Fanfic: Nem sempre o amor pode está certo. 1º Temporada e 2º Temporada | Tema: web novela

Segunda feira chegou e as aulas na universidade também. Eu teria aulas à tarde e à noite, mas precisei acordar cedo pra preparar algo pro almoço. As nove eu já estava de pé na cozinha comendo pão torrado com Nescau. A Tati apareceu na cozinha vestida, como se fosse ir pra rua. Vestia calça jeans e camiseta baby look.

– bom dia – ela disse seca.

– bom dia. Quer torrada? – perguntei tentando ser animado.

– não, obrigada.

– tem aula agora de manhã?

– não, vou ir a biblioteca fazer meu cadastro e pegar os livros referentes às disciplinas que eu irei pagar. Preciso traçar um plano de estudos – ela disse enquanto esperava o café sair da cafeteira.

– ah sim – respondi surpreso – isso tudo é pra tirar boas notas?

– não é porque eu quero, é porque eu preciso – ela disse sem nem me olhar.

– não entendi – falei franzindo a testa.

– eu preciso tirar boas notas.

– e tenho certeza que tirará. Mas precisa de tudo isso?

– eu preciso de boas notas pra conseguir um estágio bom e ser independente.

– hum... Eu também quero isso – falei pensativo.

– você quer e eu preciso – ela disse com firmeza enquanto dava um gole no café e uma mordida na bolacha.

– porque você precisa tanto disso? Seu pai tem muito dinheiro – eu cruzei os braços e franzi a testa a encarando.

– dinheiro... Números... – ela murmurou – é só o que importa a ele. Números. Quanto maior minha nota, melhor pra ele.

– e de que adianta nota alta e ser uma profissional frustrada – perguntei erguendo as sobrancelhas.

– a primeira nota baixa que eu tiver, ele me manda passar mais quatro anos em um internato. Será frustrante de qualquer jeito – ela disse rudemente e saiu com a mochila nas costas.

Eu fiquei olhando–a assustado. Ouvir a porta bater, mas não consegui nem me levantar. Só a conhecia a três semanas, mas nunca havia visto tanta amargura nela. Arrumei minha mochila, preparei uma omelete para o almoço e perto das 14 h sai pra minha primeira aula. Fiquei perdido no campus procurando minha sala e esbarrei em alguém que passava desesperada.

– ei, toma cuidado aí – eu gritei.

– ah, foi mal, eu... – houve um silêncio – Bê? – ela gritou.

Vir–me–ei para ver quem era e me deparei com a Mabi.

– oi Mabi – falei sorrindo.

– bem que você disse que iríamos nos esbarrar – ela falou sorrindo.

– ei Mabi – o Diego apareceu gritando – e aí Bernardo? – ele me cumprimentou.

– procurando a sala? – ela perguntou.

– sim. Sala 18 D. conhecem? – perguntei.

Ela e o Diego riram.

– estamos procurando a mesma – ele disse.

– disseram–me que seria por ali – ela apontou na direção contrária que eu estava indo.

– então vamos que estamos atrasados – falei.

Saímos os três andando pelo corredor. O Diego conversava comigo normalmente, o que já me deixava mais animado. Achamos a sala e entramos. Só tinha a Mabi de mulher na turma e obviamente todos olharam. Sentamos os três juntos. Um de cada lado dela. Preciso confessar que aquelas aulas seriam difíceis pra mim. Passei mais tempo olhando para pernas cruzadas da Mabi, do que no que o professor dizia. Mas a culpa não era minha e sim daquela micro saia que ela vestia. Qualquer um olharia. O Diego estava concentrado na aula, assim como a Mabi. Eu mordia a tampa da caneta de tanto nervoso.

– Bê, você ta bem? – ela perguntou me tirando o foco.

– hã... To, claro – sorri sem graça.

– parecia perdido em pensamentos – ela disse.

– não exatamente em pensamentos... – eu disse distraído.

– hã? – ela fez cara de quem não entendeu.

– nada não – sorri.

Ela voltou a prestar atenção na aula e eu nas suas pernas. A aula acabou e me dirigir, dessa vez sozinho, para próxima aula. Enfim eu iria prestar atenção realmente na aula. A semana passou correndo que eu nem reparei. Toda segunda e sexta eu pagaria aquela matéria junto com a Mabi. E Pior do que vê–la duas vezes por semana, era vê–la com o Lucas no refeitório da universidade. Um grude só. Pareciam mais apaixonados do que nunca. Sexta depois da aula fui eu, Diego e ela pro refeitório. Ao chegarmos o Lucas já os esperavam em uma mesa.

– oi Lucas – falei quando nos aproximamos.

– ah, e ai Bernardo – ele respondeu normalmente – fazendo o que aqui?

– estudando – eu disse como se fosse obvio.

– eu sei – ele riu – qual curso?

– ah sim... – ri sem graça – engenharia e você?

– direito – ele falou erguendo dois livros super grossos que estavam em cima da mesa.

– caramba – falei rindo.

– senta ai Bernardo – o Diego disse sentando.

A Mabi já estava sentada ao lado do Lucas. Sentei ao lado do Diego e de frente pro casal. Peguei um sanduíche e um suco de laranja e fiquei comendo enquanto o Diego conversava comigo sobre as aulas. De vez em quando eu olhava disfarçadamente pra Mabi, que passava mais tempo beijando o Lucas do que comendo o lanche. Quando deu o horário da próxima aula cada um foi pra suas salas. Preciso admitir que eu estava me sentindo bem por o Lucas também ter conversando comigo de boa. Mas ficar vendo–os naquele grude só deixava meu pobre coração pior.

No apartamento, a Tati continuava com a cara enfiada nos livros. Não troquei mais do que duas palavras diárias com ela a semana toda. Sempre o “bom dia” do café da manhã e só. Quando eu chegava à noite em casa, ela já estava enfurnada em seu quarto.

O final de semana estaria chegando. Era sexta feira à noite e eu queria sair pra espairecer. Na verdade eu queria encontrar a Suzana. Talvez vendo–a, a imagem da Mabi sairia da minha cabeça. Eu queria esquecer a cena dela com o Lucas. Não que eu sentisse ciúmes ou inveja. Eu sabia que ela nunca mais seria minha. Mas isso não significava que eu não a amasse mais. E a imagem das coxas dela durante as aulas, eu fazia questão de lembrar.

Assim que voltei da aula, os meninos que moravam no prédio estavam sentados na calçada conversando. Quando desci do carro eles me chamaram.

– e aí Bernardo – o JP veio me cumprimentar.

– fala JP – o cumprimentei com um toque de mãos – vão sair hoje? – logo perguntei.

– talvez dar uma volta, beber alguma coisa por ai pegar umas gatas – ele deu de ombros.

Logo o Téo e o Fred se aproximaram e me cumprimentaram.

– ta a fim de sair? – o Téo me perguntou.

– é. Tava a fim de ir naquele barzinho de novo – respondi.

– acho que a galera vai. Eu vou ver um filme com a Luiza – ele disse revirando os olhos – ela quer uma noite a sós e tal.

– Ih... Já vi que vou ter que arrumar um lugar pra dormir hoje – o JP disse olhando pro Fred.

– não JP – o Fred disse balançando a cabeça negativamente – você não vai levar mulher nenhuma pro meu apto.

– seria a oportunidade de uma mulher entrar naquele lugar – ele disse rindo – desde quando uma não entra ali?

– acho que... – o Téo fingiu pensar – hum... Desde nunca? – disse rindo.

– otários – Fred disse irritado enquanto os dois riam dele – então Bernardo, vamos conosco pow –ele disse olhando feio pros meninos – chama a tua amiga também.

– ah... A Tati não quer sair do quarto, está enfurnada nos livros – falei sem importância.

– então às 23:30 aqui na portaria, certo? – JP disse fazendo um cumprimento de saída.

Subi pro meu apto e fui tomar um banho. Pra variar não vi a Tati. Fiz um lanche e me arrumei. Antes de sair fui ao seu quarto e ela estava lá. Dormindo. Desci e já encontrei o pessoal lá em baixo esperando a Liane e a Raquel. Depois que as duas desceram, fomos rumo ao bar. Sentamos-nos à mesa e fizemos o pedido. Tocava umas músicas animadas e as meninas foram dançar. Em seguida o JP saiu, pois estava paquerando uma menina. Ficamos eu e o Fred.

– você mora sozinho? – perguntei a ele.

– moro. No inicio eu morei com o JP, mas não deu. Assim que vagou um apto, eu me mudei pra lá. E em seguida chegou o Téo e aceitou dividir o apto com ele.

– não deu por quê? – perguntei.

– cara, se depender do JP, é uma mulher diferente todo dia lá. Você não tem sossego – ele disse balançando a cabeça e eu ri – Com o Téo também não dava. Ele é praticamente casado com a Luiza.

– melhor mesmo é morar sozinho, né? Privacidade total – falei.

– mas divide o apto com uma menina, não é?

– a Tati. Mas parece que ela nunca ta lá.

– entendi.

– você cursa o que?

– sistema de informação. To no 3º semestre – ele respondeu.

– ah, ela também. Será que vocês não se esbarraram pelo campus?

– pode ser que sim. Não a conheço. Mas tem uma disciplina que eu vou pagar em abril, que é do 1º semestre.

– talvez a encontre na turma – falei sorrindo.

Continuamos conversando por um tempo até as meninas voltarem. Resolvi ir dar uma voltar pra ver se encontrava a Suzana, mas não a achei. Sentei–me no bar e pedi uma bebida. Após o terceiro copo sinto uma mão em meu ombro. Vir–me–ei e era ela. Com cabelos presos em um coque e um vestido rosa, colado ao corpo.

– me procurando Bernardo? – ela perguntou sorrindo.

– digamos que sim – falei admirando–a. Ela estava deliciosa.

– então agora que me achou, diga–me o que queres – ela disse parada em minha frente, quase se encostando a minhas pernas.

– eu acho que você não deveria ficar tão perto – falei pra mim mesmo, mas ela escutou.

– o que acontece se eu ficar perto? – ela perguntou com malicia.