Fanfic: Nem sempre o amor pode está certo. 1º Temporada e 2º Temporada | Tema: web novela

– MABI NARRANDO –

Olhei no relógio e já era meia noite. Decidi ir no quarto do Fê. Bati, ninguém falou nada, abri a porta e ele estava deitado na cama, todo coberto com edredon e com fone no ouvido ouvindo música no ipod dele. Entrei e deitei de surpresa ao lado dele na cama.
– ai que frio aqui Fê.
– vem pra debaixo do edredon comigo – ele disse me cobrindo – ta se sentindo melhor? Parou de ficar tristinha?
– hurum, obrigada. O que você ta fazendo?
– ouvindo música. Hoje os meninos iam ver jogo na casa do Caio, mas eu nem tava afim.
– e a festa? Pegou geral? – eu falei apertando o nariz dele.
– mais ou menos... – ele falou fazendo careta – e você?
– ah, fiquei com o Rapha.
– sério? – ele disse surpreso.

– ah vá! me diz que você não sabia, o Rapha não contou não? – eu fiquei mais surpresa ainda.

– não, eu disse pra eles que se algum deles ficasse contigo eu não ia querer saber, pra não sentir ciúmes... – ele falou fazendo careta – ... Ou inveja – disse maliciosamente.
– seu bobo – eu disse dando um tapa nele – pois é ficamos por quase 1 hora nos beijando, aliás ele que não parava de me beijar, mas foi bom. O beijo dele é bem gostoso, ele tem pegada – eu disse piscado pra ele.
– argh! Poupe-me dos detalhes – ele falou fazendo careta.
– eu ti vi também com umas gurias, foram quantas que você iludiu ontem?
– ah fiquei com 3, mas terminei a noite sozinho, já você... Com quem dormiu ontem hein danadinha?! – ele perguntou me zoando.
– ahhhh – eu tava com vergonha – quero falar não – eu disse fazendo manha. Ai ele começou a me fazer cosquinhas e eu não agüentei – ta ta, para!! Foi com o Diego.
– afff... – ele ficou me olhando com uma cara feia.
– segredo viu?! – eu disse colocando a mão na boca dele.
– claro, não conto pra ninguém. Mas eu achei que fosse o único – ele fez uma cara triste, de mentira.
– owwww tadinho... Com ele é igual com você. A gente se dar super bem, ele é meu melhor amigo, conto com ele pra tudo, mas como não somos de ferro, às vezes nos beijamos, outras vezes fazemos outras coisas...
– eu to longe de ser como ele, já que você me deve uma noite, lembra?! Que tal hoje? – ele disse subindo em cima de mim.
– que tal meu pai e tua mãe pegando a gente aqui? – eu olhei bravo pra ele.
– corta clima – ele disse saindo de cima de mim.

Virei-me de costas pra ele e ficamos deitados de conchinha por debaixo do edredon.
– sério que o Rapha não contou nada pra vocês? – eu disse duvidando.
– sério! Pelo menos pra mim não, só se contou pro Caio ou Lucas, ou pro Bernardo, o que acho difícil, mas se bem que o Bernardo ta bem estranho.
– como estranho?
– mais calado do que o normal. Ontem ficamos conversando aqui na frente e ele chegou mudo e saiu calado.
– eu ia descer ontem, mas vi as meninas lá.

– é, mas elas saíram logo, a Karen e a Natasha ficaram putas porque eles estavam comentando sobre a festa e o Lucas e o Caio disseram que tinham pego outras meninas. A Karen só ficou triste, porque ela já percebeu que o Caio não ta nem aí pra ela, mas a Nat inventou uma crisezinha de ciúmes do Lucas porque pegou ele nos amassos com a Carol no carro, mas no final ele disse: “aí, não briga comigo não, só peguei duas, o Rapha que ta felizão aí porque dizendo ele pegou a mina mais gostosa da festa.” Ai a Nat saiu chorando de lá.
– nossa, ela é afim do Rapha? Ela não fica com o Lucas?
– o Lucas disse pra gente que ficava com ela só por ficar, porque ela ficava o tempo todo falando do Rapha sempre que eles ficavam. Já o Rapha nem dá bola pra ela.
– hum... Eu sempre soube dessa dos ciúmes – me calei e depois continuei – ainda bem que o Rapha não disse que ficou comigo, elas iam ficar fula e poderiam contar pro Pedro.
– quem disse que ele não disse?
– você! Tava mentindo pra mim é? – eu fiquei furiosa.
– eu acabei de lembrar que o Lucas disse que o Rapha disse que ficou com a mina mais gostosa da festa, como eu não deduzi que era você?! – ele disse dando um tapa na própria testa.
– chato!
– deve ser por isso que o Bernardo ta puto, ele deve desconfiar.
– ele sabe.
– como? – o Fê disse surpreso.
– ele nos viu – eu fiz uma careta.
– só ele? Tem certeza?
– sim, ainda bem.
– oxi, porque ainda bem? Você acha que ele pode contar pro PV? – ele fez uma cara de dúvida .
– não, apesar de tudo ele não me ferraria assim não. E ainda bem porque eu quero ficar com o Lucas também – dei uma piscadinha pra ele.
– affff pegadora. Olha, eu sou amigo deles, mas se eu fosse você, eu preferiria a mim.
– você eu já peguei. Quero o Lucas, ele é uma graça e a Carol disse que ele é super fofo.
– me poupe Mabi, nem conte os detalhes – ele falou e ficamos em silêncio – a Carol transou com ele?

– não, ela disse que tava nos pegas com ele dentro do carro e Natasha pegou os dois e acabou o clima – eu disse rindo da curiosidade dele.

– vocês dividem agora é? Compartilhamento de homens?
– é, você quer ser compartilhado também?
– opa, já é. Carol me pegaria?
– ela me disse que acha você lindo, gostoso e sensual – eu disse passando a mão no corpo dele e rindo – acho que ela te super pegaria.
– então quando rola? Ela é uma gatinha.
– que gatinha o que rapaz? Minha amiga é uma gatona super gostosa – eu disse fingindo estar brava e ele riu.
– pode crer! Bem gostosa mesmo... Fico empolgado só de pensar nela.
– seu sem vergonha – eu disse rindo – amanhã ela vem pra cá, vamos pro clube, depois que a Clotilde for embora vocês podem vir pra cá e tal...
– beleza! Deixa ela comigo amanhã – ele piscou pra mim – putz, de tarde eu tenho futebol.
– ahhhhhhhhhhhhh agora me poupe você Felipe, você joga futebol todos os dias, já sexo você não faz qualquer dia.
– eitaaaaaaaaa joga na cara que eu sou encalhado, joga!
– ei, sabe se o Lucas ficaria comigo nesse final de semana?
– obvio que sim e eu também ficaria com você agora – ele disse no meu ouvido e em seguida beijou meu pescoço.
– aiii Fêêê... Para! – eu disse toda arrepiada, mas não podia dar bandeira, vai que alguém entra no quarto.
– desculpa, parei! – ele falou e se calou um pouco – quer que eu fale com o Lucas?
– não, não gosto desse negócio de outra pessoa ir falar por mim. Posso até insinuar algo, mas se ele não se tocar eu parto pra outra – dei de ombros.
– o Lucas é tão abestalhado quanto o Caio, mas ele sempre acha que as meninas não o querem porque somos mais bonitões ou então que elas estão usando ele, sei lá – novamente ele se calou – e o Pedro?
– deve ta na farra – eu fiz cara feia – liguei pra ele hoje e o celular tava desligado, liguei pro pai dele e me disse que ele tinha saído e deixado o celular no hotel. Deve ta na farra pegando todas – dei de ombros.
– e eu aqui pegando você – ele disse fungando no meu pescoço e me deixando toda arrepiada – diz que quer diz – falou no meu ouvido.

– eu quero, quero ir pro meu quarto antes que alguém apareça – eu disse me levantando.

Sentei na cama dele e peguei o ipod e fiquei vendo as músicas.
– o Bê ficou com a Mel ontem? – eu perguntei desconfiada.
– nem, ela saiu puta porque ele não deu bola pra ela, enfim acho que ele ta dispensando a loirinha. Ela é bonita, mas é ordinária.
– hum... Não comenta com ninguém que eu te perguntei isso, ta?!
– ok, mas com uma condição, me dá um beijinho, vem – ele disse me puxando pra cama com ele.

Eu escorreguei da cama e cai com o ipod dele no meu colo e começamos a rir, abriram a porta do quarto, era meu pai.
– oi crianças.
– oi pai – eu disse.
– oi papai – o Fê disse imitando minha voz e nós três rimos.
– tão fazendo o que?
– nada, só conversando – o Fê disse apreensivo.
– eu to tentando roubar o ipod nano dele, mas ele não quer me dá – eu fiz bico.
– ahh nem vem sua lazarenta, minha mãe que me deu, pede um da tua – o Fê falou de novo com voz de menininha e me deu língua.
– quanto é esse tal de ipod aí? É aquele pra escutar música é? Que tua mãe te deu de presente Felipe? – meu pai perguntou.
– é sim pai, deve ser uns R$300,00 e pouco.

Eu percebi que meu pai já estava bem “legal”. Ele e a Marta tinham saído com uns casais amigos e deviam ter bebido todas.
– pega aí, vai ao shopping amanha e parcela de 3 vezes. Boa noite pra vocês – ele me entrou um cartão de crédito dele e saiu do quarto.
– aiii não acreditoooooooo – eu disse gritando e pulando – amanhã cedo eu te acordo e vamos ao shopping!!! – eu disse e pulei em cima do Fê.
– ebaaaa ebaaaa vamos sim amigaaaaa – o Fê gritou me imitando, eu ri.
– besta!
– gostosa – ele disse e me tirou de cima dele e deitou por cima de mim – agora eles vão pra cama, acho que deveríamos fazer o mesmo.
– também acho, to indo pra minha, beijos me liga – eu disse zoando ele e me levantando.

– nada disso, venha cá – ele me puxou e deitou em cima de mim de novo – vamos fazer o mesmo que eles, sexo.

Ele disse isso olhando nos meus olhos e em seguida me beijou. Ficamos uns minutos ali naquele beijo e ele começou a passar a mão por debaixo da minha camisola e apertou meus seios. Bateram na porta nessa hora, ele deu um pulo e deitou do meu lado e cobriu o quadril dele com o edredon porque ele já estava excitado.

– oi crianças, vim só dá boa noite – a Marta colocou a cabeça na porta.

– boa noite – nós dissemos rindo.

– qual o motivo das risadas?

– o papai me emprestou o cartão dele pra eu comprar um ipod nano pra mim – eu disse super feliz.

– que bom querida, não sei o que é esse tal de ipod, mas to feliz por você.

– aff mãe, é isso aqui – o Fê disse mostrando o dele – foi a senhora que me deu.
– ah ta, foi o Roberto que escolheu. Boa noite – ela disse saindo do quarto.

Nós nos olhamos e rimos. Esperei um tempo e ouvimos a porta do quarto deles trancando, me levantei e quando estava saindo o Fê me puxou e me encostou a parede que fica entre a porta e o guarda roupa embutido. Pegou minha perna e colocou em volta da cintura dele e começou a me beijar passando a mão na minha coxa. Ele estava só de short e dava pra sentir o volume do pau dele encostando–se em mim. Eu estava com uma calcinha de tamanho até razoável, mas quando ele levantou minha perna ela acabou entrando no meu bumbum, ele foi apalpando minha coxa até chegar ao meu bumbum, quando ele sentiu onde estava a calcinha, falou no meu ouvido – quer me deixar doido é? – eu só ri e continuamos a nós beijar, até que bateram na porta novamente, eu sai correndo feito um foguete pro banheiro e o Fê disfarçou abrindo a porta do guarda roupas e escondendo–se porque seu amiguinho estava de pé.
– crianças – era a marta de novo.
– oi mãe.
– ta onde Felipe? Cadê a Mabi?
– to procurando uma roupa de frio, to tremendo aqui – ele vestiu uma calça de moleton por cima do short e saiu de lá – a Mabi ta no banheiro, ela tem a bexiga solta, não para de mijar.
– ai Felipe deixa de ser chato, deixa ela – a marta disse rindo.

Eu dei descarga, lavei as mãos e sai do banheiro na maior cara de pau.
– o que foi marta? – perguntei.
– só pra avisar que eu dei folga pra Clotilde amanhã, ela me pediu, então vou deixar o almoço de vocês pronto, café da manhã vocês não acordam pra tomar mesmo.
– ah obrigada marta, mas nem precisa, a gente almoça no shopping, lembra que vou comprar meu ipod amanhã? – eu disse sorrindo.

Peguei o cartão do papai, dei um beijo nela, boa noite pro Felipe e fui pro meu quarto. Demorou um pouco o Fê bateu lá.
– agora eles entraram de vez – ele disse colocando a cabeça dentro do quarto.
– não inventa Felipe, hoje foram 3 vezes, melhor não arriscar, tchau.
– ahhhh boa noite então – ele disse triste saindo do quarto.

No dia seguinte, quinta, liguei pra Carol assim que acordei, às 10 da manhã.

– Início da ligação –

– amigaaaa – ela atendeu.
– oi amoreca, bom dia.
– bom dia é? Já é quase tarde! To esperando a senhora me ligar pra gente ir pro clube – ela disse.
– ah então eu vou desligar pra você esperar a senhora te ligar lá do céu – eu disse rindo da minha piada sem graça.
– bobinha!! Já posso ir amiga?
– ei, furou. A Clo está de folga, não temos almoço e eu preciso ir ao shopping comprar uma coisa, vou com o Fê, nem vai rolar a piscina hoje.
– ui Fê... Vai comprar o que?
– um ipod nano, papai me deu de presente. Quer ir conosco? Eu te pego aí.
– querer ir eu quero, mas prefiro que o Fê me pegue – ela disse rindo.
– safadaaaaaaaaaaaaaa... Tenho que te dizer, ontem ele me disse que quer ficar contigo. Ele ia pedir hoje na piscina e ia te trazer pra cá quando não tivesse ninguém... hummmmmmmmm – eu zoei.
– putz! Deixa pra ir ao shopping amanhã, quero piscina hoje, eu preciso da piscinaaaaaaa.
– se controla sua sem vergonha, fica com ele no shopping hoje, que tal?
– pode ser, mas tu vai ser vela?
– ah, eu vo chamar o Diego ou os meninos. Perto de meio dia a gente te busca, ta?! Beijos.
– beijos.

– Fim da ligação –

Corri pro quarto do Fê e pulei em cima dele.
– felipeeeeee acordaaaaa.
– ai Mabi, o que foi? Deixa–me dormir.
– falei com a Carol, ela vai pro shopping conosco e topa ficar com você, mas precisamos chamar os meninos, não quero ser vela, levanta logo e vai se arrumar porque já vai dá 11 horas e até chegar lá e comer, eu já morri de fome.

Sai do quarto dele e fui pro meu. Liguei pro Diego que não atendeu, ai liguei pra casa dele e a mãe dele disse que ele ia ficar direto na escolinha porque tinha aula nos dois horários. Tomei banho, vesti um short jeans boyfriend (aqueles folgadinho, porém curto), uma regata branca coladinha e curta, um sutiã colorido por baixo, azul neon e uma sandália toda fechada, com salto, me maquiei, sequei o cabelo, pus perfume e fui pro quarto do Felipe.
– Mabi, conseguiu falar com o Diego ou a Débora? – o Fê perguntou assim que eu entrei.
– o Diego ta trabalhando na escolinha da irmã dele, nem pode e nem liguei pra Débora, se quiser eu ligo, mas se o Caio for e ficar com ela, eu vou sobrar de novo – eu disse fazendo biquinho.
– O Caio não vai, tava dormindo, acredita? Disse que a noite ele passa aqui. E o Rapha não atende – ele fez uma pausa – quer que ligue pro Bê?
– sei não... – eu fiz uma cara feia.
– porque tu não fica logo com ele? Vocês são chatos mew.
– porque com ele não é um simples beijo, e eu não quero me iludir e nem me enganar, tenho um sentimento por ele que não precisa vir à tona agora.
– ok, ok, não ligamos... Mas e ai?
– e o Lucas? – eu perguntei.
– putz! Esqueci, eu ia ligar agora e me distraí.

O Fê tava discando o número e o Lucas ligou, disse que ia mais tarde pro cinema, se eu e o Fê queríamos ir com ele.
– Ué, então vamos pro cinema também, diz que a gente vai pegar ele agora, pra ele nem almoçar, a gente come lá – eu disse.

O Felipe disse isso pra ele e depois que desligou se virou pra mim.
– nós 4? Hummm... Acho que vai dar certo – ele falou em tom malicioso – vamos pro cinema, eu pego a Carol e tu fica sozinha com o Lucas, pode ser?
– ai tu é uma piada Fê, mas é isso aí, vamos ver se ele vai querer né?!
– mas se não quiser é muito frouxo, vou zoar ele pelo resto das nossas vidas.
– Vamos logo.

Saímos de casa, fomos no civic, mas o Fê foi dirigindo. Pegamos o Lucas e a Carol. O Lucas estava super cheiroso e bem lindinho, ele usava o cabelo um pouco bagunçado com um boné por cima. Achava ele uma graça, apesar de ele não ser do tipo bombado e nem bad boy tipo o Diego, o Rapha e o Pedro, eu adorava o jeito dele. Chegando ao shopping fomos almoçar, conversamos muito, depois fui com a Carol comprar os ingressos no cinema.
– o que vamos ver Carol? – eu perguntei olhando os filmes em cartaz.
– tanto faz, só quero ficar com o Fê.
– danadinha – eu zoei ela.
– eu né?! Vai ficar com o Lucas?
– eu? Porque ta dizendo isso?
– é você mesma, deixa de onda marreco... Vocês vão ficar sozinhos.
– é, ninguém quis vir e eu só vim porque queria almoçar e comprar meu ipod.
– ah ta que você não ficou feliz em saber que só vinha o Lucas.
– ta fiquei... Eu to a fim de ficar com ele, acho ele tão fofo e depois que você disse que ele era delicia, ai me deu mais vontade.
– safadaaaa... Eu também fiquei com vontade quando você disse isso do Fê – ela disse rindo.

Compramos os ingressos e fomos andando pra perto dos meninos.
– e o Pedro? – ela perguntou.
– não me liga desde terça, tentei falar com ele ontem, celular desligado, a noitada deve ter sido boa – eu disse virando os olhos.
– nem liga abiga – ela disse me abraçando.
– ligo mesmo não – dei de ombros.

Sentamos e ficamos esperando o horário de entrar no cinema. Às 14:30 entramos, compramos pipoca, refrigerante e nos acomodamos. Sentou o Fê, a Carol, eu e o Lucas. Comemos a pipoca, assistimos uns 20 minutos de filme e a Carol e o Fê se levantaram e saíram de mãos dadas pra longe de nós.
– o Felipe é rápido né?! – o Lucas disse no meu ouvido.
– mais rápido que a Carol não é não – eu disse e ele riu – ta com ciúmes da Carol?
– claro que não, de onde você tirou isso?
– ah, sei lá. Você achou que fosse ficar com ela hoje?
– não... Foram só uns beijos na festa e acabou. Você tem cada idéia Mabi – ele disse rindo.

Eu fiquei quieta, sinceramente eu tava com receio de ficar com ele. Nunca havia ficado com mais de um guri do mesmo grupo, ainda mais assim do meu convívio, tinha medo de ficar falada entre eles.
– ta quieta – ele me disse.
– com frio, esqueci minha jaqueta.
– quer a minha?
– e você vai ficar com frio?
– eu agüento.
– ah não, deixa. Vou lá pegar a do Felipe, ele não ta precisando, a Carol deve ta passando calor suficiente pra ele – eu disse rindo enquanto me levantava, logo ele puxou minha mão e me fez sentar.
– você tem duas opções: ou você veste a minha jaqueta ou deixa eu te esquentar.
– prefiro a segunda opção – eu disse sorrindo.

Ele passou o braço pelo meu pescoço e eu encostei a cabeça no ombro dele, assistimos mais uns 20 minutos de filme em silêncio.
– filme chato, quem escolheu? – ele perguntou.
– eu – disse rindo e ele riu mais ainda – não sabia qual escolher e a Carol me fez comprar qualquer ingresso, ela só veio pra ficar com o Fê, o Fê só veio pra ficar com ela e eu só queria comprar meu ipod e almoçar.
– pensei que você tivesse vindo pra ficar com alguém também – ele me zoou.
– eu que pensei isso de você.
– bom, a princípio eu queria ver filme mesmo, mas depois que falei com o Felipe, eu resolvi vir por esse motivo também.
– aí o Fê melou teus planos e pegou a Carol né?! – eu disse sorrindo torto.
– não, não tem ninguém que eu queria está agora mais do que você – ele disse com um sorriso lindo nos lábios.
– ahh assim eu fico tímida – eu fiquei vermelha e escondi meu rosto no ombro dele.
– olha Mabi, eu sou um pouco abestalhado, tímido, não me dou muito bem com essas coisas, mas se eu te pedisse.... – ele ficou falando e eu o interrompi.
– eu também vim só pra ficar com você!

Ele me olhou assustado enquanto eu sorria pra ele. Aproximou-se e me beijou. Era o beijo mais carinhoso que eu já tinha recebido até hoje. Ele era muito meigo, fofo, passamos o filme todo nos beijando e eu não cansava, o beijo dele era doce. Às vezes parávamos, eu me encostava no ombro dele, depois olhava pra ele que me dava um sorriso fofo.  Eu beijava o seu pescoço e em seguida começávamos outro beijo. Ali eu percebi porque a Carol não foi pra frente com ele, ela gosta de homem com pegada mais bruta. O Lucas jamais tentaria algo antes da menina dizer que quer, ele nem passou a mão em mim, ou era no rosto, no pescoço ou na cintura. Terminou o filme, acederam as luzes do cinema e nós nos levantamos pra esperar a Carol e o Fê. Eu os vi caminhando em nossa direção, chegaram já rindo pra gente, olhei pro Lucas e vi que ele tava com a boca toda rosada do meu batom. Cheguei perto dele e limpei com a jaqueta, ele ficou todo sem graça. Demos uma volta no shopping, paramos em uma loja e eu comprei meu ipod nano, sai toda feliz.

Na volta pra casa o Fê foi dirigindo e a Carol do lado, eu fui atrás com o Lucas.
Ele estava distraído olhando pra janela e eu encostei ao lado dele e pus o braço dele em volta do meu pescoço e me escorei no ombro dele.
– eles... – ele disse se referindo ao Fê e a Carol que estavam na frente, nem o deixei terminar e o interrompi.
– dá nada não, estamos todos em segredos aqui – pisquei pra ele.

Logo ele veio e me beijou. Fomos o caminho todo pra casa nos agarrando no banco de trás.
– ow a pegação aí, eu to vendo viu?! – o Fê disse.
– ta com ciúmes Felipe? – perguntou a Carol.
– to.
– ihh olha ai Mabi teu maninho com ciúmes de ti.
– to com ciúmes do Lucas, ta?! – ele disse imitando voz de menininha e todos nós rimos.

Descemos em casa e o Fê chamou o Lucas pra jogar PS2 enquanto o Caio não chegava lá. Eu e Carol fomos pro meu quarto, cheguei lá liguei pro Pedro.
Ninguém atendia. Deixei pra lá, na verdade eu não tava nem aí pro Pedro mesmo.
– amiga me conta, o que achou? – a Carol perguntou.
– to nas nuvens Carol, ele é extremamente carinhoso, foi tudo de bom! E com você?
– eu estou é no mármore do inferno, o Felipe é extremamente gostoso, me deixou com um fogoooooo – nós rimos.

Nesse momento eu olhei pra janela e vi o Bê só de cueca no quarto dele, tava se vestindo. Eu fiquei hipnotizada e a Carol percebeu.
– Mabi, amiga... Acorda.
– ah, desculpa Carol, eu tava olhando o Bê ali... – eu disse triste e ela me interrompeu.
– affffff esquece ele amor – ela foi em direção a janela pra fechar a persiana e quando viu que ele estava vestindo o short ficou parada olhando também – ai Mabi, esse menino é uma perdição, nunca catei ele por respeito a você viu?! Porque não tem melhor que ele na escola...
– ai me dá até calor... Mas vamos lá com os meninos – eu disse.
– vamos, o Lucas apaga esse teu calor – nós rimos.

A mãe da Carol ligou e ela ficou falando ao celular, eu entrei no quarto do Fê e eles estavam jogando futebol no PS2, o Fê no chão e o Lucas na cama. Sentei ao lado do Lucas, tirei o controle da mão dele e o puxei pra cima de mim, começamos a nos beijar. O Felipe olhou pra gente.
– agora pronto, tão no cio, olha a pouca vergonha aqui no meu quarto.

A Carol pôs a cabeça na porta e disse.
– Fê me deixa em casa? Mamãe já ligou reclamando que eu me esqueci de levar o meu gato no veterinário hoje, ai ai. Tchau miga, tchau Lucas.

Nem respondemos, continuamos nos beijando, quando o Fê tava saindo eu disse.
– ei marreco – a Carol olhou – usa camisinha – disse rindo.
– engraçadinha, você também.

Voltamos a nos beijar por alguns minutos, até que a porta do quarto abre, não paramos de nos beijar porque eu achei que fosse o Fê ou a Carol.
– o–p–a... Eu não queria atrapalhar.

Era o Bê, surpreso, ele falou gaguejando. Eu e o Lucas nos sentamos na cama e não falamos nada. Eu sai do quarto calada e fui na cozinha beber água quando o Caio veio entrando, cumprimentei ele com dois beijos na bochecha e ele mexeu comigo como sempre e eu subi pro meu quarto, fiquei quieta lá pensando no que tinha acontecido. O Pedro me ligou dizendo que o celular dele tava com problemas e tal, nem prestei atenção, desliguei e fui pro quarto do Fê. Entrei e estavam os 4 lá jogando e discutindo o jogo, sentei do lado do Fê no chão.
– qual a nota da Carol? – eu perguntei no ouvido dele.
– ow, 10 é claro!

Eu ri.
– e o Lucas, é frouxo mesmo? – ele me zoou.
– o Bê pegou a gente se beijando aqui – fiz cara de triste.
– que merda hein, tu não tem sorte mesmo.

Escorei-me nele e fiquei vendo o jogo. Eu nem olhei pra cara do Bernardo, só olhava pro Lucas e ele sorria lindo pra mim. Terminaram de jogar e foram lá pra calçada. Ficamos conversando maior tempão. Meu celular apitou, fui ver e era uma mensagem da Carol: “marreco, mamãe ta puta aqui por causa do veterinário, se ela perguntar de ti, foi tu que veio me deixar e nós demoramos porque tu tinha que esperar teu irmão chegar pra vir me deixa no carro dele, ok? Ah que tesão o Fê hein?! Não sei qual irmão que eu quero repetir agora :P”
Eu ri sozinha.
– vamos beber? Sair? Qual a de hoje? – perguntou o Caio.
– eu vou já sair, a Mel ta me enchendo pra ir a praça da luz com ela, vamos lá pelas 23 horas – o Bê disse irritado.
– hummmmmm – os meninos zoaram e eu não consegui esconder a minha decepção.
– e vocês não me encham o saco, já basta ela – ele se irritou mais ainda – ta a fim de ir não Caio? Acho que a Karen vai e tua gata também Lucas.
– não tenho gata nenhuma Bernardo – o Lucas sorriu torto pra ele.
– deus me livre a Karen, ela é muito menininha pra mim – o Caio disse e todos concordaram.
– então vamos dormir cedo? – o Felipe disse – porque agora que vai dá 22 horas.
– é o jeito né?! E cadê o Rapha? – o Caio perguntou.
– passou o dia na casa de uma tia dele, era aniversário de família, acho que ele ia dormir por lá – o Bê falou.
– cara, isso ta um tédio, vamos ver um filme? – o Felipe perguntou.
– borá, eu tenho uns lá em casa, aluguei, gravei e nunca vi – o Caio disse.
– ah não, tua casa ta longe demais daqui, vamos vê os que têm aqui em casa mesmo – o Fê disse.

Concordamos e viemos pra casa, espalhamos as almofadas no chão e o Caio, o Felipe e o Bê deitaram, o Lucas sentou no sofá e eu deitei com a cabeça na coxa dele e ele ficou fazendo carinho no meu cabelo. Começou o filme e toda hora o Bernardo olhava pra mim e pro Lucas e aquilo já estava me incomodando. Com uns 30 minutos de filme meu celular tocou, era o Diego, fui pra cozinha atender.

– Início da ligação –

– oi Di.
– oi amorzinho, tudo bom?
– maravilha e com você?
– cansadão. Mamãe disse que você me ligou.
– ow tadinho, liguei sim, queria te chamar pra ir no shopping, mas já fui.
– ah que pena, foi fazer o que lá?
– almoçar, ir ao cinema e comprar um ipod.
– ta podendo hein?!
– papai me deu. Ei, tu não quer vir aqui pra casa não? Estamos vendo filme.
– dá não maninha, amanhã tenho turma de manhã.
– afff agora você só pensa em trabalho, esqueceu até a mulher aqui – eu disse fingindo estar brava.
– ossos do ofício. Mas amanhã ou sábado a gente sai, ta? Vou indo, beijos.
– tchau delicia.

– fim da ligação –

Virei–me e o Bê estava entrando na cozinha.
– oi – ele disse.
– oi – eu disse seca.
– os meninos pediram pipoca e refrigerante.
– ta, vou fazer e já levo – eu disse indo em direção ao armário pra pegar os pacotinhos.
– Mabi... – ele segurou no meu braço e ficou em silêncio por um tempo enquanto nos olhávamos fixamente – o almoço amanhã ta de pé?
– claro – eu ri forçada.

Pus as pipocas no microondas, peguei copos, o refrigerante e o Lucas apareceu na cozinha.
– ajuda? – ele disse sorrindo.
– sempre – eu respondi sorrindo.

Entreguei as coisas pra ele, tirei o saco de pipoca, pus outro e fomos andando pra sala deixando o Bê sozinho na cozinha, logo em seguida ele voltou pra sala e sentou no chão. Entreguei a pipoca e voltei lá pra fazer outras duas. O Lucas veio atrás de mim, ficou fazendo carinho no meu rosto e me beijou. O tempo das pipocas estourarem foi o tempo que ficamos nos beijando. Quando terminou voltamos pra sala. Terminou o primeiro filme e os meninos colocaram outro, era um filme tipo de terror, meio nojento, eu não gostava. O Lucas deitou no sofá e eu deitei no ombro dele, depois de 1 hora de filme os meninos capotaram no sono lá no chão mesmo. Já era 1 e poço da manhã, eu e o Lucas continuamos vendo o filme, aí nas partes nojentas eu escondia meu rosto no ombro do Lucas e ele ria de mim. Numa dessas vezes ele me beijou. Eu retribuí, olhei para os meninos e eles estavam dormindo, então continuamos a nos beijar, tava muito bom, eu tava flutuando com os doces beijos dele. Nessa hora já estávamos deitados um de frente pro outro, ele estava com um braço no meu pescoço e outra mão na minha cintura e eu com uma das mãos acariciando o pescoço dele. Uma das vezes eu abri os olhos e reparei que o Bê nos fuzilando com os olhos, mas continuei. Quando o filme terminou, eu me levantei, peguei os copos, acordei os meninos, o Fê subiu, o Caio e o Lucas foram embora, o Bê disse que ia me ajudar, já eram 3 da manhã.
Arrumamos tudo e fui lavar os copos, ele parou do lado da pia e ficou me olhando.
– posso te perguntar uma coisa? – ele disse.
– já perguntou – eu sorri e ele também – diz.
– você e o Lucas... O que ta rolando?
–Bernardo eu não tenho que dá satisfação da minha vida pra você.

Nessa hora a feição dele mudou e eu me senti mal por tê–lo tratado assim.
– me desculpa se fui muito grossa – eu disse arrependida.
– tudo bem, só queria entender porque você fica com ele, com o Rapha, com não sei mais quem e não pode ficar comigo.
– porque nós temos isso aqui – eu disse colocando uma mão no meu peito no sentido do coração e outra mão no dele e dei um grande sorriso pra ele, imediatamente ele colocou a mão dele por cima da minha.
– isso era pra ser o mais importante, e nós temos, então continuo sem entender o por que.
– Bê, você diz não gostar da Mel, mas até hoje fica com ela, também não da pra entender.
– e você diz que gosta do Pedro, mas fica com outros, menos comigo, também não entendo isso.

– tem coisas que não é pra entender, apenas aceitar.
– esse é o problema, eu não consigo aceitar, preciso entender primeiro.
– posso te dá um conselho? – eu perguntei pra ele.
– diga.
– se eu fosse você, me preocuparia nesse momento com a Mel e não comigo.
– por quê?
– acho que você esqueceu de sair com ela, já são 4 da manhã.
– puta merda!!!!! E pior que eu nem trouxe meu celular, ela deve ter ligado 499 vezes – ele disse.
– porque não 500 vezes?
– porque ela deve ter quebrado o celular dela antes de chegar nos 500 – ele disse e eu ri.

Ele me deu boa noite e saiu correndo pra casa. Subi e capotei na cama.

No dia seguinte acordei com o Felipe no meu quarto me enchendo o saco.
– e o filme? – ele perguntou.
– nojento – eu fiz careta.
– e o Lucas?
– delicioso – eu sorri.
– danada. Que horas ele saiu daqui?
– perto das 4 da manhã.
– nossa, o que você ficaram fazendo hein?!
– vendo o filme – eu disse dando de ombros.
– só vendo filme? – ele riu maliciosamente.
– se você está perguntando se transamos, a resposta é não! Não rolou nada além de muitos beijos – eu disse dando língua.
– ah então vocês se beijaram ontem durante o filme? Eu nem vi.
– hurum, depois que você apagou...
– E os meninos não estavam vendo?
– o Caio também dormiu, só o Bê que viu, mas o Lucas não percebeu.
– putz! Tu é muito azarada mesmo, mas e aí?
– ai que depois o Bê veio conversar comigo, mas eu cortei logo. Agora deixa eu ir tomar banho que vou almoçar.

Tomei banho, vesti um short balonê branco, uma regatinha curta verde, uma rasteirinha com strass. Cheguei a casa do Bê e toquei a campainha, a mãe dele me atendeu.
– boa tarde tia – eu disse sorrindo.
– olá minha querida, entra amor, senta aqui no sofá que eu estou terminando de botar a mesa.
– oi Bê – eu disse a ele que estava sentado no sofá.
– oi – ele disse seco.
– oi Mabi, que bom que você veio – o pai dele disse descendo as escadas.

Ele se sentou no sofá conosco e ficamos conversando, o Bê só olhava pra gente e não falava nada, como sempre estava de cara fechada.
Sentamos a mesa, almoçamos e batemos papo. Depois que terminamos eu os ajudei a tirar a mesa, lavar a louça e guardar.
– Mabi vem cá comigo, quero te mostrar como redecorei a casa – a tia disse me puxando pelo braço.

Ela me mostrou vários cômodos da casa, subimos as escadas e fomos olhar os quartos. Quando ela estava me mostrando o quarto do Bê o celular dela tocou e ela saiu pra atender, nisso o Bernardo apareceu por trás de mim.
– quer entrar? – ele passou por mim e entrou no quarto – senta ai – apontou para cama enquanto sentava na cadeira do computador.

Não respondi, apenas entrei, deixei as chaves de casa e meu celular em cima da cama dele e sentei de frente pra ele.
– aqui estamos depois de tanto tempo – ele comentou.
– é. Eu nunca imaginei que voltaria aqui – eu disse olhando em volta.
– sensação estranha – ele sussurrou.
– então. Fiz você perder o futebol hoje né? – eu ri.
– pois é – ele riu também.

Eu não sabia o que fazer nem falar, estava em uma situação desconfortável. Voltar ao lugar onde eu me entreguei pra ele pela primeira vez e onde também eu o vi beijando a Mel, era muito estranho pra mim.
– então... – ele se calou e logo depois quebrou o silêncio – é sério com o Lucas?
– você não esquece o Lucas né?!
– eu preferia que você esquecesse.
– porque você não implicou com o Rapha? Também fiquei com ele, você viu.
– porque o Rapha foi uns beijos em uma festa e com o Lucas você passou o dia todo junto, até na sua casa vocês ficaram, parece coisa de namorado – ele falou morrendo de ciúmes.
– hum, mas não é nada sério, com nenhum dos dois, ainda namoro com o Pedro.
– e se não namorasse?
– você quer saber demais.

Ele puxou a cadeira dele pra perto de mim e ficamos cara a cara.
– sabe o que eu quero demais?

Nessa hora eu engoli a seco, ele me olhava nos olhos, se aproximou mais, segurou em minhas mãos e disse no meu ouvido.
– você!

E encostou os lábios nos meus, eu apenas fechei os olhos, mas nem deu tempo de iniciar o beijo.
– Bêêêêê – ouvimos uma voz de mulher gritando no corredor.

Logo o Bê se afastou de mim e ficamos em silêncio. A Mel entrou no quarto e nos olhou surpresa.
– o que é isso Bernardo? – ela disse.
– ahh não começa Mel – o Bê disse se irritando.
– como não começa? Você me deixou plantada ontem, não me liga, não me atende e quando eu chego aqui vejo você com essazinha aí.
– essazinha tem nome Melanie, deixa a Mabi em paz que ela não tem nada a vê com ontem – o Bê disse já perdendo a paciência.
– Bernardo eu já vou indo – eu disse me levantando.
– não Mabi, fica mais um pouco – ele disse segurando minha mão.
– deixa ela Bernardo, nós precisamos conversar – a Mel disse gritando.
– Mel dá um tempo cara!
– tudo bem Bernardo, melhor eu ir, não to a fim de descer ao nível dessa daí.
– olha como fala comigo vadia, vaza logo.
– Mel, por favor, vai embora vai – Bê gritou.
– ir embora? Você acha que eu vou deixar meu namorado com essa biscate?
– que namorado o que Mel, a gente não tem nada – o Bê disse rindo com sarcasmo.

Eu levantei, disse tchau e desci, eles ficaram lá discutindo. Fui pra casa e fiquei pensando no que tinha acontecido.
– cara to lascada! To encantada pelo Lucas, acho que ainda gosto do Bernardo e ainda tem o Pedro – eu disse sozinha.

– MEL NARRANDO –

Depois de discutir com o Bernardo, ele disse que ia à cozinha esfriar a cabeça e saiu do quarto. Vi um celular em cima da cama dele e começou a tocar, olhei e a ligação era do “P.” atendi.

– Inicio da ligação –

– alô?
– amor?
– não, quem está falando? – eu perguntei.
– cadê a Mabi? Esse celular é dela, né? Liguei errado?
– ahhhh ligou não querido, é o Pedro né?
– sim, quem é?
– prazer, sou a Mel, sou namorada do Bernardo e a tua namoradinha esqueceu o celular dela aqui no quarto dele, peguei os dois juntos hoje, acho que passaram a noite aqui.
– ahn? Como assim? Isso é sério?
– serissimo amor.
– cara, eu mato o Bernardo!

– Fim da ligação –

Se o Bê não é meu, não é de ninguém.

– MABI NARRANDO –

Procurei meu celular e não achei, nem as minhas chaves. Acho que esqueci na casa do Bê. Depois eu pego. Dormir a tarde toda, acordei só às 22 horas, nem desci, fiquei na cama e dormi de novo.

Sábado acordei cedo e fui no Bê, pedi da tia o meu celular, ela pegou no quarto dele já que ele ainda dormia. Sai pra casa da Carol, passei o dia lá fofocando, ela me levou numa loja e me forçou a comprar um biquíni micro, era lindo, mas meio fio dental, quem sabe eu usaria né?! Voltei pra casa umas 8 da noite pra me vestir, eu e ela íamos comer na praça e depois pra remix, eu ia convidar os meninos.

Cheguei e os vi na calçada, estacionei do lado deles, eu estava com o som do carro super alto, tocando funk. Como eu só fui na Carol, eu tava toda mal vestida, com um short jeans velho e bem curto, uma camiseta colorida cortada acima do umbigo com um ombro à mostra, havaiana e com rabo de cavalo. Desci e fui cantando até eles.
– “... Eu não quero te iludir, eu falo porque tu gosta de escutar, na hora do amor eu falo até que vou casa. Quer fidelidade? Arruma um cachorro... ♪ “
– Uii delíciaaaa – o Caio disse rindo pra mim.
– ah como eu adoro o verão, calor, sol... – Rapha disse me zoando também.
– oi gatos – eu disse sentando no banco com o Fê.
– miauuuuuuu – o Caio disse zoando.
– ai gente, para, assim eu fico tímida – eu disse envergonhada.
– tava onde sem roupa? Ta usando calcinha e sutiã pelo menos Mabi? – o Fê disse bravo.

– diz que não ta diz, preciso imaginar isso – Caio falou de olhos fechados.
– opa, eu quero imaginar junto – o Rapha também disse e todos rimos.
– tava na Carol, passei o dia lá.
– fazendo? – o Fê curioso como sempre.
– porra nenhuma... Aliás, saímos pra comprar biquíni e só.
– e vai estréia–lo quando? – O Rapha perguntou interessado.
– sei nem se vou usar. Carol ta me convencendo ainda. Mas mudando de assunto, deixem–me ir, precisa ficar linda e gostosa pra hoje – eu disse me levantando.
– mas você já é, consegue ficar mais? – o Caio disse.
– ahh Caio, para – eu ri.
– é verdade.
– sei, tudo vindo de você é zoação – eu fiz bico.
– vai ficar tão linda assim pra quem? – Bê perguntou.
– pra vocês – eu pisquei.
– Uiiiiiii morri agora – o Caio disse e todos riram.
– vai onde? – o Felipe perguntou.
– NÓS vamos. Você tem até as 22 horas pra estarem aqui lindos e cheirosos, nós vamos pra remix. E não demorem porque têm que pegar a Carol, quero lanchar também e ir cedo pra remix, beber todas e dançar todas.
– e pegar todos também? – o Caio como sempre.
– isso eu deixo pra vocês – eles riram.
– ahh e passar na casa do Red – eles me olharam – ah gente, vocês acham que eu vo pra pista? Quero VIP, né?! Hoje quero tequila.

Joguei as chaves no colo do Fê.
– estaciona lá na garagem pra mim.

Sai pulando e cantando bem alto.
- “...E que se dane o mundo, e que se dane tudo, eu largo tudo tudo pra poder te ver. E se eu não te vejo, morro em desejo, meu dia fica cinza longe de você... ♪”
– o que ela tem? – o Rapha perguntou pros meninos.
– ela sempre foi assim – o Bê disse rindo.

Parei e voltei lá com eles.
– eu não to nem de calcinha e nem de sutiã – dei uma piscada e sai rindo, claro que eu estava, mas era só pra zoá–los.

Eles ficaram boquiabertos, riram e depois todos foram pra suas casas. Tomei banho e pus um vestido bandage verde esmeralda, tomara que caia e curto, com um scrapim rosa, me maquiei, sequei o cabelo e sai, os meninos já estavam lá na frente.

– Iae, quem vai no carro de quem? – eu sai pelo portão falando.

Os meninos ficaram me olhando. Eles estavam lindos. O Bê e o Lucas estavam parecidos, era até engraçado. O Bê tava com uma camisa social cinza escuro, com os punhos enrolados, lindo demais. E o Lucas também só que a blusa era azul escuro e com o boné virado pra trás.
– Fiu Fiu – o Caio, Rapha e Fê assobiaram.
– gostaram? – eu disse dando uma voltinha – será que consigo tequila hoje?
– tequila não sei, mas você já conseguiu meu coração gata – o Caio disse chegando perto de mim.

Todos rimos.
– to indo com o Rapha, quem vai? – disse o Caio.
– eu e o Fê vamos no meu carro porque temos que pegar a Carol, mas preciso de alguém pra me trazer de volta, quem vai? – eu disse e logo o Fê se ofereceu.
– borá conosco Lucas – o Fê chamou.

Entramos no carro e o Bê foi com o Caio e o Rapha.
– você ta lindo Lucas – eu disse me virando pra trás.
– obrigada e você conseguiu.
– o que?
– ficar mais linda do que já é.

Eu corei e sorri. Ao contrário dos meninos, o Lucas falava tudo com muita sinceridade, eu adorava isso. Pegamos a Carol, ela também estava de vestido, só que era de alcinha, mas era colado. Ela chegou na porta do carro e mandou eu ir pra trás.
– afff mandona, o carro não é seu não, viu?! – eu disse sentando no banco de trás.
– nem seu, besta – ela deu língua.

O Fê a olhou da cabeça aos pés e ficou hipnotizado por um instante. Nós rimos. Eu logo me encostei no Lucas. Adorava sentir o cheiro dele. Ele me abraçou e eu percebi que o Fê ficava nos olhando pelo retrovisor. Quando estávamos quase chegando a praça o Lucas me beijou.
– já vi que a noite vai ser melosa – o Fê disse zoando.
– quer que a gente saia pra vocês ficarem à vontade? – a Carol falou rindo.

Nem demos bola, terminamos o beijo pouco antes de estacionarmos o carro. Os meninos já estavam lá, sentei entre a Carol e o Lucas. Comemos e conversamos, depois chamei a Carol pra dar uma volta.

– o Bê ta te secando – ela disse.
– eu sei, ontem ele quase me beijou.
– como assim? Você não me contou nada hoje à tarde sua vagabunda!
– esqueci de falar – dei de ombros.
– então diz logo.
– não chegou a ser um beijo, ele ia me beijar, a gente estava encostando os lábios quando a Mel entrou. O barraco dela eu te contei, lembra?
– ah sei, pensei que fosse coisa mais forte – ela deu de ombros – e o Lucas?
– não consigo parar de pensar nele – fiz uma cara triste.
– ta apaixonada?
– não, não sei, acho que não. Ai Carol! Não faz pergunta difícil.
– e o Pedro?
– afff você tem que estragar minha noite, né?!
– tua vida de solteira está acabando, daqui 2 semanas ele chega gata, acordaaaa.
– acho que já acordei. Vou terminar com ele.
– nossa!! E vai viver feliz pra sempre, né?
– ai Carol, não me zoa.
– amiga, amiga, amigaaa quem disse que PV quer te perder? Nunca que ele vai aceitar e tua vida vai virar um caos, tu sabes.
– não me desencoraja.

Paramos perto dos carros e eu liguei pro Diego, a Carol voltou pra mesa.

– Inicio da ligação –

– diz paixão.
– to com saudades – eu disse manhosa.
– owww que linda. Já peguei os VIPS, me liga quando tiver na porta da boate.
– eita, nem liguei pra isso, só quero conversar.
– podemos ir pra lá casa de novo? – ele riu malicioso.
– não seu safado! É conversa séria, de irmão.
– ta, amanhã à noite, porque daqui 30 minutos estaremos bêbados mesmo.

Eu ri e concordei.

– Fim da ligação –

Quando eu tava indo pra mesa chega msg no meu celular, era da Carol.
“Marreco, me encontra aqui no estacionamento perto daquela árvore grandona.” Fui lá, a encontrei e encostei-me ao carro.
– matem as saudades e não demorem – ela disse pra mim e pro Lucas que estava chegando.

Nós rimos, ele veio me segurou pela cintura, me encostou no carro e começamos a nos beijar. Ficamos por uns 15 minutos assim e paramos.
– ta me olhando assim por quê? – ele perguntou enquanto eu o encarava.

– to pensando no que você deve ta pensando de mim.
– que você é linda, inteligente, gostosa, carinhosa, cheirosa, maravilhosa e todos os osas de bom... – disse enquanto beijava meu pescoço, eu ri.
– não to falando disso. Tipo, a gente ficou ontem e ta ficando hoje, eu to adorando. Gosto de você de verdade, quero outras vezes, mas eu tenho namorado, você sabe e... – ele me interrompeu.
– sei que não temos nada sério. Eu sei Mabi, você não vai ferir meu coraçãozinho não.

Eu ri e o beijei.
– e o Bernardo? – ele disse após o beijo.
– o que tem?
– vocês se gostam, de verdade, não é como eu, que a gente se curte, gosta de ficar juntos, mas é paixonite. Com você e o Bernardo é amor.
– o Bê já me magoou, não sei se eu conseguiria namorá–lo e também não sei se eu conseguiria terminar com o Pedro.
– por quê? Você gosta dele mesmo?
– não, quer dizer... Eu acho que gosto mais de você do que dele – eu disse sem graça e ele riu, mas era verdade – eu já amei o Pedro, mas ele não soube lidar com isso, quando viu que tava me perdendo aí passou a me amar, mas eu já não sentia o mesmo. Nem sei por que estamos juntos, toda vez que eu quero terminar ele inventa algo e acabamos voltando. Dessa vez eu quero de verdade.
– vai ficar com o Bernardo ou quer aproveitar a vida?
– ah quero aproveitar a vida – eu o beijei – e ficar com você sempre que der – disse ao final do beijo e ele sorriu – Lucas, desculpa, viu?! Eu não devia ter te envolvido nessa confusão toda que ta minha vida.
– você não me forçou, entrei porque eu quis – ele disse piscando pra mim.
– isso nunca aconteceu, eu sempre ficava com outros meninos só pra me divertir e depois não os via mais, com você é diferente.
– você não está presa a mim, se quiser ficar com outros sinta–se à vontade.

– ah, também não to te prendendo não, viu? Vai que um dia não dá de nós ficarmos e você vai ficar chupando o dedo... Longe de mim, pedir esse tipo de coisa de você, pegue todas que quiser – eu disse o abraçando – mas termine a noite comigo – eu disse no ouvido dele.
– chega aí pombinhos, o Fê já me ligou te procurando Mabi, borá pra lá – disse a Carol se aproximando.

Beijamos-nos e eu sai com ela pra pista, dançamos 2 músicas e o Caio e Rapha apareceram nos chamando pra ir embora. O Lucas já estava com eles, mas falando ao celular. Chegamos na boate, peguei os VIPS com o Diego, ele estava de mãos dadas com uma guria bonita. Entramos e fomos dançar.
Eu não tinha beijado ninguém ainda na boate, a Carol já tinha ficado com uns 3, o Lucas tava bebendo na dele sentado na mesa sozinho, o Caio, Rapha e Fê tinha sumido, deviam está pegando e o Bê tava sozinho no bar. Fui ao bar, pedi uma tequila e o barman me deu e me cantou. Eu só sorri e sai dançando. O Bê viu e riu também. Fui à mesa e chamei o Lucas pra dançar. A Carol logo chegou, depois os meninos e ficamos dançando juntos.  O Rapha chegou em mim e disse no meu ouvido.
– eu queria um beijo.
– hoje eu to acompanhada, mas a Carol quer, vai lá.
– claro, mas se quiser to aqui – Ele sorriu.

Foi lá com a Carol e eles se beijaram. Aproximei-me do Lucas e dancei com ele. Um dos amigos do Bernardo se aproximou de mim e me puxou pelo braço.
– o que é isso Leo?
– se você ficar quietinha, eu fico caladinho pro PV – ele disse e foi me agarrando, beijando meu pescoço.

O Lucas veio e me puxou.
– se você não ficar longe dela, eu e meu amigos quebramos a tua cara.
– calma amiguinho... Eu não quero brigar, me deixa em paz com ela e eu não parto essa tua fuça de Mané.
– ou você sai daqui, ou eu envio pro PV esse vídeo aqui que minha amiga gravou de você tentando agarrar a namorada dele – o Lucas disse apontando pra Carol com o celular na mão.

O Leo se afastou e eu abracei o Lucas e a Carol.
– obrigada amores.

– de nada amor – a Carol disse.
– vocês gravaram mesmo? – eu perguntei.
– não.

Olhei pra eles e ri, ri muito. O Lucas me puxou pela mão, fomos pra um canto menos cheio e continuamos a dançar, os meninos tinham ido conosco e também estavam dançando. Eu fiquei provocando o Lucas por umas 3 músicas até que ele não agüentou. Pegou-me pela cintura e me beijou, com um pouco mais de intensidade que das outras vezes. Os meninos olharam assustados e ficaram comentando. O resto da noite toda eu fiquei dançando juntinha dele e nos beijando. Eu não tava mais nem aí. Algumas vezes que eu fui no bar, vi o Bernardo com uma menina, mas aquilo não tava mais me afetando. Às 6 da manhã saímos da boate.
– quero tomar café, to faminta – eu disse.
– claro, o Lucas sugou todas tuas energias – Caio me zoou.
– vamos ao mercadão – o Fê disse.

Fomos até lá, tava lotado de gente voltando de festas, sentamos e começamos a comer. O Lucas deitou a cabeça na mesa e ficou de olhos fechados. Logo vimos a Mel, Natasha e Karen chegando, elas nos olharam feio e sentaram a mesa na frente da nossa.
– mal amadas – disse a Carol – quem delas que é a fim de quem aqui?
– a Natasha que é apaixonada pelo Rapha e pega o Lucas – o Fê disse – já a Karen pega o Caio.
– caralho que me pega, sai daí Mané – o Caio disse puto enquanto comia e todos riram.

A Mel chegou a nossa mesa.
– Bê posso falar contigo?
– já ta falando – ele disse seco e todos nós rimos.
– é sério Bernardo, você pode vir comigo?
– não, to comendo, ta vendo não?
– Bernardo para de graça, precisamos conversar – ela disse quase chorando.
– eu não preciso – ele deu de ombros.

Ela ficou parada olhando pra ele e todos nós olhando pra ela, ele olhou pra gente, olhou pra ela, fez cara feia e saiu com ela lá pro estacionamento. Nós rimos da cara dele. As meninas lá da mesa ficaram nos olhando feio. A Carol pra provocar sentou no colo do Rapha e o beijou. A Natasha ficou puta, levantou e foi lá conosco.
– Lucas, você pode vir aqui comigo?
– ele não vai não, ta ocupado – eu disse rindo cínica pra ela.

Era obvio que ela queria usá–lo pra fazer um ciúmes que o Rapha se quer sentia. Eu não iria deixá-la usar Lucas desse jeito.
– desde quando você responde por ele?
– desde agora.
– dá licença Mabi, to falando com ele e não com você.
– você escutou Natasha, a Mabi não deixa eu falar contigo – o Lucas disse sorrindo.
– qual o problema de vocês hein?! – ela estava irritada.
– eu to ocupado, dá licença – o Lucas falou levantando a cabeça da mesa.
– com o que Lucas? – ela falou quase gritando.
– me beijando – eu disse e dei um beijão nele.

Os meninos riram e ela ficou olhando furiosa e se virou pra ir.
– vadia – ela disse baixo.

Eu peguei uma bisnaga de katchup e espirrei nas costas dela e me virei discretamente, todos riram e ela nem viu, foi pra mesa dela.
– vamos galera? Perdi a fome – o Bê disse sentando a mesa.
– o que ela queria? – o Fê perguntou.
– conversar.
– o que?
– blá blá blá, mi mi mi, blá blá blá, mi mi mi...

Todos rimos, pagamos e saímos. A Carol ia dormir lá em casa, deixamos o Lucas na casa dele, demos um beijo delicioso no carro e fomos pra casa.
Eram 7:30 da manhã quando entramos em casa, papai e marta estavam tomando café.
– servidos? – a marta brincou.
– já tomamos – eu disse.
– isso são horas? Vocês não acham perigoso passar a noite toda na rua não? – meu pai disse bravo.
– claro que não Roberto, por isso chegamos agora, estávamos esperando amanhecer – o Felipe disse.
– pro castigo os 3, agora!
– eu também tio? Poxa... – disse a Carol triste.
– deixa de coisa Roberto, deixa as crianças. Subam e vão descansar. – a marta nos defendeu.

Corremos pro quarto, tomamos banho e ficamos deitadas na minha cama que como era de casal, então iríamos dormir juntas. Domingo acordamos só à tarde, umas 4 horas, nem fomos pra piscina. Estávamos de ressaca. Comemos alguma coisa e ficamos vendo TV até à noite. Meu pai chegou e o Felipe já tinha ido dormir de novo. Chamamo-lo, comemos pizza e vimos filme até pegar no sono, quase todo domingo meu pai fazia isso. Depois deixamos a Carol em casa e cai na cama.

Passou se duas semanas e tudo estava indo as maravilhas, eu e o Lucas estávamos cada vez mais juntos e eu nem me lembrava do Pedro.

Até que se iniciou a maldita semana, o Pedro voltaria de viagem e era a última das férias. Pra aproveitar a Carol ia pedir da mãe dela pra passar essa ultima semana na minha semana.

Na segunda pedi pro meu pai levar eu e a Carol na base aérea porque queríamos conhecer os aviões. Acordei cedinho e liguei pra ela, passamos pra pegá–la e saímos pra base com papai e o Felipe. Almoçamos com ele, a Carol ligou pra mãe dela e meu pai conversou com ela, que a deixou ficar até sábado lá em casa. Voltamos à noite pra casa e fomos nós três lá pra calçada com os meninos.
– buenas! – eu os cumprimentei.
– chegou a serelepe – o Caio riu.
– ta morando aí agora Carol? – o Rapha perguntou.
– até sábado ela também é minha irmã – o Fê disse agarrando ela por trás.
– aii Fê, sai...
– corteeee Felipe! – os meninos bagunçaram.
– ta vestida hoje Mabi, o que houve? – o Bê me perguntou irônico.

Eu vestia uma calça jeans, sapatilha, uma regata amarela e um casaquinho branco fofo.
– ah, estávamos na base com o papai – eu disse sem graça e ele sorriu.

Eles perguntaram como era lá e ficamos contando. Eu ainda estava em pé, dei a volta por trás do banco que o Lucas estava e mexi com ele.
– olha, o boné descolou da cabeça – eu disse mangando por ele estar sem boné.

Sentei ao lado dele e ele me mostrou o boné na mão dele, eu peguei e pus em mim. Ficamos lá conversando bobagens até perto de 1 da manhã, o clima tava legal. O Bernardo não implicava mais comigo, fazia dias que não brigávamos, mas ele ficava me olhando direto. Deu a hora e entramos. Tomamos banho, eu vesti uma camiseta e uma calcinha pequena e a Carol pôs um baby doll meu que ela adorava. O sono não vinha, ficamos conversando.
– me responde uma coisa? – ela pediu.
– até duas.
– vai rolar com o Lucas?
– não parei pra pensar ainda – fiz uma pausa – Se continuarmos juntos deve rolar. Sabe que é disso que eu gosto “na gente” – fiz aspas com os dedos– com ele sempre uma coisa é conseqüência da outra. Não tem nada solto na história.
– entendo, não é aquela coisa que você fica com um cara pra transar, o sexo rola como conseqüência dos sentimentos.
– é, você me entende – eu me calei por um instante – isso só aconteceu com o Bernardo – eu disse triste.
– porque você não fica com ele pra saber como se sente?
– não, prefiro ficar sem saber mesmo. E você ai já me incentivando a voltar com ele é? Cadê a raiva que você tinha? – eu zoei.
– ah, só quero que você seja feliz. Já passou, ele errou ou não, e ta pagando com a Mel os pecados – nós rimos.
– Diego ta sumido... – ela disse se perdendo nos pensamentos.
– acho que ele ta com alguém e não quer nos contar. O vi de mãos dadas com uma menina na boate.
– hum... Vamos ligar pra ele depois então.

Nisso o Felipe entrou no quarto, estávamos deitadas na cama de bruços e ele deitou no nosso meio.
– meu sonho.
– ahn? – nos olhamos sem entender.
– pegar vocês duas – ele disse passando a língua nos lábios.
– ahhh vaza Felipe, quer morrer? Se alguém entra aí... – eu disse.

Ele levantou e trancou a porta.
– pronto. Agora só se for de tesão.

Ele pulou na Carol e começou a beijá–la. Eu levantei e fui em direção da porta para destrancá–la, bateram na porta e rodaram a maçaneta. O Felipe ficou roxo.
– tira a blusa Carol, rápido. Fingi esta se vestindo.

Ele disse e correu pro Box do banheiro. Eu destranquei a porta e a Carol fez o que ele disse.
– algum problema Mabi? – era a marta.

– não marta, só a Carol que ta se vestindo. Tranquei pro enxerido do Felipe não entrar sem bater.
– ah sim, dorme com a porta trancada que é até melhor, assim ele não entra de surpresa. Vou dormir, vim só dá boa noite, eu estava analisando uns casos. Beijos.

Esperamos um pouco e ouvimos a tranca da porta deles. O Fê saiu do banheiro e rimos. Apaguei a luz do quarto, deixando só meia luz do abajur e fui expulsar o Felipe.
– vazaaaa.
– ah não, vamos continuar – o Fê disse vindo pra cima de mim.
– melhor não fel... – ele me interrompeu com um beijo.

O beijo era tão bom que eu me deixei levar, quando me dei conta ele tinha trancado a porta e me encostado na parede, pressionando o corpo dele sobre o meu. A Carol estava sentada na cama olhando, ela parecia um pouco assustada, mas muito menos do que eu. O Felipe começou a me apalpar, pegou nos meus seios por cima da blusa e depois beijou meu pescoço. Olhei pra ela e ela deu um sorriso malicioso e deitou na cama. Eu virei o rosto do Fê e a mostrei pra ele. Ele me deu mais um beijo e foi lá com ela e a beijou. Eu tava tímida, era uma coisa que eu queria, mas estava morrendo de vergonha.
O Fê se virou pra mim e me chamou com o dedo. Eu fiquei imóvel, a Carol quebrou o clima tenso e deixou mais tenso pra mim.
– até onde você quer ir Felipe? – ela perguntou.
– quero transar com as duas. Se não quiserem vocês nem se tocam, mas eu quero as duas – ele disse com cara de safado.

Ela levantou e me chamou até o banheiro.
– amiga, você ta pálida, ta bem? – ela me perguntou.
– to morrendo de vergonha Carol.
– eu também, mas você quer?
– e você? – respondi com outra pergunta.
– eu quero, mas to um pouco constrangida – ela fez uma cara feia.
– amiga, de cara limpa eu não consigo não. Preciso de vodka pra isso.

Ela riu. Saiu do banheiro e me puxou.
– Felipe, nós não estamos preparadas agora. Pode ser em um final de semana que tenhamos bebido pra criar coragem? – ela disse.

– pode, sem problema amores, não vou forçá–las a nada. Vou pro quarto, não quero que vocês fiquem mal por mim.

Ele disse e saiu. Nós deitamos na cama em silêncio e dormimos.

Na quarta acordamos às 9:00 tomamos café e ficamos no notebook. Na hora do almoço todos estavam em casa, comemos juntos à mesa. À tarde cochilamos e lá pelas 3 horas nos arrumamos pra ir pra piscina do clube. A Carol tinha ido ao banheiro lá de baixo tomar banho porque eu tava tomando no do meu quarto. Resolvi colocar o micro biquíni que ela comprou pra mim. Ele era marron, rosa e amarelo, com listras grandes, a calcinha era pequena, de amarrar ao lado, um pouco pequeno e em cima era de bojo e amarrava no pescoço. Era lindo, mas eu costumava usar biquínis maiores atrás. Na hora de colocar a parte do pescoço a alça engatou na correntinha que o Diego havia me dado. Tentei desengatar, mas não conseguia. A Carol não voltava e eu já estava com os braços cansados de ficar segurando o biquíni, porque se eu largasse, ele podia romper a corrente. Fui direto pro quarto do Fê, a porta estava só encostada, com uma fresta aberta, virei de lado e abri a porta com o bumbum, entrei sem olhar, fiquei de costas e já fui falando.
– Fê me ajuda aqui, essa porcaria de biquíni engatou na minha correntinha.

Ficou um silêncio, olhei pra TV e vi um jogo de PS2 rodando. Aliás, estava parado sem pause. Olhei pra trás e estava o Felipe e todos os meninos me olhando, imóveis, ninguém falava nada e nem se mexia.
– desculpa gente, não sabia que vocês estavam aqui – eu disse corando.
– tudo bem, não se vira, fica assim que a gente te ajuda – o Caio disse.

Eu já sabia que ele tava me zoando. Virei-me e disse.
– gente isso é sério.
– m–u–i–t–o – o Rapha disse gaguejando.
– Lucas me ajuda aqui, não quero quebrar minha correntinha.
– e só em pensar que eu já tive e perdi isso... – o Bê disse olhando pra mim.

O Lucas também não se mexia, a Carol entrou no quarto também de biquíni, mas com uma canga enrolada na cintura.

– puta merda! Eu não sabia que podia ficar melhor – o Caio disse.
– seus bando de virgens! Nunca viram mulher de biquíni não é? A praia ta cheia – a Carol disse fingindo estar brava.

Os meninos nem responderam. A Carol desengatou meu biquíni e soltou as alças, eu fiquei segurando apenas o bojo com as mãos nos seios.
– ta cada vez melhor – o Rapha disse.
– vocês podem se beijar? – o Caio disse irônico.

Nós olhamos para ele com cara feia. A Carol amarrou meu biquíni e saiu.
– Lucas, eu to com teu boné, você quer agora? – eu perguntei.
– não Mabi, outra hora você me dá – ele disse sorrindo.

Eu também sorri e sai do quarto.