Fanfic: Em Nome Da Verdade Portiñon (FINALIZADA) | Tema: RBD

A audiência de Alfonso sairá exatamente como ele havia previsto. Vencera, ou seja, conseguiu condenar o réu. Mais Anahí sequer prestou atenção ao julgamento. Tanto que durante o jantar num restaurante muito charmoso na avenida principal, teve que inventar comentários a respeito da atuação do marido, pois não se lembrava de nada. A discussão com Maite não a deixava em paz:
-Esteve ótimo, como sempre querido. - A comentou tentando parecer interessada.
-Foi perfeito. Tenho que dizer isso!- Ele estava muito satisfeito, feliz e realizado.
Ela apenas sorria para o marido que já tinha as faces coradas devido ao consumo exagerado de vinho. Ele sempre exagerava quando comemorava algo e principalmente em fins de semana. Ela já nem se importava mais. Apenas se comprometia a dirigir na volta pra casa.

Já estavam em casa e após um longo banho, Any resolveu descer até a sala. Queria ficar um pouco a sós com seus pensamentos. Alfonso chegava ao ponto da inconveniência quando estava embriagado. Então agora que o via dormindo, resolveu analisar novamente o dossiê de Dulce.

Desceu as escadas da casa de três andares, num estilo tropical, em madeira escura e tijolos vermelhos. Tudo criação de Anahí, juntamente com o amigo arquiteto Christian. Na época ela ainda não era casada, sua intenção era ter a casa só para si, no entanto alguns meses apenas antes de mudar-se pra casa nova ela conheceu Alfonso e um ano depois já estavam casados e morando em sua casa. Ele, na época havia sugerido que comprassem uma casa mais convencional, afinal logo teriam filhos e ele considerava aquele loft muito perigoso a uma criança, devido a falta de paredes em vários cômodos, principalmente nos cômodos superiores. Na época ela havia dito que ainda era cedo para pensarem naquele assunto, pois ela não tinha a menor intenção de mudar-se de seu reduto, o lugar que ela mesma criara. Cercado de plantas e árvores por todos os lados, e dentro de casa inclusive ela mantinha vários vasos de plantas e jardins. Gostava daquilo, gostava da natureza, se não tinha tempo pra passeios ecológicos ou algo do gênero, ao menos quando estava em casa podia usufruir disto. Faltava apenas um animal, mais isto Poncho não queria de maneira alguma.

Anahí desceu até seu escritório, usava apenas uma fina camisola branca, os cabelos soltos, pés descalços e uma xícara de café em uma mão e o dossiê na outra. Já era a quarta vez que lia aquele documento, e ainda não conseguia entender.
Ao que parecia a ré era uma mulher idônea, uma cidadã comum, 25 anos, solteira, dona de uma clínica de relaxamento e autoajuda. Boa filha, boa irmã e principalmente boa tia.
Dulce não conhecia seu pai, que tinha descendência japonesa. Mais vivera com a mãe apenas, nem ao menos o sobrenome do pai ela levava. Mais sua mãe Blanca casara-se novamente e dera-lhe um pai. Blanca tivera com Augusto mais dois filhos Lara e Fernando gêmeos que hoje com 20 anos. Lara era casada e tinha um filho. Dulce, além de tia de Maurício era ainda madrinha dele. Tinha-o como seu filho. Sempre ajudava a família, muito dedicada a eles.
Residia sozinha em uma edícula, nos fundos da clínica. Que se situava num bairro de classe média na cidade, enquanto que o resto da família residia no centro em um modesto apartamento.

Na última página do documento havia uma fotografia de Dulce. Anahí observava aquele olhar, ela havia sido tirada três anos antes, no dia em que Dulce havia sido presa. Cabelos num estilo repicado nas pontas, ruiva, olhos levemente puxados e castanhos. Seu rosto estava pálido, muito branco. Any tentava definir o olhar da mulher, e pôde notar que a foto não dizia nada, não existia emoção alguma nela. No momento em que fora tirada, Dulce parecia estar longe dali, em outro plano talvez em um estado de alfa.
Any surpreendeu-se ao perceber o adiantado da hora, já passava das 2 da manhã.
Observou por tanto tempo aquele olhar. Algo a fascinou, mas não havia entendido o que.
Então ela resolveu ir pra cama, teria um sábado muito agitado. Iria falar com Maite.

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Foi um fim de semana bem agitado, como previsto. Anahí a havia percorrido toda a cidade atrás de Maite. Conseguira falar com ela apenas no domingo. Percebera que ela havia dificultado o encontro. Talvez ainda estivesse irritada com Any. Algo que ela ainda não entendia porque Marcou então no apartamento de Maite à tarde. Any ainda achava cedo pra comentar com o marido a respeito do caso que ela estava muito interessada em pegar. Queria primeiramente investigar a respeito. Disse a Alfonso que sairia com sua irmã, iriam ao shopping.
-Pois bem Dra Anahí, o que a trás a minha casa?- Estavam sentadas na varanda tomando um chá. Maite a olhava de uma maneira tão estranha para Any.
-Mai, por favor, tá! Vamos deixar as formalidades pra outro momento. O que me trás aqui é o caso Dulce Maria. Estou disposta a assumir este caso.

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-Não!-Foi à resposta seca e fria de Marcos. - Conheço este caso e você não vai trabalhar nele, entendeu? É um caso perdido.

Estavam a mais de meia hora em seu escritório. E desde que ela havia lhe dito o que tencionava fazer, vira-o transformar-se num animal furioso. - Não vai pegar este caso e ponto final Dra Anahí!

- Dr. Marcos eu posso vencer este caso, sou capaz disto tenho certeza. Li este caso ontem mil vezes e sei que há algo errado, vou descobrir e...
-Você o quê? - Disse ele alterando mais ainda a voz, parando bem a sua frente, inclinado em sua direção encarando-a perigosamente - Quem a autorizou a isto Dra?
- Pensei que como sócia eu...
- Você é sócia minoritária e deve sim que responder a mim tudo o que tenciona fazer, e se vai fazer ou não quem diz sou eu. E digo novamente: Não pegará este caso.
Então ela o encarou da mesma forma. Fazia parte de sua profissão, o poder da argumentação independente de com quem ela estivesse discutindo...

- Por que acha que não posso pegá-lo? Acaso me considera incompetente para tal? Acaso me promoveu a sócia da empresa apenas para ter uma jovem loira entre dez senhores e senhoras de meia idade apenas para dar uma aparência de jovialidade à empresa?
- Cale-se Dra ou...
- Ora Dr. Não quero desrespeitá-lo mais penso que esta na hora de eu provar a todos de que sou capaz sim de vencer por minha competência, e não por sempre ter nas mãos os casos mais "fáceis"!
- Não está raciocinando com clareza doutora. Sua vaidade foi abalada com as palavras da Dra Maite, eu sei, mais está disposta a jogar sua carreira na lata do lixo por conta disto? Para provar o que?

Então ela se levantou e ficou cara a cara com seu superior:

- Provar que ela e o Doutor estão errados. Sou competente e vencerei este caso.
Ele a encarou com um misto de sensações admiração por sua coragem e receio. Ele arriscaria não só o nome de uma de suas mais brilhantes advogadas, mais principalmente o nome da sua empresa.

Então ele deu alguns passos até a janela. Anahí ficou observando-o tentando imaginar o que estaria por vir:
-Vai pegar este caso Doutora - Disse ele ainda de costas pra ela. Any fechou os olhos satisfeitos. Porém antes que pudesse dizer algo, ele continuou: - Iremos dar o suporte que precisar para investigar, interrogar etc.
-Obrigado Doutor eu...
-Mas... - Disse ele agora se voltando e aproximando-se dela:-...se perder este caso estará fora do grupo, fora da empresa.

Ela sabia que Marcos teria uma reação explosiva, mais jamais imaginara que seria capaz de tanto. Fazê-la assinar um termo em que se perdesse aquele caso perderia também todo seu sonho. A sociedade.

Mais a indignação era tanta que na hora ela havia aceitado a proposta e deixara seu escritório confiante. Mais agora, em casa tentava conter o pranto. Temia perder o que mais almejava alcançar em toda sua vida. E agora se questionava por isso. Mais ela iria fazer de tudo pra provar não só a Maite mais a Marcos e a todos que duvidavam de sua capacidade, que era a melhor advogada que já houve naquela empresa.

O presídio feminino onde Dulce se encontrava ficava em uma cidadezinha vizinha. Anahí levou menos de uma hora pra chegar lá. Estava ansiosa em começar a trabalhar. Iria descobrir exatamente que mistério envolvia Dulce e seu crime.


Foi encaminhada até uma sala reservada onde havia apenas uma mesa, duas cadeiras e um relógio de plástico muito velho e de mau gosto. Any sentou-se a espera de sua mais nova cliente. Analisava alguns documentos quando a porta lateral se abriu surgindo um policial e logo atrás dele uma mulher e atrás dela outro policial. Colocou-na sentada na cadeira a frente de Anahí e pararam em frente à porta, com os braços pra trás, atentos.
A mulher sentada à frente de Any era um ser magro, num uniforme azul claro muito grande. A pele parecia mais branca do que na foto. Usava uma bandana preta na cabeça, mantendo ocultos os cabelos. A primeira vista parecia um homem. Mais assim que ela levantou a cabeça e Sofia pode ver seu rosto, percebeu imediatamente que se tratava de uma mulher aparentemente muito frágil. Os olhos dela impressionaram a Any, pois eram olhos castanhos, mais não de um castanho comum, era olhos brilhantes, um castanho mel, brilhavam com um brilho incomum. Assim que Any definiu aqueles olhos. Brilhantes como uma estrela.

- Quem é você? - Foi à pergunta que tirou Any de sua quase hipnose. Ela então encarou Dulce de maneira mais confiante e respondeu:
- Sou sua advogada. - Respondeu simplesmente, observando a mulher a sua frente.
Dulce ao ouvi-la, balançou a cabeça em negativa e apenas sorriu. Parecia debochar da situação.
- Dulce ouça. Quero e posso tirá-la daqui, mais para isso você precisa colaborar comigo, ok!
- Se não me falhe a memória, eu já fui condenada... e pela segunda vez. - Ela parecia tranquila, quase deitada em sua cadeira de forma displicente. Parecia querer provocar Anahí.
Esta respirou fundo e falou:
- Dra Maite recorreu, e passou o caso pra mim e eu vou...
- Vai perder também!- Disse ela levantando-se repentinamente, assustando Any e os policiais que imediatamente seguraram-na.
- Me levem daqui. Levem-me agora, não tenho mais nada a tratar com a Barbie advogada! - A comentou enquanto era novamente algemada, Anahí ficou parada ali, olhando a reação daquela mulher.
Os policiais ficaram com ela ali a sua frente esperando sua resposta, ela olhou diretamente nos olhos da outra ainda impressionada. Então se levantando também e falou:
- Podem levá-la. Mais saiba Srta Dulce Maria que não será fácil assim livrar-se de mim ok! Vamos nos ver ainda muitas vezes. - E aproximando-se de seu rosto, concluiu. -Pode ter certeza disso.
Então eles a levaram. Anahí ficou ali, parada pensando no enorme problema que havia entrado em sua vida. Um problema de olhos inacreditavelmente lindos.