Fanfics Brasil - Capitulo 71 Nem sempre o amor pode está certo. 1º Temporada e 2º Temporada

Fanfic: Nem sempre o amor pode está certo. 1º Temporada e 2º Temporada | Tema: web novela


Capítulo: Capitulo 71

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– MABI NARRANDO –


 


Voltei pro quarto com um pote de sorvete. Sentei-me no chão, ao lado do Diego. Os meninos me olhavam em silêncio e se entreolhavam.


– o que foi? – perguntei.


– o que aconteceu entre você e o Lucas? – o Diego perguntou.


– brigamos mais uma vez – revirei os olhos.


– isso não é novidade – o Caio disse.


– por quê? – perguntei.


– ele estava estranho, sei lá – o Rapha respondeu.


– eu nunca me meti nisso não, mas posso te dizer uma coisa Mabi? – o Caio falou.


– diga.


– vocês parecem duas crianças mimadas. Fica logo com o cara Mabi. É obvio que vocês se gostam. Ele e a Mari terminaram por tua causa e você...


– perai – falei atônita – ele terminou por mim?


– na verdade ela sugeriu que ele fosse atrás de você, porque ela não agüentava mais ficar se comparando a ti, ele disse algo a ver com não conseguir te esquecer. Lembro direito não.


– caramba, e eu preocupada com o André... – sussurrei mais pra mim do que pra eles.


 


Os meninos me olharam, mas nenhum disse nada. Quando me lembrei do que eu havia dito pro Lucas, me lembrei do André. Liguei pra ele, que estava me esperando no aeroporto.


– vou buscar o André no aeroporto. Mais tarde eu volto – eu disse a eles e sai do quarto.


 


Peguei o carro e fui até lá. No caminho fiquei pensando em várias formas de conversar sobre isso com ele. Eu estava preocupada em não magoá–lo, mas também não queria mais magoar o Lucas. Ou eu dizia um não definitivo a ele ou nem mais o beijava. Percebi que isso estava o magoando, essa incerteza. Desde o dia da boate que eu estava com isso entalado na garganta. Mas o André me fazia tão bem que eu não queria perde–lo, só que me dei conta de que eu estava o magoando fazendo isso. Eu estava sendo egoísta. Definitivamente precisava fazer alguma coisa e hoje ainda, se eu quisesse dormir com a consciência tranqüila. Assim que estacionei em frente ao aeroporto, liguei para o Lucas. Ele não atendeu nenhuma das minhas três ligações, o que me deixou mais triste. Mesmo que o Lucas ficasse com raiva de mim, eu iria conversar com o André. Tínhamos que definir isso de uma vez por todas. Entrei no saguão e ele me esperava sentado com uma bolsa na mão. Fiquei com receio de falar com ele quando o vi. Eu precisava conversar com ele, mas não sabia como contar o que tinha acontecido, ou melhor, o que estava acontecendo


– oi – falei parando ao lado dele.


– oi. Esqueceu de mim, foi? – ele perguntou sério.


– não – eu ri – eu estava preparando lanche pros meninos lá em casa e só vim quando você ligou – dei de ombros.


– ah sim – ele disse seco.


– o que foi dé? – perguntei quando estávamos indo pro carro – você está estranho.


– nada não. Só cansado – ele disse sem me olhar.


– e o Pablo?


– ta melhor – ele sorriu fraco – se opera na quinta de manhã.


– que bom. Depois da cirurgia ele fica bem, né?


– é.


 


Entramos no carro e eu fui dirigindo. Durante o trajeto ele estava bem pensativo.


– e a Luana? – perguntei olhando pro volante.


 


Ele não respondeu. Olhei pra ele e estava distraído olhando pela janela do carro.


– ei – apertei a bochecha dele.


– oi – ele disse parecendo atordoado.


– e a Luana?


– o que tem? – ele perguntou assustado.


– calma – eu ri – te encheu o saco não?


– não – ele disse ríspido e voltou a olhar pra janela.


 


Dirigi até seu apto. Entramos e ele permaneceu em silêncio. Deitei-me na cama e fiquei mudando de canal na TV. Ele saiu de toalha, pôs um short e se deitou ao meu lado. Pus minha cabeça em seu peito e ele ficou acariciando meu cabelo. Após quase 1 hora ali em silêncio total, eu comecei a achar que realmente tinha alguma coisa errada com ele.


– eu queria conversar com você – eu pedi e ele não respondeu – André – o chamei.


– hã?


– ta avoado, hein?!


– ah, nada não – ele deu de ombro.


– então podemos conversar?


– pode ser outro dia?


– eu precisava falar hoje.


– eu não to com cabeça hoje Mabi – ele falou bravo.


 


Sentei–me na cama e fiquei olhando pra ele. A reação dele foi totalmente estranha.


– dé, você está chateado pelo Lucas ter atendido meu celular? – perguntei.


– não.


– então o que é?


– não to chateado princesa – ele sorriu forçado – já disse que estou cansado.


– então eu já vou – olhei pra ele séria.


– leva o carro, amanhã eu pego um táxi e vou pra faculdade – ele disse olhando pra TV.


– não precisa – falei seca – eu pego um táxi – me levantei e peguei minha bolsa.


 


Sai correndo até a sala, abri a porta rapidamente e quando estava no elevador ele me puxou pelo braço.


– o que foi? – perguntou.


– o que foi pergunto eu André. Você volta seco, me tratando com desdenho, me ignorando, eu to precisando conversar com você e você não me dá atenção. É importante pra mim e pra você, pro nosso namoro, o que eu tenho pra falar.


– não é nada Mabi, eu só estou...


– cansado – eu o interrompi rindo – acho que você está cansado é de mim – entrei no elevador e fechei a porta.


 


Ele colocou o braço impedindo que a porta se fechasse.


– desculpa, eu estou de cabeça quente.


– eu fiz alguma coisa? – perguntei receosa, imaginei que fosse algo com o Lucas.


– O que você tem pra me falar? – ele perguntou.


– quero sentar e conversar com você.


– vem então, vamos entrar.


 


Assenti com a cabeça e fui pro apto com ele. Sentamos no sofá e ficamos nos olhando.


– então? – ele perguntou.


 


Fiquei olhando assustada. Ele parecia ser outra pessoa.


– André, aconteceu alguma coisa?


 


Ele respirou fundo e ficou fitando o vazio.


– André – o chamei novamente – vai me dizer o que está acontecendo?


– eu fiz uma coisa e estou me sentindo mal – ele disse fitando o chão.


– o que você fez? – perguntei já com medo da resposta.


– Mabi, olha, me desculpa, eu não sei o que aconteceu – ele começou a andar desesperado de um lado pro outro.


– foi a Luana, né? – perguntei.


– eu não devia ter feito isso – ele falava irritado – to me sentindo culpado.


– eu sabia – eu ri – eu tinha razão quando disse que você não iria resistir a ela.


– eu não to me suportando por isso – ele disse com angustia – você vai ficar com ódio de mim, né?


– não, não vou. Porque eu também acho que você vai ficar com ódio de mim.


 


Ele parou na minha frente e me olhou. Parecia surpreso.


– por quê? Você fez o que eu to imaginando?


– eu fiquei com Lucas – falei olhando pro chão.


 


Ele riu.


– quando isso?


– na boate.


– eu sou trouxa demais – ele ainda ria – como não percebi que tinha acontecido algo a mais naquele dia?


– André, me desculpa... Mas eu... Não sei, eu amo o Lucas. E não vou conseguir te amar do mesmo jeito. É errado o que eu fiz, não deveria ter cedido a ele, mas eu não resistir.


– o que eu posso falar? Eu também errei. Só que eu nunca traí nenhuma namorada, to me sentindo péssimo... Na verdade não to acreditando que fiz isso – ele balançava a cabeça negativamente.


– eu sabia que ia acontecer – eu sussurrei.


– era por isso que você afirmava que eu iria ficar com a Luana? Porque você havia ficado com o Lucas? – ele me olhou estranho.


– era. Eu não resisti ao Lucas, sabia que você não resistiria a ela também. O que rola entre vocês é bem mais forte do que eu e o Lucas – dei de ombros.


– é, mas eu nem sei por que transei com ela. Não a quero de volta. Não quero uma pessoa instável como ela.


– vocês transaram? – perguntei engolindo a seco.


– hã... – ele me olhou de olhos arregalados – sim – ele se sentou ao meu lado e abaixou a cabeça, colocando as mãos no rosto – a maior merda que eu fiz.


– se está preocupado por mim, não precisa. Já passei por tanta coisa desse tipo que acho que isso nem me machuca mais – eu disse com os olhos cheios de lágrimas.


– claro que eu me preocupo com você – ele disse me olhando – eu... Eu... Eu... – ele repetia desesperado – droga! Porque eu fui fazer isso, hein?!


– acostume–se com essa sensação ruim. Traição só é bom na hora – eu disse secamente.


– você está com raiva de mim, né? – ele me perguntou.


– não. Você não me ama, ama a Luana. Eu deveria esperar por isso.


– não deveria não. Eu tinha que ter sido homem pra terminar primeiro com você pra ficar com ela. Eu fui um covarde.


– mas não terminou, mesmo sabendo que isso iria acontecer – eu disse.


– eu não sabia que iria acontecer.


– sabia sim André. Você só não quer admitir. Você sabia e você queria.


– igualzinho você com o Lucas – ele disse com sarcasmo.


– eu não sabia que ele ainda me queria. Ele tinha a Mari... E eu também não sabia que o queria. Achei que pudesse ser mais forte.


– tinha? Não tem mais? – ele perguntou erguendo a sobrancelha.


– eles terminaram.


– então ele está livre pra você e você quer ficar livre pra ele – ele sussurrou mais pra ele do que pra mim – é isso?


– não sei André. Independente do Lucas, eu acho que nós não gostamos um do outro a ponto de conseguimos superar nossos amores mal resolvidos.


– to percebendo isso... – ele disse jogando seu corpo no sofá e tombando a cabeça pra trás.


– apesar de achar que nosso lance é mais de química, eu não sei explicar porque preciso tanto de você pra me sentir bem – eu disse – isso que está me deixando confusa.


– engraçado como eu também preciso de você – ele sorriu fraco e ficou me encarando.


 


Aproximei–me dele e ele me abraçou de lado.


– acho que podemos resolver isso tudo com uma amizade – eu disse sorrindo.


– é. Não quero ser egoísta o suficiente pra querer alguém que ama outro – ele disse e eu lhe dei um tapinha no ombro.


– até parece que eu sou o amor da sua vida – eu revirei os olhos.


– não, mas eu gosto de você – ele sorriu.


– eu também gosto – retribuí o sorriso.


– mas não gostamos o suficiente – ele disse me olhando e eu concordei com a cabeça – acho que é mais simples do que imaginamos.


– pois é. Acho que o que sentimos deve ser algum tipo de carinho de amigos ou irmãos – eu dei de ombros.


– prefiro de amigos – ele disse imediatamente.


– por quê? – o olhei assustada.


– recuso–me a ter uma irmã gostosa desse jeito e não poder pegar – ele me olhou com malicia e eu ri.


– safado – o acusei rindo.


 


Rimos um pouco e depois ele ficou sério.


– posso te perguntar uma coisa?


– pergunta.


– se você não quisesse mais voltar com o Lucas, ficaria comigo?


– depois de você transar com a Luana? – perguntei erguendo uma sobrancelha.


– esqueci disso – ele fez uma careta.


 


Após uns 2 minutos de silencio, eu resolvi falar.


– eu menti pra você quando disse que isso não me machucou. Senti–me mal em saber que você transou com ela enquanto ainda estava comigo.


– me desculpa – ele abaixou a cabeça – foi um erro. Não to falando só por você. Por mim também.


– eu acho que te entendo. Mas eu não quero que você fique achando que eu to me fazendo de vitima André. Eu também errei em aceitar o beijo do Lucas.


– você também deveria ter terminado comigo pra ficar com ele.


– mas eu não queria. Eu realmente queria esquecê–lo, mas ele me beijou e eu não resistir e acabei retribuindo.


– agora vai poder ficar com ele – ele sorriu torto.


– e você com a Luana.


– mas eu não quero ficar com ela. E você quer ficar com ele.


– brigamos hoje de novo – falei fazendo bico – acho que ele se chateou mais uma vez.


– por quê? O que houve?


– é que estávamos conversando e eu acabei o beijando – olhei pro André de canto de olho pra ver a reação dele. Ele apenas ergueu as sobrancelhas, mas não disse nada, então continuei a falar – e ele pediu pra eu voltar com ele, mas eu estava com receio de falar com você, não queria te magoar porque eu gosto tanto de você, sabe? Ele se chateou e foi embora sem terminar a conversa comigo.


– ligou pra ele?


– não atende.


– tenta de novo – ele disse e riu.


– o que foi? – perguntei sem saber por que ele riu.


– eu traí minha namorada, ela me traiu e agora que terminamos, eu to ajudando a ela ficar com o outro ex dela – ele riu novamente – meu deus, isso é demais pra minha cabeça.


– pra quem ficava com a namorada do irmão que também era tua ex namorada, isso não é nada – eu ri.


– pior que é mesmo.


 


Caímos na gargalhada e permanecemos conversando por mais uns minutos.


– sabe o que eu to pensando? – falei.


– hum.


– eu e ele vamos dividir o quarto do hotel sexta e sábado. Se ele continuar chateado comigo, imagine o clima.


– cadê teu celular? – ele perguntou.


– aqui – retirei do bolso do short e lhe entreguei – o que vai fazer?


– liga pra ele.


– será? Ele não quer me ver.


– e vocês vão crescer quando? – ele me olhou erguendo uma sobrancelha.


– ai dé – resmunguei.


– liga logo – ele me olhou feio com o celular em mãos.


 


Peguei o celular e liguei pro Lucas. Liguei uma, duas, três, quatro e cinco vezes. Ele não atendeu nenhuma delas.


– ta vendo? Ele não me atende – falei triste.


– amanhã ele retorna. Deixe–o esfriar a cabeça.


– valeu pela força dé, mas o Lucas é bem cabeça dura.


– ow minha gatinha, eu queria poder fazer alguma coisa. Mas acho que ele nem me ouviria, né? Eu poderia ligar amanhã.


– não dé. Nem tente. Do jeito que vocês não se dão bem... A coisa só vai ficar pior.


– tudo bem – ele deu de ombros.


– eu já vou – eu disse me levantando.


– eu te levo.


– não precisa, pego um táxi. Eu preciso ficar sozinha.


– ta doida, né? Sabia que já são 1 da manhã?


– mesmo assim. Prometo ligar se precisar de algo. Ok?


– ai Mabi, é perigoso.


– também te adoro – lhe dei um beijo no rosto e peguei minhas coisas pra sair.


– vou ficar te ligando a cada 5 minutos até você chegar em casa, ta?


– ta – revirei os olhos.


 


Desci pelo elevador e fui andando pela calçada. Eu nem pegaria um táxi, estava a fim de andar mesmo, pra pensar um pouco. Durante uns 20 minutos em que eu fui andando, liguei para o Lucas, ele não me atendia. Começou a me dar uma angustia no peito e as lágrimas desciam. Comecei a me lembrar que ele tinha razão sobre o André. Que poderia ser o sonho de qualquer menina, mas nem ele me amava, nem eu o amava. Ambos amávamos outras pessoas. E eu fui idiota de acreditar que do mesmo jeito que eu tentava esquecer o Lucas com o André, ele faria o mesmo com a Luana. Comecei a me sentir uma tola por chatear o Lucas por não querer magoar o André. Claro que eu não imaginava que o André fosse me trair com a Luana, mas eu deveria ter cumprido com a minha palavra. Peguei um táxi assim que cansei e pedi pra parar em frente ao condomínio. Eu queria andar até minha casa pra dar tempo das lágrimas secarem e ninguém perguntar o que estava havendo. Faltavam ainda algumas casas até chegar a minha quando um carro parou ao meu lado. Nem quis olhar, continuei andando. Ele buzinou e desligou os faróis. Após uns segundos senti uma mão me puxando, quando virei me deparei com o Bernardo.


– Mabi, ta tudo bem? – ele perguntou.


– não Bê, não ta nada bem – eu dizia chorando – eu sou uma idiota, tola, iludida, sei lá mais o que.


– ei, calma – ele me abraçou e eu chorei mais ainda – o que você ta fazendo essa hora sozinha na rua? A pé ainda... Vem, entra no carro. Ta frio.


 


Ele me levou até o seu carro. Entrei sem hesitar. Ele sentou no banco do motorista e ficou me olhando, depois riu.


– o que foi? – perguntei quando estava mais calma.


– sua maquiagem ta toda borrada. Parece um ursinho panda – ele disse se referindo ao rímel que havia derretido.


– eu sabia que tinha que usar a prova d’água – eu disse rindo também. Tentei limpar com a mão, mas borrou mais ainda.


– toma – ele tirou uma blusa que usava por cima de outra de cor lisa e me entregou.


– obrigada – eu peguei a ponta da blusa e me limpei.


– espera – ele ascendeu a luz de dentro do carro e baixou o espelho daquele protetor de sol.


– porque você está me ajudando, hein?! – perguntei depois de me limpar – achei que tivesse raiva de mim.


– e porque você está aceitando minha ajuda? – ele perguntou – achei que quisesse distancia de mim.


 


Olhamo-nos e rimos.


– então? Perguntei primeiro.


– já superei a troca – ele disse.


– então eu vou fingir que também superei tudo o que você aprontou comigo – eu disse séria.


– você consegue isso por umas 2 horas? – ele perguntou.


– acho que sim – dei de ombros – por quê?


– eu estava indo comer alguma coisa. Quer ir?


– essa hora e sozinho? – perguntei surpresa.


– eu não tenho mais amigos e perdi minha namorada – ele riu e abaixou a cabeça.


– desculpa, não quis ser chata. Pra mim o que você fez foi horrível. Machucou-me, me magoou demais, nunca esperava isso de você, mas eu não esperava que o pessoal fosse tomar as minhas dores. Não queria isso pra você Bernardo. Você não merecia perder, temporariamente, a amizade deles.


– tudo bem. Eu errei, então eu que agüente as conseqüências, né?


– imagino como você deve estar sofrendo também.


– vamos mudar de assunto? – ele disse fazendo cara de dó – então, aceita lanchar?


– pode ser – dei de ombros.


 


Ele dirigiu até uma lanchonete. Sentamos e pedimos sanduíches.


– quer me contar o que foi? – ele perguntou.


– é estranho eu desabafar com meu ex sobre o meu outro ex e meu atual ex – eu disse séria e ele riu.


– isso parece engraçado. Conta ai vai. De sofrimento eu entendo.


– eu sou muito idiota – falei apoiando a cabeça nas mãos – muito, muito. Eu magôo demais as pessoas Bê.


– não Mabi, as pessoas se magoam sozinhas.


– porque diz isso?


– as pessoas se magoam porque esperam demais das outras.


– não concordo.


– pra mim você me magoou quando escolheu ficar com o Lucas e não comigo. Só que se for ver de outro ângulo, você nunca me disse que iria largá–lo ou que preferiria a mim. Eu me magoei porque me iludir em esperar isso. Entendeu?


– isso faz sentindo – eu disse rindo.


– prefiro pensar assim. Tem me ajudado bastante – ele riu.


– será que me ajudaria também?


– quem sabe você se sentiria melhor... Sei lá, até eu fiquei confuso agora.


– deixa essa teoria pra lá então – eu disse – porque eu realmente magôo algumas pessoas.


– mas o que foi? O teu namoro com aquele menino lá não ta bem, não?


– esse é o problema. Eu achei que tivesse, mas ele viajou e eu acabei ficando com o Lucas.


– você ama esse filho da puta, né? – ele perguntou sorrindo torto e eu ri.


– nossa Bê – eu ri – você ficou com raiva dele mesmo? – perguntei sorrindo.


– já aceitei te perder pra ele – ele deu de ombros.


– então porque a raiva? – ergui uma sobrancelha.


– Aceitar não significa entender. Depois de toda história que tivemos juntos, de tudo que passamos, eu não consigo entender porque você quis ficar com ele e não comigo – ele disse de cabeça baixa.


– porque eu o amo – eu disse baixinho, quase com medo das palavras.


– pois é – ele riu enquanto fitava o menu sobre a mesa – porque a ele e não a mim? Você entende? Eu não.


– mas eu te amo Bê, você sabe disso. É um sentimento que nunca vou deixar de ter. Você sempre foi muito especial pra mim.


– mas não do jeito que eu te amo – ele disse triste.


– se eu pudesse escolher a quem amar, com certeza não seria nenhum de vocês – falei fazendo careta – escolheria alguém mais simples.


– obrigada pela parte que me toca – ele se divertiu.


– não quis ofender – falei rindo. Peguei meu celular e não tinha nenhuma ligação do Lucas. Fiquei triste.


– o que foi? Esperando alguém ligar?


– esperava que o Lucas e procurasse pra conversar, mas acho que ele quer ficar sozinho.


– da um tempo pro cara. O tempo ajuda a melhorar as coisas.


– você tem razão – eu sorri.


 


Os lanches chegaram e comemos em silêncio. Após terminar, voltamos pra casa. O clima de silêncio só acabou dentro do carro.


– posso te perguntar uma coisa? – ele pediu.


– claro.


– porque você e o Lucas não estão juntos?


– porque naquele dia do baile, a Natasha fez eu achar que ela e o Lucas haviam transado. Como de manhã ele havia me prometido terminar com ela pra ficar comigo, eu fiquei muito chateada. Acabei não acreditando nele e fui pra São Paulo. Depois que eu voltei, até ficamos juntos, mas no mesmo dia ele descobriu que eu e você transamos, aí me disse muitas coisas que me magoaram e depois não quis olhar na minha cara. Ai passou um tempo e eu fui procurá–lo, pedir desculpas e essas coisas e ele me deu um fora pra ficar com a Mari. Agora terminaram e eu tava com o André.


– que rolo, hein?! – ele riu – e você gosta desse tal André?


– ele é a perfeição de namorado, mas não o amo.


– ama o Lucas – ele disse rindo.


– é. Eu e o André terminamos hoje. E ele me mandou procurar o Lucas – falei rindo.


– e porque não fica com ele?


– porque nós já sofremos demais, não quero mais isso pra mim.


– Mabi, quando você achar um relacionamento que alguém não sofra, você me fala, ta?


– claro que existe Bê. Eu que não dou sorte com homens.


– não se ilude bebezinha – ele apertou minha bochecha – acho que pra amar tem que sofrer. Como você vai saber o que é bom se não experimentar o ruim?


– você está me convencendo a ficar com o Lucas? – perguntei atônita.


– só estou querendo que você faça o melhor pra você. Prefere sofrer por estar junto ou por estar separado?


– Mesmo assim Bê. O Lucas está com raiva de mim porque queria que eu terminasse com o André. Agora que eu fiz isso, ele não me atende.


– mas se ele te procurasse ou se não estivesse com raiva, você ficaria com ele de verdade? Pra namorar e tal?


– claro – eu sorri.


– e se ele não quiser, você daria um tempo a ele?


– se ele não quiser agora? – fiz cara de quem estaria pensando – mas e se ele não me quiser mais depois? Vou ficar sem o Lucas e o André – fiz bico e ri – to brincando Bê.


– quando você ficava comigo e pensava no Lucas, era bom? – ele disse sério.


– não né Bernardo – revirei os olhos.


– se não é bom porque quer continuar fazendo isso? – ele ergueu uma sobrancelha – você sempre cometendo os mesmo erros... Depois falava de mim.


– eu não ficava com André pensando no Lucas – dei de ombros e ele me olhou feio novamente – só às vezes – falei baixo e ele riu – ta Bernardo, aconteceu só uma vez que durante o sexo e eu nem consegui continuar... – falei baixinho.


– ta vendo? E ainda diz que não pensa nele... Sei – ele riu.


– mas você não vai me convencer a sofrer mais pelo Lucas – falei fazendo birra – depois da besteira de hoje... Eu sei que sou infantil, mas ele é muito mais criança que eu.


– Mabi, o mundo não gira ao teu redor. Acordar – ele falou sério – você mesma me disse o quanto ama o Lucas. Se ele ta chateado, espera a cabeça dele esfriar um pouco. Depois o procure pra conversar. Não seja precipitada. Procure–o, não seja orgulhosa. Você que errou tentando proteger o André e deixando o Lucas pra segundo plano. Depois vai sofrer mais ainda quando ele realmente se apaixonar por outra e parar de correr atrás de você.


– ele não corre atrás de mim Bernardo – falei ríspida.


– deve ter cansado. Nem todos têm preparação física que eu tive – ele piscou.


– ta. Conversarei com ele – eu me dei por vencida.


– que bom – eu sorri – não falta mais nada pra vocês serem felizes.


– falta eu me sentir segura com ele. Do jeito que eu me sentia com o Andre – sorri torto.


– ele precisa te passar segurança, confiança, credibilidade. Mas é uma coisa que só vocês dois juntos irão resolver.


– tudo bem – sorri e eu encerrei o assunto.


 


Ele pôs o carro na frente de sua casa e eu desci. Dei a volta por trás do carro e ficamos de frente pro outro.


– obrigada Bê – eu disse sorrindo.


– pelo o que?


– pela noite, pelo lanche e pelos conselhos.


– não tem de que. Abate de todas as coisas ruins que eu já fiz pra você.


– vou abater – eu ri.


 


Ele se aproximou de mim e me abraçou. Passei os braços pelo seu pescoço e retribuí o abraço. Era bom ter o Bernardo por perto de novo. Meu coração batia acelerado e eu sentia uma felicidade enorme. Desde antes de nós namorarmos, quando éramos crianças, eu sempre contava pro Bê pra tudo. Ele sempre foi o meu melhor amigo. Assim que largamos, dei tchau e sai andando pra ir pra casa. Porém, assim que virei de frente, me deparei com o Caio. Ele vinha da minha casa. E logo atrás estavam o Lucas e o Rapha. O Lucas me olhava estranho. Com certeza me viu com o Bernardo, que estava encostando ao seu carro, com a porta aberta. Ele iria por na garagem.


– o Lucas voltou ai pra casa? – perguntei ao Caio.


– é. Ele não conseguiu dormir e veio jogar conosco.


– ele estava com o celular dele?


– acho que não Mabi. Rachamos uma pizza e eu que paguei a parte dele, porque nem carteira ele tinha trazido.


 


Nesse o momento meu coração bateu mais forte do que nunca. Olhei pro Bê e ele fez uma cara péssima. Respirei fundo e ele sussurrou pra mim.


– vai falar com ele.


 


Assenti com a cabeça e fui andando em direção aos dois.


– Lucas posso falar com você? – perguntei.


– melhor não Mabi – ele disse serio.


 


O Rapha se afastou e foi indo andando com o Caio na frente. Olhei pra trás e ele já tinham se afastado. O Bê estava dentro do carro, já ligado, pronto pra entrar na garagem.


– por quê? – perguntei quando virei de frente a ele.


– o que teríamos pra conversar?


– eu e o André terminamos. Decidimos ser apenas amigos mesmo.


– nossa... Que bom. E tomou essa mesma decisão com o Bernardo também ou tinha algo a mais? – ele perguntou irônico.


– ah Lucas – eu disse impaciente – o Bernardo me deu uma carona, do portão do condomínio até aqui. Eu vim andando da casa do André.


– que prestativo ele, hein?! – ele disse sorrindo – já vou. Boa noite – ele disse saindo de perto de mim.


– Lucas – o chamei choramingando.


– Mabi, se eu estivesse saindo do carro, junto com a Natasha, você faria uma cena pior – ele disse ao se virar pra mim.


– eu acreditaria no que você dissesse.


 


Ele não me respondeu, se virou e continuou a andar. O Bê já tinha posto o carro na garagem e estava fechando o portão. Quando o Lucas passou na frente dele, trocaram olhares fuziladores, até o Bê o chamar.


– Lucas, me deixa falar contigo?


– não tenho nada pra...


– falar comigo, eu sei – o Bê o interrompeu – mas eu tenho.


– Bernardo, dá um tempo ta. Você engana a ela, mas não a mim – o Lucas se afastou correndo pra alcançar os meninos que já estavam mais a frente.


 


Olhei pro Bê com os olhos cheios de lágrimas e ele me olhou com dó.


– vai descansar – ele disse – acho que você já chorou demais hoje.


– depois eu que tenho que crescer – eu disse olhando por Lucas.


– dá um tempo pra ele Mabi. Olha o que conversamos.


– ta bom – revirei os olhos – boa noite.


– boa noite.


 


Entrei e fui direto pro quarto do Di, queria pode chorar no colo de alguém. Abri uma fresta da porta e ele estava desmaiado dormindo. Fui ao do Fê e a mesma coisa. Fui pro meu quarto, pus minha camisola e me deitei. Alguns minutos depois chegou um SMS no meu celular. Era do Bernardo. “Eu não queria falar isso olhando pra você, porque não tive coragem, então abre a persiana”. Levantei–me e abri. Havia um papel escrito: “Estraguei tudo, né?” Corri pra pegar um caderno, escrevi ligeiro e o mostrei. “Não. Ele que está estragando tudo.” Antes que ele escrevesse outro, eu pus: “Talvez não devêssemos ficar juntos mesmo”. Mandei um beijo e fui dormir.



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Autor(a): raquel_gomes

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 60



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  • sharonvondy60 Postado em 13/11/2013 - 07:05:01

    A web Ja acabou Mahri '-' . acho que ela vai respostar em Cilada, Vc vai voltar a acompanhar ?

  • sharonvondy60 Postado em 13/11/2013 - 07:02:03

    Awn Ameiii o FiNal muito Lindo me emocionei ate por tudo ter acabado bem T..T Saudades agora "-"

  • mahri Postado em 12/11/2013 - 14:42:25

    Ela começou a postar cilada,mas perdeu os capítulos aí começou essa web,só que ela ta demorando mt pra acabar

  • sharonvondy60 Postado em 12/11/2013 - 14:29:43

    Cilada . essa Web ta aqui No site ? Menina Vc Sumiu, Vc ta bem pelo menos ? #volta logo.

  • mahri Postado em 10/11/2013 - 02:09:59

    Ei tava lendo a web cilada,só que não consegui ver o final pq deletaram, tem como vc me dizer se a Bah e o Rick ficao juntos?

  • sharonvondy60 Postado em 08/11/2013 - 05:01:44

    Hum, Ta CompLicada a historia Hein : /

  • mahri Postado em 07/11/2013 - 23:48:15

    Nosso Amor e Ódio Eterno... Vício

  • sharonvondy60 Postado em 07/11/2013 - 12:48:11

    Mahri : Kkkk... eu to lendo pela 2 Vez. Realmente a primeira Vez deles Foi Awnn Perfeita ? verdade o liu e um best Mesmo. Quem diria que o mateus ficaria com a beth ? eu gostei . pensei que a paula ficasse com um dos irmaos da larissa . e Eu pensava que o lucio era drogado, mas ja desconfiava que ele lutava por ai mesmo tbb . Ahhh

  • mahri Postado em 06/11/2013 - 00:45:46

    Sharonvondy60: não eu não tenho webs. Eu já li pela 3 vez terminei hj,eu amo o cap da 1 vez deles;não tem como não se apaixona pela web e não amar o Lúcio,fiquei com pena do Alex em relação ao filho,mas ele mereceu. Adoro o Liu um super amigo ele eu tbm adorava as cantadas baratas do Martins kkkkkk

  • sharonvondy60 Postado em 05/11/2013 - 15:05:08

    mahri : Voce tem Webs ?


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