Fanfic: Nem sempre o amor pode está certo. 1º Temporada e 2º Temporada | Tema: web novela

Depois disso eu nunca mais havia tentado nada com Tati. Nossa amizade deu uma esfriada. Não fazia nem mais coisas juntos. Ela só andava com o Fred. Na quarta à noite houve uma palestra na faculdade e fomos liberados cedo. Então a Mabi iria lá pra casa. Iríamos fazer o trabalho. Quando ela me ligou o pessoal estava lá em casa, com exceção ao Téo e a Luiza que já tinham saído de lá. Ela tocou a campainha e o JP que atendeu.

– o Bernardo – ele entrou na cozinha me chamando – aquela tua ex namorada gostosa está aí querendo falar contigo.

– a Mabi? – perguntei franzindo a testa.

A Liane e a Raquel olharam feio pro JP e a Tati já tinha fechado a cara.

– boa noite – a Mabi disse entrando na cozinha.

– oi Mabi – sorri pra ela – entra aí.

– acho que to atrapalhando, né?! – ela disse.

– ah não – a Raquel se intrometeu – vamos ver um filme. Quer ver conosco? – ela tentou ser simpática.

– obrigada, mas é que nós combinamos de fazer um trabalho hoje – ela disse um pouco constrangida.

– sem problema. Faremos no meu quarto – eu falei – pode ser?

– claro – ela sorriu.

– gente, se der tempo eu vou ver o final do filme, ta? – eu disse antes de irmos pro quarto.

Deitei na cama e ela sentou na escrivaninha.

– por onde começamos? – perguntei.

– que tal pelos livros? – ela disse rindo e me esticou um livro.

Lemos, lemos e lemos. Depois de uns 40 minutos lendo e mostrando um ao outro alguns assuntos interessantes pro trabalho, decidimos começá–lo. Eu selecionei algumas coisas, ela copiou outras e assim fomos fazendo.

– Bê, posso ir beber água? – ela pediu.

– claro – sorri a ela que se levantou e saiu do quarto.

Enquanto Bernardo continuou com a cara enfiada nos livros, Mabi foi até a cozinha. Chegando lá deparou–se com Tatiana preparando mais pipoca.

– oi – Mabi disse um pouco desconfortável.

– ah, oi – Tati falou com a cara fechada.

– vou só beber água, ta?

– claro – Tati deu de ombros.

Mabi se dirigiu até a geladeira e se serviu de água. Tati se virou pra trás e a olhou.

– você é a ex namorada do Bernardo, né? – Tati perguntou.

– é. Já namoramos duas vezes – ela respondeu naturalmente.

– foi você quem deu aquele ursinho a ele?

– sim. Ele me deu na primeira vez em que namoramos e eu o devolvi agora – ela sorriu pra Tati querendo ser simpática.

– porque você deu a ele? – Tati se sentou a mesa e olhou para Mabi de forma curiosa.

– eu dei a ele para ele sempre se lembrar de mim – Mabi continuou sorrindo e sentou-se à mesa junto com Tati – ele me deu esse colar em troca – ela disse mostrando o colar que estava no seu pescoço.

– você ainda gosta dele? – ela perguntou.

– eu o amo – Mabi disse séria e abaixou a cabeça. Tati ergueu as sobrancelhas surpresa.

– ama? – ela perguntou. Mabi levantou a cabeça e olhou para a Tati sorrindo.

– não dessa forma que você está pensando.  Eu amo meu namorado, o Lucas. Mas o Bernardo foi e vai continuar sendo uma pessoa muito especial na minha vida.

– hum... – Tati murmurou – mas acho que o Bernardo te ama de outra forma.

– acho que não Tatiana. Ele já superou isso – Mabi respondeu sorrindo.

– eu acho que não. Ele ainda gosta de você e muito.

– to achando que na verdade é você quem gosta dele – Mabi disse para Tati, que logo corou.

– claro que não. Você está ficando doida – ela riu e fez um gesto como se aquilo fosse loucura.

Nesse momento o celular de Mabi tocou. Ela tirou do bolso e olhou. Era Carol.

– preciso atender, é minha amiga, e depois vou terminar o trabalho – Mabi falou se levantando.

– ta certo – Tati sorriu.

Mabi atendeu o celular e pediu que Carol esperasse um pouco.

– posso só te dar um conselho? – falou para Tatiana que assentiu com a cabeça – se você gosta mesmo dele, faça o que tiver que fazer antes que seja tarde demais. Você não imagina como dói perder as pessoas. Ainda mais perder algo que você se quer teve.

Deu uma piscada pra Tati e voltou pro quarto, onde Bernardo o esperava para terminar o trabalho. Quando lembrou-se da ligação.

– oi Carol – ela falou.

– Mabi, onde você está?

– to na casa do Bê.

– como assim na casa do Bernardo? – ela perguntou surpresa.

– to fazendo trabalho Carol – ela respondeu revirando os olhos e eu ri do jeito dela.

– sua safada! Ta sozinha com ele?

– Carol, depois a gente conversa, viu?! – ela disse com impaciência.

– não desliga – Carol gritou – estão fazendo trabalho mesmo? O Lucas sabe que você está aí? – perguntou empolgada e surpresa ainda.

Mabi olhou pra mim com cara de tédio.

– bê, vou falar com essa insolente e já volto, ta?

– ta – falei rindo.

Ela saiu do quarto e ficou no corredor.

– Carol dá pra me deixar terminar o trabalho? – ela disse furiosa.

– ta bom amiga – Carol dizia rindo – mas vocês estão sozinhos aí? – perguntou ainda com empolgação.

– estamos Carol. Estamos no quarto dele – Mabi revirou os olhos novamente.

– Hum... Ah se o Lucas sabe disso...

– ele sabe Carol. Não enche o saco.

– mas não sabe onde estão – ela disse sugestiva.

– Carolina! – Mabi a advertiu – não to gostando da brincadeira. Você sabe que eu amo o Lucas. Jamais faria qualquer coisa.

– eu sei amiga, eu sei. Mas depois daquele dia que eu te falei que o vi no carnaval e você ficou toda interessada... Sei não.

– não fiquei interessada – Mabi disse indignada.

– ah ta marreco! Claro que não, né?! – Carol usou de ironia – você só me disse que o achou mais maduro e que voltaria com ele se não tivesse o Lucas...

– pois é. SE não tivesse, mas eu tenho...

– ta bom Mabi. Ta bom. Vai fazer teu trabalho vai – Carol disse rindo.

Mabi desligou o celular, irritadíssima e voltou para o quarto de Bernardo.

– o que ela queria? – perguntei quando a vi entrar.

– encher minha paciência – ela disse bufando – vamos terminar isso? Preciso ir pra casa.

– tudo bem – dei de ombros – mas você está bem? Está pálida.

– tudo ótimo – ela disse sorrindo – só a Carol que me tirou d sério agora.

– hum... – murmurei – mas o que aconteceu?

– nada.

– então ta – fiz um bico e uma careta – se não quer contar...

– não é nada Bê – ela riu.

– Bê – sorri e abaixei a cabeça – sinto falta de me chamarem assim.

– as meninas não te chamam assim?

– não – falei um tanto triste – apesar de estar sendo bom conhecê-los, ainda sinto falta de vocês.

– e porque você não dá uma passada lá no condomínio?

– ah não dá tempo... Final de semana eu costumo dormir até tarde e fazer trabalhos... À noite saímos, e aposto que vocês também não estão lá.

– e porque não passa as férias do meio do ano lá na casa dos teus pais? – ela perguntou.

– é, pode ser – sorri – gostei da idéia.

– aí poderemos sair todos juntos e aos poucos você vai voltando a ter contato com os meninos – ela sorriu e voltou a digitar o trabalho no computador.

Olhei-a sorrindo e voltei ao trabalho. Era difícil ficar tão perto, mas ao mesmo tempo tão longe dela. Aquilo ainda me doía e não tinha Suzana que desse jeito. Depois que terminei minha parte no trabalho fiquei pensando na reação da Tati quando a Mabi chegou.

– naquela hora que você foi beber água, você demorou – eu disse – aconteceu alguma coisa?

– é que eu estava conversando um pouco com a Tati – ela disse dando de ombros.

– sério? Eu sempre achei que ela não gostava de você – eu disse surpreso.

– então... Por isso que eu conversei com ela. Acho que está tudo bem agora.

– que bom – eu sorri – descobriu porque ela não ia com a tua cara?

– acho que ela gosta de você – Mabi respondeu com um sorriso malicioso em seus lábios.

– você está ficando doida – eu disse – ela sempre foge de mim. Não tem como ela sentir qualquer coisa – eu disse balançando a cabeça negativamente.

– foge? – ela perguntou surpresa – você já tentou alguma coisa com ela?

– hã... Já a beijei – eu disse franzindo a testa – mas ela pareceu não gostar muito.

– então você está a fim dela também? – ela perguntou sorrindo.

– então, se concentra no trabalho. Vai – pedi tentando mudar de assunto.

– mas você está ou não a fim dela? – ela insistiu.

– to saindo com outra pessoa Mabi – eu disse um tanto rude.

– desculpa Bernardo, eu não...

– ta tudo bem Mabi. Eu... – fiz uma pausa – desculpa, não queria ter sido rude com você – falei respirando fundo.

– ta – ela disse ainda assustada – vamos terminar logo aqui, porque o Lucas está me esperando.

[...]

Alguns dias se passaram e minha relação com a Tati estava cada vez mais distante. Ao contrario do que estava acontecendo com a Suzana. Estávamos sempre muito juntos e saindo com uma freqüência maior. Isso acontecia entre Fred e Tati. Eles estavam saindo muito mais do que antes. A amizade deles parecia intensa e cada vez mais isso vinha me incomodando. Na quinta feira o JP e o Téo sairiam com a Liane, Luiza e Raquel. Eu preferi alugar um filme e chamar a Tati pra assistir comigo. Resolvi chamá-la para ir comigo até a locadora, mas não a achei em lugar nenhum. Desci até a frente do prédio e encontrei apenas JP e o Téo conversando. Eles esperavam pelas meninas.

– e ai Bernardo – JP me cumprimentou.

– e ai JP. E ai Téo – cumprimentei os dois – vocês viram a Tati?

– O Fred me disse que eles iriam pro cinema hoje – JP disse.

– ah sim – falei decepcionado – vou ali pegar um filme. Tchau pra vocês.

Fui até a locadora e peguei um filme qualquer. Voltei pro apto e assistir sozinho. Naquele dia eu estava tão chateado que nem com vontade de ligar pra Suzana eu estava. Depois que o filme acabou, fiquei deitado na cama pensando. Eles foram ao cinema, sozinhos e sem convidar ninguém, aquilo me intrigava. Permaneci acordado, esperando eles voltarem. Assim que a Tati abriu a porta, mandei uma mensagem pro Fred, dizendo que queria falar com ele.

– oi Bernardo – a Tati disse sorrindo quando entrou na cozinha. Eu estava comendo pizza que pedi pelo telefone – comendo a essa hora?

– o que tem? – perguntei de forma rude.

– nossa! – ela exclamou – só fiz um comentário – ela disse me olhando feio.

– pois é, já está tarde, né? – falei enquanto olhava no relógio.

– quinze pra meia noite – ela parou por trás de mim e se debruçou sobre meu ombro, olhando em meu relógio também – vou dormir. Amanhã de manhã eu tenho aula – me deu um beijo no rosto e saiu andando – boa noite.

– boa noite – respondi um pouco desnorteado. Ela exalará um perfume incrível – quer que eu te deixe amanhã na universidade? – perguntei gritando.

– não. Vou com o Fred, temos aula juntos – ela disse antes de entrar no quarto.

Terminei de comer, pus uma camisa e fui até o apto dele. Se eu já estava irritado, ela havia conseguido me irritar mais ainda.

– o que houve? – ele perguntou quando sentamos no sofá.

– preciso te perguntar uma coisa Fred – eu disse sério.

– fala. To preocupado – ele sorriu.

– você está a fim da Tati?

– você está perguntando isso por quê? – ele perguntou um pouco surpreso.

– está ou não está? – insisti.

– não – ele disse rapidamente – mas me diz por que quer saber.

– não sei Fred. Eu não to me sentindo legal com essa relação de vocês. Não sei por que isso me incomoda tanto... – falei rapidamente, quase embolado.

– talvez porque você esteja a fim dela... – ele ergueu as sobrancelhas.

– não estou não – falei em tom de negação.

– tem certeza Bernardo? – ele ergueu as sobrancelhas.

– ah Fred... – joguei minha cabeça no assento do sofá e suspirei – eu não queria. Eu tentei, juro pra você que tentei

– tentou o que Bernardo? – ele perguntou confuso.

– não gostar da Tati – respondi sorrindo de um jeito nervoso.

– então você gosta dela... – ele riu e balançou a cabeça – eu já sabia disso há muito tempo.

– mas eu não queria... Ela não é o tipo de mulher pra mim.

– porque não? – ele perguntou surpreso pelo o que eu havia falado.

– primeiro porque moramos juntos... E se não der certo? E se brigarmos? E se rolar algo e depois terminar? O clima vai ficar péssimo Fred... E depois, acho que não estou acostumado com uma garota tão pura – eu disse rindo e ele riu também – nunca fiquei com uma assim.

– você só vai descobrir essas coisas, se tentar. Fala com ela, diz o que você está sentindo, vai que dá certo entre vocês – ele disse de uma forma desinteressada.

– você tem certeza que não senti nada por ela? – perguntei franzindo a testa.

– claro que não – ele sorriu pra mim.

– não sei o que fazer – falei pensativo – será que ela gosta de mim?

– não sei Bernardo. Ela nunca me falou nada – ele deu de ombros.

– seria tão mais fácil se fosse com a Suzana, mas não deu. Em três meses eu não consegui me apaixonar por ela.

– e porque ainda fica com ela?

– não sei Fred. Ela me satisfaz – falei me levantando – vou ir dormir agora. Valeu por conversar comigo tão tarde.

– precisando, eu estou aqui – ele disse.

[...]