Fanfic: Nem sempre o amor pode está certo. 1º Temporada e 2º Temporada | Tema: web novela
Fiquei atônito a olhando. Passei o olho dos pés à cabeça e só depois apertei sua mão.
– então você que é filha do Álvaro? – perguntei.
– sim. Agora me deixa entrar?
– ah claro, desculpa – falei desnorteado – é que meu pai havia me dito que era um garoto e não uma garota.
Ela nem me respondeu, apenas entrou em nossa minúscula sala e eu fiquei a observando, mais aflito ainda. Aquilo era sacanagem. Depois de toda preparação psicológica que eu me fiz para dividir o apto com “um colega de casa”, agora me aparece “uma colega de casa”? Cara era demais. O que faria com a minha privacidade? Levar garotas pro apto, andar de cueca pela casa, ficar com amigos zoando, que possivelmente eu faria na faculdade. Desse jeito seria mais difícil do que eu pensei. Sem contar que garotas eram mais organizadas e eu não estava com nenhuma vontade de fazer faxina diariamente. Talvez uma vez por mês quem sabe... Enquanto eu pensava dei uma conferida nela por completo. Até era bonita, tinha um corpo legal, mas não sei por que, algo não me era convidativo. Mas precisava assumir que feia ela não era.
– olha... Eu to no quarto à esquerda, então o seu é o da direita. Aqui é a sala, ali no fundo – apontei pro final do corredor – é a cozinha e ao lado direito tem a lavandeira.
– legal – ela sorriu – algo mais?
– se quiser te mostro a calçada, porque o meu, digo, o nosso apto é só esse.
Ela riu e eu também.
– aqui é pequeno demais pra nós dois, não acha? – ela perguntou.
– concordo. Mas cada um fica no seu quarto e nos encontramos às vezes na cozinha, que, aliás, não tem nada pra comer, mas pus duas garrafas de água na geladeira, se tiver sede... – dei de ombros.
– ah que bom, achei que eu fosse morrer desidratada – ela brincou – então, vai fazer compras quando?
– quando a preguiça me permitir.
Assim que falei a campainha tocou, abri e era a pizza. Paguei e fui para a cozinha.
– vem comer – a chamei.
– já vou.
Ela chegou à cozinha, sentou–se a mesa comigo e começamos a comer. Conversamos pouco e depois cada um foi pro seu quarto.
E a semana seguiu toda assim, só nós encontrávamos para pedir comida chinesa, pizza, sanduíches ou marmita e depois cada um ia pro seu quarto. Pra falar a verdade quase nem nos vimos. Saímos pra fazer o rancho da casa e eu descobri o quão chatinha ela era. A cada comida gostosa que eu punha no carrinho, ela tirava. Alegava que uma hora precisaríamos de comida de verdade e não daquelas besteiras. Ela tinha razão, mas eu não queria ninguém me controlando, minha mãe me fez isso por 18 anos.
Era sábado meio dia quando acordei com cheirinho delicioso de comida de verdade, o qual eu não sentia desde que sai de casa. Levantei-me, escovei os dentes e fui do jeito que eu estava para a cozinha, embalado por aquele aroma. Ao chegar vi Tati no fogão, cozinhando. Encostei-me nela por trás para ver o que cozinhava.
– hum... Esse cheiro está uma delicia – eu disse pondo a cabeça escorada em seu ombro.
Ela imediatamente se afastou de mim e percebi que sua pele estava arrepiada.
– hã... Oi Bernardo, bom dia – ela disse tímida me olhando.
Observei que ela estava sem óculos, ficava até mais bonita.
– o que foi Tati? – perguntei levantando a tampa das panelas – nossa! Carne assada com batatas? Sério que você sabe fazer isso?
– sei ué, por quê? Ta ruim? – ela perguntou confusa.
– não sei, não provei ainda, mas o cheiro é ótimo. Não sabia que você cozinhava.
– sempre morei sozinha, quer dizer, morei em uma escola de freiras, finais de semana eu ficava sozinha no nosso apartamento em fortaleza.
– você morava em fortaleza? – perguntei interessado, já que não sabia nada de sua vida – devia viver na praia, né?
– hã... Não – ela sorriu torto – eu não era... Aliás, não sou de sair muito.
– por quê?
– digamos que eu não tinha muitas amigas morando em um internato – ela fez uma careta.
– ah sim... Mas agora você mora comigo. Vamos pra balada todo final de semana – eu sorri tentando animá–la.
– ah... – ela exclamou – claro! Iremos – deu um sorriso amarelo.
– legal então, vou perguntar do porteiro se ele sabe de alguma balada aqui por perto, se não iremos às que eu costumava ir com meus amigos
– e... Hã... Eles vão também? – ela perguntou desconfortável.
– não... Digamos que eu estou igual a você, sem amigos – eu sorri torto.
– vocês brigaram?
– é... Consegui acabar com sete amizades e perder a menina que eu amava – eu disse sério – mas deixamos esse assunto de lado, não quero mais pensar nisso – sorri fingindo estar tudo bem.
– ah ta. Quem sabe um dia você me conta tudo isso rindo, né?
– é – concordei e abri a geladeira pra pegar uma maça.
– posso só te pedir uma coisa? – ela falou.
– diga – eu disse enquanto mastigava.
– você pode não andar de cueca nessas primeiras semanas – ela fez uma careta engraçada – preciso me acostumar – sorriu tímida.
Eu levei um susto com o pedido dela, olhei pra baixo e eu estava apenas de cueca samba canção.
– ah, desculpa Tati, nem percebi. Vou tomar um banho e me trocar.
Fui para o meu quarto, tomei um banho e pus um short. Enquanto me perfumava, ouvi batidas na porta.
– entra – gritei do banheiro.
– Bernardo, o almoço já ta na mesa – Tati gritou também.
Sai e me sentei com ela. Comemos e conversamos mais do que o normal, acho que estávamos fazendo uma amizade bem legal. Descobri que ela também era filha única, que estudava em escola de freiras, que iria cursar sistema de informação na UFMG, as músicas que gostava, os filmes... Eu até contei superficialmente sobre a Mabi. Tudo de nossas vidas foram revelados nesse único almoço. Até descobri que ela nunca havia namorado sério e se duvidar ainda seria virgem, mas eu não ia perguntar isso pra menina, né?
Depois do almoço lavei e guardei a louça. Comecei a assistir um filme na sky. Após uns 20 minutos, achando entediante não ter com quem comentar, fui ao seu quarto. Bati na porta e ela não respondeu. Bati mais três vezes e nenhuma resposta. Fiquei ali, hesitante em abrir ou não a porta. De uma vez por todas resolvi entrar. Abri apenas uma fresta da porta para poder vê–la.
– Tati – chamei seu nome baixinho.
Ela estava deitada na cama, de barriga pra cima, dormindo. A TV estava ligada. Entrei com a intenção de desligar a TV. Avistei o controle sobre a cama e então me aproximei para pegá–lo. Reparei que ela estava apenas com um short curto e de sutiã. Seus cabelos estavam soltos e ela não estava de óculos. Claro, dormir de óculos é um pouco demais. Preciso admitir, ela estava linda e... Digamos que, bem gostosa com aqueles trajes. Peguei o controle e desliguei a TV, depois voltei pro meu quarto e morguei lá até o inicio da noite, quando ela bateu na porta.
– pode entrar Tati – eu gritei prevendo que seria ela.
– hã... Você foi ao meu quarto ainda pouco? – ela perguntou desconfiada.
– ah, fui sim, à tarde. Desculpa a invasão, mas iria lhe chamar pra ver um filme.
– ah sim... É que acordei e a TV não estava mais ligada.
– eu desliguei – eu disse sorrindo.
Ela retribuiu o sorriso.
– então, pode entrar no meu quarto, não precisa ter medo – eu disse zoando.
– ah não! Não é isso, imagina – ela falou enquanto entrava.
– e ai, vamos ver um filme, então? – perguntei.
Ela assentiu com a cabeça e se sentou na poltrona. Permaneci deitado na cama e vimos mais dois filmes. Terminamos de assistir perto de meia noite.
– vamos dá uma volta? – a convidei.
– ta, vou me arrumar então – ela disse se levantando.
Tomei meu banho, me arrumei e fiquei esperando–a na sala. Após uns 15 minutos ela apareceu vestindo uma calça cinza justa e uma blusa rosa claro com decote em V e marcada na cintura. Os cabelos soltos, maquiada e pasmem! Calçava um salto alto. Olhei–a de cima a baixo.
– você ta linda – eu disse quase hipnotizado.
– obrigada – ela agradeceu timidamente.
Descemos pelo elevador e entramos no meu carro. Fomos o caminho todo conversando, decidindo onde iríamos parar, mas na realidade eu puxava assunto apenas para olhá–la. Resolvemos parar em um barzinho próximo ao apartamento mesmo. Não queria arriscar encontrar o pessoal em alguma balada. Ia ser estranho não poder falar com eles, muito menos me divertir com eles. Pedimos batata frita e bebidas. Passamos a noite toda conversando. Estava bem divertido até um cara se aproximar da nossa mesa.
– oi, perdoem-me atrapalhá–los, mas vocês são namorados? – ele perguntou na maior cara de pau.
– não – respondemos juntos.
– então, se me você me dá licença – ele se virou para mim – posso pedir teu telefone? – perguntou para a Tati.
Ela me olhou assustada e depois olhou pro garoto.
– desculpa – ele riu – eu não costumo fazer isso, aliás, nunca fiz, mas é que você é muito linda.
Ela corou de vergonha e eu corei de raiva. Que garoto mais cara de pau.
– hã... Tudo bem, mas eu ainda não tenho celular daqui, minha linha é de outro estado, mas posso dar lá do apto, né Bernardo? – ela perguntou a mim.
– é – eu disse de muita má vontade – faz assim amigão – eu disse tomando o celular dele de suas mãos – liga pra esse número aqui e eu passo o recado pra ela – digitei o meu celular no dele e o entreguei sorrindo cinicamente.
E não, eu não estava com ciúmes, só achei muita cara de pau dele. Mesmo concordando que ela estava linda, eu não iria me envolver com a garota que dividiria o apartamento comigo, possivelmente, por 5 anos. Era muita burrice Bernardo. Muita!
– Bernardo? Ouvindo teu nome agora, eu to te reconhecendo de algum lugar – ele disse franzindo a testa – hum... Pizza! É isso! – ele disse rindo – você mora no edifício Alto Alegre, aqui perto?
– é moro... – eu disse desconfiado.
– agora já sei de onde te conheço – ele ria.
– mas eu não te conheço – eu disse o olhando estranho.
– você é o novato no prédio que pede pizza quase todo dia, né?
– ah sim... Deve ser eu – eu disse rindo.
– eu moro no prédio também. Divido apto com meu primo. Dia de semana a galera fica sentada na calçada à noite, geralmente depois da aula, conversando, sabe? E nessas ultimas duas semanas o entregador de pizza apareceu todo dia lá... Ele disse que é pro tal Bernardo. Só podia ser você. Eu te vi chegando ao prédio cheio de malas.
– pois é, me mudei há duas semanas mesmo. Que bom conhecer gente que more lá. A Tati mora comigo, dividimos o apto.
– Tati... – ele sorriu – nem perguntei teu nome, né? Fui logo pedindo o telefone... Que mal educado – ele riu sem graça – eu sou João Paulo, mas todos me chamam de JP.
– Prazer – a Tati sorriu sem graça.
– Então... Vou indo. A galera ta ali na mesa, já deve está sentindo minha falta.
– então a gente se esbarra por ai – eu disse. A Tati apenas deu um sorriso a ele.
– eu te ligo, ta? – ele deu uma piscada e se virou.
Ela ficou olhando ele ir embora, praticamente derretida. Aquilo era patético.
– não acredito que vai cair na desse cara – eu ri debochadamente.
– como assim “na desse cara”? – ela disse sem entender.
– pow Tati, o moleque chega na maior cara de pau, pede teu telefone sem nem perguntar o nome ou se apresentar, te dá uma piscadinha e você ta ai toda derretida!
– qual o problema Bernardo? – ela perguntou brava.
– o problema que o cara só queria te cantar e levar pra cama Tati. Você acha que se ele se interessasse por ti, ele não teria se apresentado ou te chamado pra sair?
– ele disse que ia me ligar, não disse?
– isso é o que ele diz, né? Pra mim isso foi mais uma forma de te cortar. Duvido que ele vá ligar – eu disse rindo.
– muito obrigada Bernardo – ela disse furiosa – só porque eu sou feia e tímida, porque eu nunca namorei, nunca tive nenhum homem me chamando pra sair, nem... Nem... – as lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto – isso não quer dizer que ninguém possa se interessar por mim.
– calma Tati, eu não quis dizer is...
– quer saber? Me esquece! – ela me interrompeu e saiu andando em direção a calçada do bar.
– ei Tati espera ai – eu a chamei.
Autor(a): raquel_gomes
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Ela não me ouviu. Aliás, ela fingiu que não me ouviu e saiu batendo pé rua abaixo. Chamei o garçom e entreguei a ele 50 reais. Disse que já voltava pra pegar o troco. Sai correndo até a rua, mas não deu tempo de alcançá–la. Ela havia entrado em um táxi. Voltei pra mesa e sentei sozinho. Fique ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 60
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sharonvondy60 Postado em 13/11/2013 - 07:05:01
A web Ja acabou Mahri '-' . acho que ela vai respostar em Cilada, Vc vai voltar a acompanhar ?
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sharonvondy60 Postado em 13/11/2013 - 07:02:03
Awn Ameiii o FiNal muito Lindo me emocionei ate por tudo ter acabado bem T..T Saudades agora "-"
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mahri Postado em 12/11/2013 - 14:42:25
Ela começou a postar cilada,mas perdeu os capítulos aí começou essa web,só que ela ta demorando mt pra acabar
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sharonvondy60 Postado em 12/11/2013 - 14:29:43
Cilada . essa Web ta aqui No site ? Menina Vc Sumiu, Vc ta bem pelo menos ? #volta logo.
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mahri Postado em 10/11/2013 - 02:09:59
Ei tava lendo a web cilada,só que não consegui ver o final pq deletaram, tem como vc me dizer se a Bah e o Rick ficao juntos?
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sharonvondy60 Postado em 08/11/2013 - 05:01:44
Hum, Ta CompLicada a historia Hein : /
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mahri Postado em 07/11/2013 - 23:48:15
Nosso Amor e Ódio Eterno... Vício
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sharonvondy60 Postado em 07/11/2013 - 12:48:11
Mahri : Kkkk... eu to lendo pela 2 Vez. Realmente a primeira Vez deles Foi Awnn Perfeita ? verdade o liu e um best Mesmo. Quem diria que o mateus ficaria com a beth ? eu gostei . pensei que a paula ficasse com um dos irmaos da larissa . e Eu pensava que o lucio era drogado, mas ja desconfiava que ele lutava por ai mesmo tbb . Ahhh
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mahri Postado em 06/11/2013 - 00:45:46
Sharonvondy60: não eu não tenho webs. Eu já li pela 3 vez terminei hj,eu amo o cap da 1 vez deles;não tem como não se apaixona pela web e não amar o Lúcio,fiquei com pena do Alex em relação ao filho,mas ele mereceu. Adoro o Liu um super amigo ele eu tbm adorava as cantadas baratas do Martins kkkkkk
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sharonvondy60 Postado em 05/11/2013 - 15:05:08
mahri : Voce tem Webs ?