Fanfic: Nem sempre o amor pode está certo. 1º Temporada e 2º Temporada | Tema: web novela

– FELIPE NARRANDO –

Assim que a Mabi e o André saíram, o Lucas disse que queria falar comigo. Afastamo-nos da galera pra conversarmos melhor.

– diz ai – eu pedi.

– a Mabi e o André estão namorando? – ele perguntou com um tom ansioso pela resposta.

– não Lucas. Que eu saiba não.

– nem ficando?

– não sei... Por quê?

– ah nada. Só queria saber. Curiosidade, sabe?

– olha Lucas, eu sou teu amigo e queria mesmo que você ficasse com a Mabi, mas se você optou por namorar a Mari, acho que deveria se preocupar somente com ela e deixar a Mabi seguir a vida. Sacanagem você ficar com a menina ainda pensando na ex.

– não, não to fazendo isso não. Fica tranqüilo. Já esqueci a Mabi – ele disse negando com a cabeça.

– esqueceu quando? Da semana passada pra essa? – perguntei irônico.

– ah Felipe. Eu percebi que não daríamos mais certo. Somos muito diferentes – ele disse já zangado e saiu andando pro estacionamento.

– ow Lucas. Só uma coisa. Cuidado pra não magoar as duas, viu?!

Ele não respondeu, apenas virou–se e continuou a andar. Entrou no carro e saiu.

– MABI NARRANDO –

Saímos no restaurante e fomos ao médico. Esperamos nossa vez e entramos. Dessa vez o Dr. me liberou da bota. Foi estranho pisar com o pé diretamente ao chão. Parecia que não tinha sensibilidade, mas ele disse que era normal isso. Pediu-me algumas sessões de fisioterapia e passou um remédio caso eu sentisse dor. Sai do consultório com um imobilizador de tornozelo. O Dr. Disse que eu poderia tirar amanhã. Fomos de lá pra casa do André. Eu decidir ir à academia pra ver um treino. Já me fazia falta. Fiquei sentada na poltrona vendo TV, enquanto ele tomava banho. Após alguns minutos saiu do banheiro vestindo uma calça folgada de malhar. Todo cheiroso. O olhei dos pés à cabeça. Uma tentação.

– ta olhando o que, hein?! – ele perguntou sorrindo.

– nada... – dei de ombros.

– ta querendo o que? – ele disse se aproximando.

– ir logo pra academia se não você chega atrasado – menti.

– vou fingir que acredito nisso... – ele parou em minha frente, pôs os braços nos braços da poltrona, me prendendo entre eles e beijou meu pescoço.

– ain André... Não começa com isso – falei arrepiada.

Ele continuou a beijar, depois mordiscou minha orelha e pôs uma mão em minha cintura. Apertou com força. Subiu a mão até minha nuca, agarrou em meus cabelos, puxando levemente minha cabeça para trás. Os beijos no pescoço foram ficando mais gostosos e eu mais perdida com aquelas sensações. Em seguida ele beijou meu rosto e encostou os lábios nos meus.

– estamos atrasados – eu sussurrei.

– ok já entendi – ele se afastou de mim sorrindo – estamos atrasados... Ou melhor, estamos adiantados, né?! – ele piscou.

– não é isso André, é só que...

– ta tudo bem Mabi.

– não vai ficar chateado, né?! – perguntei cerrando os olhos.

– claro que não... – ele disse se divertindo – não sou moleque não pow.

– hum... Não quis dizer isso, mas que bom que você entendeu – eu disse sem graça. Lembrei-me do meu namoro com o Bê. Ele sempre ficava chateado, mas agora era diferente. O André era mais... Maduro, como diria o Diego.

– vamos? – ele me chamou.

Descemos e fomos para a academia. Assisti o treino todo no banco. Os outros alunos do André vinham conversar comigo vez ou outra. E foi assim a aula toda. Terminamos e ele me deixou em casa.

À noitinha, perto das 19 h, a Karen foi pra lá. Ficamos no meu quarto mexendo no guarda roupas, experimentando tudo que havia dentro dele. Também vimos filmes e comemos. Estávamos exaustas. Deitadas na cama conversando quando meu celular tocou. Era o André dizendo que estava muito cansado e iria pra casa, se eu não queria ir com ele. Eu apenas ri, meu pai não me deixaria dormir “sozinha” fora de casa. Pedi a Karen para dormir lá em casa comigo já que ficamos abandonadas lá.

– ká e o Rapha? Como estão? – perguntei.

– não sei Mabi. Temos ficado além das vezes nas baladas. Essa semana, nós ficamos três vezes. Uma vez quando ele veio me deixar em casa depois da escola e outras duas vez no clube. Mas ontem acho que ele se chateou comigo – ela disse triste.

– por quê? Brigaram? Percebi o mau humor dele hoje na escola.

– não sei exatamente o que foi – ela me olhou desconfiada – é que saímos do clube e ele vinha me deixar em casa, mas então no caminho ele pediu que eu fosse pra casa dele, pra gente poder ficar juntos e tal, porque sempre ficávamos na frente de todo mundo. Garantiu–me que não tentaria nada, ai eu aceitei.

– deixa–me adivinha... Acabaram brigaram porque ele tentou? – ergui uma sobrancelha.

– mais ou menos... Os beijos foram ficando quentes, ele foi se empolgando, beijava meu pescoço, ombros, barriga... Sabe, né?! – ela contava envergonhada.

– sei bem Kaka. Mas então porque da briga?

– porque ele começou a pôr a mão dentro da minha blusa e desamarrou meu biquíni. Daí eu não quis mais – ela sentou agarrando as pernas – não sei se ele ficou chateado ou bravo, não sei. Eu vi que ele estava... Hã... Animado, sabe? Daí ele saiu do quarto e demorou pra voltar. Eu sai e o vi sentado no banquinho da cozinha, com os punhos apoiados no balcão e um copo de água próximo. Nem falei com ele, abri a porta e fui embora. Ele também não veio atrás e nem falou comigo hoje.

– ah amiga – eu a abracei – não fica assim, você sabe como são os homens – ela se deitou no meu colo e lhe fiz carinho – o Rapha seria incapaz de tentar algo que você não quisesse. Vai ver que ele precisou de um tempo, sei lá.

– mas esse tempo está me cansando... Meses nessa indecisão, não dá Mabi.

– e porque você não parte pra outra então?

– porque eu to apaixonada por aquele imbecil – ela disse quase gritando e começou a chorar.

– você ta apaixonada pelo Rapha? – perguntei um pouco incrédula. Lembrei no dia da pizzaria que ele disse que não estava apaixonado. Coitada da Karen, naquele momento eu sabia muito bem o que era uma rejeição.

– é... Não deveria acontecer, mas você sabe que não se evita essas coisas.

– sei muito bem – eu disse triste por lembrar–me do Lucas.

– ai droga, sou uma tola mesmo por ficar chorando por isso – ela disse limpando as lágrimas – mas é só que... Eu não queria perder minha virgindade em uma “ficada” – ela fez aspas com as mãos.

– eu te entendo amiga – dei um beijo em sua testa – mas vamos deixar esse baixo astral de lado? Se não eu vou chorar aqui também.

– ta, vamos – ela disse rindo – mas então me conta do André. Almoçaram juntos e tal...

– pois é... Estou deixando rolar com o André, sabe? Não quero apressar as coisas. Até porque ele tem a Luana, aquela ex que não sai do pé dele. Eu sei que ele a ama...

– e você?

– não, eu não suporto aquela loira – fiz cara de nojo.

– eu sei sua besta – ela riu – to perguntou se você ainda ama o Lucas.

– ah – fiz uma cara triste – sim. Não consigo esquecer aquele menino.

– não fica triste se não eu fico também – ela disse fazendo bico.

– não vamos chorar. Vamos ficar felizes – eu sorri torto.

– pensa pelo lado bom...

– qual lado Kaka? – perguntei sem entender o que ela dizia.

– aquele André é todo bom. Tirou sorte grande, hein?!

Começamos a rir.

– falando em bom, vocês já... – ela me olhou sugestiva. Eu já sabia do que ela falava.

– ah não... Ele tentou hoje, mas eu não quis.

– ué, por quê?

– ah Kaka, não sei... Você sabe que eu sou besta. Não quero me envolver, vai que eu me apaixono pelo André. Eu sei que ele tem a Luana, não posso me iludir... E sem contar que às vezes eu o beijo e me vem o Lucas na cabeça.

– ai, deve ser ruim isso...

– com certeza. Sinto–me culpada... Mas quem me garante que ele também não pensa na ex quando está comigo?

– amiga deixa rolar então... Você vai ficar se privando aí pensando no que ele está pensando? Se ele te quer não deve ser porque pensa nela, não acha?

– não exatamente – eu ri.

Nesse momento a porta do quarto se abriu. Esperei que fosse o Fê chegando, mas era o Diego. Pela cara, ele acabará de acordar.

– Mabi... Opa foi mal. Não sabia que estava com uma amiga – ele sorriu.

– ah Di, essa é a Karen. Minha ruiva gostosona – eu disse dando um beijo na bochecha dela.

– ai Mabi, para, assim fico com vergonha – ela riu, depois olhou pra ele e sorriu – oi. Prazer.

– oi Karen, sou Diego.

– enfim lhe conheci – ela disse sorrindo.

– por quê? – ele perguntou confuso.

– é que as meninas andaram fazendo muita propaganda sua – ela disse piscando pra mim – falam muito de você.

– ah... Falam é? Espero que bem – ele riu.

– claro que é né Di?! – eu brinquei.

– é bem sim, muito bem – a Karen riu e me olhou – as meninas falaram tanto de você que eu estava ansiosa pra conhecer–te.

– nossa... Espero que não tenha se decepcionado – ele respondeu sorrindo – e o que elas disseram de mim?

– ah... – ela ficou com vergonha de falar.

– não falo nada – eu pus a mão tampando a boca – fala você – dei um cutucão nela.

– hum... Disseram que você é lindo, gostoso, legal e adjetivos semelhantes – ela respondeu corando.

– ah sim – ele riu e ela ficou mais sem jeito ainda – e você concorda com isso? – ele perguntou sério.

Eu o olhei cerrando os olhos. A Karen estava pra se enfiar por de baixo do edredom de tanta vergonha. Ele riu da situação e pra minha surpresa ela respondeu–lhe.

– sem tirar nem por nenhum elogio – ela disse corando mais ainda.

– obrigado, mas achei que você estava se descrevendo – ele respondeu com um sorriso enorme – vou tomar um banho e ir comer algo. A Marta me emprestou o carro. Querem ir?

– ah, eu quero – a Karen respondeu imediatamente.

– eu vou deitar. To cansadona – eu menti para deixar o dois a sós.

– ah não amiga, só você se você for – a Karen pedia com olhos de súplicas.

– não se preocupe Karen, a Mabi vai sim, né maninha? – ele deu um sorriso sacana e piscou pra mim.

– ok, eu vou – eu revirei os olhos.

Todos tomaram banho e nos vestimos. A Karen pegou uma roupa minha e o esperamos lá na calçada.

– eu reparei, ta? – falei zombando a Karen.

– o que? – ela fez de desentendida.

– o climinha entre vocês.

– que nada, não teve clima nenhum. Eu só o achei bem gatinho – ela sorriu.

– eu também te achei uma gatinha – ele respondeu aparecendo por trás dela.

– ai DI, que susto – eu gritei.

A Karen ficou roxa de vergonha.

– ah! Oi Diego, é eu não quis dizer aquilo e... – ela dizia atropelando as palavras.

– que pena, mas eu quis dizer – ele sorriu.

– hummm... – eu murmurei – já vi que vou sobrar hoje.

– para Mabi – ela me deu um empurrãozinho.

– ai Kaka. Eu to dodói, não faz isso.

Entramos no carro e fomos à praça da luz. Estava tendo DJ hoje. Sentamos em uma mesa e pedimos sanduíches. Eu apenas observava o local enquanto o Diego e a Karen não paravam de conversar. Meu celular tocou e era o André.

– Inicio da ligação –

– oi Dé.

– Mabi? Ta onde? Que barulho.

– vim lanchar com o Di e a Karen – eu gritava.

– não to te escutando...

– Fim da ligação –

Levantei-me e fui até um pouco mais longe do som. O André tinha ligado mais umas duas vezes. Retornei pra ele.

– Inicio da ligação –

– oi dé, ta ouvindo?

– agora eu to. Onde que a moçinha está? – ele disse em tom de brincadeira.

– to na praça da luz. O Diego quis lanchar e a Karen também. Tive que vim. Ta pintando maior clima entre os dois.

– hum... Que bom! Eu te liguei pra te chamar pra comer, mas já que você está aí...

– já que eu estou aqui, você também vem pra cá. Certo? – o interrompi e brinquei com ele.

– ah princesa... Eu pedi pizza. Ia comer aqui mesmo.

– então me busca aqui.

– ta certo.

– vou esperar no estacionamento. Beijos.

– beijos.

– Fim da ligação –

Voltei até a mesa e avisei aos dois. O Diego me pegaria na casa do André quando fosse pra casa. Esperei no estacionamento até ele me buscar. Fomos pra casa dele. Comemos a pizza, ficamos deitados vendo filme, abraçados. Foi uma noite bem gostosa. Fazia-me bem ficar com o André, mesmo que eu estivesse pensando no Lucas, ele me fazia esquecer os problemas.

O Diego me buscou de madrugada. Eu já estava até dormindo quando o meu celular tocou. Despedi-me do André e entrei no carro.

– que demora, hein?! – reclamei.

– ficamos dançando. Você perdeu, foi muito bom – o Diego falou.

– é mesmo amiga. Perdeu.

– perdi nada. Ganhei um monte de beijos isso sim... – falei brincando.

– vocês estão sério, né? – o Diego falou sem animação.

– é Di. O André é muito bom comigo. Bem maduro, ao contrário dos meus outros namorados.

– estão namorando amiga? – a Karen falava empolgada.

– não sei Kaka – eu respondi rindo – talvez – dei de ombros.

– o que aconteceu com o “só curtindo”? – ele resmungou.

– ah Diego. Para, ta? – falei emburrada.

– Mabi, só quero teu bem. Não quero te ver magoada mais uma vez.

– eu não vou me magoar, ta? Prometo que sei onde estou pisando – falei rude – e depois de muitos meses sofrendo pelo Bernardo e pelo Lucas, eu estou bem feliz com o André. Dá pra entender isso Diego?

– ta, calma... – ele disse assustado.

– desculpa. Desculpa Karen, não queria ter falado assim.

– tudo bem amiga. Eu sei por tudo que você passou... Mas preciso concordar com uma coisa – ela me olhou com medo da reação – você ainda ama o Lucas. Cuidado pra não magoar o André.

– tudo bem. Seguirei o conselho de vocês.

Sábado a Karen me acordou já perto de meio dia. Eu estava morrendo de sono ainda, ela desceu pra almoçar e eu fiquei na cama. Bateram na porta, mas eu nem vi quem era até alguém sentar ao meu lado.

– você ta bem? – o Fê falou.

– to sim Fê, apenas com sono – eu sorri.

– hum... Tudo bem, vou te deixar dormir – deu–me um beijo na testa e se levantou – ah uma coisa. A Karen ta aqui em casa? – ele franziu a testa.

– sim, dormiu aqui, por quê?

– eu a vi entrando no quarto do Diego.

– eles se conheceram ontem. Nós saímos pra lanchar.

– e ai no dia seguinte ela fica sozinha com quarto com ele? Que estranho...

– porque estranho Fê? Nada demais...

– ah, pelo jeito que a Karen é... Sei lá – ele deu de ombros.

– acho que eles ficaram ontem. Estavam no maior clima. Fui pra casa do André e eles ficaram sozinhos, então... – sorri maliciosamente.

– como? – ele me interrompeu – você dormiu no André e a Karen ficou com o Diego? Muita informação errada em uma mesma frase não acha?

– qual o problema Felipe? – eu me sentei na cama.

– cara, eu gosto do André, mas não acho legal esse rolinho de vocês...

– o que tem demais? – o interrompi.

– e a Karen com o Diego? O Rapha já sabe disso?

– não sabe e nem vai saber Felipe. Eles não têm nada. Ela é solteira, assim como eu.

– mas o cara vai ficar chateado pow... Achei que ele fosse teu amigo.

– e é meu amigo, mas a Karen vai se iludir com ele até quando? Ele mesmo me disse que não estava apaixonado por ela e quer que ela seja fiel a algo que eles se quer tenham? Por favor, Felipe, você está exagerando.

– afff não falo mais nada – ele saiu do quarto batendo a porta.

Joguei-me na cama de novo e tentei dormir, mas não conseguia. Pior de tudo, o Lucas não me saia da cabeça. Levantei–me, tomei um banho e fui até o quarto do Di. Bati na porta e entrei. Ele e a Karen estavam sentados na cama com o notebook no colo.

– o que estão fazendo? – perguntei.

– o Diego está me mostrando algumas fotos de rachas que ele competiu. Eu te vi em algumas fotos – ela disse sorrindo.

– psiu! Abafa, papai não sabe – eu fiz uma careta.

Sentei ao lado dela e ficamos vendo as fotos e comentando. Rimos muito a tarde toda. Quando anoiteceu, voltamos pro meu quarto pra tomar banho e se vestir. Logo a Carol e a Deb chegaram. O quarto virou aquela zona. Colocamos o som alto e ficamos bagunçando enquanto escolhíamos roupas.

– eu queria usar salto alto – eu disse fazendo bico e me jogando na cama.

– quando você vai poder pôr um salto no pé amiga? – a Carol perguntou se sentando ao meu lado.

– segunda feira eu e o André vamos ao fisioterapeuta. Aí saberei.

– ai ai nem me fale em André. Lindo demais – a Deb falou se abanando.

– Ih... Sai de ré Deb, o teu é o Caiozito – eu falei zoando–a.

Carol deitou ao meu lado e a de e a Karen ficaram de frente pra gente, em pé. Continuamos a conversar.

– amiga, não sei como você resiste a ele – a Carol comentou – o cara é muitoooooooo gato.

– concordo – a Karen disse.

– imagine esse homem na cama... – a Carol falou fazendo uma cara de safada e nós rimos dela – Ow cara gostosoooo – ela concluiu e nós rimos mais ainda da cara dela.

– muito bom saber sua opinião Carolina – o Felipe disse encostado à porta do quarto, com os braços cruzados. Ele estava com um olhar fuzilador pra gente.

– Fê! – ela exclamou – o que você está fazendo aí? – perguntou sem graça.

– vim falar pra vocês irem logo se arrumar, porque já são 21 horas – ele dizia furioso.

– e custava bater? – ela se levantou e foi andando até ele.

– eu bati, mas vocês não devem ter escutado. Estavam mais empolgadas falando do André – ele falou com voz de nojo.

– ah Fê, vai ficar chateado? Vem cá – ela o puxou pela mão para lhe dar um beijo.

– sai Carolina – ele puxou a mão e se virou pra sair – e vocês não demorem – disse rudemente.

– aí Felipe não acredito. Puta merda mew! Vai ficar de birra por causa disso? – a Carol disse batendo o pé no chão.

– me deixa, ta? – ele parou impaciente – aproveita e vai atrás do André, quem sabe você descobre como ele é na cama? – disse irônico e bateu a porta do quarto.

– aahhhhhhhhhhhhhhhhh – a Carol gritou e voltou pro meu quarto pisando forte – que raiva! Que raiva!!!!!!!!! Cabeça dura esse Felipe – ela andava de um lado pro outro.

– calma Carol. Já passa essa raiva dele – eu falava tentando acalmá–la.

Ela continuou furiosa, xingando o Felipe à toa hora. Tomamos banho e fomos nos trocar. Descemos pra sala e os meninos já estavam lá. O Rapha, o Caio e o Lucas em um sofá. O Fê na poltrona, de cabeça baixa e o Diego no sofá pequeno, sozinho. Estávamos rindo alto. A Karen tentava me carregar nas costas com dificuldade. Quando chegamos ao térreo eles nos fuzilaram com os olhos. Estávamos 1 hora atrasadas. Já eram 23:30.

– ih coe? – a Karen falou a eles com as mãos na cintura.

– atrasadas pra variar – Rapha disse revirando os olhos.

– vocês são foda mesmo! – o Caio reclamou – vamos logo.

– ah Kaka, esqueci minha bolsa lá em cima – eu disse olhando para os lados. Nem havia me tocado que não tinha trazido.

– eu pego lá, porque ate você subi e... – o Diego disse se levantando.

– deixa que eu pego – o Felipe falou mais alto e se dirigiu até a escada de cabeça baixa.

– eu vou contigo – a Carol disse piscando pra nós, meninas.

– NÃO – ele gritou – fique aí – disse em um tom mais baixo, mas de modo rude e subiu sozinho.

A Carol se virou de frente pra nós com os olhos marejados de lágrimas. Fiquei com muita dó dela. O Felipe estava sendo idiota e cruel por um comentário besta. Os meninos nos olhavam confusos.

– eu, hein?! – o Rapha comentou.

– Felipe ta louco? – Caio perguntou.

– o que deu nele? – o Lucas perguntou.

– ai gente, me desculpem, mas eu não vou mais – ela disse com voz chorosa.

– ah não Cá – eu disse chorosa também – se você não for, eu não vou.

– eu também não – a Karen disse.

– me tirem fora dessa, porque eu vou, viu?! – o Caio disse lesado, como sempre.

– Caio! – a Deb o advertiu – eu também não vou Carol. Nem o Caio – ela disse o olhando feio.

– ei Deb, eu vou sim... – ele foi interrompido pelo Rapha, que deu um tapa na cabeça dele.

– ah... Nem tem clima. Desculpem-me – a Carol disse manhosa – Lucas, você pode me deixar em casa? – ela pediu, pois só ele e o Fê estariam de carro. Fora o André que ainda não estava lá.

– levo sim Carol – o Lucas respondeu nos olhando. Ele não sabia o que fazer.

– para com isso amiga, você vai conosco... E vai se divertir. Quem aqui precisa de homem pra ser feliz? – a Karen disse sorrindo.

– eiiii, mas eu preciso de mulher, viu?! Vão parando de graça vocês aí e deixem a Deb ir – o Caio disse e todos riram.

Logo o Felipe desceu com a minha bolsa.

– precisava esconder no banheiro, Mabi? – disse irritado – quase não acho.

– foi mal Fê, acho que deixei lá quando fui terminar a maquiagem – eu disse um pouco chocada com o tom de voz dele.

– ow estressadinho. Dá um pulo aqui – o Rapha disse pro Felipe indicando a cozinha.

Eles ficaram lá um tempo e nós na sala esperando. A campainha tocou e a Karen se ofereceu pra abrir. Era o André. Ele entrou, cumprimentou todos e se sentou ao meu lado no sofá, me dando um beijo na testa.

– o que esta acontecendo? – ele perguntou baixinho no meu ouvido.

– Felipe está estressado com a Carol e deu maior briga. O Rapha esta batendo um papo com ele na cozinha.

– hum... Mas por quê?

– ciúmes... Nem liga – dei de ombros.

– certo – ele sorriu e eu retribuí.

– vou lá pegar a Mari. A gente se encontra na Dunia, falow? – o Lucas falou pro caio e foi andando em direção a porta.

Passou por mim e me encarou.

– ta difícil, hein?! – o André sussurrou pra mim.

– o que dé?

– o cara diz que não te quer, mas não para de te secar... – ele falou irritado.

– hum... Muito bom – eu disse o imitando de outro dia.

– o que? – ele perguntou.

– ciúmes – eu sorri.

– engraçadinha – ele apertou meu nariz.

Os meninos voltaram da cozinha e o Rapha nos chamou pra sairmos. Fomos todos pros carros, menos o Fê e a Carol que ficaram na sala conversando.

– e aí Rapha? – eu perguntei.

– eu dei uns tapas na fuça dele e ele vai se desculpar com ela – ele disse sorrindo.

Todos nós rimos e começamos a nos dividir nos carros.

– cadê o Lucas? Eu iria com ele pow... – o Rapha perguntou.

– ele já foi. Disse que iria pegar a azeda – a Karen disse fazendo cara de nojo.

– azeda é? Até você Kaká – o Caio respondeu rindo.

– ela tem cara de azeda mesmo – ela deu de ombros – odeio menina sonsa – fez uma careta.

– eu também – a Deb concordou.

– eu não estou falando nada – eu disse levantando as mãos.

– acho que ele foi embora porque o André chegou – o caio disse na maior cara de pau, pra variar.

– ciúmes é foda! – O Diego disse.

– ciúmes por quê? – o caio perguntou.

– é muito lesado mesmo – a Deb deu um tapa no Caio e depois o abraçou.

– mas o amor é lindo mesmo – nós dissemos em coro.

– vocês estão namorando é? – a Karen perguntou.

– haram – a Deb disse com um sorriso de orelha a orelha.

– pow Deb, não espalha – o Caio disse pondo a mão na boca dela.

Ela o olhou feio e nós começamos a rir dos dois. Logo o Fê e a Carol saíram, de mãos dadas.

– fizeram as pazes? – perguntei.

– sim – o Felipe respondeu olhando pra Carol de lado – mas na próxima não tem papo. Não gostei do comentário – ele disse seco.

– e na próxima, eu não procuro mais – a Carol respondeu dando beijos no rosto dele.

– então vamos? – o Diego perguntou.

No carro do Fê iriam ele, a Carol, a Deb, o caio e o Rapha, já que a o Lucas já tinha saído. No do André iriam eu, ele, o Diego e a Karen.

– Karen, você não quer ir comigo, não? – o Rapha perguntou.

– não Rapha, eu vou com a Mabi e aí não tem mais espaço – ela disse friamente.

– então eu vou aí com vocês – ele respondeu sorrindo e veio pro carro do André.

Todos entraram e saímos em direção à boate.

– devia ter ido com o Fê. Aqui está apertado – a Karen reclamava.

Ela estava sentada entre o Rapha e a porta do carro. O Diego estava do outro lado, escorado na porta.

– Raphael troca de lugar comigo – ela afirmou.

– não. To bem aqui – ele disse sorrindo cínico.

– eu não pedi, eu mandei você trocar e não to nem ai se ta bom pra você ou não – ela disse rudemente.

– eu, hein?! Que mau humor Kaká – ele respondeu assustado.

Os dois trocaram e a Karen ficou no meio dos dois. O Diego puxou papo com ela e eles ficaram conversando. Eu estava conversando sobre a faculdade com o André e o Rapha estava emburrado no canto.

Chegamos à boate, encontramos com o pessoal e entramos. O lugar estava lotado e dessa vez iríamos ficar na pista. Entrei o Red lá, conversamos um pouco e ele me disse que o PV estava lá.

– já vi que minha noite vai ser das boas – eu murmurei.

O André pegou bebidas e ficamos bebendo. Eu encostei-me a um banquinho e fiquei mexendo um pouco o corpo. O André estava do meu lado. Preferi ficar um pouco afastada do pessoal por causa do Lucas. Nem tanto pelo Lucas, mas não queria chatear o André. O celular dele começou a tocar e ele olhava no visor, recusava a ligação e colocava de volta no bolso. Isso aconteceu umas 5 vezes seguidas.

– é a Luana, né? – eu perguntei.

– deixa isso pra lá – ele me abraçou de lado e beijou minha testa.

– pode falar dé – eu disse olhando pra ele de lado.

– não quero te chatear – ele me olhou e depois olhou pra pista.

– não me chateia saber que ela ainda fica atrás de você. Eu sei que você a ama.

– mas estou com você agora. Somos até namorado, lembra? – ele sorriu.

– eu lembro – eu disse rindo – eu sei que você gosta de mim, mas ama a Luana. Estou conformada com isso.

– para de falar dela, ta?

– mas é ela que está te ligando, né?

– é Mabi. Como você é teimosa – ele disse cerrando os olhos.

– sempre – eu ri.

– eu sei que você fica incomodada com isso. Eu vou bloquear o número dela.

– você que sabe dé. Não quero te obrigar a nada, faça o que você tenha vontade. Eu só não sei se vale a pena insistir nela.

– não vale não – ele sorriu – falando em insistir, o Lucas também não desistiu, né?

– por quê?

– ele não para de olhar pra cá – ele disse indicando com a cabeça o Lucas, a Mari e o Rapha sentados em uma mesa próximos de nós.

– pois é... Está com a namorada do lado e não tira o olho daqui – eu disse brava.

– essa tal azeda é um pouco sem sal, né? Mas até que é bonitinha – ele disse sorrindo.

– ah é? Fica com ela então – eu cruzei os braços e fiz bico.

– eu não. Gosto de coisas com mais pimenta – ele disse me abraçando por trás e beijando meu pescoço.

– sem vergonha – eu disse rindo.

– quer ir pra outro lugar?

– melhor, né? Você está incomodado com o Lucas?

– não. Por mim, tudo bem. Quer ir lá com eles?

– eu queria falar com o Rapha. Vamos lá e depois nos afastamos, ta?

Ele assentiu com a cabeça e fomos até a mesa. A Mari nos cumprimentou com um sorriso e eu retribuí. Tentei ser simpática com ela, afinal a garota não me fez nada. Só roubou meu ex namorado, mas a culpa não era dela. Sentei ao lado do Rapha que estava com a cara fechada.

– o que foi amor? – perguntei.

– ta vendo aquela palhaçada ali? – ele indicou com a cabeça a pista de dança.

Estavam a Carol e o Fê dançando juntos. O caio e a Deb também. E perto deles, a Karen dançava com o Diego. Ele estava atrás dela com as mãos em sua cintura e os dois dançavam juntos e pareciam se divertir, pois riam muito. Eu até fiquei com dó do Rapha, mas sabia que ele não prestava. A Karen merecia ser feliz.

– ah Rapha, não fica assim não... Ela é solteira, né?

– eu gosto dela – ele disse baixinho, sem tirar os olhos dos dois.

– você ta falando sério? – perguntei assustada.

– é, mas eu já te expliquei porque é difícil de rolar um namoro – ele dizia triste. Eu sabia que o fato de ela ser virgem era muito importante pra ambos.

– sabe o que eu acho?

– hã?

– se você gosta mesmo dela como você diz, vai ter que abrir mão do fator virgindade e assumi–la. Tudo bem que você vai ficar um tempo sem sexo, mas com o tempo ela vai pegando confiança em ti e acaba rolando. Ela só não está preparada Rapha. E sinceramente? Sexo não é tudo. Você prefere perde–la pra outro cara a namorá–la e ficar uns tempos sem transar?

Ele não respondeu, apenas se levantou e foi lá na pista. Parou na frente da Karen e a puxou pela mão. O Diego ficou parado sem entender nada, mas logo ele sumiu no meio da multidão. Olhei pro meu lado e o André estava mexendo no celular. Mandava um SMS, já imaginei pra quem seria. Respirei fundo e olhei pro outro lado. Dei de cara com o Lucas e a Mari se beijando. Ok, alguém me belisca, porque meu mundo está desabando. Precisei respirar fundo mais umas 500 vezes. Virei a cara pro lado André e aproximei o corpo dele.

– o que ta fazendo? – perguntei a ele olhando a tela do celular.

– o Pablo ta me mandando SMS, parece que passou mal de novo.

– de novo? Quando ele esteve doente?

– ah, naquele dia que eu fui te deixar em casa de tarde e você pediu pra eu atender a ligação da Luana. Ele teve febre e vômitos, dores no corpo, enjôo.

– nossa... E o que ele tem?

– ele não foi ao medico ainda, mas por esses sintomas podem ser muitas coisas. Alguma doença infecciosa ou até mesmo pedra na vesícula, pode estar inflamada...

– ah sim. Que barra.

– não precisa fingir que se preocupa – ele disse brincando.

– eu não estou fingindo. E nem estou preocupada. Só não desejo o mal do Pablo – dei de ombros.

– você quer sair daqui? – ele perguntou olhando por Lucas beijando a Mari quase atrás de mim.

– tanto faz... – balancei os ombros e fiquei fitando a pista um tempinho.

Os dois pararam de se beijar e permaneceram em silêncio. O André encostou ao meu lado e ficamos comentando sobre o pessoal lá na pista. De repente chegaram uns caras lá da academia do André e ficaram conversando. Eu cansei de ficar sentada, decidir ir dar uma volta.

– vou passear – eu disse no ouvido do André.

– não vai fugir? – ele brincou.

– vai apresentar a amiga não André? – um deles falou e os outros dois riram.

– ela não é pro bico de vocês – ele disse levemente irritado – caiam fora.

– ih egoísta – o outro zoou – apresenta aí a gatinha.

– não chama minha mulher de gata não rapaz – o André disse cerrando os olhos.

– ih, namorada é? – outro perguntou.

– é – ele disse seco.

– oi... – eu olhei pra eles com um ar de desinteresse. Até eram malhados, típicos lutadores de jiu-jítsu, mas eu estava sem paciência pra qualquer um naquele dia – meu nome é Mabi – cumprimentei os três com um beijinho no rosto e depois me virei pro André, que estava com a cara fechada – tchau amor – dei um selinho nele.

– rum – ele bufou – cuidado por aí, qualquer coisa me liga que eu te procuro – ele disse me segurando pela mão – e não vai arrumar briga – ele dizia sério e eu ria enquanto revirava os olhos diante a preocupação dele.

– ta papai – mostrei a língua pra ele e ele me puxou e me deu um beijo rápido.