Fanfic: Nem sempre o amor pode está certo. 1º Temporada e 2º Temporada | Tema: web novela

– MABI NARRANDO –

Batemos no quarto e estavam todos lá, jogados na cama e na poltrona, na maior gritaria.

– OWWWW – o Felipe gritou – cada um fala de uma vez.

– eu opto por boate – a Deb levantou a mão.

– eu também – a Carol concordou.

– eu prefiro um barzinho. Algo calmo – o Rapha disse.

– eu também prefiro – o Caio concordou com ele.

– eu acho que balada vai nos deixar cansado demais pro show – o Felipe falou.

– também acho – o Lucas disse.

– quem prefere balada? – a Karen perguntou e só as meninas levantaram as mãos – e barzinho? – os meninos levantaram as mãos.

– deu empate – a Deb fez careta.

– se for pra ir pra um barzinho. Ficar sentada, bebendo e olhando pra cara de vocês com música pra boi dormir, eu fico aqui – a Carol falou emburrando a cara.

Todos se calaram e ficamos nos entreolhando.

– então vocês vão pra um barzinho e nós pra uma boate – a Karen deu de ombros – temos dois carros mesmo e a Mabi sabe dirigir.

– ta doida Karen? – o Rapha disse rudemente – vocês quatro sozinhas em uma boate de uma cidade que não conhecem.

– sem noção mesmo... – o Felipe falou balançando a cabeça.

– por mim – o Lucas deu de ombros – eu confio nas meninas.

Eu sorri pra ele. Sabia que ele estava se corroendo de ciúmes por dentro, mas estava firme naquele lance de amadurecer e tal.

– pelo menos você Lucas – a Deb falou e todas sorriram pra ele – e vocês não confiam em nós? – perguntou e os meninos não responderam – Caio? – ela se virou pra ele, que não respondeu.

– confiamos em vocês, mas não nos homens – o Felipe disse desconfiado – eles não respeitam compromisso.

– está dizendo que não deveríamos confiar em vocês? – eu ergui uma sobrancelha.

– não, quer dizer, sim, aliás, não sei o que falar – a Rapha dizia enrolado.

– é que vocês são lindas, gostosas e se vestem bem provocante às vezes – o Caio começou a falar, devagar – então os homens olham com malicia e...

– e se chegarem perto, dissemos que temos namorados – a Karen disse brava – simples!

Os três ficaram se olhando.

– nossa, meu namorado desconfiando de mim – a Carol levantou puta – não to acreditando nisso – foi indo em direção à porta pra sair do quarto.

– calma Carol – ele a puxou pelo braço – eu só tenho medo que te façam alguma coisa. Te peguem a força ou sei lá... – ele falava fazendo biquinho – tenho medo de te perder – ele disse manhoso e ela se derreteu toda.

– ow Fê – ela o abraçou – mas você podia confiar em mim, né? Vocês podiam confiar em nós. Só vamos dançar lá.

– então porque não vamos a um barzinho e perto de meia noite pra uma boate? – perguntei com receio – quem não quiser ir pra um ou outro, não vai.

– acho justo – o Lucas disse.

– justíssimo – o Caio falou – mais justo que o short da Mabi – ele apontou.

– engraçadinho – dei língua.

– quem dá língua pede beijo – ele respondeu irônico – Lucas resolve isso pra mim.

Todos riram. E eu fiz careta pro Caio.

– então vamos? – a Carol falou.

– às 9 h lá no saguão, ok? – o Felipe disse olhando pra mim.

– até parece que sou a única que se atrasa – revirei os olhos.

Voltamos pro nosso quarto. Pedi ao Lucas pra tomar banho primeiro e ele deixou. Tirei minha roupa e entrei no box. Assim que liguei o chuveiro, a água quente caiu em mim. Levei um susto com o choque térmico e o Lucas bateu na porta.

– ta tudo bem Mabi? – ele berrou.

– ai Lu – falei fechando a água de imediato e ele entrou no banheiro – esqueci de trocar a chave da água. Ta super quente.

– que susto. Fiquei preocupado – ele disse colocando apenas a cabeça pra dentro do Box e franzindo a testa.

– desculpa, eu me assustei com a água quente – falei tentando me cobrir com as mãos.

– tudo bem – ele me olhou dos pés à cabeça – quer que eu troque a chave? – sorriu com malicia.

– claro – peguei a toalha e me enrolei.

– assim não tem graça – ele fez bico.

– não quero me atrasar – dei de ombros.

Ele fez uma careta e entrou no Box pra trocar pra água gelada. Assim que ele saiu, tomei meu banho e sai enrolada na toalha.

– pode ir – falei pra ele.

Ele veio por trás de mim e me puxou pela cintura. Fiquei de costas pra ele, que imediatamente pôs sua boca em meu pescoço. Quando seus lábios suaves entraram em contato com minha pele, arrepiei–me toda. Ele começou a passar a língua por todo meu pescoço e eu já me sentia molhada. Meus seios estavam com os bicos enrijecidos. Suas mãos foram direto para a borda da toalha, arrancando as pontas de minhas mãos. A toalha caiu no chão e eu fiquei completamente nua. Suas mãos subiram até meus seios e ele acariciava enquanto eu gemia devido sua respiração quente em meu pescoço. Em meu bumbum eu já podia sentir sua excitação por de baixo do short. Ele apertou mais meu corpo contra o dele. Minhas costas geladas entraram em choque com o seu peitoral quente e seu braço arrepiou.

– Mabiiiiiiiiiii – gritaram enquanto batiam na porta.

Abaixei-me por impulso e me cobri novamente com a toalha. Olhei pra trás e o Lucas revirava os olhos.

– acho que a é a Deb – falei fazendo careta.

– tanto faz – ele falou com desanimo. Pegou a toalha em cima da cama e entrou no banheiro bufando.

Fui ate a porta e abri.

– amiga, me empresta teu delineador preto? Esqueci o meu – era a Deb mesmo.

– nossa, já está vestida – comentei.

– pois é, e você ainda de toalha. Depois diz que não é a última descer – ela disse rindo.

Fui até a bolsa de maquiagem e peguei o delineador pra ela. Entreguei–o e ela foi embora. Fechei a porta e encostei–me atrás dela. Bufei.

– o que eu faço? – falei comigo mesma.

Era obvio que eu queria o Lucas, que eu o amava e definitivamente queria ficar com ele, mas talvez eu devesse ir com calma, esperar um tempo pra ver se essa mudança realmente iria acontecer. Pelo menos por hoje. Sei lá. Por uns instantes me senti confusa. Aproveitei que ele estava no banho pra me vestir em paz. Pus uma calcinha e vesti logo a blusa, já que não precisava de sutiã. Era uma blusa com a costa toda nua, tinha apenas um fecho na cintura e um no pescoço. O decote na frente também era grande. Hesitei um pouco em usar, mas acabei vestindo. Iria por shortinho bege.

          look de Mabi

Apoiei minha perna sobre a cama pra passar hidratante. Assim que comecei a passar na outra perna, ouvi uma respiração forte. Olhei pro lado e o Lucas estava parado na porta do banheiro, apenas enrolado na toalha.

– não te vi aí – falei.

– hã... – ele me olhava boquiaberto – eu... ér... Terminei o banho, sabe?

– ta ai há muito tempo? – perguntei ainda passando hidratante.

– tempo suficiente pra me divertir – ele sorriu com malicia.

Olhei pra ele franzindo a sobrancelha.

– melhor eu me vestir – falei.

– por mim não tem problema se você ficar assim – ele disse se sentando na poltrona e me olhando.

– mas que sem vergonha – falei rindo – ta bom a vista?

– ta gostosa, na verdade – ele disse imediatamente – quer dizer, foi mal – ele riu e eu gargalhei.

– ta enxerido hoje, hein?! – falei vestindo o short jeans.

– é que faz tempo que não te vejo assim... – ele coçou a nuca.

– deu saudades é? – perguntei mordendo o lábio.

– ow se deu – ele fez uma careta.

– que bom – falei pegando a maleta de maquiagem – significa que eu sou boa no que faço – entrei no banheiro pra me maquiar e fechei a porta.

Olhei–me no espelho e ri baixo. Fiz minha maquiagem e sai. Ele já estava pronto. De calça jeans, camiseta branca e uma camisa xadrez branca com azul por cima. Tênis e boné.

– nossa Lucas, acabei de me lembrar que tenho algo pra você – falei.

– pra mim? – ele franziu a testa.

Fui até minha mochila, a mesma que eu usava na escola e tirei o boné que eu comprei em São Paulo pra ele.

– ta aqui há meses – falei rindo.

– nossa... Você havia me falado, mas eu nem lembrava. É muito bonito – ele disse sorridente.

– eu nunca tirei da mochila porque sempre pensava em te dar. A última vez foi quando você beijou a Mari na escola – falei cabisbaixa.

– esquece isso, vai... – ele disse segurando meu rosto com uma mão e levantando em direção a ele – vai querer viver de passado?

– claro que não – sorri fraco.

– então me promete esquecer tudo que já passou?

– tudo? – perguntei espantada – você quer dizer...

– quero dizer tudo. O PV, a Natasha, o Bernardo, Dudu, a Mari, o André... Qualquer coisa que envolva qualquer uma dessas pessoas e qualquer coisa que eu tenhamos feito pra magoar o outro.

Fiquei o olhando espantada. Não que eu não quisesse isso, mas eu nunca esperava uma reação dessas do Lucas.

– posso te perguntar uma coisa? – pedi.

– claro.

– porque você...

Assim que comecei a pergunta, bateram na porta.

– que porcaria, hein?! – ele resmungou – esse povo não nos deixa em paz – ele disse caminhando até a porta.

Assim que abriu, era o Rapha e o Felipe.

– e ai mermão, vão descer que horas? – o Fê perguntou.

– daqui a pouco – o Lucas respondeu irritado.

– combinamos que horas Mabi? – o Rapha perguntou levemente alterado.

– às 9 h? – falei fazendo careta, pois não me lembrava.

– isso – o Felipe concordou com a cabeça – e já são 9:40 – ele cruzou os braços, enfezado.

– ah gente, desculpa – falei fazendo manha – mas é que é só um banheiro pra nós dois.

– pra nós também Mabi – o Rapha respondeu.

– mas vocês tomam banho juntos com as meninas – dei de ombros.

– vocês também podem. O que tem demais? – o Rapha perguntou.

Eu olhei feio pra ele.

– e qual o problema de vocês? – o Felipe disse rudemente – não estão juntos ainda por quê? – ele gritou.

– calma Fê – falei sentando na cama para calçar o sapato.

– relaxa ai Felipe. To resolvendo isso – o Lucas disse baixinho, mas eu ouvi – vamos te esperar lá em baixo Mabi – ele puxou os meninos do quarto e desceram.

Olhei-me no espelho, dei os últimos retoques e desci. Todos já estavam no saguão.

– o Lucas que me atrasou – falei levantando as mãos.

– eu? – ele perguntou indignado.

– é. Acabou atrasando meu banho.

– tudo bem – ele revirou os olhos – amanhã vamos tomar banho juntos pra você não se atrasar pro show, ok? – ele disse rindo.

– engraçadinho – dei língua pra ele.

– ta pra frente, hein Lucas? – a Karen tirou graça.

– não reclama Karen, vai que ele regride – a Carol disse só pra nós três ouvirmos e rimos depois.

Fomos pra um barzinho conhecido na região. Sentamo–nos e pedimos caipirinha. Os meninos comiam batata frita e tomavam cerveja. Sentei entre o Lucas e a Carol. Certa hora, senti algo gelado em minha mão, olhei para o braço da cadeira, onde minha mão estava apoiada e vi a mão do Lucas sobre a minha. Olhei pra ele e estava distraído conversando com o Caio e a Deb, sentados do outro lado da mesa. Cutuquei a Carol.

– repara – mostrei a mão dele sobre a minha.

– que lindo – ela sorriu.

– ele ta fofo – eu sorri também.

– vocês conversaram? – ela perguntou em meu ouvido.

– vamos ao banheiro? Preciso da tua opinião – eu pedi.

– ta.

Levantamos e dissemos aonde íamos. Chegando lá estava um barulho super alto, porque havia música ao vivo perto do bar e do banheiro. Olhamos-nos no espelho e depois saímos. Havia sofá do lado oposto ao bar. A Carol me cutucou e fomos até lá.

– diga – ela pediu.

– então Carol, sabe o que é... O Lucas conversou comigo, pediu pra esquecer o passado e todas as mágoas, disse que iria mudar, amadurecer...

– eu sei – ela me interrompeu.

– sabe como? – franzi a testa.

– no carro ele contou algumas coisas.

– o que? – perguntei curiosa.

Ele me contou tudo o que eles haviam conversar e eu contei tudo o que ele me disse.

– e qual o problema agora Mabi? – ela perguntou.

– é que não sei quanto tempo vai durar essa mudança – fiz careta – tenho medo de qualquer hora ele fazer o que sempre fez. Brigar, não querer conversar, me ignorar, me deixar... Sei lá Carol.

– lembra o que o Bernardo te disse? Sobre confiança e tal.

– sei – concordei com a cabeça.

– entrou por um ouvido e saiu pelo outro? – ela ergueu uma sobrancelha.

– eita banheiro demorado, hein?! – o Fê falou se aproximando.

– ah amor, estávamos apenas conversando – a Carol disse a ele.

– sobre o que? – ele se sentou ao lado dela.

– Lucas – eu respondi – você acredita que ele consiga mudar mesmo Fê?

– ele já está mudando Mabi. E é por você – ele me olhou feio – o que mais você quer?

– é... Vocês estão certos – falei fitando o chão – vou tentar confiar nele e na mudança dele.

– se está preocupada, vai no teu ritmo. Certo? – a Carol falou.

– certo – eu a abracei e sorri.

– vamos voltar pra lá então – o Fê nos puxou pra mesa.

Sentamo-nos em nossos lugares e pedi outra caipirinha.

– ta tudo bem? – o Lucas perguntou a mim.

– ta sim. Ficamos apenas ouvindo um pouco do som – eu disse disfarçando.

– ah sim. Se quiser ouvir mais, eu posso ir lá com você – ele disse.

– Lucas, esse boné é novo? – o Caio nos interrompeu – primeira vez que eu vejo.

– é sim. Ganhei – ele tirou pra mostrar.

– que lindo – a Karen disse.

– valeu.

– quem te deu? – o Rapha perguntou.

– minha futura namorada – ele piscou e todos olharam mim.

– ei, me errem! – eu disse assustada.

– e quem mais poderia ter sido Mabi? – o Fê falou irônico.

– tudo bem, fui eu – dei de ombros – comprei em São Paulo, naquela vez.

– futura namorada, é? – a Deb me zoou e todos riram.

– e ai, quer ir lá dentro? – o Lucas perguntou irônico.

– é, né?! Melhor do que ficar sendo zoada – falei.

Levantamos-nos e fomos. Todos ficaram gritando “Hummmm” quando saímos.

– olha, pensam que vão sair discretamente – a Deb falou rindo.

– aonde vocês vão, hein?! O caio perguntou.

– no bar – o Lucas falou.

– ow gente, deixem os dois – o Felipe disse bravo.

Apenas sorrimos e saímos de lá. Sentamos nos banquinhos do bar e ficamos ouvindo música. Tocava música sertaneja, de cantores variados, apenas com violão. Pedimos uma bebida e ficamos esperando em silêncio. Até ele quebrá–lo.

– você não está acreditando muito em mim, não né?! – ele perguntou.

– não é isso Lucas. É o medo de me magoar de novo.

– mas eu prometo que não vou te magoar – ele desceu do banco e ficou parado em minha frente.

– eu aprendi que não são as pessoas que me magoam, sou eu que espero muito delas – falei o que o Bernardo havia me dito. Agora fazia sentido.

Ele ergueu as sobrancelhas surpreso pela frase e murmurou “hum”. Abaixei a cabeça e fiquei brincando com meus dedos. Ele levantou minha cabeça com uma mão e pôs a outra em cima de minha coxa.

– então é por isso que você está distante de mim? – ele perguntou.

– não estou distante.

– está sim. Está... – ele franziu a testa procurando a palavra certa a ser usada.

– na verdade eu não estou – falei e ele me olhou em duvidas – eu não estou fácil pra você.

– é – ele falou balançando a cabeça ainda em duvida – não exatamente. Eu iria dizer que você não está se entregando.

– se você aceitar que as coisas aconteçam no meu ritmo... – dei de ombros.

Ele se aproximou do meu ouvido e sussurrou.

– eu prometo esperar o tempo que for preciso pra ficar com você, se você me prometer o mesmo.

Eu sorri e ele retribuiu com aquele sorriso encantador que só ele tem. Fiquei olhando em seus olhos, que brilhavam.

– se eu te abraçar, estarei saindo do teu ritmo? – ele perguntou fazendo uma careta de dúvidas.

– claro que não – eu ri.

O garçom o chamou para entregar as bebidas. Virei de frente pro balcão e peguei minha batida de morango. Ele pegou uma bebida azul.

– o que é isso? – perguntei.

– não sei – ele deu de ombros – mas é bom – disse depois que provou.

– como não sabe? – perguntei confusa.

– o nome era bonito, resolvi pedir. Prova – ele me esticou o copo.

Peguei o copo rindo e provei. Era muito bom mesmo.

– delicia – falei e o devolvi o copo.

– prefiro você – ele falou sério, me olhando nos olhos.

Fiquei constrangida pelo o que ele falou, até corei. Peguei a bebida de volta da mão dele só pra descontrair.

– acho que isso ta te fazendo mal – falei rindo.

– to falando besteira demais ultimamente, né? – ele falou coçando a nuca e eu quase morri do coração, adorava quando ele fazia aquilo.

– hã... Não, nem é besteira. Só que você está mais solto. Igual aos meninos.

– estou tão depravado assim? – ele perguntou erguendo uma sobrancelha.

– não leso – falei gargalhando.