Fanfic: Belo Desastre - Laliter | Tema: Quase Anjos

Lali: Então, qual é a sua história? – foi a minha vez de perguntar. – Você sempre foi Peter “cachorro louco” Maddox ou isso é só desde que veio pra cá? – fiz aspas com os dedos da mão e pela primeira vez sua autoconfiança diminuiu.

Peter: Não. Foi o André que começou com esse lance do apelido depois da minha primeira luta. – ele parecia envergonhado e suas respostas curtas estavam começando a me incomodar.

Lali: É isso? Você não vai me dizer nada sobre você? – perguntei incomodada e, não posso negar, com um pouco de curiosidade. Eu queria saber algo mais sobre a vida dele.

Peter: O que você quer saber? – me encarou de forma que cheguei sentir meu rosto queimar, com toda certeza, eu estava ruborizada.

Lali: De onde você veio, o que quer ser? – com um suspiro, ele desembrulhou os talheres e os endireitou ao lado do prato.

Peter: Sou daqui, nascido e criado. E estudo direito penal. – olhou por cima do ombro com o maxilar tenso. Duas mesas adiante, o time de futebol da faculdade irrompeu em uma gargalhada e Peter parecia incomodado com isso.

Lali: Você está de brincadeira. – disse sem acreditar. Ele me olhou sem entender. – Você não parece o tipo de pessoa que estuda direito penal. Eu diria que você parece mais do tipo criminoso. – olhei as tatuagens que cobriam seu braço.

Peter: Não me meto em confusão... Na maior parte do tempo. Meu pai se tornou muito rígido desde que minha mãe morreu e isso foi quando eu ainda era criança. – disse sem rodeios.

Lali: Eu... Eu sinto muito. – falei balançando a cabeça. A resposta dele me pegou de surpresa, mas ele dispensou minha solidariedade.

Peter: Eu não me lembro muito dela, eu só tinha três anos quando ela morreu. Mas meus quatro irmãos ainda lembram um pouco dela. – balancei a cabeça, fiquei chocada só de pensar em outras quatro versões do Peter em uma só casa.

Lali: Todos eles têm tatuagens e lutam como você? – arregalei imaginando a bagunça numa casa onde todos eles estariam.

Peter: Todos têm menos o Juan. Ele é executivo na área de publicidade na Califórnia. Os gêmeos Taylor e Tyler me ensinaram metade do que eu faço no Círculo. O Pedro é o menor, mas ele é rápido. É o único que hoje em dia consegue me acertar um soco. – contou.

Lali: Do que eles estão rindo? – perguntei quando seu maxilar ficou tenso de novo enquanto sua irritação com o time de futebol aumentava. Ele balançou a cabeça, claramente não querendo me contar do que se tratava. – Conte-me.

Peter: Eles estão rindo de eu ter trazido você para jantar primeiro. Não é geralmente meu lance. – “primeiro?”, pensei. Quando me dei conta do que se passava e isso ficou claro na expressão do meu rosto. Peter se encolheu.

Lali: Eu aqui, com medo de eles estarem rindo por você ser visto comigo vestida assim, e eles acham que eu vou transar com você. – resmunguei.

Peter: Qual é o problema de eu ser visto com você? – dei de ombros. – Estão falando de você. – respirou fundo e tentou puxar assunto para se distrair. – Está estudando o que?

Lali: Ah... Estudos gerais, por enquanto. Ainda estou indecisa, mas penso em fazer contabilidade. E, antes que me pergunte, vim do mesmo lugar que Eugênia. – sorri.

Peter: Como você veio do Kansas para parar aqui? – comecei a puxar o rótulo da garrafa de cerveja.

Lali: Só queríamos fugir. – dei de ombros demonstrando, ou tentando demonstrar, indiferença. – Queríamos fugir dos meus pais.

Peter: Ah. E a Eugênia? Ela também tem problemas com os pais? – ele perguntou num tom de curiosidade.

Lali: Não, o Marcelo e a Patrícia são o máximo. Eles praticamente me criaram. Ela meio que me acompanhou, não queria que eu viesse pra cá sozinha. – expliquei e Peter assentiu. – Mas por que o interrogatório? – sorrimos.

As perguntas estavam passando de uma conversa sobre assuntos gerais e partindo para o lado pessoal e eu estava começando a me sentir desconfortável com o rumo que aquele diálogo estava tomando.

Diversas cadeiras bateram uma na outra quando o time de futebol levantou. Eles fizeram mais uma piada antes de irem embora andando lentamente até a porta e aceleraram o passo quando Peter se levantou. Os que estavam atrás empurraram os da frente para fugir antes que Peter conseguisse alcançá-los. Ele se sentou, fazendo força para espantar a frustração e a raiva.

Peter: Você ia me dizer por que optou entrar nessa faculdade. – Peter continuou e eu ergui uma sobrancelha.

Lali: É difícil explicar. – respondi dando de ombros. – Só parecia certo.

Peter: Sei o que você quer dizer. – ele sorriu e abriu o cardápio.

Gente, eu sem querer coloquei dois capítulos em um só, que foi o anterior. Mas já consertei. Desculpem-me também pelo atraso dos capítulos, é que eu me mudei e estou sem internet, por enquanto. Não vai dar tempo de responder os comentários por que estou aproveitando a net do meu primo. Mas agradeço a todos que favoritaram e comentaram o capítulo anterior. Amo vocês <3