Fanfic: Belo Desastre - Laliter | Tema: Quase Anjos

Apertei os olhos para enxergar sob o sol brilhante, segurando com força as tiras da mochila. A Eastern era exatamente o que eu esperava, desde as salas de aula menores até os rostos desconhecidos. Era um novo começo para mim. Finalmente eu podia andar em algum lugar sem os sussurros daqueles que sabiam ou achava que sabiam algo do meu passado. Eu era tão comum quanto qualquer outro calouro. Eu era ingênua e estudiosa, sem ninguém para me encarar, sem boatos, nada de pena ou julgamentos.

Coloquei minha mochila no chão e sentei na cadeira me curvando para pegar meu notebook na bolsa. Quando ergui a cabeça para colocar o computador na mesa, Peter sentou sorrateiramente na carteira ao lado.

Peter: Que bom! Você pode tomar as notas para mim. – disse mordendo uma caneta e sorrindo, sem dúvida, com o máximo de charme que existia nele.

Lali: Mas você nem está matriculado nessa aula. – meu olhar para ele foi de desprezo. Ele riu e eu não entendi por que.

Peter: Claro que estou. Geralmente sento lá. – apontou com a cabeça para a última fileira. Um pequeno grupo de garotas estava me encarando e eu percebi que havia uma cadeira vazia bem no meio delas, certamente o lugar dele.

Lali: Eu não vou anotar nada pra você. – eu disse ligando o computador. Peter se inclinou tão perto de mim que eu podia sentir sua respiração na minha bochecha.

Peter: Desculpe... Eu te ofendi de alguma maneira? – soltei um suspiro e fiz que não com a cabeça. – Então qual é o problema?

Lali: Não vou transar com você. Pode desistir. – mantive o tom de voz baixo. Um lento sorriso se formou em seu rosto antes de ele se pronunciar.

Peter: Mas não pedi para você transar comigo... – disse pensativo e os olhos dele se voltaram para o teto. – Ou pedi?

Lali: Eu não sou uma dessas piriguetes nem sou uma de suas fãs ali. – respondi olhando de relance para as garotas atrás de nós. – Não estou impressionada com suas tatuagens, com seu charme de garotinho, nem com sua diferença forçada, então pode parar com as gracinhas ok?

Peter: Ok Beija-Flor. – ele ficou impassível diante da minha atitude rude, de um jeito que me enfureceu. – Por que você não passa lá no meu cantinho com a Eugênia hoje á noite? – olhei com desdém para ele que se aproximou ainda mais. – Não estou tentando te comer, só quero passar um tempo com você.

Lali: Comer? Como você consegue fazer sexo falando assim? – Peter caiu na gargalhada balançando a cabeça. – Eu vou pensar, mas nada de paquera está bem? – ele assentiu.

O professor entrou a passos largos e Peter voltou à atenção para frente da sala. Resquícios de um sorriso permaneciam em seu rosto, tornando mais nítida a pintinha de sua bochecha. Quanto mais ele sorria, mais eu queria odiá-lo, e, no entanto, esse era o motivo pelo qual odiá-lo era impossível.

Peter: Anota isso. – sussurrou Peter. – Vou precisar saber disso para usar nas entrevistas de emprego. – disse se referindo ao assunto que o professor falava.

Lali: Silêncio. – falei digitando cada palavra dita pelo professor.

Peter abriu um largo sorriso e relaxou na cadeira. Conforme se passava a hora, ele alternava entre bocejar e se apoiar no meu braço para dar uma olhada no monitor do meu laptop. Eu me concentrei e me esforcei para ignorá-lo, mas a proximidade dele e aqueles músculos saltando de seu braço tornavam a tarefa difícil. Ele ficou mexendo na faixa de couro preta que tinha em volta do pulso até que o professor nos dispensou.

Peter: Já pensou no assunto? – ele quis saber, colocando os óculos de sol. Uma morena baixinha parou à nossa frente, ingênua e cheia de esperança. Ela o cumprimentou em um tom cantado e brincando com os cabelos.

Parei enojada com o tom meloso dela e desviei da garota que eu já tinha visto antes conversando de maneira normal na área do dormitório feminino. O tom que ela usava lá soava muito mais maduro e eu fiquei me perguntando por que ela achava que uma voz de criancinha seria atraente para Peter. Ela continuou tagarelando até que ele a dispensou e voltou para o meu lado de novo. Ele puxou um isqueiro do bolso e acendeu um cigarro.

Peter: Onde eu estava? Ah, é... Você estava pensando. – fiz uma careta. – Já pensou se vai dar uma passada lá em casa hoje?

Lali: Se eu disser que vou, você para de me seguir e insistir? – ele ponderou sobre minha direção e assentiu. – Então eu vou. Hoje à noite. Passo lá hoje à noite. – soltei um suspiro.

Peter: Legal! – ele sorriu e parou de andar por um instante. – A gente se vê depois então, Flor. – ele me disse.

Felipe: Peter Maddox Lanzani? Meu Deus, desde quando você começou a pescar nas profundezas do oceano? – Felipe me perguntou com um olhar de desaprovação. Eugênia o acompanhava.

Eugênia: Você só está piorando as coisas ao rejeitar o cara. Ele não está acostumado com isso. – puxando o chiclete da boca, fazendo um fio bem longo. – Se dormisse com ele, pouparia seu tempo. – ela brincou.

Lali: Eu disse pra ele que vou lá hoje à noite. – os dois se entreolharam. – Ele prometeu parar de me encher se eu dissesse que ia. Você vai lá hoje à noite? – Eugênia assentiu. – E eu vou com você! – afirmei decidida.

LaliterIsLove: É muito perfeito esse livro, meu preferido! Laliter9829: Peter Safado?? Gata, você ainda não viu nada. Isso é só o começo! JucinairaEspozani: Infelizmente, o capítulo da aposta demora um pouquinho para aparecer, mas eu tenho certeza de que você vai gostar do resultado. Obrigada pelos comentários amores. Beijos e boa noite.

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