Fanfic: Belo Desastre - Laliter | Tema: Quase Anjos

Entrei no dormitório me perguntando se Peter cumpriria a promessa de não flertar comigo. Não era difícil de sacar qual era a dele: ou ele me via como um desafio ou como sem graça o bastante para ser apenas uma boa amiga. Eu não tinha certeza de qual das alternativas me incomodava mais. Quatro horas depois, Eugênia bateu à minha porta para me levar ao apartamento de Peter e do Nicolas. Ela não se conteve quando apareci no corredor.

Eugênia: Credo Mariana, você está parecendo uma mendiga. – meus cabelos estavam no topo da cabeça em um coque bagunçado. Eu estava sem maquiagem e usava uns óculos de grau. Vesti uma camiseta velha e uma calça de moletom.

Lali: Que bom! – sorri. A idéia de parecer desinteressante era a melhor estratégia. O ideal era que Peter perdesse instantaneamente o interesse em mim e colocasse um ponto final na sua persistência.

Eugênia: Você é óbvia demais. Por que não rolou no coco de cachorro para completar o visual? – Eugênia abaixou a janela do carro e cuspiu o chiclete.

Lali: Não estou tentando impressionar ninguém. – dei de ombros. – É óbvio que não!

Paramos o carro no estacionamento do conjunto de apartamentos onde o Nicolas morava e segui Eugênia até a escada. O namorado da minha amiga abriu a porta e riu enquanto eu entrava. Eugênia o beijou e seguiu Nicolas até o quarto dele. Eles fecharam a porta e eu fiquei ali parada, sozinha. Sentei-me na cadeira reclinável mais próxima da porta e chutei longe os chinelos que eu usava.

Em termos estéticos, o apartamento deles era mais agradável do que um apartamento típico de homens solteiros. Sim, os previstos pôsteres de mulheres seminuas e sinais de rua roubados estavam na parede, mas o lugar era limpo, os moveis novos e o cheiro de cerveja velha e roupa suja não existiam.

Peter: Já estava na hora de você aparecer. – disse se jogando no sofá. Sorri e ajeitei meus óculos esperando que ele recuasse diante da minha aparência. – Você já começou aquele trabalho de história?

Lali: Você já? – ele assentiu e nem pestanejou ao ver meu cabelo despenteado e franzi a testa com a reação dele. – Mas o trabalho era pra ser só na próxima quarta-feira. – falei surpresa.

Peter: Um ensaio de duas páginas sobre o Grant nem é tão difícil. – deu de ombros. – Se precisar de ajuda, é só me falar.

Lali: Você? – esperei que ele desse uma risada ou fizesse algum sinal de que estava brincando. Mas ergui uma sobrancelha ao ver sua expressão séria. – Você vai me ajudar com o meu trabalho?

Peter: Eu só tiro A nessa matéria. – ele disse um pouco ofendido com a minha descrença. Fiquei olhando para ele com uma expressão dúbia e ele ergueu as sobrancelhas.

Nicolas: Ele tira A em todas as matérias. Ele é uma droga de gênio. Odeio esse cara. – disse enquanto levava Eugênia pela mão até a sala de estar.

Peter: Qual foi? Você não acha que um cara cheio de tatuagens e que ganha dinheiro brigando pode ter notas boas? Não estou na faculdade por não ter nada melhor pra fazer.

Lali: Mas então por que você tem que lutar? Por que não tentou uma bolsa de estudos? – perguntei.

Peter: Eu tentei e consegui a bolsa. Mas tem os livros, despesas com a moradia e tenho que conseguir a outra metade do dinheiro de algum jeito. – pausou. – Estou falando sério, Flor. Se precisar de ajuda com alguma coisa, é só me pedir.

Lali: Não preciso da sua ajuda... Por que não faz algo menos... Sádico... Para ganhar dinheiro? – eu queria deixar aquilo pra lá, mas aquele novo lado dele me matava de curiosidade.

Peter: É um jeito fácil de ganhar uma grana, não conseguiria nem metade trabalhando em outro lugar qualquer. – ele deu de ombros. – E lutar não é tão difícil como parece.

Lali: Quem é você? O garoto do Karate Kids? Onde aprendeu a lutar? – Nicolas e Eugênia se olharam de relance e eu percebi que havia algo de errado. Peter pareceu não se incomodar.

Peter: Meu pai tinha problemas com a bebida e um péssimo temperamento e meus irmãos herdaram os genes dele. – minhas orelhas ardiam. – Não fique constrangida, Flor. Meu pai parou de beber e meus irmãos cresceram.

Lali: Não estou constrangida. – fiquei mexendo nas mechas que se desprendiam do meu cabelo e então decidi soltar tudo e fazer outro coque tentando ignorar o silêncio embaraçoso.

Peter: Gosto desse seu lance natural. As garotas não costumam vir aqui assim.

Lali: Fui coagida a vir até aqui. Não me passou pela cabeça impressionar você. – respondi irritada por meu plano ter falhado.

Ele abriu um largo sorriso divertido, meio infantil, e fiquei com mais raiva na esperança de disfarçar minha inquietação. Eu não sabia como as garotas se sentiam quando estavam perto dele, mas tinha visto como se comportavam. Eu estava vivenciando algo mais parecido com uma sensação de náusea e desorientação, em vez de paixonite mesclada com risadinhas tolas. E quanto mais ele me fazia rir, mais perturbada eu ficava.

Peter: Já estou impressionado. Normalmente não tenho para que as garotas venham até o meu apartamento.

Lali: Tenho certeza disso. – falei contorcendo o rosto em repulsa.

Boa noite gente. Quero agradecer a quem tem comentado e favoritado a fic. AmoLanzani: Lali será sempre sincera, acho que vai ser por isso que Peter vai gostar tanto dela rsrs. LaliterIsLove: Besitos :*. Laliter9829: Não fique, só te digo que você vai gostar muito do que virá pela frente rsrsrs. Beijos meus amores :*

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