Fanfic: Nem sempre o amor pode está certo. 1º Temporada e 2º Temporada | Tema: web novela

– ANDRÉ NARRANDO –

Encontrei com a Luana quando eu estava saindo do hospital. Ela veio logo falar comigo, tentei disfarçar e sair discretamente, mas não deu. Encontramos-nos no estacionamento.

– oi André – ela veio sorrindo.

– oi Luana.

Ela me deu dois beijos no rosto e depois me abraçou.

– quanto tempo... – ela disse.

– pois é. Tem alguns meses, né?

– é. Ultimamente você não tem me atendido também, né?! – ela sorriu de lado.

– minha namorada não gosta – falei sério.

– ah sim. Aquela garota, né?

– Mabi.

– isso – ela sorriu – vocês estão bem?

– sim – eu sorri.

– que bom. Então eu to indo lá pra dentro. Você vem amanhã ficar com ele?

– venho sim.

– então tchau.

– tchau.

Ela saiu andando e eu fiquei perplexo. Não entendi o novo comportamento dela, mas achei melhor que fosse assim. Entrei no carro do Pablo e fui pra casa. Os outros dois dias foram da mesma forma.

Na terça à noite sai do hospital e fui pro apartamento do Pablo, tomei uma ducha, comi e fui deitar. Acordei com o barulho da porta abrindo. Levei um susto e fui até a sala pra ver o que era. Dei de cara com a Luana entrando.

– ai Luana, que susto pow – eu gritei.

– ai André não era pra você está dormindo? – ela gritou também, provavelmente se assustou.

– o que você ta fazendo aqui? Não era pra está no hospital?

– calma. Vim buscar roupa e frutas pra ele. Comprei mais cedo e acabei deixando aqui – ela disse indo pra cozinha.

– ah sim. Quer que eu pegue as roupas?

– não, deixa que eu escolho – ela disse seca.

Voltei pro meu quarto e me deitei na cama. Fiquei lá com a porta aberta apenas escutando a Luana a pegar as coisas na cozinha. Após uns minutos ela entrou lá no meu quarto.

– já vou André. Boa noite – ela disse seca e se virou pra sair.

– ei Luana, espera aí.

– diga – ela voltou.

– o que ta acontecendo, hein?!

– como assim? – ela perguntou.

– você ta tão estranha comigo, sei lá.

– estou normal André.

– ta não Luana. Ta grossa comigo. Isso é porque eu to namorando?

– também – ela respondeu entrando no quarto.

– hum, sei. Só não queria que ficasse esse clima estranho – dei de ombros.

Ela largou a bolsa e as coisas do Pablo em cima da poltrona e veio até mim. Confesso que meu coração acelerou e eu fiquei nervoso por ter a presença dela perto de mim.

– você nunca me ignorou por tanto tempo – ela disse se sentando ao meu lado – nunca deixou de atender minhas ligações, nem falar que sentia minha falta, que me queria... Então eu cansei e achei melhor desistir – ela sorriu torto.

– hum – murmurei – logo você vai achar alguém que te mereça, porque o Pablo não te merecia.

– realmente. E você me merece?

Eu não respondi.

– já imaginava isso – ela riu – você é demais pra mim.

– que isso Luana. Não quis dizer isso. Só que você preferiu o Pablo, então achei que era com ele que você queria ficar.

– o problema era esse André. Eu não queria ficar. Eu queria algo sério com você, mas você fugiu. Queria que eu ficasse esperando você se formar? – ela disse um pouco irritada.

– não pedi pra me esperar Luana. Dava pra namorar a distancia, mas você foi e ficou com o Pablo na primeira oportunidade que teve – eu disse também irritado – como quer que eu leve alguém assim a sério?

– e como você queria que eu levasse a sério um namoro a distancia com um monte de meninas dando em cima de você?

– que meninas Luana? – perguntei rindo.

– ah André. Em todas as lutas tinham um monte de meninas babando, dando em cima de você e tudo mais. E olha que eu sempre estava por perto, imagine eu longe – ela revirou os olhos debochadamente.

– e o que adiantou terminar? – falei furioso – toda vez que eu vinha pra cá a gente acabava ficando, transando, saindo e tudo pelas costas do meu irmão. Não daria no mesmo se estivéssemos namorando? Pelo menos não envolveria o Pablo nisso.

– a diferença era que toda vez que eu pensava que você estava com outra em BH, eu me sentia vingada ficando com teu irmão aqui – ela falou em um tom mais alto.

– você não precisava se preocupar – eu ri – mesmo eu estando solteiro, parecia que eu era fiel a você. Dificilmente ficava com alguma menina lá. Eu só pensava em você – abaixei a cabeça e balancei negativamente.

– e ainda pensa? – ela perguntou me olhando assustada.

– às vezes sim – eu respondi ainda sem olhá–la.

– eu penso sempre – ela disse.

Eu não falei mais nada. Levantei a cabeça e a olhei. Ficamos nos encarando por uns minutos.

– nós poderíamos voltar a ser feliz juntos André – ela deu de ombros.

– to feliz com a Mabi – respondi.

– não tanto quanto eu poderia te fazer feliz – ela disse sorrindo.

– é uma opção minha Luana – falei sério.

– então ta – ela disse limpando uma lágrima que escorreu – que você seja feliz com uma menina que não ama – ela disse indo pegar as coisas dela na poltrona.

– não fala isso – eu pedi – eu gosto dela.

– mas não ama. Você mesmo disse que às vezes pensa em mim. Então como é isso? Fica com ela pensando em mim? – ela ergueu uma sobrancelha.

– não Luana – me levantei e fui andando até perto dela – você está colocando coisas na sua cabeça. Eu não disse que fico com ela pensando em você.

– mas disse que pensa em mim. Então?

– o que você quer, hein?! – perguntei estressado.

– você! – ela respondeu de imediato.

– não Luana. Eu já pus na cabeça, mesmo antes de vim pra cá, de que não rola mais nada entre nós dois e eu não vou deixar você colocar minhoca na minha cabeça – falei na cara dela.

– então diz na minha cara que não me ama mais – ela parou de braços cruzados em minha frente.

– deixa de graça – falei incomodado.

– fala André. Diz que não quer me beijar, que não quer ir pra cama comigo, que não está com saudades, que...

Eu não agüentei e interrompi com um beijo. Segurei–a pela cintura e fui empurrando até a parede mais próxima. Ela tinha razão, eu a amava, queria beijá–la, levá–la pra cama e estava morrendo de saudades. E como a Mabi falou inúmeras vezes, eu não resistiria. Eu achei que conseguisse, mas não dava. Era mais forte que eu. Ela laçou os braços em meu pescoço e me puxou com vontade. O beijo foi esquentando e inevitavelmente acabamos na cama.

De manhã acordei com peso na consciência e meu celular tocando. Era o Pablo perguntando pela Luana. Disse que não sabia e desliguei.

– Luana – a cutuquei.

– oi – ela disse se espreguiçando.

– o Pablo ta te procurando. Melhor atender teu celular e dizer que está em casa.

– caramba, me esqueci das coisas dele – ela se levantou rápido e começou a se vestir.

Eu continuei deitado a olhando. Ainda não acreditava que tinha feito aquilo, e feito com a Mabi. Eu era um idiota mesmo. Por algumas horas eu não resisti. Hoje à noite eu pegaria o vôo e não agüentei. Pior que eu ainda briguei com a Mabi por causa disso e acabei fazendo. Levantei–me, tomei um banho frio e fui comer alguma coisa. Antes de sair a Luana foi até a cozinha e me abraçou por trás.

– eu te amo – ela sussurrou no meu ouvido.

– Luana, eu sei que eu quis aquilo ontem à noite, mas eu não to me sentindo legal, ta? Se você puder me deixar sozinho...

– desculpa André. Eu achei que você quisesse ficar comigo – ela disse triste.

– é complicado Luana. Eu tenho namorada, não deveria ter feito isso, ela não merece – falei apoiando a cabeça com as mãos que estavam sobre o balcão da cozinha e fiquei fitando o chão.

– peso na consciência? – ela perguntou e eu não respondi – engraçado que quando eu que tinha namorado no dia seguinte você não se importava como eu me sentia.

– mas você ficava comigo porque queria. Você me procurava.

– e você não quis ontem? Foi você quem me beijou André.

– ta Luana. Chega. Eu preciso pôr minha cabeça no lugar, ok? Não to me sentindo legal em relação ao que eu fiz com a minha namorada.

– tudo bem – ela disse seca – mas então não me procura mais pra me iludir e nem pra se satisfazer por uma noite – ela disse e saiu.

– então para de vir atrás de mim – eu falei mais pra mim do que pra ela.

Ela foi embora e eu fui me deitar. Tentei dormir e não consegui. Minha cabeça parecia que a explodir. Pra mim aquilo parecia o fim do mundo, eu nunca havia traído uma namorada, não sabia o que fazer. Se eu contasse eu iria magoá–la e com certeza ela terminaria comigo. Se eu não contasse, eu iria enganá–la e ela poderia se magoar mais pra frente. Passei o dia deitando, ouvindo música e pensando no que fazer. À tarde fui ao hospital conversar com o Pablo sobre a cirurgia dele e à noite eu pegaria o vôo.

– MABI NARRANDO –

Segunda nem tivemos aula, era só entrega de provas e notas. Como eu estava com o carro do André, assim que peguei as minhas provas fui pra casa. Eu queria dormir mais. Acordei só à tarde e fiquei no computador Depois joguei vídeo game com o Felipe e o Diego até de noite. É, depois que o Di começou a ficar fixo com a colega do cursinho, o Fê amenizou o ciúmes com ele. Estavam até conversando normalmente.

– e ai, parou com aquela frescura de querer trocar de quarto? – o Fê me perguntou.

– não e não é frescura – eu disse concentrada no jogo.

– é sim Mabi. Porque você não quer ficar no mesmo quarto que ele? – o Diego perguntou.

– porque não quero.

– tem que ter um por que. Diz ai, a gente não conta pra ele não, né Felipe? – o Di disse cutucando o Felipe.

– é, diz ai Mabi.

Eu dei pause no jogo e olhei pros dois, com desconfiança.

– diz logo qual o plano – falei os olhando com tédio.

– plano? – o Fê perguntou franzindo a testa – nenhum. Ta doida?

– sei... – falei.

– se você me der um bom motivo eu troco de quarto contigo – o Fê disse.

– sério Fê? – perguntei com esperanças.

– é, mas porque você não quer dormir no mesmo quarto que ele? O Lucas não é tão irresistível assim – ele riu.

– não quero porque eu tenho namorado e ele também tem namorada, então eu acho que ficaria chato pros dois. Falta de respeito.

– acontece que o Lucas e a Mari não estão mais juntos – ele disse sorrindo.

– não? – perguntei assustada.

– terminaram.

– hum... Que pena, eles se gostavam tanto – dei um sorriso irônico.

– ah ta marreco! – o Felipe riu – você fingi muito bem.

– é Mabi, pode dar pulos de felicidade – o Diego completou.

– quem disse que eu quero ficar com o Lucas?

– está estampado na tua testa – ele disse me dando um tapinha no local.

– ai Di – resmunguei – deixem de graça. Tenho namorado – falei fazendo bico.

– então ta. Nada feito, vai ter que ficar no mesmo quarto que o Lucas – o Fê disse.

– ah Felipe! Você disse que trocaria – falei brava.

– mas você acabou de dizer que não gosta do Lucas, não o quer, então não tem nada a temer. A força que ele não vai te agarrar – ele deu de ombros.

– ai vocês dois, hein?! – falei resmungando.

Abriram a porta, era o Caio, Rapha e Lucas.

– e aí cambada – o Caio entrou nos cumprimentando.

Deu–me um beijo no rosto e cumprimentou os meninos com toques de mãos. O Rapha fez o mesmo e o Lucas apenas acenou pra mim. Tirei meu jogo do pause e continuei a jogar com o Diego. Os meninos estavam jogados na cama do Felipe conversando, enquanto eu e o Diego estávamos no chão. O Lucas sentou–se na cadeira do PC.

– Felipe ta sabendo que tem solteiro na área? – o Caio zoou indicando o Lucas com a cabeça.

– to sabendo – o Felipe riu – ele me contou.

– eita que esse show promete, hein Lucas? – o Diego zoou – o único que pode pegar geral.

– pois é Diego – o Lucas disse sem graça – mas nem sou desses de pegar geral não.

Olhei pra ele que sorriu pra mim. Retribuí o sorriso e levei um cutucão do Diego.

– se comporte, você tem namorado – ele disse sarcástico no meu ouvido.

– ai Di – revirei os olhos – eu só sorri pra ele.

– você ta babando por ele – ele disse passando o dedo nos cantos da minha boca.

– mas você viaja, hein?! – eu ri – vou beber alguma coisa. Quer?

– refrigerante. Traz lá – ele pediu.

Levantei–me e assim que abri a porta o Fê me chamou.

– já vai dormir?

– não, vou pegar refri pro folgadinho ali – apontei pro Di.

– traz um de 2 litros então pra gente – ele pediu.

– mais alguma coisa? – perguntei com ironia.

– tem biscoito? – o Caio perguntou.

– também quero – o Rapha concordou.

– afff... Preguiçosos. E você Lucas, algum pedido? – perguntei revirando os olhos.

– salada de frutas – ele disse tímido – tem?

– com bastante leite condensado? – perguntei.

– é – ele sorriu.

– tudo bem – sorri também e sai.

Obvio que depois dessa eu ouvi risos e comentário dos meninos. Fui ao meu quarto pegar meu celular e pus no bolso do short jeans. Desci em direção à cozinha.