Fanfic: Nem sempre o amor pode está certo. 1º Temporada e 2º Temporada | Tema: web novela

Ela não me ouviu. Aliás, ela fingiu que não me ouviu e saiu batendo pé rua abaixo. Chamei o garçom e entreguei a ele 50 reais. Disse que já voltava pra pegar o troco. Sai correndo até a rua, mas não deu tempo de alcançá–la. Ela havia entrado em um táxi.

Voltei pra mesa e sentei sozinho. Fiquei pensando na besteira que eu havia feito. Não imaginei que aquelas palavras fossem feri–la de tal forma. Alguns minutos depois o garçom trouxe meu troco e eu pedi uma dose de uísque. Eu precisava bebe algo forte. Tomei três copos de uísque com gelo e energético. Quando eu iria pedir a quarta dose, o tal JP sentou–se na minha mesa.

– e ai cara, cadê a gatinha? – ele perguntou rindo.

– não enche – eu disse irritado.

– uou, calma colega. Só quero saber da Tati. Ela já foi?

– já sim... Graças a você – respondi mal humorado.

– a mim? O que eu fiz?

– você com esse papinho de estar interessado nela... Não colou não amigo. Nem pense em brincar com os sentimentos dela que eu não vou deixar. Ela não é menina pro teu bico.

Ele deu uma gargalhada e depois ficou me olhando, balançando a cabeça negativamente.

– mas eu não estou mesmo. Ela é uma gata, isso é fato! Mas não faz meu tipo... Quem se interessou nela foi meu amigo. Só que não tem coragem de vir aqui – ele contou se divertindo.

– vocês são idiotas – eu disse enquanto tomava um gole do meu quarto copo de uísque.

– pow Bernardo. Você ta a fim dela, por acaso? Ta se corroendo de ciúmes aí.

– que ciúmes o que rapaz. Ela é minha amiga. Só amiga.

– hum... Sei – ele me olhou desconfiado com um sorriso no rosto.

– é serio. É porque ela é um tanto quanto inocente. Não queria que ela se magoasse.

– entendo... Foi mal então cara – ele disse em tom de desculpas.

– tudo bem... – eu dei de ombros.

– mas então, eu vim aqui pra convidar vocês pra sentarem-se à mesa conosco. Apresentar o pessoal lá do prédio. Já que a Tati não está aqui, vamos lá?

– pode ser – dei o último gole no copo e fomos em direção à mesa.

Havia três garotas e dois garotos sentados. Eles estavam conversando quando chegamos. O JP me apresentou a todos e eu me sentei.

– o Téo é meu primo. Dividimos o apto. Esse aqui é o Frederico. Fred – ele apontou pra um cara de olhos claros – e essas são Luiza, a namorada do Téo, a Raquel e a Liane.

Cumprimentei as meninas com dois beijos e os caras com aperto de mão.

– você mora lá no prédio, né? – Raquel me perguntou.

– moro sim. Divido o apto com a Tati, mas ela já foi.

– que pena, outra hora a gente a conhece, né? – a Liane respondeu sorrindo pras meninas e elas assentiram com a cabeça – porque o Téo vive roubando a Lu da gente. Estamos desmembradas – elas três riram e os meninos fizeram caretas.

– como assim? – eu franzi a testa sem entender.

– liga não Bernardo – o JP disse – é que elas moram juntas e chamam o apto de clube da luluzinha – ele revirou os olhos.

– e o de vocês é o clube dos cuecas – Luiza fez careta.

– cueca não, o nosso é misto, porque você mora mais lá do que com as meninas – JP retrucou pra Luiza – to pensando em cobrar aluguel e dividir despesas também – ele disse se divertindo.

– ou então você podia trocar com a Lu. Moraria lá conosco e a deixaria sozinha com o Téo – Raquel disse piscando pro JP.

– deixa de graça sua pivete – ele retrucou.

Todos riram e ela emburrou a cara. Continuaram a conversar e aos poucos fui me entrosando. Em menos de 15 minutos na mesa já pude perceber quase tudo que rolava ali. Era obvio que a Luiza praticamente morava no apto do Téo, afinal, eram namorados. JP tinha jeito de pegador, já que enquanto conversávamos, ela olhava pra todas as meninas que estavam passando, além de piscar e sorri pra inúmeras delas. Enquanto ele não tirava os olhos das garotas, Raquel não tirava os olhos dele. Deveria ser um lance mal resolvido ou ela estaria muito interessada nele e não seria recíproco. Liane era a mais calada, tímida, mas até que era simpática. Frederico, ou melhor, Fred, quase não falou, mas o pouco que falou foi mais interessante do que tudo o que o JP disse à noite toda. Ele era bem legal, muito inteligente e parecia ser bem cabeça.

– você veio de onde Bernardo? – Téo perguntou.

– sou daqui mesmo. Só que morava em outro bairro, em um condomínio fechado pra militares.

– e resolveu sair da barra da saia da mamãe, foi? – JP disse se divertindo e arrancando risadas.

– não exatamente – eu sorri fraco – resolvi sair da barra da minha ex namorada e me afastar um pouco de uns amigos. Ou ex amigos, não sei... – eu disse sem graça – tive problemas com eles e resolvi sair de lá pra respirar.

– Uh... E essa ex namorada é gostosa? – o JP perguntou instantaneamente.

– João Paulo! – Raquel o advertiu.

– ow, quer dizer, você ainda gosta dela? – ele se corrigiu de uma forma tão engraçada, que todos acabaram rindo.

– ah... – balancei os ombros e sorri ao lembrar o ursinho que ela me deu.

– Ih... Ainda ta apaixonado – Téo disse rindo.

– não é bem assim Téo – eu disse rindo também – só que a Mabi foi meu primeiro amor, sei lá. Acho que vai ser a menina que eu vou amar pra sempre – suspirei após terminar de falar.

Olhei pras meninas e elas suspiravam. Aposto como acharam aquilo romântico. Já os meninos, ou melhor, o JP e o Téo, se entreolhavam.

– e ela ta com outro agora? – o Fred perguntou.

– ela namora um amigo meu – fiz uma careta e ele riu balançando a cabeça negativamente.

– essa Mabi aí não é a que namorou aquele idiotinha lá do Dom José? – o JP perguntou.

– só pelo idiotinha eu já imagino que seja o PV, né? – falei.

– esse mesmo. Não vou com a cara daquele moleque. A oportunidade que eu tiver, quebro a cara dele.

– eu já quebrei... Mas apanhei também, lógico.

– eu já disse que você é meu herói? – o JP me deu um toque de mão e todos riram.

– o PV é aquele moreno, filho do dono da IBN? – a Luiza perguntou.

– esse mesmo – respondi.

– ele é gato – ela disse sorrindo e as meninas concordaram.

– ele é o que Lu? – o Téo a beliscou.

– ai amor, não é nada – ela o abraçou e deu–lhe um beijinho – horroroso.

– não sabia que eles tinham terminado não... – o Fred disse – se bem que ele sempre estava cheio de mulheres, em todas as festas.

– eles terminaram há uns meses, acho que pelo menos 6 meses. Ele é a segunda dor de cabeça do namorado atual dela – respondi.

– e quem é a primeira? – Liane perguntou.

– acho que sou eu – respondi rindo.

– menino perigoso – a Luiza me zoou e eu ri.

– ou era... Agora acho que não sou mais.

– ah respondendo a minha própria pergunta – JP começou a falar – essa Mabi é gostosa sim, viu?! Pegava fácil, né não? – ele olhou pros meninos e assentiram com a cabeça.

– pegava é Téo? – a Luiza o cutucou.

– não pegava não amor, nem fácil, nem difícil – ele disse sério, negando com a cabeça.

– é bom mesmo, se não vai dormir do lado de fora.

– só se for do teu apto, né Luiza? Porque você não sai da casa do Téo – o Fred disse rindo e as meninas concordaram.

Continuamos conversando e falando sobre cada um. Descobri que todos, inclusive a maior parte dos moradores daquele prédio, eram estudantes da mesma universidade que a minha. Olhei no relógio e já haviam passado 2 horas desde que a Tati foi pra casa. Fiquei preocupado e resolvi ir embora.

– galera eu já to indo – eu disse me levantando.

– já? – o Téo perguntou – fica mais pow, ainda vamos pra uma boate.

– boate é? – perguntei indeciso. Estava preocupado com a Tati, mas também queria me divertir – aonde vão?

– não sabemos ainda, mas talvez Remix, sei lá – JP deu de ombros.

– A Dunia é mais animada – a Raquel falou.

– mas também é a mais cheia, né Raquel? – o Fred falou.

– e ai Bernardo, vai conosco? – o Fred perguntou.

– não galera, deixa pra outro dia – eu disse me desculpando.

– porque não pow? Bora – JP reclamou.

– ah, briguei com a Tati e ela foi de táxi pro apto. Não tenho o celular dela e to preocupado – dei essa desculpa e peguei minha comanda pra ir pagar.

– tudo bem então – Luiza disse – melhor você ir ver tua amiga mesmo.

– aproveita e fala que nos conheceu. Quem sabe ela se enturma né? – a Liane disse – o JP disse que ela é bem tímida.

– é sim... – concordei – vou pagar lá então.

Sai andando e o JP veio atrás de mim. Pôs a mão no meu ombro e falou perto.

– o PV está quase todo final de semana na Dunia ou na Remix que eu sei. Sempre o vejo.

– e eu com isso? – perguntei com indiferença.

– aposto que a tal Mabi deve estar por lá também, né? – ele ergueu uma sobrancelha.

– é JP. Deve estar sim. Junto com meus amigos – eu disse cabisbaixo.

– é isso então?

– também. Mas a Tati está com raiva de mim e não conhece nada da cidade. To realmente preocupado – eu disse me virando de frente a ele.

– deixa pra próxima então – ele me cumprimentou com um toque de mãos.

– valeu.

Assim que virei de frente ao balcão para fechar a comanda, esbarrei em alguém.

– opa, desculpa – eu disse atrapalhado.

– ah não foi nada – ela disse sorrindo pra mim.

Era uma loira, linda. Na verdade, ela era um espetáculo de mulher. Fiquei maravilhado por ela.

– é... Hã... Desculpe–me, de verdade – falei parecendo um bobo.

– sem problemas – ela sorriu e me olhou de cima a baixo.

Virou–se de costa e voltou a se escorar no balcão do bar. Estava sozinha. Fiquei parado olhando pra ela e inevitavelmente olhei para seu bumbum. Eu não sabia se iria embora ou se falava com ela. Enquanto eu descia os olhares para suas pernas descobertas, devido o micro vestido que usará, ela se virou de frente pra mim.

– perdeu alguma coisa? – perguntou sorrindo.

– não sei se perdi, mas acabei de achar algo bem interessante – falei feito um idiota.

– Suzana – ela esticou a mão.

– Bernardo – sorri também e me aproximei dela.

Dei–lhe dois beijos no rosto e pude sentir o cheiro que ela exalava. Era doce.

– então Bernardo – ela disse mordendo o lábio inferior – você vem sempre por aqui?

– primeira vez – eu disse – você vem muito aqui?

– quase todo final de semana. Venho com meus amigos da faculdade.

– hum... Então virei muito mais vezes aqui – falei sorrindo.

Enquanto Bernardo estava idiotamente impressionado com a beleza estonteante de Suzana, no Apto do edifício Alto alegre, Tati estava aos prantos. Ela havia tirado a roupa, tomado banho e estava deitada em sua cama, de pijamas, enxugando as lágrimas que insistiam em cair.

– tola Tatiana, você é uma tola – ela dizia pra si – como eu pude pensar que alguém como ele se interessaria por mim? Como?

No barzinho a uns 20 minutos do apto, Bernardo ainda encontrava–se conversando com Suzana.

– então Suzana, você faz faculdade? – perguntei.

– faço educação física. Quero ser personal trainer. E você?

– hum... Vou começar engenharia.

– começar? – ela riu – você tem quantos anos?

– ah... Deixa isso de idade pra lá – falei dando de ombros.

– se não disser, a conversa acaba aqui – ela disse meio que sorrindo.

– 18 e você? – respondi com urgência.

– 22 – ela sorriu com malicia – você é uma gracinha, mas é novinho – disse fazendo bico.

– e desde quando idade interfere em alguma coisa? – perguntei me aproximando dela.

– tem razão – aproximou mais de mim e me deu um breve beijo – não interfere em nada – disse ao fim e saiu andando.

Fiquei inerte. Apenas a observando sair por entre as mesas. Não sabia seu telefone, nem onde morava, apenas sabia seu nome, seu cheiro e conhecia seu beijo. Senti–me confuso em relação ao que senti por ela. Procurei–la por entre as pessoas e não a vi mais. Paguei a conta e fui pro apto. Assim que cheguei, bati na porta do quarto da Tati.

– Tati – a chamava baixinho enquanto batia.

Ela não respondeu. Abri então uma fresta e a observei. Ela dormia como um anjo. Uma parte da minha preocupação, de que ela estaria bem, se foi e eu fui dormir.

Domingo acordei perto de meio dia com a maior ressaca. Levantei e fui procurar a Tati, eu ainda precisava me desculpar. Fui ao seu quarto, cozinha e lavanderia. Não a encontrei em lugar algum e olha que nosso apto não era tão grande pra ela poder se esconder. Tomei um banho, pus uma bermuda e fui procurar algo o que comer. Esquentei um pedaço de lasanha que tinha na geladeira e comi. Enquanto eu saboreava a deliciosa lasanha de três dias atrás, fiquei pensando na loira do bar. Acho que eu teria que ir lá no próximo final de semana para reencontrá–la. Não que eu tivesse me apaixonado a primeira vista. Foi apenas química. Ela me seduziu. E tinha um beijo muito bom. Não tão bom quanto o da Mabi, mas... E lá estava eu novamente pensando nela. Eu precisava encontrar uma garota que me fizesse esquecer a Mabi e a Suzana poderia ser essa garota. Meus pensamentos fugiram quando eu ouvir o bater da porta. Levantei–me e corri até a sala. A Tati estava lá, com uma cara péssima.

– oi – eu disse assustado com sua feição.

– hã. Oi Bernardo – ela disse sem entusiasmo.

– ta tudo bem? – perguntei.

– ah, sim! Claro – ela respondeu, mas parecia mentir.

– tem certeza? Porque sua cara é péssima – falei fazendo careta.

– é a única que eu tenho – ela disse rudemente e passou por mim se trancando no seu quarto.

Eu não a procurei mais naquele dia. Não quis incomodá–la. Realmente ela parecia péssima.

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mahri:  aaah desculpa não ter postado muito é que ninguém mais ta comentando ai fico desanimada :(  

                          #Mais tarde posto mais (: