o papo dos outros.

– oi Lucas – falei tentando ser simpática.

– hã... Era você ontem na frente da sua casa?

– era. Por quê?

– estava com o André?

– sim Lucas. Estava com ele – falei mantendo o mesmo tom.

– ah sim... – ele tirou uma das mãos do bolso e ficou mexendo no boné. Logo soube que ele estava nervoso.

– por quê?

– ah nada, eu vi um casal abraçados e achei que fosse o Felipe e a Carol se beijando ou sei lá... Não imaginei que fosse você e ele.

– o carro do André não tem nada a ver com o do Felipe. Mas sem problemas – dei de ombros.

– pensei ver vocês se beijarem.

– e decidiu a sua profissão? – eu disse mudando de assunto.

– que profissão? – ele perguntou intrigado.

– ué, você não foi à feira pra tentar se decidir pra qual curso prestar vestibular?

– ah não... Fui porque a Mari me pediu. Ela queria ver o stand da irmã dela. Faz direito naquela faculdade – ele sorriu sem graça.

– ah sim... – murmurei e logo vi o André vindo na minha direção.

Ele estava todo de branco, como sempre, acabará de sair do estágio. A Mel e sua trupe que estavam encostadas no portão e ficaram logo inquietas. Piriguetes. Ele se aproximou sorrindo. Lindo como sempre. O Lucas olhou pra trás a fim de saber pra quem e sorria e assim que o viu, virou a cara e sentou–se no outro canto do banco.

– e ai gente. Como vão? – o André cumprimentou a todos e todos responderam. O Lucas permanecia sério.

– senta aqui dé – eu o chamei batendo com a mão no banco ao meu lado.

Ele se sentou e eu comecei a falar sobre a noite de sábado. A idéia do pessoal de ir pra Dunia e tal. No inicio ele ficou preocupado por eu querer ir com o pé machucado, mas depois topou.

– vamos? – ele me chamou já se levantando – tenho aula às 14 h.

– ta. Leva minha mochila? – eu pedi.

Ele pegou meu material e eu me levantei apoiando–me nas muletas.

– crianças, beijos – eu disse mandando beijos no ar pra todos.

– já vai? – o Caio perguntou.

– vou almoçar.

– ué, vai comigo não Mabi? – o Fê perguntou.

– não amor, vou almoçar com o André, ta? Avisa pro papai que de lá vou pro médico – dei–lhe um beijo no rosto – tchau gente. Kaka tem espero mais tarde, ta?

Fomos em direção ao carro e o André me levou em um restaurante bem bonito. Pedimos a comida e ficamos comendo e conversando até perto da hora do médico.